Wolfhardt escrita por Lena Saunders


Capítulo 8
First Dance


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei e peço desculpas, mas estou escrevendo várias outras fics...

✨ Hora da Propaganda✨
Essa é minha songfic para o desafio do Nyah: http://fanfiction.com.br/historia/541822/Red_Velvet/

E essa é sobre dragoes:
http://fanfiction.com.br/historia/538021/Bastarda/

São apenas duas de várias, mas eu queria que vocês soubessem que Wolfhardt é a mais especial para mim e por isso demora tanto. Os capítulos são maiores e eu faço o dobro de revisões, embora sempre sobre um errinho ou outro.

Esse capitulo tinha, inicialmente, quase cinco mil palavras, mas não se preocupem, elas virão no próximo (que sai essa semana, juro).

Espero que gostem, fiz esse com amor para vocês!
~Lena



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A lâmina voôu na direção da garota e praticamente pude sentir todos segurando a respiração. Uma bandeja dourada acertou a faca no ar. Não foi o suficiente para pará-la, mas a desviou, fincando-a em um quadro. Olhei para o local de onde viera a bandeja.

Scott tinha uma expressão surpresa, como se não acreditasse que tinha feito aquilo. Um garoto enorme e pálido agarrou Meghan, levantando-a no ar. Ele estava tentando ser cuidadoso, mas eu já sentia meus dentes crescerem e minha mandíbula se esticar. Astryd, Kylle, Edwin e Maeve saíram da multidão, rosnando para o estranho que segurava nossa irmã. Khyra finalmente se levantou com a ajuda de Scott e vi suas unhas se tornarem garras, enquanto Meghan se sacudia, tentando se soltar.

– Solte-a. Agora. - Eu avisei.

Ele olhou para mim e para os meus irmãos, avaliando a situação. Outro garoto, idêntico ao primeiro apareceu ao seu lado, assim como o que antes apoiara a cabeça de Khyra.

– Ethan, coloque a garota no chão. - Aaron disse, se posicionando ao lado de Kylle.

– Ela atirou um cutelo em mim, Aaron! -A garota do sorriso desafiador disse, saindo do choque. Ela tinha um longo cabelo castanho, muito bem tratado, ao que parecia.

– Você certamente fez por merecer, Rebbeca. - Respondeu Aaron.

Então esta era Rebbeca. Meghan fez um som semelhante a um choro e eu me preparei para atacar. Eu não queria me transformar. Não queria estragar a festa de Tessa. Mas eu não conseguia controlar a tranformação e quando Meghan gritou meu nome, precisei me segurar para não correr até ela. Eu sabia que meus irmãos estavam apenas esperando um movimento meu para atacá-los.

Quando senti os pelos surgirem e minhas orelhas repuxarem, o garoto que apoiara a cabeça de Khyra se inclinou e disse algo para o cara que detinha minha irmãzinha. Ele concordou com a cabeça e virou Meghan de frente para ele.

Eu o mataria e faria um cinto com suas tripas.

– Eu sinto muito pelo mal entendido, pequenina. - Ele disse, e colocou Meghan no chão.

Talvez eu não o matasse, por enquanto.

Ela correu até mim, com os bracinhos esticados. Quando a peguei no colo, meus irmãos me cercaram, prontos para atacar qualquer um que se aproximasse.

– Ethan! - Rebbeca gritou. - O que você está fazendo?!

– Calada, Becca. Jana, o que me diz? A justiça foi feita? - Ethan perguntou.

Uma garota baixa e magra, de cabelos ruivos, curtos e bagunçados saiu de trás do menino menor. Eu nem havia notado-a. Ela deu um sorriso malicioso, seus olhos verdes com um brilho quase psicopata.

Ela negou com a cabeça, estalando a língua e esticou o indicador, exibindo uma longa garra. Ela desenhou um "X" na parte superior do seio esquerdo e assisti o sangue escorrer por seu profundo decote. Khyra ofegou, surpresa.

