Amor impossível escrita por Gabriel Lucena
Notas iniciais do capítulo
Aqui está o capítulo...
Boa leitura...
POV Chiquinha
Sábado de manhã, nem acredito. Já faz duas semanas que estou morando aqui com o Chaves desde que ele se tornou meu meio-irmão, mas isso não importa pra mim, o importante é que hoje é meu aniversário. Depois de fazer minha higiene pessoal, fui até a cozinha tomar café da manhã, mas a casa estava muito silenciosa, parecia que não havia ninguém, cheguei lá, tinha um bilhete na mesa, era a letra de Alejandra, comecei a ler:
"Querida Chiquinha, fui ao médico e depois vou passar lá no centro para comprar umas coisas. Aproveite bem esse final de semana com o Chaves e até mais tarde. Beijos da Alejandra."
Só podia ser "coisas" para o meu aniversário, porque se não fosse, ela teria dito o que era, mas ela não escreveu, sorri, vitoriosa, então, subi até o quarto do Chaves, entrei devagarinho, esperando encontrá-lo dormindo, mas a cama estava vazia, ele já havia acordado e saído de casa porque a cama estava desarrumada, então, voltei à cozinha e comecei a tomar meu meu café, pão com geléia e suco de uva.
POV Chaves
Hoje é aniversário da Chiquinha, e ela vai ter o melhor aniversário de todos porque hoje estou aqui na casa do Sérgio, o avô dele tem um estúdio montado bem nos fundos da casa, estou aqui com o Sérgio, Horácio e Esteban, porque quero fazer uma serenata pra Chiquinha como um presente de aniversário, mas tinha um problema: só o Horácio sabia tocar instrumentos, o Sérgio nunca se interessou pela música, então, tinha uma certa desvantagem sobre isso, mas ele prometera nos ensinar a tocar depois que a serenata acabasse.
–E aí cara? Que música você vai querer cantar?- disse o Sérgio.
–Essa aqui.- eu mostrei para ele.
–Ih, essa é bem difícil.- ele desafiou.
–Mesmo assim eu quero essa.
–Mas você não sabe tocar nem cantar!- disse o Horácio.
–Mas você não disse que eu posso usar o pay...play... como se chama mesmo?
–Playback.- disse Horácio.
–Isso, eu vou usar, e ela nem vai desconfiar.- eu disse.
–Mas pra fazer um playback tem que ter um equipamento que o Sérgio não tem, como você fazer agora?- ele disse.
–Bom, vou tentar cantar o melhor que eu puder.
–Chega gente, se ele quer cantar, vamos ensaiar!- disse Esteban, que nervosinho não?
Então, depois de ensaiarmos, nós levamos os equipamentos até o jardim da minha casa e começamos a serenata. Sérgio estava na guitarra mesmo sem saber tocar, Horácio no teclado, Esteban na bateria e eu no baixo e vocal.
Começamos a tocar a melodia da música e só quando ela apareceu na janela, 30 segundos depois, comecei a "cantar" a música:
http://www.youtube.com/watch?v=4pxVgSpZx2I
Na metade da música, ela começou a chorar, não sabia se era de emoção ou de tristeza, porque eu estava cantando mal, mas eu só parei quando ela saiu correndo da janela:
–Viu? Eu te falei que não ia dar certo.- disse o Sérgio.
–Pô cara, achei que ela fosse gostar. Sério.- eu disse.
–Mas você nem canta cara, é óbvio que ela não ia gostar.- disse o Esteban.
–É melhor você se preparar porque vem bomba aí.- disse o Horácio, apontando para a porta.
Era a Chiquinha. Estava com o rosto molhado, saquei, ela não gostou.
–Olha Chiquinha, desculpa, já vi que você não gostou.- eu disse.
–Detestei Chavinho, você canta muito mal.- ela me disse, na lata, mas eu permaneci firme.
–Eu vacilei mesmo, só queria que você soubesse que eu te amo.- eu disse, sério.
–E eu queria que você soubesse, que apesar de não gostar do jeito que você cantou, eu adorei a letra da música!- ela disse, sorrindo no meio da frase.
–Sério? Então, você não está chateada comigo?- eu perguntei, tentando segurar o riso.
–Mas é claro que não. Essa letra você quem compôs?- ela me perguntou, ainda sorrindo.
–Eu e o Sérgio.- apontei para o Sérgio e ele acenou.
–Pois eu... AMEI A LETRA!!! Obrigada mesmo Chavinho- ela disse, rindo.
Eu ri também e dei um abraço nela, que susto ela me deu, parecia que não tinha gostado, mas amou.
–Boa Chiquinha!- disse o Sérgio.
–Mandou bem!- disse o Horácio.
–Aí, só tá faltando uma coisa pra ficar perfeito: beija, beija, beija...- o Esteban começou dizendo sozinho e depois os três disseram, eu e Chiquinha olhamos pra eles e depois nos olhamos, completando com um beijo apaixonado. Enquanto a beijava, pude ouvir vários gritos de felicidade, parecia que tinha mais gente ali, na certa, o som da música foi tão alto que a vizinhança inteira ouviu e foi lá pedir pra parar, mas eu nem liguei, o dia estava só começando e eu ainda tinha outro lugar pra levá-la.
Depois que toda a comemoração acabou, eu voltei pra casa do Sérgio pra ajudar ele a colocar os instrumentos em volta do lugar, depois, vendei os olhos da Chiquinha pra levá-lo em um lugar secreto.
