Os Guardiões - Reino dos Elementais escrita por Kai


Capítulo 22
Rosa da morte


Notas iniciais do capítulo

Gente, gostaria de lhes dizer que a fic Os Guardiões já está perto dos seus últimos capítulos e anunciar oficialmente que a saga Reino dos Elementais terá uma continuação!
Boa Leitura ^^



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Klaus estava tentando proteger o castelo desde que Jack, Suzana e Fang tinham partido para lutar diante dos muros da cidadela. Claro, desde o final da batalha percebeu-se que os renegados liderados por dagdas não tinham entrado em nenhum momento em Sidh, mas o simples fato deles tivessem estado do outro lado dos muros, já apavorava os gnomos que saíam da cidadela por meio dos primeiros freixos de suas casas e indo para suas respectivas partes do mundo. Além disso, muitos goblins e outros soldados já tinha fugido e o conselho pensava em fechar ou evacuar a cidade por completo, obviamente, Klaus discutiu e achou aquela ideia ridícula já Ahura e Cailleach iriam tomar a cidadela com a relíquia da terra dentro dela escondida.

Quando a nevasca tinha parado, e apenas nevava brevemente, o gnomo resolveu subir para uma das torres olhou ao horizonte e viu que uma ave vermelha quase em chamas voava na direção do castelo: era Fang. Ele gritou para que os guardas golens não atacassem, mesmo com todo seu ressentimento. Fang abaixou na área livre do castelo permitindo Jack e Suzana saírem, mas Fang estava inquieta, tinha voltado à sua forma pequena e inofensiva pairando sobre uma garota: era Rose. Quando percebeu que ela estava desmaiada e gélida quase como um cadáver, mandou que goblins a levassem para a enfermaria e chamassem o chanceler Rhal para que a curasse. Rhal resmungou algo com ser empregado de gnomos metidos e pôs-se a ir curar a kitsune, quando passou a mão sobre a testa dela, disse;

–Uma renegada...- até que ele franziu a testa e corrigiu -Não, uma kitsune- Ele colocou a mão na testa dela e uma luz prateada começou a irradiar uma luz prateada tão intensa que ofuscou a visão de Klaus, Jack e Suzana que estavam presentes. Quando a luz que saia das mãos de Rhal apagou ele se levantou, virou-se para os três e disse;

–Ela vai sobreviver. Apesar de ter sido atacada com a flor de Quione- falou Rhal sem piedade;

–Flor de Quione?- perguntou Suzana com lágrimas nos olhos por algum motivo;

–A flor de Quione é uma maldição antiga criada pela elemental da água Quione, ela era conhecida por ter adorada no norte pelos hiperbóreos e se apaixonava por muitos homens- começou Rhal, mas foi Klaus quem completou;

–Quando eles não correspondiam ao seu amor, atacavam-nos com raios de gelo que eram capazes de ferir a alma- Klaus parecia ter ficado chocado com as próprias palavras -Como você tem certeza de que ela vai sobreviver? Nenhum elemental comum já sobreviveu a flor de Quione!- Rhal o olhou com a incredulidade;

–Senhor, com todo o respeito, mas esta... renegada não é uma elemental comum. Ela é uma kitsune. Uma transmorfa. Um dos muitos mestiços que estão livres, mas que deveriam servir a nós- Jack o olhou afiadamente arriscou-se;

–Com todo o respeito, não se refira a ela como uma renegada. Ela tem nome, Rose- Suzana revirou os olhos e prosseguiu;

–Que seja, ela vai viver realmente?- Rhal pigarreou e respondeu;

–Sim, ela vai. Rose é a última kitsune de sua espécie, e como tal ela pode-se curar sem a ajuda de elementais poderosos como eu- Rhal despediu-se de Klaus e retirou-se com um sorriso orgulhoso no rosto. Klaus olhava para Rose tentando esconder o que tinha sentido em relação à ela há tempos atrás, até que revirou os olhos e viu que Suzana tocava nas mãos dela;

–Você causou isso?- perguntou ele com rispidez;

–Como acha que pode ter sido eu?- tudo era muito óbvio para Klaus. A garota era a única ondina entre eles, mas sua resposta tinha sido mais dura;

–Porque tudo que você toca destrói-

Não fale assim com ela– disse Jack mostrando mais raiva do que em qualquer momento que Klaus tinha o ouvido, até Suzana estava surpresa. O gnomo revirou os olhos e sentou-se perto da Rose ainda desmaiada reparando como o a flor de Quione ainda estava em sua barriga ardendo em menor quantidade;

–Sim, fui eu- respondia Suzana -Foi um acidente, eu...eu pensei ter visto uma hag- O gnomo cerrou os punhos e se ergueu;

