Amor impossível escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 16
E o tempo passa...


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo fresquinho pra vocês.


Boa leitura.



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POV Chaves

já faz duas semanas que eu e Chiquinha viramos meio-irmãos, agora moramos na mesma casa, mas não dormimos no mesmo quarto, ela dorme no quarto onde eu vi o Seu Madruga sair no meu primeiro dia lá, não podíamos contar para nossos pais o que rolou entre nós. Certo dia, durante o almoço, minha mãe anunciou que a Chiquinha iria se mudar para a mesma escola que eu, não fazia sentido mudar de escola, tantos irmãos que estudam em escola diferentes, mas eu até que gostei da ideia, a Chiquinha gostou mais ainda, quando perguntei pra ela o motivo de tanta alegria, ela me disse:

–Ora, nós dois vamos poder namorar sossegados na escola sem ninguém saber.- ela disse.

–Mas então vamos ter que nos esconder do Sérgio, Esteban e Horácio também, eles já sabem que nós somos meio-irmãos.-eu disse.

–Ora, mas eles não devem ter o mesmo tipo de pensamento que nossos pais, talvez eles apoiem e até nos ajudam a esconder.- ela disse, esperançosa.

–É. Pode ser que sim.- eu disse e fui pro meu quarto fazer as lições de casa.

Terminada a lição, uma pesquisa sobre o Antigo Egito, entrei no Facebook e fiquei pensando se deveria conversar com o Sérgio sobre a Chiquinha namorar escondido, tinha que ser naquela hora, porque a Chiquinha ia ficar grudada comigo o dia inteiro na escola, quando contei tudo ao Sérgio, ele meio que se assustou.

Peraí, você tá querendo me dizer que está apaixonado e namorando escondido com sua meia-irmã?

–Sim Sérgio. Algum problema? Nós não somos irmãos de sangue.

–Mas isso é meio estranho, ficar com alguém da família, você não acha?

–Não, não acho. Mas eu vim aqui só pra te pedir um favor.

–Então pede.

–Não conte pra ninguém e ajude nós dois a não sermos descobertos por ninguém? Porque eu sei que o Horácio e o Esteban se souberem, vão contar.

–Tudo bem, eu não falo nada e não deixo eles descobrirem nada.

–Quando eu achar que chegou a hora, vou dizer para a Chiquinha que está na hora de contar.

–Ok.

–Valeu cara.

–De nada irmão.

Despedi-me do Sérgio e fiquei um pouco chateado com ele por ele não aprovar nosso namoro, mas pelo menos ele ajudaria a gente a não sermos descobertos por ninguém, afinal, o pessoal hoje em dia gosta muito de fofoca, qualquer coisa que acontece, eles espalham por aí como se todo mundo tivesse o direito de saber não importando se a pessoa não quisesse que eles contassem, depois eu tomei uma ducha, jantei, escovei os dentes e fui dormir.

No dia seguinte, Chiquinha e eu fomos de carro para a escola, Seu Madruga havia arrumado emprego como atendente de loja, ele trabalhava agora numa joalheria e era o caixa, contava o dinheiro, embalava as compras e tal, o salário dele não era uma maravilha, mas era o suficiente pra gente permanecer em boas situações-nem ricos e nem pobres- enquanto íamos, no carro, contei à Chiquinha a conversa que tive com o Sérgio.

–E o que ele disse?- ela me perguntou.

–Que apesar de achar meio estranho, ele vai nos ajudar, vai dar um jeito de não deixar ninguém descobrir sobre nós.- eu disse e ela sorriu.

–Ufa, até que enfim achamos alguém de confiança.- ela disse, suspirando de alívio.

–Pois é, o Sérgio é super gente boa, você sabe disso né?

–Sei sim, eu o conheci no dia do casamento.

Nesse momento, chegamos na escola, saímos do carro com um rápido "tchau" para o motorista e enquanto eu ia pra aula, a Chiquinha foi para a diretoria pegar tudo o que ela precisava.

Cheguei na sala e logo vi o Sérgio sozinho, pois Horácio e Esteban ainda não haviam chegado, então, aproveitei pra ir lá resolver o assunto da noite anterior.

POV Chiquinha

Mas que escola grande, bonita demais, e pensar que o Chaves estudava lá a mais tempo do que eu, já me deixava com uma pequena invejinha, porque qualquer pessoa ia querer estudar numa escola como aquela.