Como ela era uma licantropa, era esperado que o corte em sua testa sumisse em poucos minutos, mas, quando olhei para ela, não havia nada além de sangue em seu rosto. Rebbeca gemeu e eu assisti, chocada, um corte surgir de fora a fora em sua testa, derramando sangue em sua bochecha.

– Agora sim. - Disse Jana. - Já podem voltar para a festa, pessoal.

Como se fosse sua deixa, Selena ligou a música e, lentamente, todos foram saindo da sala de jantar. Acho que todos já esperavam por algo assim, considerando a preseça de licantropos e sirenas.

– Meghan, onde você arranjou aquilo?

Ela teve a descência de corar.

– Estava naquela bandeja. Acho que era decorativo.

Suspirei.

– O que já conversamos um milhão de vezes? Não atiramos coisas que cortam nas pessoas. É perigoso. Espero que isso não se repita, ok?

Ela concordou com a cabeça, encarando os próprios pés.

Eu estava verificando se Khyra estava bem, quando Kylle e Edwin começaram a rosnar. Não foi assim que eu criei esses garotos. Me virei apenas para me deparar com Ethan e os outros dois se aproximando calmamente.

– Está tudo bem, meninos. - Disse Aaron. - Eles não querem machucar ninguém.

Meus irmãos olharam para mim e eu assenti. Eles se afastaram e Ethan caminhou até mim.

– Eu quero pedir desculpas por ter... Ãh... - Ele olhou para Aaron que simplesmene assentiu com a cabeça. - Ter segurado a pequenina. Mas por favor, entenda que ela atacou alguém da minha alcatéia, então era minha responsabilidade defender Rebecca.

Fiz as contas. Rebecca era da alcatéia de Aaron. Ethan era da alcatéia de Rebecca. Eu era da alcatéia de Aaron. Então...

– Bem, Ethan, querido, nós também somos da sua alcatéia. Então, da próxima vez, lembre-se disso.

Ele arregalou os olhos, surpreso. Seu irmão gêmeo e o garoto que ajudara Khyra pareciam igualmente chocados.

– Galerinha, esses são Ethan e Dylan. Vocês vão gostar deles. Um dia. - Aaron ria entre suas frases, achando o momento hilário. - Esse é o Alec. Eles são meus primos. Caras, esses são Kylle, Khyra, Meghan, Edwin, Astryd, Scott, Maeve e Lunna...

– Sua namorada? - Ethan perguntou.

– O que?! - Aaron pareceu chocado e eu senti meu rosto esquentar. - Não!

– Bem, garota, se você está livre, quer sair amanhã à noite?

– Ãh... Não. - Fui sincera. - Tenho que ficar com meus irmãos.

Dylan e Alec gargalhavam enquanto Aaron parecia orgulhoso da minha resposta. Meus irmãos estavam perdidos e deslocados, pobrezinhos.

– Gêmeas e Kylle, não arranjem confusões. Scott tente aproveitar a festa e largue seu bloco um pouco, ok? Meghan, não atire nada em ninguém. E não morda ninguém, também. Edwin, não quebre nada e Khyra, vá limpar esse sangue, querida. Dispensados.

Eles saíram imediatamente, sem olhar para trás.

– Uou. Você têm um bom controle sobre eles. - Disse Dylan.

– Eles são lobos. Não podem ser controlados. Precisam ser conquistados.

– Pera aí, aquela pirralhada toda está na alcatéia também?

– Pensei que isso fosse óbvio, Ethan. - Aaron finalmente se pronunciou. - Alec, o que aconteceu afinal de contas?

– Hum... Becca jogou Khyra contra o aparador e o vaso caiu, se partindo e atingindo a testa dela, suponho.

– Certo. Isso é estranho. Mesmo Rebecca não costuma... - Aaron parou, olhando com raiva para Alec. - O que você fez?

