– Eu tinha uma mãe, um pai e um irmão. Tínhamos nos mudado, então eu sai na rua com meu irmão, e encontramos três garotos, eles vieram nos confrontar. Não sei o que aconteceu comigo mas eu me defendi quando ele veio me atacar, e bati nos outros dois também.

“ Alguém viu a briga e denunciou, Liu se entregou no meu lugar. Outro dia minha família foi convidada para ir em uma festinha de criança, fui obrigado a ir. Os garotos voltaram. E queriam encrenca, um deles tinha uma arma, eu lutei com todos, até acabei com água sanitária em meu corpo, e o desgraçado ligou um isqueiro. Fiquei com a pele branca e dura como couro. Meu cabelo ficou chamuscado. Eu tinha adorado, cara eu me senti lindo.

“ Quando voltei para casa eu queimei minhas pálpebras, para me olhar para sempre, e cortei minhas bochechas porque eu fico lindo sorrindo. Minha mãe me viu e ficou assustada, ela foi no quarto e falou com meu pai algo que não gostei. Então eu matei eles. Meu irmão acordou eu ia mata-lo, mas não fiz isso. Deixei ele viver.”

– Então você é um doido que mata por diversão. – Como eu adorava ser má.

– Como é? – Ele pareceu se irritar.

– Alem de doido é surdo. – Eu sorri de um jeito irônico. Estava adorando irrita-lo.

– Sua...

Antes que ele pudesse me xingar uma menininha de cabelos castanhos ondulados, com um ursinho na mão apareceu na entrada do corredor. Devia estar vindo de seu quarto. Ela olhou para mim e veio em minha direção.

– Slender, você trouxe uma princesa pra mim? – Ela disse, estava na minha frente mas olhando com um sorriso para o Slender.

– Sinto muito, Sally. Ela não é uma princesa. E eu não a trouxe. – Ele respondeu.

– Sally Willians... - Eu a olhei. Pude ver sua história sem nem pergunta-la. - A algum tempo o homem que fez mal a Sally, foi morto, por mim. Eu odeio injustiça. Eu o mandei para a sala de torturas, no inferno. Foi tão bom vê-lo sofrer.

Ela me olhou, era só uma alma perdida. Eu não pude me conter, desde que comecei a fazer justiça, mudei para o limbo, ajudei almas que não achavam o céu e por isso estavam vagando no limbo. E então vi aquela garota, que não podia ser recuperada, nem se eu quisesse. Eu me ajoelhei em sua frente, e a abracei. Ela não disse nada. Me abraçou de volta e chorou.

– Ele não pode mais fazer mal a você. Ele vai sofrer eternamente pelo que fez a você e a outras meninas.

O covarde ainda teve a coragem de me contar tudo que fez com as meninas. Mas eu preferi não contar mais nada a Sally.