–Claro, é claro que você pensou que fosse uma hag, assim como também beijou Jack por acidente, fez Rose e Katherine fugirem... tudo um simples acidente– Suzana arregalou os olhos chorando de raiva;

–O que aconteceu entre nós não tem nada a ver com o agora. Eu estou disposta a compensar o que fiz, Klaus!-

–Como?! Beijando o próximo que ver?!-Jack invocou uma chama do punho direito para bater em Klaus, até que a ondina se pôs entre eles e gritou dizendo que parassem. O salamandra parecia estar com raiva de tudo e todos, ele parecia estar a ponto de explodir em algum momento, sem conseguir se conter. A raiva descia a medida que ele olhou para Suzana e Klaus com medo e lembrou que ainda eram seus amigos, não apenas escolhidos de alguma profecia. Klaus viu o olhar de Jack fulminá-lo, logo depois sair da enfermaria batendo a porta com força estrondosa. Klaus e Suzana ficaram um tempo sozinhos perto de Rose esperando que ela acordasse.

A ondina explicou para o gnomo tudo que tinha acontecido: os dagdas, a casa secreta, a espírita da água, as hags, os sátiros... ela o contou tudo que podia tentando amenizar os sentimentos enraivados de Klaus, ela esperou por algum impulso, repulsa, raiva, ódio, mas o gnomo simplesmente ficou em silêncio. Suzana esperava qualquer coisa menos o que Klaus lhe diria agora;

–A espírita da água quis falar com você o tempo todo para que evitasse o que está acontecendo entre nós agora. Paixões, amor... tudo isso aconteceu para que nos separasse ainda mais. Kathe e Rose sumiram, e agora só Rose está aqui e ainda por cima ferida, você beijou Jack, o que acabou provocando tudo isto entre nós três...- Pela primeira vez desde que o gnomo alemão soube da verdade, ele conseguiu manter-se em paz. Tudo estava tão... suave, como se tivesse sido uma história de contos de fadas para crianças dormirem. Suzana e Klaus ficaram um longo tempo conversando, dividindo seus sentimentos, tentando reconciliar o que tinham, mas era impossível. O gnomo sempre soube disto, desde que ele recebeu a primeira decepção de sua vida. Quando era pequeno, com idade em torno de 7 ou 9 anos, quando seus pais viajavam (para as reuniões do conselho em Sidh ou em festivais) Klaus costumava ficar em casa e ser atormentado por Fagner, que o fazia de escravo e lhe jogava pedras, ou Rômulo que ria dele e o fazia sofrer igualmente, tudo ficou assim até o dia que Magna, sua mãe, trouxe alguém diferente para casa: Rose. Rose foi a primeira "garota" que Klaus tinha conhecido, ela era incrível naquela época. Sempre dando altas acrobacias, comportando-se livremente (já que seus pais jamais impediram-na de sair quando quisesse) e ainda por cima o defendia com fogo. Durante o tempo que Rose saía na floresta, muitos turistas a avistavam como a fantasma de cabelo de fogo, ou a menininha do vestido branco, pois era vista em um lugar e desaparecia para não ser mais vista. Klaus passeava quando viu ela em sua forma de raposa e começou a correr, o gnomo correu e correu como nunca em sua vida atrás dela até que viu ela saltar sobre um rio e ir parar no outro lado da margem.

Klaus pensou que também conseguiria, mas se afogou. Simplesmente, a raposa lhe salvou e revelou ser Rose. Rose o ensinou a como se defender basicamente, e era uma das únicas que lembrava de seu aniversário. O gnomo planejava mostrar para ela que sentia algo mais do que uma amizade simples ou clichê, até que no aniversário de sua mãe (quando muitos convidados das partes mais distantes e conhecidas da Alemanha apareceram) ele tinha feito uma rosa única de 12 pétalas controlando as plantas e quando a achou, quase caiu no chão em prato: Rose estava beijando uma garota, ela tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo pequeno, mas aquilo tinha sido o bastante. Klaus correu, chorou, e todos da festa riram dele como a criança boba que era. Mais tarde, Rose explicou para ele que não podiam ser o que ele queria, apenas amigos.

Klaus não tinham contado isso para ninguém em toda a sua vida, ele queria permanecer aquilo como seu segredo etéreo e puro, assim como um dia ele amou Suzana, ela tinha amado ainda mais a Rose, só que agora eram apenas amigos e sempre seriam.

Suzana e o gnomo ouviram um barulho indistinto e quando se viraram , viram que a flor de Quione tinha desaparecido e Rose tinha acordado.


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Notas finais do capítulo

Obrigado