Royals escrita por Brave


Capítulo 14
12 - Amor.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo especial para a Brunex Duarte, pela linda recomendação *-*



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Valentina e Aspen acordaram simultaneamente. Antes do pequeno começar a chorar, Zachary já estava de prontidão segurando o filho perto da mãe. Ela não demorou a despertar, esticou-se e ajeitou a camisola, sorrindo para o bebê. Assim que ele se acostumou e se concentrou no alimento, a ruiva se virou para o marido.

– Boa madrugada. – Brincou com a voz cansada. – Não dormiu de novo?

Ele forçou um sorriso, porém suspirou sob o olhar inquisidor da mulher.

– Temos visitas.

Ela abriu a boca para contestar, porém entendeu tudo. Crispou os lábios e fixou o olhar na parede oposta.

– Eu não sabia.

– Acredito em você. – Olhou para o filho, procurando forças.

Permaneceram em silêncio até o bebê virar o rosto e coçar os olhos, sonolento. Zachary o ajeitou para dormir então tornou a deitar com a esposa. Aproximou-a com cuidado e a aninhou em seu peito, apreciando o raro momento que possuíam sozinhos e juntos.

– Quer uma notícia boa? – Valentina perguntou se aninhando no peito dele. – Os remédios vão chegar amanhã.

– Não vão estragar? Nós temos um lugar para mantê-lo.

– Essa é a notícia não tão boa. – Seu rosto se contorceu. – Não vou esperar mais. Não sei se aguento.

Zachary não respondeu de imediato. Já haviam conversado algumas vezes sobre o tratamento dela e entrado num consenso de que este deveria esperar até a criança crescer um pouco, para não prejudicar a amamentação. Sentindo a tensão do marido, ela continuou.

– Eu conversei com o Doutor, ele já conseguiu algumas vitaminas e vai montar uma dieta para Aspen. – Ele permaneceu calado. – Não queria te deixar preocupado.

– Não é questão de me preocupar. – Suspirou, se controlando. – É o nosso filho. Eu entendo que você queira começar este tratamento, mas poderia ter falado comigo antes.

– Eu sei. – Escondeu o rosto. – Estou com medo. – Confessou com algumas lágrimas. – Não tenho nenhuma garantia de que qualquer remédio pode me ajudar e também não sei se vou poder cuidar do meu próprio filho.

– Você é Valentina Leger Schreave. – Deu ênfase no sobrenome, com uma risada nervosa ao final da frase. – Pode fazer tudo o que quiser e mais um pouco.

Valentina riu, por força do habito, sentou-se ereta e estalou alguns ossos, tornando a relaxar a postura, porém ainda mantendo-se afastada do marido.

– Eu quero você.

A princípio, ele não entendeu, contudo, quando o fez, sentou-se ao lado dela e a abraçou.

– É perigoso... – Disse num tom não mais alto que um sussurro.

– Eu sei que eu não me pareço nem de longe com o que era quando nós nos casamos, mas-

– É perigoso. – Zachary a cortou.

– Cinco meses, Zach. – A ruiva se sentou de frente a ele e segurou o rosto do marido, colando suas testas. – Não me diga que isto não o incomoda.

– É claro que me incomoda. – Não tentou se afastar, segurou os lençóis com força, controlando as mãos. – Mas não podemos arriscar.

Zachary tentou puxá-la para um abraço, porém ela se afastou, fitando-o séria. Ele soube o que a esposa pensou no momento em que seus olhares se encontraram, abriu a boca para contesta-la e a fechou em seguida, sem nada para falar.

– Quando eu aceitei essa vida, eu te pedi poucas coisas, Zachary. - Valentina falava pausadamente, contudo sua voz já estava embargada. - Uma delas era a sua fidelidade.

– Fidelidade a que? - Ele passou a mão pelo rosto, considerando o que deveria falar. - Você aceitou se casar comigo por isso. - Fez sinal ao quarto ao seu redor. - Você nunca foi minha, Valentina, não tem o direito de me pedir para ser seu.

