Wolfhardt escrita por Lena Saunders


Capítulo 6
Siren Song


Notas iniciais do capítulo

Fiz esse capítulo com muito carinho, para todos os leitores que me acompanham desde o inicio.
Anna, Clara M, Aléxia, Vickie Lovegood e Tessah Lockwood: Esse é para vocês! ;3
~Lena



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A garota tinha cabelos cor-de-rosa que desciam por suas costas até a cintura. Tatuagens em espirais, quase fofas, subiam por suas pernas e seus olhos eram de um negro tão escuro que pareciam não ter íris. Apenas enormes e assustadoras pupilas. Ela era bonita. Muito bonita.

Ela segurava a bancada com tanta força que parecia querer quebrá-la e vi suas unhas irem de amarelas à roxas em um segundo. Ela não cheirava como uma humana. Nem como uma licantropa.

Uma loba, Derek! - Ah sim. Ela sabia o que eu era. Isso explicava muita coisa. - Francamente! Tire-a daqui antes que Helena perceba, ou teremos um banho de sangue!

Olhei para Derek, esperando que ele dissesse que ela era louca e que era melhor irmos embora. Mas ele tinha uma pistola. E ela estava apontada para a minha testa. Não sei muito sobre armas, mas tenho uma noção muito boa dos ferimentos que elas podem causar. Muito bem, Lunna. Fazendo amigos como sempre.

Não mate-a aqui! Você é louco! - Ela estava quase gritando. Parecia que iria quebrar a bancada a qualquer momento.

Selena. - Então esse era o nome dela. - Eu não sabia o que ela era, está bem? - A voz de Derek estava assustadoramente calma. - Agora, pare de gritar. - Ele se voltou para mim. - Vou te dar uma chance, garota. Quem é você e qual o seu status? Você tem vinte segundos.

Ele não estava mentindo, e eu sabia disso. Ele me mataria sem remorso, seus batimentos cardíacos estavam perfeitamente compassados.

Ãh... Eu sou a Lunna. De que status você está falando? - Tentei manter minha voz estável, mas falhei miseravelmente.

Um sininho tocou.

Abaixe a arma, Derek. - Aaron entrou na loja, empurrando a porta com força. Atrás dele, Coraline parecia ofegante.

Ela nos deve uma explicação, Aaron. - Derek respondeu.

Ela está na minha alcatéia. Nós encontramos ela e os irmãos mais novos e os acolhemos ontem, no fim da tarde. Com certeza seu supervisor já deve ter recebido uma carta à essa hora.

Derek olhou de Aaron para mim e Coraline acenou discretamente com a cabeça.

Certo. - Ele abaixou a arma e se virou para Selena.

Vai ter um baile bobo na nossa escola, sábado que vem. Você topa?

Não costumo recusar festas. - Ela lambeu os lábios. - Vinte litros por hora, e eu levo o globo, a luzes e o gelo seco.

Fachado. Chegue às quatro da tarde para dar tempo de montar tudo.

Eles apertaram as mãos e nos viramos em direção à porta.

Vocês não querem uma tatuagem? - Uma voz feminina e macia perguntou.

Girei meu tronco, apenas para me deparar com uma cópia de Selena. Ela era tão bonita quanto a gêmea, entretanto, seus longos cabelos eram azuis. Tatuagens de espirais subiam por suas pernas, mas, enquanto as de Selena eram quase fofas, as dela eram agressivas. Essa deveria ser Helena.

Ela bateu com as longas unhas escalarte na bancada, aguardando uma resposta.

Já estamos de saída, mas obrigada. - Aaron disse, me puxando para trás dele.

Por que tanta pressa? - Ela estalou a língua e o vaso transparente e solitário do canto da mesa congelou. - Não é todo dia que temos lobos aqui.

Helena! Já chega! - Selena gritou. A água derreteu e começou à borbulhar.

Não é justo, Se! Não posso encantar nenhum deles. Você sempre lucra com isso, mas eu preciso aceitar o que você me dá. Não agüento mais ficar trancada aqui!

