Acordo e encontro Peeta na cozinha. Um sorriso surge em meu rosto quando me lembro que hoje vou leva-lo ao lago e talvez tentar ensina-lo a caçar.

Quando ele me vê também sorri, então me diz:

–Ah não. Você estragou a surpresa. Não deu tempo de arrumar a bagunça. -vejo que há pão de queijo no forno mas uma bagunça de ingredientes na mesa. Só Peeta sabe que eu adoro pão de queijo.

–Ah é? Seria uma pena se... -pego um pouco farinha e passo em seu rosto e ele revida. Um minuto depois estamos cobertos de farinha. Ele me agarra me encostando na parede. Seus olhos voltaram a ter um brilho especial. Limpo um pouco de seu rosto com a mão mas antes que eu possa terminar, seus lábios vem ao encontro dos meus, Ele me morde de leve e isso me da uma sensação de prazer que por mim pode se repetir sempre. Ele vai descendo para meu pescoço. Dessa vez o Flashback passa em minha cabeça e só contem momentos nossos. A caverna. As noites no trem. A arena. A pérola. As brigas. Os beijos. Eu não perdi o garoto do pão. Eu o amo

–Hoje vamos ao lago, se lembra? -digo abrindo o sorriso quando nos separamos.

–Lembro.. - Sua voz está em um tom estranho.

–Peeta, aconteceu alguma coisa? - começo a ficar desesperada.

–Katniss, você tem certeza de que quer me levar pra um lugar que era seu e do Gale? - sinto uma ponta de ciúmes em sua pergunta.

–Na verdade era meu e do meu pai. E você não precisa ter ciúmes do Gale.

–Não tenho ciúmes do Gale. -raiva o consome. - Só achei estranho. -a calma vence. - Mas eu quero ir. - ele fala pegando minhas mãos. O sorriso em seu rosto me deixa calma.

–Tudo bem. - sorrio.

Arrumamos uma mochila com comidas e pego meu arco com a aljava de flechas. Saímos de casa conversando. A conversa dura a caminhada inteira e pouco mais de 40 minutos já estamos no lago.

Começamos a arrumar nossa comida para um lanche -sanduíches com patê de frango, torradas, suco de maracujá e uma torta de maçã.

De repente sinto uma enorme necessidade de puxa-lo então o faço. Dou-lhe um beijo e ele responde com mais intensidade e sua mão desce até minha coxa quando ambos percebem onde vamos parar.

–Katniss, eu posso esperar. Você ainda não me deu o sinal de que está pronta -ele diz com uma voz sexy e um sorrisinho um tanto malicioso. Mordo meu lábio inferior antes de responder.

–Tudo bem. -digo com um sorriso.

Começamos a comer tranquilamente quando..

–Vai chover. - diz Peeta com um olhar desapontado para o céu.

Começa a chuviscar. Enfiamos toda a comida da mochila e começamos a correr.

Tudo bem que é só chuva mas não é bom ficar encharcada e muito menos ficar perto do lago e das árvores quando está trovejando. Apesar da correria estamos rindo porque hora ou outra ambos quase caíamos por conta de troncos e pedras da floresta.

–--(Peeta)---

Interrompo meus risos quando vejo Katniss no chão. Ela tenta se levantar mas parece que há algo errado. Vejo que ela está gemendo baixinho por conta do tombo. Katniss torceu o pé. Me aproximo e a ajudo a levantar. A chuva se agravou e ambos estamos encharcados.

Pego-a no colo pois está mais do que obvio que ela não conseguirá andar. Ela é muito fácil de se carregar, muito leve de modo que não demoramos muito para chegar em casa.

Ambos ainda estamos rindo alto quando abro a porta e nos deparamos com Greasy Sae. As vezes me esqueço que ela vem nos fazer uma visita. Ela abre um sorriso ao me ver com Katniss no colo e nossas caras de felicidade.

–Oi Greasy! - digo retribuindo o sorriso.

–Ola Peeta! Espero que não se importem, trouxe frutas frescas pra vocês. - Ela desvia seu olhar para Katniss no momento em que eu a coloco cuidadosamente no sofá e ela emite um gemido. -Está tudo bem Katniss?

–Está tudo sim Greasy. Deve ser só uma leve torção. Minha mãe pode cuidar disso, obrigada. -diz ela se ajeitando em meus braços no sofá.

–Bom, então já vou indo. Vocês devem querer ficar sozinhos. -ela diz dando um sorriso com um toque de malícia e vai embora. Não contenho um riso e Katniss, tentando fazer uma cara séria porém não conseguindo, me pergunta:

–Ei do que está rindo. -ela mal se contenta e ri também.

