As regras e o Diário - Segunda temporada escrita por Mia Chan, Luna Vermillion


Capítulo 7
"Agora tudo vai voltar ao normal...Né?"




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POV Rin

Quando acordei estava deitada sobre uma cama de hospital, o local era todo branco com uma mesa com um jarro cheio de flores e uma cadeira ao lado. Len dormia debruçado na canto da cama.

– Tão fofo...-Sussurava pra mim mesma.

Fiquei observando-o por um tempo até uma enfermeira entrar no quarto.

– Boa tarde querida, se sente bem?- Ela perguntava.

– Sim, estou bem- Respondi.

Ela percebeu minha atenção ao menino de cabelos loiros.

– Está incomodando? Posso pedir para ele se retirar- Ela disse e eu respondi fazendo ''não'' com a cabeça- Bem, ele insistiu muito pra poder ficar aqui com você, ele é bem teimoso- Ela ria.

– Insistiu..?- Eu sussurrei com um sorriso bobo no rosto.

Então a enfermeira pegou uns papeis que estavam sobre a mesa, e se retirou do quarto. E mesmo após isso Len continuava a dormir. Observava, olhava cada detalhe... estava tudo tão calmo, os sons, o vento...tudo em uma perfeita sincronia fazendo um clima de paz. Lentamente coloquei minha mão sobre sua cabeça, os fios loiros envolviam meus dedos conforme eu mexia minha mão. Eu brincava com o cabelo dele, ele colocou a sua mão sobre a minha.

– L-len!?- Disse sem graça.

– Ei, por que você não me acord...- Ele esfregava os olhos, mas então percebeu que eu estava corada.

E então ele riu, e eu me afastei um pouco. Então ele delicadamente colocou sua mão no meu rosto, sem ao menos uma palavra, apenas nós olhavamos. Seus olhos fitavam os meus, eu podia ver, ele também estava corado. Coloquei minha mão sobre a sua, a janela aberta jogava um vento gelado sobre nós, mas isso não atrapalhou o momento. Quando voltamos a si e percebemos o que tínhamos feito, acabamos nos separado extremamente corados. Cada um passou a olhar um lado do quarto, mas então eu voltei a olhar para ele, e quando olhei ele já estava olhando pra mim.

– Rin...eu quero te dizer uma coisa...-Ele sussurrou desviando o olhar, e passando a mão na cabeça.

Eu só me aproximei mais dele.

– E-eh...bem, isso pode ser repentino e você pode não sentir o mesmo mas...-Ele dizia e então olhou nos meus olhos.

Meu coração já batia muito rápido, eu poderia ter um infarte naquele momento.

– Rin...eu te amo, sempre te amei...tinha medo de dizer mais- Ele confundia as palavras.

Eu sentia as lágrimas descendo pelo meu rosto, eu estava sem reação. Queria dizer que também amo ele, mas nenhuma palavra saia da minha boca.

– Por que você está chorando? E-eu já entendi, você não sente o mesmo não é?- Ele se afastava.

Não! Não é isso! Eu te amo, eu estou tão feliz que não consigo nem parar de chorar. Então eu abracei ele.

– Eu sempre te amei Len, sempre! Você sempre esteve ao meu lado, o motivo para eu sorrir todas as manhãs é você! O tempo todo que fiquei ao seu lado, o tempo todo que ficamos juntos, o que eu mais queria era conseguir dizer isso tudo pra você!- Eu dizia olhando em seus olhos.

Ele se surpreendeu, com as minhas palavras. Até eu não acreditava que aquilo estava acontecendo. Ele aproximou seu rosto do meu, e com sua mão secou as minhas lágrimas e depois sorriu. Quase automaticamente nossos rostos se aproximaram, cada veis mais próximos, e então finalmente nossos lábios se juntaram. Nosso primeiro beijo. (Mia Chan: Luna pediu pra colocar essa imagem junto com o beijo, então.... http://9f1780.medialib.glogster.com/media/2b0d47afdbee1b028ead7cd9daca7fe4f9b95e7f5031f8d8d729ddefeb2eedd7/konachan-com-71750-kagamine-len-kagamine-rin-kiss-vocaloid.jpg )

Aquela sensação era impossível de se descrever, era como se o tempo tivesse parado ao nosso redor. Tudo que eu mais queria era que aquele momento nunca acabasse.

Infelizmente tivemos que nós separar pois o ar nos faltou. Nós encarávamos com um sorriso no rosto, ainda próximos o suficiente pra sentirmos a respiração um do outro.

Não sei disser por quanto tempo ficamos assim, mas logo saímos do nosso mundo particular, pois a porta começou a abrir.

– Rin? Que bom ver que você já acordou, a enfermeira me deixou entra então... Aconteceu alguma coisa? - Luka perguntou enquanto fechava a porta atrás de si, eu e Len já tínhamos nós separado a essa hora.

–B-bem... Porque a pergunta? - Tentei disfarçar.

– Sei lá, o clima aqui ta meio estranho... Deixe pra lá, preciso falar com você Rin.

– Ok, to vazando. - Len disse se levantando.

– Isso inclue você também. - Luka disse seria.

– Ta bom. - Ele se sentou de novo.

– Então... - Ela começou a falar depois de um tempo. - Eu tenho que explicar a vocês o porque da Miku ter agido daquela forma no colégio. - Minha expressão mudou na hora, me lembro de ver a Miku estranha, dela perder o controle e me derrubar da escada, aquela não era a Miku que eu conhecia. - Eu tinha percebido que ela tava diferente quando chegou no colégio, então na hora do intervalo mexi na mochila dela e encontrei isso, leia a parte de baixo. - Ela nós entregou uma caixinha de remédio, Len pegou e começou a ler um aviso.