Que tal um convite para o baile? - Coraline perguntou. - Contanto que não encante ninguém, seria muito bem-vinda.

Derek e Aaron pareceram ter aneurismas diante da proposta dela. Selena virou a cabeça com tanta força que fiquei surpresa por ela não deslocar o pescoço.

Sério? - Helena deu um leve pulinho, enquanto Selena e Derek franziam a testa.

Claro. Vemos vocês às quatro. - Disse Coraline, guiando-nos para a saída.

Caminhamos em silêncio por duas quadras, até que me cansei de esperar.

Então, ninguém vai me explicar nada? Porque estou bem curiosa sobre o que foi aquilo...

Eles me ignoraram o quanto puderam. Parei no meio da calçada e Aaron imediatamente parou ao meu lado.

Está tudo bem, Lunna?

Não! Não está! Ele - Apontei para Derek. - estava com uma arma apontada para a minha cabeça e ninguém parece se importar com isso! E quem diabos eram aquelas garotas?

Passou perto. - Disse Coraline. - Não eram diabos. Eram Helena e Selena, duas das irmãs...

Cora, já chega. - Interrompeu Derek.

Ela têm o direito de saber! - A pequena garota lançou um olhar tão gelado quanto um iceberg para o irmão.

Que seja. Mas você vai fazer o maldito relatório!

Coraline revirou os olhos e apoiou o braço em meus ombros, me forçando à andar ao seu lado. Era estranho e um pouco desconfortável, já que ela era mais baixa do que eu.

Como eu dizia, antes de ser rudemete interrompida... - Ela lançou outro olhar mortal para o irmão. Talvez fosse o único olhar que ela soubesse fazer. - Elas são duas das irmãs Sirenas. Selena? Adorável. Helena? Fique longe dela.

Espere... Sirena como... Sereia?

Quase isso. - Quem respondeu foi Aaron. - É como lobisomens e licantropos, entende?

Mais ou menos. - As coisas estavam cada dia mais confusas, na verdade. - Como vocês foram atrás de nós, não devem ter passado na gráfica. Derek e Coraline, vocês vão até a gráfica resolver isso. Digam que alguém irá buscar os convites na sexta. Pagaremos no dia da entrega. Nos encontraremos... Ah...

Na casa de artigos para festa. - Aaron continuou por mim.

Os irmãos concodaram e deram meia volta, indo na direção oposta. De costas era possível notar ainda mais a diferença mais marcante deles: enquanto Derek era alto, mesmo para um garoto, Coraline era pequenina. Mas ambos eram musculosos e observavam tudo ao redor, prestando atenção nos mínimos detalhes. Eu podia compreender os músculos de Derek, mas o corpo de Cora obviamente havia sido moldado com muito esforço. Aaron e eu continuamos andando. Quando já estávamos longe o suficiente tomei coragem para retomar a conversa.

Então, o que exatamente são Sirenas?

Aaron respirou fundo e mexeu no cabelo antes de responder.

Bem, enquanto sereias são monstros marinhos que encantam marinheiros para afogá-los, Sirenas são tão humana quanto nós e não precisam necessariamente viver na água. Mais alguma pergunta?

Várias. - Respondi. - Por que a unha delas muda de cor? Por que Helena disse que não podia encantar você e o Derek? Qual o pagamento que Derek garantiu? Todas ela tem o cabelo colorido? Ah... E elas têm... Caudas? - Sussurrei a ultima palavra.

Ele riu daquele jeito adorável que somente ele ria.

Acho que você é a pessoa mais curiosa que já tive a honra de conhecer. Acho que elas pintaram os cabelos para que as pessoas parassem de confundí-las. Você sabe, assim como Astryd e Maeve se vestem de formas completamente diferentes. As unhas mudam de cor segundo o humor delas, mas não sei exatamente qual é a "legenda". - Ele fez aspas com os dedos. - Derek vai pagá-las com água do oceano. Não sei exatamente o motivo de Helena ter dito aquilo. E sim, elas têm caudas. E não, eu nunca vi.

Eu ri quando ele respondeu premeditadamente minha próxima pergunta.