– Mas eu pedi. E você concordou. - Tornou a deitar e virou para o lado oposto. - Me deixa descansar.

O loiro pensou em desistir e sair do quarto.

Era orgulhoso demais para ficar.

Para negar as acusações silenciosas.

Não era tão honesto ao ponto de ter que provar coisa alguma.

Não precisava ficar.

Contudo, não podia obedecê-la com tanta facilidade – esta foi a desculpa encontrada pelo Rei. Por isto, continuou sentado de cabeça baixa e começou a falar, sem saber se estava sendo ouvido.

– Eu sei que você acha que você não vai acreditar em mim. Eu nem... – Sentia-se emasculado ao confessar isto. – Sonhei com qualquer outra desde o dia do nosso casamento. – Passou a mão pelos cabelos e se deitou desconfortável. – E não foi porque você me pediu. – Prendeu a respiração. – Foi porque eu te amo.

Esperou por uma resposta, mesmo sabendo que não a teria.

Só então se retirou do aposento.

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O café da manhã foi silencioso e desconfortável. O único barulho, além dos talheres, vinha de Aurora alimentando seu filho. Maxon tentara um contato com Zachary, porém o rei estava fechado e não parecia disposto a nenhuma espécie de reunião familiar. Ele foi o primeiro a se retirar. Apenas se levantou e saiu.

Nem considerou estar sendo seguido até ouvir as batidas na porta de seu escritório.

Maxon entrou sem se anunciar.

– Não é mais o rei. – O mais novo resmungou, afundado em sua poltrona enquanto massageava as têmporas.

– Ainda sou seu pai. – Maxon respondeu severo, sentando-se de frente ao filho. – Ela vai melhorar?

Pela primeira vez, encarou o pai. Assentiu.

– Dificilmente ficará sem sequela alguma. Talvez precise de ajuda para andar ou algo parecido, mas vai sobreviver. O bebê está sugando tudo dela, então quando ele crescer um pouco, talvez já mude muita coisa.

– E você? Vai ficar com alguma sequela também?

Engoliu em seco antes de responder.

– Eu... Eu pedi por isso. Pedi que nos deixasse sermos felizes. – Maxon fez menção de interromper, porém Zachary levantou uma mão, pedindo que ele esperasse. – E você nos abandonou. Eu sei que era o certo a fazer, mas... – Soltou a respiração com força. – Senti a sua falta, pai.

Não havia nenhuma testemunha na sala.

Ninguém poderia provar que o Rei chorava.

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Ele foi ao quarto dela novamente.

O único contato que tiveram durante o dia foi através de empregados, apenas com atualizações de saúde e coisas relacionadas ao herdeiro.

E lá estava ele novamente.

Ao entrar no quarto, o nó se formou em sua garganta quando viu, próximo ao berço de Aspen, uma pequena geladeira com mamadeiras.

Ela o esperava.

Estava sentada no centro da cama, envolta pelos travesseiros mais macios de todo o reino com os olhos fechados. Não fez nenhum movimento que indicasse que percebera a presença do marido.

Após beijar o filho, ele se dirigiu à esposa.

Passou a mão pelo rosto dela e o virou para si enquanto ela abria os olhos.

Cada um passara o dia pensando no que falar, entretanto todas as palavras foram limpadas de ambas as mentes quando os olhares se tocaram.

E se apenas um toque de olhar foi o capaz de uma amnesia momentânea, imagine o que o toque daqueles lábios fez naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Antes de tudo, quero compartilhar o trailer de Royals com vocês:
https://www.youtube.com/watch?v=k_-zL_jY6rQ
(comentem o que acharam)

Enfim,
Espero que este capítulo tenha mexido com vocês tanto quanto o fez comigo :)
Beijocas
até a próxima



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