– " Atenção: Esse remédio possui feitos colaterais, podendo causar delírios, sono e sonambulismo. Os efeitos de agravam se usado com frequência, ocasionando alucinações por longos períodos de tempo, insonia, dentre outros." - Len lia em voz alta.

– Parece que Miku tava muito doente esses dias, e essa caixa ta quase fazia. Eu falei com Kaito e ele disse ter visto essa mesma caixa na mesa da casa ela.

– Então é por isso ela ficou tão agressiva? - Perguntei.

– Sim, Kaito também falou que Miku tava vendo uma garotinha pela casa. Era só um sonho mas ela disse que parecia muito real. E então eu a vi gritando pro espelho de banheiro coisas como "Suma da minha vida" e "Isso é pela Rin".

– Isso ta muito estranho... - Disse Len pensativo.

– Bem, queria pedir pra darem uma força pra ela. Miku ta sofrendo, e não podemos deixar ela sozinha numa hora dessas. - Nisso ela vai embora.

– Bem, pode ser que seja por causa desse remédio... mas, eu estou com um pouco de medo de acontecer isso novamente- Eu disse

–Eu também não quero que aconteça nada com você, então...-Len dizia e então fez uma pausa- Eu acho melhor não ficarmos muito perto dela

POV Miku

Comecei a despertar lentamente, meus braços e pernas doíam, olhei para os mesmos e vi que estavam enfaixados.

Olhei ao meu redor e reconheci que era um quarto de hospital, estava sozinha naquele lugar, o silêncio dominava o ambiente, o que me fez sentir um grande alivio, estava finalmente.... sozinha?

Porque estava tão feliz em não ter ninguém por perto? Tentei buscar lembranças perdidas em minha mente, e comecei a me recordar de tudo o que aconteceu...

– Essa não... Rin. - Lagrimas não paravam de cair com aquelas lembranças, eu não conseguia acreditar, eu tinha machucado a minha própria amiga! E tudo por causa "dela", o motivo de eu estar gostando tanto de estar sozinha, de não ter a sua companhia ou ouvir sua voz em minha mente.

Será que eu estava enlouquecendo? Será que era isso que a garotinha queria? Que eu perdesse a razão como forma de "punição"?

Então tudo isso era o meu castigo? Ela estava influenciando a minha mente esse tempo todo... Mas como? Isso nunca tinha acontecido, tinha

que ter numa explicação pra tudo isso.

Enquanto pensava, fiquei observando a janela de vidro ao lado da porta, ate que...

Vi algo parecido com um vulto passando...

E a porta se abrindo...

– Miku! Você acor...AAAAAAAAAAAA - Disse/gritou Kaito depois de eu ter jogado um vaso de flor de uma mesinha ao lado da cama em sua direção, ele não se machucou, mas quando o vaso bateu na quina da porta a água o molhou um pouco.

– Ainda bem que o vaso era de plastico... - Disse kaito saindo de trás da porta já aberta.

– G-gomen Kaito... MAS VOCÊ ME ASSUSTOU!

Ele deu uma leve risada, se aproximou de mim e colocando a mão sobre a minha cabeça, olhando pra mim com um ar triste.

– Tudo vai ficar bem... Eu te prometo. - Ele me abraçou com força, o calor do seu corpo me aconchegava, me fazia sentir segura.

– Ela nunca foi real... nê? - Sussurrei.

– Não, eu não vou deixar ela se aproximar mais de você, enquanto estiver comigo não irei deixar que sofra mais. - As lagrimas que já tinham cessado voltaram com mais força.

– Obrigada...Kaito. - Disse secando minhas lagrimas.

– Miku... - Ele falou depois de um longo tempo abraçados. - O que essa garotinha é pra você?

– A minha consciência de dois anos atrás me condenando por ter mudado. Criei ela pra me ajudar a não desobedecer as regras, mas nunca poderia imaginar que ela me dominaria.

– Você quer se livrar dela? - Me assustei com a ideia. "Como?" era só o que eu pensava.

Kaito desfez o abraço, indo em direção a saída.

– Volto logo. - Fiquei esperando ele voltar, depois de uns 2 minutos Kaito entra com um caderno.em mãos. -Vamos cortar o mal pela raiz? - Uma imensa alegria tomou conta quando vi que era meu diário.- Venha comigo! - Ele pegou em minha mão, me fazendo levantar da cama, continuei enrolada com o lençol da mesma.

– Pra onde estamos indo? - Perguntei, estávamos correndo, os corredores estavam vazios então ninguém percebeu "dois doidos correndo pelo hospital".

– Você vai ver. - Começamos a subir mais e mais escadas, ate finalmente pararmos. - Chegamos.

Estávamos no terraço, o vento era gelado, agradeci a mim mesma por ter levado o lençol comigo.

Kaito então me entregou o diário e um isqueiro.

– Peguei isso na cozinha do hospital, faça as honras. - Peguei os dois, fixando minha atenção no diário, no que ele tinha feito comigo.

Coloquei o diário no chão, e me agachando, ascendi o isqueiro.

– Adeus, você nunca mais vai me atormentar. Nunca! - Aproximei o isqueiro do diário, fazendo o mesmo pegar fogo, me afastei e vi o belo espetáculo de ver tudo aquilo que me fazia sofrer se transformar em cinzas.

Um sorriso que era impossível de se desfazer tomou conta do meu rosto, finalmente estava livre...

"Agora tudo vai voltar ao normal...Né?"


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