Mas, se elas querem água salgada, por que não se mudam para o litoral?

Elas não falam sobre isso. Eu acho que elas estão fugindo de alguma coisa. De qualquer maneira, a água que ele mandará entregar é de uma parte especial do oceano, com algas e tudo mais. Um tipo de vitamina de Sirena.

Acho que chegamos. - Interrompi.

Estávamos na frente de uma loja de eletrônicos. Quando entramos, uma vendedora simpática nos interceptou. Ela nos deu um enorme desconto por causa da quantidade de luzinhas que compramos. Era possível fazê-los piscar e decidimos que seria perfeito para a coroação do rei e da rainha.

Depois, andamos umas cinco quadras, carregando as caixas de luzes, com um sol do inferno sobre nossas cabeças. Quando chegamos na loja especializada em decorações, eu agradeci à todos os deuses que conhecia pelo ar condicionado. Alugamos toalhas para as mesas, tecidos para cobrir todo o salão e para fazer um corredor para a entrada.

No caminho para a loja de artigos, Aaron decidiu que precisávamos de sorvete. Eu nunca tinha tomado sorvete de casquinha, então pedi o mesmo sabor que ele. Normalmente, se queríamos sorvete, precisávamos que Kylle conseguisse para nós. Embora eu achasse errado conseguir as coisas desse jeito, não achava certo negar tudo à eles. Na fila, resolvi tocar no assunto que todos pareciam querer evitar.

Aaron, você não pareceu quando Derek tentou me matar. Na verdade, parecia que você já esperava por aquilo. Quer me explicar o motivo?

Nem todos os lobos são como nós, Lunna. Alguns são perigosos e há pessoas, como a família de Derek que lidam com eles.

Então, o que você está querendo dizer é que Derek e, supostamente, a adorável Coraline, vêm de uma família de caçadores de lob... Licantropos?

Aaron fez uma careta de repulsa.

Não o chame de caçador na frente dele, ou ele pode realmente te matar.

Pegamos as duas casquinhas de baunilha e continuamos andando, com Aaron sempre indicando o caminho.

Ele não parecia incomodado com a... Profissão.

Ah não. Ele nasceu para isso. Mas ele acredita que caçadores caçam animais e ele, monstros.

Minha indignação deve ter sido muito evidente, porque ele logo voltou a explicar.

Os licantropos como nós não precisam ser caçados. E, para ele, os que precisam são apenas isso. Monstros. Não posso culpá-lo, mas seria ótimo se ele fosse um pouco mais simpático. As vezes acho que ele nos odeia tanto quanto odeia os outros lobos.

Mas Coraline não se importa. - Não era uma pergunta.

Chagamos na loja praticamente junto com Derek e Coraline. Eu os via de uma forma diferente agora. Os movimentos perfeitamente calculados de Derek faziam mais sentido e a energia de Coraline, somada à forma como ela parecia ver e ouvir tudo deveria ser muito útil em sua... Profissão. Eu ainda não sabia como chamar aquilo.

Coraline praticamente arrastou Aaron para escolher enfeites e me deixou escolhendo balões com Derek para, bem... A chuva de balões que aconteceria à meia noite. Vi-a puxando pela mão e, por algum motivo irracional, senti um rosnado baixo subir até minha boca. Ele estava sorrindo para ela.

Não se preocupe. Ela é assim com todo mundo. - Disse Derek, observando com interesse a prateleira de balões.

Perdão?

Você não precisa ter ciúmes de Cora e Aaron. Ela está apenas me dando uma chance de me desculpar por hoje mais cedo.

Eu não estava com ciúmes. Eu não me importava com Aaron. Apenas com meus irmãos. Ninguém mais.

Está tudo bem. Aaron já me explicou tudo. Não precisa ficar vermelho.

Eu sei. Mas é realmente vergonhoso.

Tentar me matar é vergonhoso? Pensei que fosse seu trabalho. - Dei uma risada de leve, tentando fazê-lo rir, mas ele apenas franziu a testa.

Não. Mas levar um licantropo ao covil das Sirenas é. Se meu pai descobrir, vai pegar no meu pé para sempre.