– Nada. Eu juro. - O garoto parecia quase desesperado. - Eu só estava conversando com Khyra e a Becca chegou. Ela perguntou porque os olhos de Khyra tinham aquela cor estranha e quando Khyra se recusou a responder, Rebecca segurou seu braço. Com as unhas. Khyra ainda não se tranformou, por isso o cheiro dela é diferente. Rebecca disse que ela deveria de uma vampira. Mas conseguíamos ouvir seus batimentos cardíacos, era óbvio que ela não era. Meghan chegou e gritou com Becca, mandando-a tirar as garras da irmã dela. Daí Becca disse que a "esquisita" tinha uma irmãzinha idiota.E vocês conhecem Rebecca. Ela mandou as duas "para a puta que as pariu" e a Khyra deu um tapa na cara dela. Foi aí que a Becca atirou ela do outro lado da sala.

"Para a puta que que as pariu". Ah sim, eu entendia o tapa de Khyra. Eu teria feito pior.

– Alec. Eu não acredito. Fique longe dela, entendeu? - Aaron parecia estressado.

– Aaron faz tempo que não nos vemos, mas eu sou apenas um ano mais novo do que você! - Defendeu-se Alec. - Não sou mais uma criança.

– Mas ela é, seu idiota! Ela tem apenas treze anos!

O rosto de Alec se tornou ainda mais pálido. Ele pediu desculpas e praticamente saiu correndo. Um clima desconfortável se instalou estre eu, Aaron e os gêmeos, mas Theresa nos salvou.

Ela fizera Selena parar a música para dar um anúncio. Seguimos os outros para a sala principal. Mesmo sendo uma sala enorme, boa parte das pessoas ficaram para fora.

– É um grande prazer recebê-los aqui hoje. - Disse William. Mas não parecia estar realmente feliz. - Como todos já devem saber, estamos recebendo nossa família de volta da alcatéia. Todos eles estarão sob nossa proteção e qualquer ofensa contra eles será tomada como pessoal por todo o resto da alcatéia. Assim sendo, quero apresentar minha irmã Madelaine e seu marido Sebastian.

Madelaine e Sebastian caminharam até William. Ela era uma mulher alta e loira, seu vestido negro era longo e seus olhos eramdeumverdebrilhante, quase assustadores. Ele, em comparação era musculoso e tinha cabelos extremamente negros, assim como os olhos. Vestia uma camisa social e parecia completamente confortável.

– E esses são seus filhos: Ethan, Dylan, Katherine, Alec e Elizabeth.

– Opa. Nossa deixa. - Ethan disse, antes de caminhar até os pais.

– Eu não sabia que os gêmeos e Alec eram irmãos. Eles nem se parecem. - Comentei com Aaron.

Os gêmeos tinham o cabelo e os olhos negros do pai e eram tão grandes quano ele. Alec, em comparação era loiro e possuía olhos azuis. Suas fisionomias também eram bem diferentes.

– Alec é filho somente da tia Madelaine.

– Ok. Isso explica os garotos mas e aquelas duas?

– A mais velha é Katherine. Ela é filha só do tio Bash e Elizabeth é filha da mãe de Kat. A família acabou adotando ela quando a mãe morreu.

Katherine parecia ter a nossa idade. Ela tinha longos cabelos negros, presos em uma trança bem trabalhada, olhos azuis e uma pele que parecia leite. Sua irmã, em compensação, era ruiva, possuía o rosto coberto de sardas e usava aparelho.

– Esses são meu irmão Johnatan e sua esposa Lorelay. - Theresa disse, sorrindo tanto que seus músculos faciais deveriam estar doendo. - E, é claro, suas filhas, Eccho, Rebecca e Jana.

– Jana e Rebecca são irmãs?

– Bem... Minha família é meio complicada mesmo. Tio John se casou com Lorelay depois de se divorciar da mãe de Rebecca. Mas Eccho, que é filha dos dois, já era nascida.

O tio dele traíra a esposa. Era isso que ele queria dizer. Todos os tios dele, na verdade. Me perguntei se problemas com lealdade era algo característico de todos os licantropos.

Echo era tão bonita quantos todos da família. Ela tinha cabelos ruivos, como Jana, e se vestia muito bem. Sua irmã mais nova, ao contrário, parecia gostar de conforto. Seus tênis eram, sem dúvida, a prova definitiva disso. Olhei para os saltos que eu usava e senti um pouco de inveja dela.

