Os Guardiões - Reino dos Elementais escrita por Kai


Capítulo 21
Raios da Alma


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Suzana achava que Jack era louco, que todos eram loucos. Porém, ela vivia em um mundo com espíritos, relíquias e elementais, tudo era passível de loucuras. Pela segunda vez, o salamandra tinha resolvido se jogar de Fang e atacar, desta vez, os renegados que tentavam atacar os muros da cidadela de Sidh. O plano dele era basicamente se jogar contra lanças e esperar que elas não espetassem. De qualquer forma, Suzana se rendeu e disse que iria fazer parte. O salamandra tinha se jogado na escuridão de neve irradiando seu corpo em chamas, e atacando hags e sátiros enquanto que a ondina se preparava para derrubar os dagdas. Na Alemanha, quando tinham acabado de chegar de uma viagem, perceberam que as hags eram lideradas pelo dagda, e quando todo o exército tinha sido devorado pelo cajado que tinha se transformado em serpente de Suzana, ele conseguiu fugir e retornar para o lugar de onde veio. Não seria diferente, então. Enquanto os soldados gnomos jogavam rochas e levantavam pedregulhos para atirar e Jack queimava-os, Suzana teria que afetar cada um dos dagdas: sem eles não viriam mais renegados e a cidadela ficaria bem.

No entanto, não existia água por perto que a ondina pudesse usar, com isso Jack a fez entender o que deveria fazer: controlar a neve. Claro, ela já tinha feito isso atacando Perunú, mas tinha sido diferente: a neve estava acumulada e não era uma nevasca tão forte quanto aquela. Fang voava sobre o campo de batalha com dificuldade, ela fazia alguns rodopios mas cambaleava devido ao gélido vento que vinha do caminho dos dagdas. Suzana via pontos luminosos de onde Jack atacava até que ouviu um rosnado gigantesco que ressoou tão forte que fez todos olharem para ele. Um dagda extremamente grande, selvagem, com pele cinzenta e olhos brancos desafiou a muralha assim como os outros que estavam o seguindo para abater os muros, eles gritavam como se tivessem mais renegados atrás.

Os soldados gnomos tentaram impedi-los lançando lanças de pedra, mas elas apenas despencavam e despedaçavam no chão quando os dagdas se aproximavam. Suzana nunca tinha ordenado ou controlado uma fênix sozinha, Fang parecia muito rebelde e anárquica, porém ela tinha que tentar. Puxou as penas da ave redirecionando-a até o espaço aéreo dos portões de bronze e ferro. Ela esperou que os dagdas viessem de um jeito "zumbi", mas quando pensou em descer e ajudar Jack um dagda caiu e bateu sua cabeça no muro fazendo ele desmaiar, outro veio correndo até Suzana despreparada: ela não sabia o que fazer! Estava nervosa! Não conseguia dominar a nevasca! Até que ouviu os sons de desespero dos dagdas, abriu os olhos, e viu que Fang lançava fogo queimando o dagda e todos os sátiros que gritavam tentando controlar as raízes para segurar os muros e afundá-los. Suzana continuou controlando Fang para que a fênix continuasse lançando chamas, mas a medida que corriam, a neve ficava mais forte e ela já não conseguia enxergar mais o que via e distinguia.

A ondina olhou para o céu, com os cabelos voando, a pele congelando e os dedos tremendo. Relâmpagos e trovões começaram a soar e então Suzana viu um rosto: Cailleach, a primeira mãe. Ela parecia enviar suas forças cada vez mais para os muros, e ventos fortes para derrubá-los de uma forma ou de outra. A garota sobre a fênix estava com medo, desesperada. Por que tudo que ela fazia dava errado? qual era o problema dela? tinha separado os amigos, perdido Klaus... por que ela tinha que ser tão idiota?! Suzana abriu os olhos e viu que um grande pedregulho vinha na direção dela, ela gritou balançando as mãos no ar e então sentiu algo canalizar por eles e atingir a pedra. A pedra tinha congelado e se espatifado. Ela só tinha passado um ano na Ilha Tartária para ter aprendido que jamais alguém tinha feito algo igual àquilo.

Suzana simplesmente falou com Fang e se jogou nos ares. Fang grasniu temerosa, mas parecia ter entendido. A ondina canalizou toda sua força, tudo que conseguia invocar naquele momento, e não caiu, ela tinha conseguido voar. Suzana estava usava a nevasca que caia para criar um pequeno redemoinho lhe permitindo voar. Ela olhava para os soldados gnomos que a observavam e para os renegados que corriam logo embaixo dela. Levantou as mãos para acima o ar e então a neve que caía nelas se canalizou, conteve-se e então Suzana atirou certeiramente em um dagda que congelou e quando Jack atirou uma rajada de fogo, ele se espatifou em milhões de pedaços. Desde então, a ondina começou a usar aquilo para congelar e "massacrar" os dagdas que corriam de um lado para o outro. Fang ainda disparava gloriosamente fogo, mas apenas vigiava no alto indo anunciar a chegada de mais renegados serventes à primeira mãe.

A tempestade de neve enfraqueceu ao longo da batalha, e então o redemoinho de Suzana começou a baixar até ela tocar o solo. A ondina sentia a neve tocar suas sapatilhas e percebeu que muito sangue tinha sido derramado para proteger um conselho ridículo e gnomos que habitavam aquele lugar. Muitos soldados gnomos estavam atirados ali, Suzana via que Jack estava de costas ao longe eliminando algumas hags que tinham conseguido sobreviver, até que ela viu um grupo das mesmas comendo a carne de um cluricaun caído com um imenso buraco onde deveria seu abdômen, uma hag olhou para ela com um pedaço de carne na mão direita e rosnou. Esta atacou Suzana, mas ela simplesmente pulou para o lado e fez uma corrente de neve se petrificar e perfurar a hag. Outras duas pularam sobre ela, porém chutou-as e fez a neve restante ao seu redor rodopiar e a usou para matar as hags.

Andou em busca de Jack, ouvindo o piado distante de Fang, e então viu que uma figura misteriosa se aproximava do salamandra, observou mais um pouco e então sentiu uma leve dor de cabeça que quase a atordoou e viu que era uma hag;

–Jack!- gritou a oriental. Não poderia deixar que aqueles a qual amava sofressem mais, ele olhou e gritou para ela dizendo para parar, mas Suzana invocou a neve, canalizou-a e lançou na hag que em um gritou caiu no chão. Surpreendentemente, Jack correu ao encontro da hag caída, deixando Suzana perplexa. Quando ela ia se aproximando quase caiu no chão novamente atordoada e viu quem tinha atingido: Rose, a kitsune, estava desmaiada com uma mancha cinzenta gélida que queimava.


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Notas finais do capítulo

Obrigado