–EU? De nada. Acho melhor colocar gelo no seu pé até sua mãe chegar. E devemos nos secar também. -digo indo buscar o gelo, toalhas e telefonar pra Sra. Everdeen e decido que será o momento perfeito para fazer uma surpresa para Katniss.

–--(Katniss)---

Pouco mais de 10 minutos minha mãe chega e examina meu pé.

–Nada grave. Você voltará a andar normalmente em poucos dias. -ela me diz com um leve sorriso. Sinto um alívio muito grande.

–Obrigada mãe. -também sorrio mas nossos sorrisos são interrompidos pelas palavras de Peeta.

–Sr.a Everdeen, tenho um pedido a fazer. Ambas olhamos para Peeta com atenção. - Gostaria de sua aprovação para pedir sua filha em casamento. - ele tira de seu bolso uma caixinha vermelha aveludada que contem uma aliança. Divido minha atenção entre Peeta e minha mãe, esperando sua resposta com ansiedade. Tanto eu quanto minha mãe fomos pegas de surpresa de modo que ela fala:

–Dou minha aprovação, com certeza! -sorrisos são trocados- Preciso ir, vou para o hospital -que é improvisado-, estou atrasada, vou ajudar la hoje a noite. -se despede de nós e vai embora.

Olho no relógio e vejo que ainda são oito da noite.

–Vai querer jantar já? -um sorriso é expressado em seu rosto - Eu também estou com fome.

–Pode ser. - não contenho um sorriso ao ver como ele está feliz.

–Então o que a futura Sra. Mellark gostaria de jantar? - ele hesita um instante - Espera. Você ainda não disse se aceita se casar comigo.

–Não. - digo rindo.

–Não? -ele parece confuso. -Eu não disse porque achei que a resposta era óbvia. E se não está tão óbvia, vem cá. - o pego pela mão e o puxo para se juntar a mim ao sofá. Minha boca vai em busca da sua e enquanto damos uma pausa para respirar, seus lábios percorrem meu pescoço espontaneamente até ele se dar conta do que está fazendo.

Peeta já estava sem sua camisa quando cochicha no meu ouvido.

–Você iria me avisar quando quisesse, já é a segunda vez hoje. -mal tenho tempo de pensar em uma resposta e ele muda completamente de assunto - O que quer jantar, Katniss? - Diz ele colocando a camisa, o que tira minha atenção e penso na pergunta em vez de seu corpo forte e atraente. Imagino quantas garotas não dariam tudo para ter Peeta agora.

–Me surpreenda. -digo sussurrando em seu ouvido.

Como não tenho pra onde ir com esse pé torcido, espero a janta surpresa de Peeta sentada no sofá assistindo aos programas da Capital. Até que não eram tão ruins.

Depois de uns 40 minutos de espera e depois de comer uma pêra entre esse tempo -que não aliviou nem um pouco minha fome- Peeta me abraça por trás do sofá e sussurra em meu ouvido

–A janta está pronta, Senhorita Everdeen. - há um tom de provocação em sua voz e ele está com aquele sorriso malicioso de novo. Tento me levantar mas ele logo me detém

–Vamos fazer diferente hoje, afinal é uma ocasião especial. Sente-se no tapete.

Sento no tapete sem dificuldades pois ele está bem a minha frente e a frente da lareira. Abaixo o volume da televisão de modo que nem consigo escuta-la. Peeta acende a lareira, apaga as luzes e se senta em minha frente trazendo nossos pratos servidos com frango ao creme de milho e batatas assadas. Começamos a comer enquanto uma conversa fluía.

–Me surpreendeu mesmo! - me dirijo a ele sorrindo - está uma delicia. Não era novidade pra nenhum de nós que eu repetiria o prato.

–Que bom que gostou. - adoro quando ele sorri daquele jeito. Quando acabamos de comer,ainda estamos em frente a lareira e Peeta pergunta -Quer marcar o casamento pra quando? -sorriso doce, timidamente doce.

–Pra agora. - rimos como se aquilo fosse possível - Mas creio que os preparativos nos exigirão no mínimo um mês. - Nos casaríamos dali um mês. Não vou ter paciência para esperar.

Quando decidimos que seria melhor lavar a louça amanhã, Peeta me pega do tapete e sobe comigo no colo de modo que estou de frente para ele enquanto sobe as escadas.

Deito a cabeça em seu peito e observo de perto seu pescoço. Incontrolavelmente começo a beijar aquela região e intercalo com pequenas mordiscadas. "É agora" penso. Antes que eu raciocine, minha cabeça começa a doer. Peeta me deita na cama. Só sinto sua mão em minha testa e apago.