Rebecca parecia infinitamente aborrecida de estar ali. Eu também estaria. Seu longo cabelo cor de chocolate era extremamente liso e seus olhos tinham um tom bonito de verde. Ela seria tão linda se não tivesse aquela carranca...

– Bem, tenho certeza que todos vocês já conhecem meu irmão Peter. - Theresa continuou.

Peter parecia ter minha idade. Ele tinha cabelos negros como os de Tessa e Johnatan, mas seus olhos eram tão azuis que era incomodo olhar para eles. Ele tinha aquele olhar de quem sabe que é bonito.

– Não sei se todos vocês estão cientes, mas, recentemente, perdemos alguém muito importante na minha família. - Vi seus lábios tremerem levemente e me perguntei se mais alguém notara que ela parecia prestes a chorar. - Minha irmã Annabeth faleceu há cerca de um mês, e seus filhos estão vindo morar conosco. Por favor, deêm as boas vindas paraos meus sobrinhos: Isaac, Lunna, Kylle, Khyra, Scott, Astryd, Maeve, Edwin e Meghan.

Fiquei meio chocada. Um garoto loiro surgiu ao meu lado e me puxou pela mão. Olhei para Aaron, meio desesperada, e ele assentiu com a cabeça. Um pouco atrapalhada, deixei-me levar pelo garoto e fiz um sinal para Khyra e Edwin que estavam mais próximos de mim. Khyra acenou para Scott e, um a um, eles seguiram eu e o garoto. Nós apenas nos posicionamos ao lado de Tessa e aguardamos.

– Todos eles estão sob nossa proteção. - Anunciou William, por fim. - Agora, serviremos o jantar nas salas de jantar. Peço que informem suas naturezas para os garçons para que eles possam servi-los da melhor forma possível.

Levou alguns minutos para que todos saíssem da sala principal. O primeiro andar da casa era realmente impressionante. Havia duas cozinhas, uma para nós usarmos no dia a dia, e outra industrial, que estava sendo usada essa noite. Além das cozinhas, era composto por diversas salas de estar, TV e jantar. Estávamos usando umas cinco ou seis salas de jantar hoje. Era quase um grande salão de festas.

– Theresa, você percebe que disse que somos todos seus sobrinhos?

– Lunna, lamento não ter te consultado sobre isso. Esse é Isaac.

Ela tocou o ombro do garoto com carinho. Sua expressão era tão triste que por um momento quis abraçá-lo. Ele tinha olheiras significativas debaixo dos olhos azuis. Ele era bem bonito mas parecia estar acabado.

– Sua mãe morreu recentemente em um acidente. Ninguém aqui a conhecia e ninguém sabia quantos filhos ela tinha. É a desculpa perfeita. Explica a ausência de seus pais e as suas presenças nessa casa.

– Eu e ele parecemos ter a mesma idade. Não podemos nos passar por irmãos.

– Gêmeos bivitelinos. Ele se parece com Astryd, ninguém vai duvidar que são irmãos. Não se preocupe, Lunna.

Olhei para o garoto a minha frente. Ele acabara de perder a mãe e tinha vindo à uma festa apenas para se "apresentar". Ele era órfão, quase como nós. O mínimo que eu poderia fazer seria dar à ele algum tipo de consolo.

– Certo então, bem vindo à família, Isaac. Somos muitos e somos uma bagunça. Mas você é bem vindo.- Dei um tapinha nas costas dele, ou pelo menos tentei. Minha mão atravessou o corpo do garoto e eu recuei, surpresa.

– Edwin! - Repreendi meu irmão.

– Me desculpe. Estou com dificuldade para controlar isso. - Disse Isaac.

– Lunna, porque você brigou com o Edwin? - Perguntou Tessa.

– Porque ele tem o péssimo hábito de assustar as pessoas. - Eu expliquei. Eles pareceram confusos. - É o dom dele. Criar ilusões.

– Isso parece incrível! - Elizabeth surgiu do além.

– E é. Mas ele é um pouco criativo demais. Quando menos se espera surgem dragões na cozinha.