Fui pegar meu horário na diretoria, bati uma vez na porta

–Entre.- disse uma voz feminina, devia ser a diretora.

–Oi, eu sou a aluna nova, vim buscar meu horário.- eu falei com firmeza.

–A Maria Francisca, apelidada de Chiquinha, né? Aqui está.- ela disse sorrindo e me entregando um papel.

–Obrigada.- eu disse, virando as costas e saindo.

–As minhas aulas seriam na mesma sala e na mesma hora que as do Chaves, íamos ser da mesma turma, mas eu estava querendo que o recreio chegasse logo pra saber o que ele havia decidido sobre nós, pois justamente na hora que eu entrei, a professora entrou junto pra me apresentar à turma, já que eu era novata, a primeira aula foi de Matemática, e a professora explicava melhor que o Mestre Linguiça, digo, o professor Girafales.

Quando bateu o sinal do recreio, o Chaves disparou para a porta com o Sérgio, ambos deviam estar loucos de fome, quando cheguei no pátio, sentei-me num banco próximo à quadra de Educação Física, abri um pote de plástico onde tinha guardado uns salgadinhos que Alejandra fez, e abri a garrafa de 600 ml de guaraná que eu tinha comprado antes do motorista nos levar para a escola. Dei uma olhada no pátio e vi Chaves e Sérgio conversando com Esteban e Horácio, mas eles não olhavam pra mim, não sei se o Chaves estava falando de mim ou de outra coisa, mas procurei não me preocupar com isso, só perguntar na hora da saída.

Quando bebi o último gole do guaraná, Chaves nem me deu tempo de jogar a garrafa fora, pois pegou no meu braço e me puxou pra longe dali.

–Vem cá, quero te mostrar uma coisa.- ele disse, enquanto me puxava.

Fomos até o corredor principal da escola e ele abriu uma portinha bem pequena, que dava para um lugar que eu não consegui identificar qual era, mas tinha uma janela bem próxima de nós onde dava pra ver a sala de música, antes que eu pudesse concluir, ele me disse:

–Aqui é o duto de ar, não vai nos fazer mal, o Sérgio que me indicou esse lugar, ele sempre vinha pra cá namorar com a Isabela quando ela ainda estudava aqui.-ele me disse, sorrindo.

–Quem é Isabela?- perguntei, confusa.

–A namorada do Sérgio, quem mais seria?- respondeu ele, sarcástico.

–Esse lugar não é maravilhoso, mas é perfeito pra isso.- eu disse lhe dando um beijo. E que beijo, com uma mão ele alisava minhas costas e com a outra ele puxava meus cabelos, mas puxava de leve, pra não machucar, era bom aquilo, até que paramos pra respirar.

–Eu sei que você não pensava em namorar escondido, mas se você realmente me ama vai ter que entrar nessa comigo porque é o único jeito da gente ficar junto.- ele disse.

–Eu entendo. Juro que vou faz... prometo que vou fazer de tudo pra aceitar que tudo seja assim, escondido, pra provar que eu te amo.- eu disse e ele sorriu, eu já ia dar um beijo nele quando ele colocou um dedo nos meus lábios e sussurrou:

–Eu te amo.- e riu.

–Também te amo.- eu disse e nos beijamos por um tempo até o sinal bater, quando voltamos pra sala, fizemos um esforço pra não entrarmos de mãos dadas para não levantar suspeitas.

As outras aulas passaram bem rápido, a mãe do Chaves ligou dizendo que estava no médico e que nosso motorista não poderia nos buscar.

–Sem problema mãe, eu tenho uns trocados aqui na carteira, vou almoçar com a Chiquinha aqui na escola.- ele disse.

Parece que ela concordou, porque ele mandou um beijo pra ela e nós fomos para o refeitório, o cardápio do dia era Strogonoff de carne com batata e salada, uns dos meus favoritos, terminamos de comer, voltamos pra casa a pé, mas valeu a pena, não tínhamos hora pra chegar em casa, então, pra definir meu primeiro dia de aula na mesma escola que meu irmão-namorado frequenta, eu posso dizer que foi "maravilhoso", foi muito melhor do que eu esperava, só tinha um certo receio de quando a gente contasse para nossos pais, eu teria que aguentar pelo menos até fazer 18 anos para poder contar, pois aí, se me expulsassem de casa, eu teria chance de não morar na rua, mas será que eu aguentarei até lá? Bom, se nosso amor for verdadeiro, eu vou aguentar e vai dar tudo certo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo, quero reviews.



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