Royals escrita por Brave


Capítulo 13
11 - Lágrimas, coração e alguns problemas com oxigenação


Notas iniciais do capítulo

Depois deste título, vou me matar e vocês não vão saber o final



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A criança se acalmou no momento em que chegou aos braços do pai. O pequeno príncipe quase não conseguia respirar de tanto chorar e Zachary sabia que Valentina podia ouvi-lo, mesmo com a distância entre os quartos.

Após o parto, a rainha desenvolvera um problema com oxigenação do cérebro e mal conseguira sair da cama, empalidecera e as únicas proteínas que ainda tinha iam para o filho. Pelas recomendações do médico, deveria evitar até mesmo ficar com ele no colo, mesmo que estivesse deitada.

Isto a matava a cada dia.

E também a Zachary.

Ele tentava passar mais tempo com a criança e com a esposa, contudo ainda possuía um país inteiro para cuidar, e seu único horário livre era usado para acalmar o filho enquanto deixava a ruiva descansar.

Era este o motivo para estar acordado às duas horas da manhã. Ou era apenas o destino interferindo um pouco. Quando a criança em seu colo estava perto de adormecer, uma governanta bateu na porta e choro recomeçou.

A mulher entrou receosa, porém Zachary estava muito cansado para descontar na empregada, apenas tentou ouvi-la em meio aos gritos do pequeno. Não conseguiu entender muita coisa, apenas que o aguardavam no salão. Dispensou a mulher e voltou a se concentrar no trabalho com a criança.

Assim que ele parou de chorar e começou a respirar com calma, o Rei resolveu ir de encontro à visita. Não estranhou o horário incomum, possuía uma reunião marcada sem horário definido com o Sr. Illea, que normalmente aparecia em momentos inconvenientes e inesperados. Estava tão certo de que seria ele, que se assustou ao encontrar o pai parado em seu antigo escritório.

Maxon deixara o cabelo e a barba crescer, usava uma roupa simples de algodão e alternava o peso entre uma perna e outra. Com pouco mais de um ano longe, já perdera toda a forma que um Rei deveria assumir. Zachary o invejou.

Seu primeiro instinto foi segurar a criança com mais firmeza contra o peito. Então percebeu o quanto sentira falta do pai.

O homem se aproximou do então Rei, porém não o abraçou, suas atenções estavam todas no bebê. Este ainda não adormecera, mas o silêncio o agradava e até mesmo o fazia rir.

– Deixa eu ver ele também. – Sierra se manifestou, aproximando-se.

Só então Zachary percebeu a presença dela e de America, que se mantinha afastada, incomodada com tudo ao seu redor. Ele se abaixou um pouco, deixando a garota ver o seu sobrinho, que abriu um sorriso enorme para a ruiva, talvez notando a semelhança dela com a sua mãe.

– Ele tem os seus olhos. – Maxon soltou um suspiro, hipnotizado.

Pouco a pouco, America também se aproximava. Ele sabia que a sogra se sentia desconfortável perto de si, afinal, querendo ou não, era o pivô da separação de seus pais. Contudo, o tempo distante em conjunto com o nascimento do filho o fizeram vê-la apenas como a mãe de sua esposa. E só.

Não sentia nenhum carinho pela ruiva, porém já não guardava nenhum rancor.

– O médico não aprovaria, mas se quiser subir- Ele começou, num tom baixo para não atrapalhar o momento de calmaria da criança.

– Ela não quer me ver. – A ruiva negou com um sorriso triste. – E, pelo o que o Lorenzo falou sobre o estado dela... – Engoliu algumas lágrimas, tentando manter o sorriso. – Melhor não arriscar.

– Não está tão ruim. – Tentou passar confiança.

– Ela vai melhorar, não vai? – Sierra perguntou com a voz trêmula.

Ele não respondeu, apenas sorriu e assentiu.

Como se sentisse a tensão do pai, o bebê começou a se contorcer e reclamar.

Não foi necessário mais do que algumas carícias e duas palavras de conforto para ele voltar a relaxar, coçou os olhinhos e se aninhou ao peito do pai.

– Qual o nome dele? – A mais nova perguntou, ficando na ponta dos pés para poder vê-lo.

– Aspen. – Acariciou o rosto do filho, temeroso em olhar para o pai.

Maxon e America se olharam com carinho, cada um com uma lágrima nos olhos.

Há muito ele não fazia isto, porém Zachary se deitou ao lado da esposa naquela noite. Acariciou os cabelos dela, sabendo que já não conseguiria dormir mais e que em pouco tempo ela acordaria para amamentar o filho.

O peso que perdera em tão pouco tempo era assustador, sua aparência fantasmagórica fazia os lábios do marido tremerem num misto de angústia e medo.

“Só não diz que me ama”

Esta frase tivera mais efeito do que deveria. Ele seguia a regra à risca. Porém a cada dia se tornava mais difícil. Recusava-se a aceitar que podia perdê-la a qualquer momento, porém, acima de tudo, recusava-se a aceitar que poderia perdê-la sem falar aquelas três palavras.

Por isso, sempre que a encontrava dormindo, sussurrava perto de seu ouvido:

– Eu te amo, Valentina Purpurina.


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