– Eu já pedi desculpas por isso! - Respondeu Edwin.

– Não vamos retornar à esse assunto. Se não foi o Edwin, o que diabos foi aquilo, Isaac? - Perguntei.

– Meu dom. Eu controlo a densidade molecular do meu corpo. Esse tipo de coisa tem acontecido ultimamente.

– Impressionante. Bom, família, podem ir comer agora. Mas se comportem. - Eu mal os dispensei e saíram todos correndo.

– Ah sim. Quase me esqueci. - Disse Theresa. - Eu estava pensando se eles gostariam de participar dos treinos que iniciaremos amanha. São abertos à todos os membros.

– Que tipo de treinos?

– Do tipo divertido. - Respondeu Isaac. - Lutar, manejar armas e praticar suas habilidades.

– Isso mesmo. - Continuou Theresa. - Agora que a alcatéia está muito maior, é importante que todos saibam se defender.

Eles sabiam de algo que não estavam me contando.

– Claro. É uma excelente idéia. Apenas deixe Meghan longe de coisas afiadas.

– Não se preocupe. Não permitirei que nenhum deles se machuque.

– Não é com eles que estou preocupada. - Admiti.

Theresa e Isaac riram, achando que eu estava apenas brincando. Pobrezinhos.

– Vamos jantar. Estou faminto. - Disse Isaac, empurrando nós duas para uma mesa, onde outros convidados conversavam animadamente.

À distância, vi o cabelo de Selena, pedi licença para Isaac e me sentei ao lado dela. Como os empregados da casa já me conheciam, trouxeram uma bandeja com carnes e lasanha. O paraíso. Selena parecia encantada com o salmão em seu prato e o copo á sua frente tinha um liquido meio esverdeado e um estranho enfeite colorido.

– É vitamina de algas e coral. Quer provar? - Ela me pegara observando.

– Não, obrigada. O que é essa coisinha colorida?

– Coral, lindo não é?

Concordei com a cabeça e o homem ao seu lado derrubou o próprio copo na mesa. Um líquido vermelho escorreu lentamente até Selena. ela se levantou em um pulo, antes que manchasse seu vestido.

– Francamente, Gregório! Mantenha seu sangue longe de mim! - Ela disse.

Sangue? Ah sim. Quando olhei melhor vi que ele tinha presas como as de Isabela. Adorável.

– Perdão, mi amore. - Ele disse. Sua voz era agradável, assim como tudo mais nele, desde seu cabelo negro até seus olhos violetas. Eu conhecia essa cor. Khyra.

– De qualquer forma, Lunna, esse é o Greg. Greg, essa é aquela loba que invadiu meu estúdio hoje de manhã.

Aquilo parecia ter sido à séculos.

– Ei! - Protestei. - Eu não invadi nada!

– Ok. Que seja. - Ela respondeu. - De qualquer forma, quase não te reconheci vestida assim.

Ela deu uma risadinha e continuamos conversando por um bom tempo. Selena, apesar da escandalosa primeira impressão, era engraçada e meiga. Ela ia sair com Gregório pela primeira vez hoje, mas os dois receberam os convites para um jantar de Theresa e decidiram vir.

Selena voltou para sua mesa de DJ (sabe-se lá Deus como ela conseguiu colocar aquilo dentro de casa) e me deixou falando com Gregório. Isabela, que eu ainda nem tinha vista na festa, puxou uma cadeira e se sentou ao nosso lado.

– Olá maninho! Lunna! - Ela piscou para mim. - Você ficou realmente ótima com esse vestido.

– Ah, obrigada. Tenho que agradecer à Theresa por ele. - Ela franziu a testa. - Então, vocês dois são irmãos?

– Isso mesmo. Mas ela é apenas quarenta anos mais velha. - Greg respondeu.

Mas Isabela não parecia ter mais de vinte e cinco anos.

– Isabela, quantos anos você tem?

– Lunna, há certas coisas que não se deve perguntar à uma dama. - Ela piscou para mim.

– Hey, Lunnie! Já acabou de comer? - Aaron brotou do meu lado, quase me fazendo derrubar a taça com o susto.