Eu não conto se você não contar. - Pisquei para ele. - Mas o que você acha? Balões pretos ou pratas? Acho que não precisamos de serpentinas.

Leve os pratas e alguns daqueles potes comerciais de glitter.

Olhei para onde ele apontava e vi enormes potes de glitter prateado. Ficaria lindo. Imaginei os balões e o glitter caindo sobre os convidados enquanto eles arrancavam as máscaras.

Acho que vai... - Coraline me atacou, arrancando meu capuz e gorro de uma vez, e colocando uma coroa dourada de plástico em minha cabeça.

Ficou perfeita. Vamos levar essas duas.

Ela também forçou Aaron a vestir outro modelo e ninguém pôde contrariá-la. Ela andava pela loja, provando tudo em nós. Não havia como dizer "não" ao furacão Cora.

Por fim, compramos os balões, o glitter, as coroas, fios de plumas, perucas, chapéus, pulseiras e tinta neon. Cora iria montar uma tela verde para os convidados tirarem fotos divertidas.

Derek finalmente se cansou de ver sua irmã comprando tudo o que via pela frente e a levou no colo para fora da loja, nos dizendo para pagar e sair antes que ela escapasse. Cora foi se debatendo e insistindo que aquilo era errado e que ela acabaria com ele quando "seu treinamento estivesse completo". Percebi que eu meio que gostava dos dois.

O caminho de volta foi mais agradável que o de ida. Coraline estava oficialmente ignorando o irmão (palavras dela), então foi conversando comigo, enquanto Derek e Aaron expressavam sua rivalidade masculina boba ignorando-se mutualmente.

Alguém deveria avisar os dois que se uma pessoa está te ignorando, não há como ignorá-la de volta. Afinal, ela não vai tentar falar com você. Então, onde está a graça?

Deixamos os dois irmãos na escola, enquanto cora pisava propositalmente no pé do irmão e fingia que rinha sido sem querer ou que nem tinha notado. Ela me lembrava muito Meghan. Eu estava apenas há uma manhã sem meus bebês, mas já estava me contorcendo interiormente de saudade.

Aaron e eu corremos até meu trailer para pegar algumas coisas. Agora, ao prestar atenção, fazia sentido que aquela "floresta" fosse uma área particular. Sempre amei correr. Era libertador. Minha loba se sentia bem. Quase como se fosse livre.

Embora fosse incogitável a mera sugestão de me separar de meus irmãos por um grande período de tempo, eu ainda sentia falta de correr. Eles adoravam correr comigo mas, com exceção de Khyra, geralmente me atrasavam. Por isso eu não corria tanto quanto gostaria.

Mas correr com Aaron... Era ainda melhor. Era como ser invencível, como se pudesse correr para sempre e fugir de todos os problemas. Como se nada pudesse nos atingir e fossemos imortais. Eu ria enquanto ele tentava me alcançar, apenas para sair na frente depois e me deixar para trás. Era divertido. Tranquilo. Leve.

Ele foi reduzindo sua velocidade e eu o acompanhei. Quase paramos completamente.

O que foi? Tem algo errado? - Perguntei.

Não. Só acho que deveríamos andar agora. Você sabe, é melhor para conversar...

Hum... Certo então. Sobre o que quer conversar?

Na verdade, tem uma curiosidade me matando desde que descobri que você vivia sozinha com seus irmãos. - Droga. Ele descobriu. Ele descobriu e agora mos expulsaria e... - Como vocês todos estão conseguindo acompanhar a escola? Quero dizer... Não que eu ache qe vocês são burros ou qualquer coisa assim, mas fiquei curioso.

Era apenas isso. Apenas uma curiosidade inocente. Ri de alívio e ele me olhou, franzindo as sobrancelhas como sempre que ficava confuso.

Nós estudamos em casa. Eu alfabetizei Edwin e Meghan, embora ela ainda tenha alguma dificuldade com a acentuação. Eu ia às bibliotecas dos lugares onde morávamos e copiava o que era necessário, para depois ensinar meus irmãos. Eu também mantive meus próprios estudos, claro.

