Os Guardiões - Reino dos Elementais escrita por Kai


Capítulo 19
O rejeitado e seu diário


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Desde a noite passada, Klaus não se sentia mais o mesmo. Quando saiu da casa secreta e ficou tempos tentando convencer o conselho de que queria pronunciar-se pela primeira vez como o embaixador, e que tinha temas urgentes para tratar, mas fora rejeitado. Na realidade, em toda sua vida, Klaus tinha sido rejeitado. Com o tempo que tinha ficado com os outros; Jack, Suzana,Katherine ; ele percebeu que não era o único elemental "diferente" dos demais. Jack não sabia quem eram seus pais e jamais tivera amigos, Katherine tinha buscado quase a vida inteira pelos tios e primo perdido até que achou Jack mas descobriu que seus pais tinham desaparecido e Suzana era obrigada a seguir os preceitos familiares conjurados por seus pais. No entanto, nenhum deles sabia como era ser Klaus. Klaus sempre fora considerado o gnomo "nerd" da família Wellington, mesmo Fagner e Rômulo se comportavam como verdadeiros descendentes de um dos maiores guerreiros da Guerra gnômica, e até o pequeno Adam era admirado como um bebê forte e saudável, mas e Klaus? Um garoto que vivia entre os livros, rejeitado certas vezes pelo pai, rejeitado no chalé da terra... e mais uma vez ele tinha sido rejeitado, só que desta vez pela própria amada.

O gnomo entendia que tinha ficado um período distante dos outros, e que haviam acontecido muitas coisas entre eles (como a separação de Kathe e Rose dos outros) mas por que eles tinham feito aquilo? Por que Jack e Suzana tinham mentido para Klaus? Eles eram amigos desde que tinham se conhecido, protegido uns aos outros! Klaus simplesmente não entendia. Na manhã que sucedeu o jantar no salão Magnífico, o conselho se reuniu novamente para discutir sobre o que fariam acerca de Cailleach e os renegados outrora extintos e que voltavam a vida, trazendo o significado do Samhain: o mundo dos vivos ficava próximo dos mortos já que a energia da primeira mãe aumentava, causando então um grande inverno. Segundo os guardas de Sidh, estes tinham avistado ao redor da cidade e por outros gnomos ao redor da Irlanda, seres que não eram vistos há muito tempo como hags que se alimentavam de animais mortos em florestas, sátiros tocando suas flautas e fazendo animais e pessoas começarem a agir maleficamente, grupos e mais grupos de Cernunos correndo e até Dagdas atacando vilas irlandesas de gnomos.

A decisão tomada foi que até que Cailleach e Ahura tentassem algo de proporção maior, seriam enviados grupos de soldados duendes e cluricauns para proteger e intervir no necessário. Depois da reunião, Klaus resolveu não dirigir a palavras à Jack e Suzana por um tempo até que tentassem se redimir. O gnomo simplesmente não queria ter qualquer coisa com Suzana, ele não sabia se queria ou podia, certos momentos ele achava que fora apenas paixão e não amor verdadeiro. Nâo poderia se deixar mais alguma vez pelos salamandra e ondina traidores. Em seu quarto, Klaus tinha paz.

Talvez, o único conforto que pudesse ser lhe dado seria o diário de Paracelso. Fazia tempos que não o lia nem fazia anotações para tentar desvendar a localização de alguma das relíquias ou interpretar algum de seus enigmas. Paracelso era um alquimista e uma pessoa comum, seu pai tinha sido um elemental e sua mãe uma mulher. Ele, assim como os outros elementais, chamavam esses indivíduos de abortos ou mestiços já que tinham sangue elemental, porém não podiam dominar nem ter sincronia com a natureza. O alquimista sabia disto, mas não lhe impedia de conhecer o Reino dos Elementais e aprofundar-se nos conhecimentos que lhe foram aderidos.

Seu diário era repleto de ilustrações e texto em língua elemental, a língua dos pássaros, ele mostrava os diversos lugares elementais a qual tinha ido e até mesmo fundado (como a Ilha Tartária) nos vários países que tinha ido, seu objetivo era achar alguma cura para o filho até então doente. Por ser alemão, como Klaus, sabia das histórias acerca da guerra dos gnomos (evento que aconteceu anos antes de seu nascimento) e tinha escrito sobre ele. Klaus jamais tinha visto uma riqueza de detalhes tão grande quanto aquela, o alquimista mostrava o campo de batalha, os guerreiros gnômicos e como o palácio de Waeros tinha sido construído.

A própria biblioteca teria sido ideia dele, mas os conselheiros diziam que um aborto não deveria ficar tanto tempo e por isso o expulsaram. Com isso, Paracelso dizia não gostar muitos dos leprachauns, admitindo que eram arrogantes e presunçosos. Porém, o alquimista era o responsável pela profecia dos filhos e da luz, e com isso estava preocupado com as relíquias dos imortais. Ele aparentemente tinha dedicado metade da sua vida para conferir se estavam seguras o suficiente, algumas estavam ocultas dos seus olhos (como a relíquia do ar) enquanto que a relíquia da água estava na Shambala, conservada pelo falecido Yeti. Segundo ele, a relíquia da terra era um bem maravilhosamente escondido e protegido. Klaus passava o dedo nas folhas velhas e desgastadas de papel quando leu:

"Eis que a antiga peça foi escondida e livre de abominações das mais terríveis e iníquas onde repousa o vitorioso. Seu poder foi selado no coração, e sua fortaleza tornou-se seu esconderijo. Aqueles que tentaram roubar-lhe, tiveram sua esperança e fôlego roubado. Pois a relíquia remete-se no dedo, Draupnir é seu nome e dos filhos da luz, ela é seu desejo"

Klaus estava tentando compreender o que Paracelso queria dizer. Ele sabia que a relíquia da terra era um anel pertencente a família de Waeros, o estranho, e também o fundador do conselho. Paracelso parecia dar pistas de onde seria a localização da relíquia, se aqueles que a tentaram roubar tiveram seu fôlego roubado, quer dizer que estavam mortos pelo próprio poder do anel denominado Draupnir. O gnomo lembrava que Draupnir era o nome pelo a qual o anel do deus Odin era conjurado, uma de suas maiores armas pois garantia lhe riquezas e poder de guerra. Tudo se interceptava ,na mente de Klaus. Draupnir, era a relíquia da terra, e seu poder garantia tanto poder e influência que aqueles que propriamente lhe roubavam eram mortos por meio de algo ou alguém. Paracelso tinha mencionado que os protetores das relíquias eram os devas, com isso, Klaus se perguntava o quê protegia o anel Draupnir.

Como propriamente fora mencionado, o gnomo compreendeu que a relíquia estaria contida ou escondida em uma fortaleza onde o vitorioso repousasse. O vencedor da guerra dos gnomos era Waeros, então era quase que simples adivinhar onde estava a relíquia: ela estava enterrada com o fundador do conselho e construtor do castelo.


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Notas finais do capítulo

Obrigado