Olhei para meu prato vazio e concordei. Então, ele me puxou pela mão. Andamos até uma sala de TV menor, que não estava sendo usada, e ele empurrou o sofá para o canto.

– O que você está fazendo? - Perguntei.

– Hoje ouvi você dizer para Cora que não sabe dançar. Então, vou te ensinar. Suba nos meus pés.

– Não mesmo! Vou acabar te machucando.

– Tem razão. Porque eu não sou um licantropo e você pesa três toneladas. - Ele rolou os olhos.

Desisti de argumentar e subi nos pés dele. Ele me segurou pela cintura e colocou minha mão esquerda em seu pescoço. Da sala, era possível ouvir uma música mais lenta. Ele deveria ter subornado a pobre Sirena.

Aaron girou comigo em seus pés por algum tempo.

– Sabe, Lunnie, eu estava pensando... Os convites para o baile só vão ser vendidos na sexta, mas quero ter certeza de que você não vai com o idiota do James.

– Não chame-o de idiota! Ele só é...

– Idiota? É eu concordo. Hora de usar seus próprios pés, Lunnie.

Desci dos pés dele e Aaron continuou me girando. Pisei nos pés dele duas vezes antes de ele volta a falar algo.

– Então, de qualquer forma... - Ele olhava para os nossos pés. - Você quer ir comigo? No baile?

– Claro. Mas isso significa que vou precisar de um vestido. Sua mãe provavelmente não vai me deixar usar esse que ela comprou.

Ele virou a cabeça, parecendo divertido com a situação. Eu já conseguia acompanhá-lo sem pisar em seu pé.

– Eu comprei o vestido, Lunnie. Eu sabia que você ia esquecer do seu.

Ah, bem. Isso era uma surpresa.

– Bem, serviu como uma luva, obrigada.

"Serviu como uma luva"? Qual o seu problema, Lunna?!

Ele riu, daquele jeito que só ele ria. Eu não sei dizer quanto tempo ficamos ali, girando e nos olhando sem dizer nada.

– Aarie... - Fui eu quem cortou o silêncio. - Por que você ficou tão bravo com seu primo?

Ele pensou antes de responder.

– Bem, Alec é meio burro ás vezes. Ele não sabia que a Khyra era tão nova e queria ficar com ela.

– Sim, mas por que você ficou bravo?

– Por que ela é sua irmã, ué. E é nova demais para ele.

Franzi a testa, tentando entender o problema.

– Lunna, ele queria beijar sua irmã. Na boca. - Ele tentou explicar.

– Ah, bem. Isso é estranho, mas não precisava ficar bravo com ele.

Aaron pareceu completamente confuso.

– Lunna, quantos anos mesmo você tinha quando seus pais foram embora?

– Doze. - Menti.

– Certo. E em todos os anos em que vocês viveram juntos, eles nunca se beijaram?

Tremi ao lembrar de minha "família"

– Não.

– Bem. Isso explica muita coisa. Deixa para lá então. Você notou que está dançando?

Não, eu não notara. Mas era verdade. Meus pés se moviam no ritmo na música, seguindo os passos de Aaron. Eu já perdera a conta de quantas músicas já haviam tocado.

– Aaron, está ficando tarde. Preciso colocar meus irmãos na cama.

Ele piscou, acordando de algum devaneio e concordou. Empurrou o sofá de volta e me levou, puxada pela mão, até a porta.

– Lunna, quero dizer que você está mais bonita do que o normal, hoje.

– Obrigada, você também não está tão mal.

Na verdade, ele estava lindo. Minhas noções de beleza eram meio confusas, mas eu tinha certeza de que "lindo" se aplicava à ele naquele momento.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram da familia do Aaron? Criei cada um deles com uma personalidade diferente e tudo o mais. Eles vão aparecer muito a partir de agora, já que a historia vai começar de verdade!
Aguardo a opinião de vocês!
P.S.: Muito fofo o Aaron pedindo para a Lunna ir no baile com ele né? Amo esses dois ❤
~Lena



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