Mas por que você fez isso? Digo, parece muito trabalho para quem já tinha que lidar com tanta coisa.

Eu esperava que quando tivesse dezoito anos pudesse trabalhar de verdade. Embora todo adolescente com mais de dezesseis possa trabalhar, os salários não compensam. Então, com dezoito eu conseguiria um emprego de verdade e poderia mandar meus irmãos para a escola. Eles fariam faculdade e teriam vidas normais. Bem, quase. Tem o negócio de virar lobo, mas na maior parte do tempo, seria normal.

E o que te fez mudar de idéia? Sobre colocá-los na escola apenas quando tivesse dinheiro?

Bem, essa é a parte engraçada. Nem sempre as visões das gêmeas se expressam por imagens. Maeve disse que deveríamos ir para a nossa escola, especificamente. No começo, achei que era para não perderem mais tempo, mas agora eu entendo. Era você. O tempo todo.

O que você quer dizer com isso, Lunnie?

Entenda... Se não tivéssemos ido para a escola, não te conheceríamos e eu ainda estaria vivendo isolada com meus irmãos, sem absolutamente a mínima idéia do que fazer quando Khyra e Scott se transformassem. Encontrar você foi a melhor coisa que nos aconteceu.

Uou. Obrigado. Eu sempre soube que era incrível, mas agora que você disse, soou quase oficial. Diga isso para a minha mãe quando ela brigar comigo por deixar a toalha molhada em cima da cama, certo?

Eu ri e o soquei de leve no ombro direito.

Chegamos, Sr. Incrível. - Anunciei.

O trailer estava exatamente como eu deixara. A porta trancada, a louça limpa e os cochões espalhados.

Lunnie, por que não levamos o trailer de uma vez?

Dirigir até a sua casa, é isso?

Aham. - Ele sorriu. - Vou empilhar esses cochões e você pode ir dirigindo. Cuidado com as árvores.

Ãh... Vamos inverter. Você dirige e eu empilho.

Imagine, eu resolvo. Não vai ser tão trabalhoso assim.

Eu insisto, Aaron.

Lunna, você sabe dirigir, não sabe? - Ele tinha um sorriso debochado.

Não. - Senti minhas bochechas corarem.

Quanos anos você tem? Mais de 16, certo?

Claro que sim! - Respondi, ainda mais envergonhada. - Estamos na mesma turma! Tenho 17!

Ele suspirou, parecendo aliviado. Pegou as chaves da minha mão e deu partida.

Não se preocupe, Lunna. Eu vou te ensinar a dirigir qualquer dia desses.

No fim das contas, Aaron não era um motorista tão bom assim. Simulei uma prece de agradecimento quando chegamos à sua casa

Há. Há. Não foi tão ruim. O terreno que não ajudou. Era muito esburacado.

Certo. Realmente. Eu provavelmente só vi minha vida passar diante dos meus olhos porque o terreno era esburacado.

Ele me deu um tapa de leve acima da nuca e eu fui gargalhando atrás dele. Como vingança, corri e coloquei o pé em sua frente. Infelizmente, calculei mal a parte física do movimento, porque ele caiu em cima de mim.

Rolamos os dois, e, enquanto eu ria histericamente, ele reclamava que minhas pernas estavam atrapalhando ele a se levantar. Acabei por cime dele, quase chorando de rir. Ele arqueou a sobrancelha e girou nossos corpos, minhas costas batendo contra a grama. Suas mãos apoiavam seu peso, uma de cada lado da minha cabeça. Não ousei me mover.

Se queria isso tanto assim, era só ter pedido, Lunnie.

Minha risada morreu aos poucos, enquanto seus olhos penetravam os meus. Por um segundo, me perguntei se minhas pupilas estariam tão dilatadas quanto as dele. Por que raios eu estava tendo uma taquicardia?

Ele ergueu a cabeça e senti seu humor mudar instantaneamente.

Levantei meu pescoço, girando a cabeça na direção em que ele olhava. Theresa e William nos encaravam da porta. O pai de Aaron não parecia nada contente.


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