–Aonde você está me levando?- ela me perguntou enquanto eu amarrava a venda.
–É surpresa querida.- eu disse.
POV Chiquinha
Fiquei tão feliz, aquele estava sendo o melhor aniversário da minha vida, a minha manhã tão monótona se transformou em alegria quando o Chaves veio me fazer uma serenata pra mim, ele cantou mal, mas a letra era linda, e o melhor: foi composta por ele dedicada pra mim, que romântico.
Eu só não consegui entender quando ele vendou meus olhos e me disse que ia me levar em um lugar sem dizer qual é, fui ficando ansiosa demais pra saber. Fomos a pé, e em um certo momento, ele parou.
–Chegamos. Deixa eu te ajudar a tirar isso.- ele disse.
Quando ele tirou a venda e eu abri meus olhos, não consegui acreditar no que via.
–"Happy Funny"?- eu perguntei, incrédula.
–Tem um lugar melhor do que esse pra passar o aniversário?- ele me disse, sorrindo.
–O que é um irmão-apaixonado que só me faz feliz?- eu ri e o beijei.
Happy Funny era um parque de diversões recém-inaugurado, talvez à uns três dias, e quando eu vi o anúncio da inauguração dele, descobri como ele era por dentro e fiquei morrendo de vontade de ir nele, agora o Chavinho estava realizando meu sonho, tem namorado melhor que esse? Acho que não.
Fomos até a bilheteria e compramos dois ingressos:
–Aonde vamos primeiro?- eu perguntei.
–O aniversário é seu. Você escolhe.- ele me disse, ainda sorrindo.
Sorri também e apontei.
–Montanha-Russa!!- eu gritei e corremos até lá.
A fila estava pequena, em três minutos já estávamos no carrinho, quando ele começou a andar, bateu aquele frio na barriga, mas logo passou, enquanto o carrinho subia, percebi que o Chaves estava parado, só olhando pra cima.
–Tá com medo Chavinho?- eu perguntei.
–Eu não amor. E você?- ele me perguntou enquanto pegava o celular dele. Mas espera aí, ele me chamou de "amor"?
–Me chamou de quê?- eu perguntei enquanto ele tirava uma foto da imagem vista de lá de cima, que era muito linda.
–AMOR!!!- ele gritou enquanto o carrinho descia em velocidade rápida, que divertido, eles diziam que aquela montanha-russa era a maior de todas e era mesmo, tinha seis minutos de duração para cada passeio.
Quando saímos, ele teve que me abraçar por trás porque eu estava meio tonta com a adrenalina da montanha-russa, então ele riu e perguntou:
–Pra onde agora?
–Roda-gigante.
Lá, tiramos algumas fotos nossas e da vista que dava lá, um lago, várias margaridas e flores do tipo ao lado, e a cidade inteira dava pra ser vista. Quando chegamos no topo, eu disse:
–Esse é o melhor aniversário da minha vida.
–Você merece.- ele respondeu, rindo.
–Obrigada.- e eu voltei a olhar pra frente, mas ele pegou meu rosto, ficando de frente pra ele:
–Eu te amo.- ele sussurrou pra mim.
–Também te amo.- eu disse e o beijei.
Depois, a roda começou a descer e nós saímos, fomos em outros brinquedos, depois comemos umas besteirinhas e fomos embora, quando vi, eram cinco da tarde, sendo que quando o Chaves fez a serenata pra mim, eram duas da tarde, foi tão divertido que não pareciam tantas horas assim.
Na saída, ele parou e me perguntou:
–Condução ou a pé?
–A pé.- eu disse e ele pegou minha mão e começamos a andar, tá certo que eu poderia estar cansada de tanto andar nos brinquedos, mas dava pra ir a pé porque não pareceu tão longe.
Chegando em casa, as luzes da sala estavam acesas, mas a casa estava em silêncio total, eu esperava encontrar Alejandra no sofá vendo televisão com meu papai, mas quando o Chaves abriu a porta, eu quase fui ao delírio:
–SURPRESA!!! PARABÉNS PRA VOCÊ, NESTA DATA QUERIDA...- todos começaram a cantarolar, na certa, Alejandra e o Chaves planejaram tudo, por isso ele me manteve fora de casa o dia inteiro, pra que a Alejandra pudesse preparar essa festa.
–Aproveite.- ele disse, eu fiquei sem saber o que falar e o abracei.- Feliz aniversário Chiquinha.- ele sussurrou no meu ouvido, nossa aquilo arrepiava.
Estava tudo lindo, a decoração, o bolo, a sala, do jeito que eu gosto, todas as minhas amigas estavam lá, Márcia, Sarah e Isabela, os amigos do Chaves também estavam lá, Horácio, Esteban e Sérgio, até o pessoal todo da vila estava, meu pai quando me viu me deu abraço, me beijou e me deu parabéns, depois foi a vez de Alejandra me dar os parabéns e a festa foi uma maravilha, eu me emociono só de lembrar, se pudesse voltar no tempo, eu voltava mesmo e revivia essa festa maravilhosa.
A festa foi até de madrugada, quando todos foram embora, subi para o quarto pra trocar de roupa, mas acabei desabando na cama de tão cansada que eu estava pelo dia agitado e maravilhoso que tive, espero que o Chaves tenha outros dias assim comigo.
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Que aniversário bom esse da Chiquinha né? Não percam o próximo capítulo em breve.