Royals escrita por Brave


Capítulo 15
13 - Prêmio de consolação


Notas iniciais do capítulo

Demorei mesmo, sorry
Espero que valha a pena
#TeamMaxon



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A capa escondia a bengala e disfarçava sua dificuldade de andar, contudo ainda não o fazia no mesmo ritmo de antes. Apesar de não estar presa à cama, Valentina não se arriscava em ficar andando de um lado para o outro.

Entretanto, não era um dia lá muito comum.

O casamento de Aurora e Lorenzo.

Depois de quase dois anos com Zachary reclamando que a irmã estava sendo enrolada demais, Lorenzo finalmente fez a proposta.

A baderna no palácio não era diferente do casamento do Rei e da Rainha, apenas possuía duas crianças pequenas correndo e derrubando arranjos por todo o lugar, até Zachary se manifestar e pegar o filho e sobrinho no colo, trancando cada um em seu respectivo quarto, com corajosas empregadas para arrumá-los.

Valentina supervisionava os preparativos de perto, apesar das reclamações do marido, não queria que Aurora se estressasse com os pequenos detalhes. Apenas quando não conseguia mais andar, resolveu se retirar e deixar tudo nas mãos de uma das governantas de maior confiança.

Ao invés de começar a se arrumar, deitou-se na cama enquanto duas jovens vinham lhe massagear o pé. Não demorou muito para Zachary se juntar a esposa, ele dispensou as moças se pôs a fazer o serviço delas.

– Não acha que forçou demais hoje?

– É o casamento do meu irmão. – Ela sorriu cansada. – Tem que estar tudo perfeito.

O loiro soltou o pé e se deitou por cima de Valentina, selando seus lábios.

– Hoje pode, mas amanhã a senhora vai passar o dia na cama. – Falou sério, porém seus lábios se curvaram com malícia ao perceber o que havia dito. – E eu vou me certificar pessoalmente disso.

– Amanhã – Ela o corrigiu, apontando o dedo indicador, mas com a mesma expressão maliciosa no rosto. – o senhor terá muitos convidados para atender.

O rosto dele se contorceu numa careta.

– Você é rainha. É seu dever também.

– Não é não, fizemos um trato. Não me meto com política.

– Não é política. – O sorriso sumiu do rosto dos dois. – É família.

Valentina desviou o rosto com os olhos umedecidos.

Antes que um dos dois pudesse falar algo, houve duas batidas na porta. A mãe do Rei havia chegado.

***

A chegada de Kriss auxiliou e muito nos últimos preparativos do casamento, ela possuía uma facilidade incrível para organizar estes eventos reais, ao ponto de deixar sua nora cansada somente por observá-la.

A parte técnica já estava pronta. Decoração, ok. Etiqueta, ok. Tradição, ok.

Porém, cada parede daquele palácio poderia sentir o estresse chegando. A mídia estava pronta com matérias de eventos ainda não ocorridos, devido ao fato da Família Real ser tão quebrada e, ao mesmo tempo, tão remendada.

Apesar de tamanhas expectativas, nada ocorreu. Maxon e America foram recebidos no Palácio como qualquer outro convidado, passaram pelos fotógrafos e se sentaram na primeira fileira, tal como no casamento de seus primogênitos. Cumprimentaram a ex-mulher dele de maneira diplomática e ignoraram qualquer pessoa com um microfone.

A única coisa ruim que os jornais comentariam sobre aquele casamento seria que, nem o Rei, nem a Rainha, olharam para os pais.

***

Valentina desistiu de tentar dormir por volta das seis horas da manhã. Seu marido estava num estado de hibernação ao seu lado, transformando sua insônia em algo um tanto inútil. Levantou-se com cuidado, pegou um manto, sua bengala e saiu sem fazer barulho.

Foi à cozinha, com esperanças do preparo do desjejum já ter se iniciado. Entretanto, uma das convidadas tivera a mesma ideia e já estava sentada comendo e conversando com as empregadas.

Valentina gelou ao ver a mãe. Por um momento, achou que não estivesse tomado os remédios, já que a sensação de tontura e falta de ar a atingiu como não fazia desde antes do tratamento.

– Bom dia, Majestade. – As criadas fizeram uma reverencia, porém sua chefe não estava prestando atenção, mantinha os olhos fixos na ruiva mais velha.

– Acredito que precisamos conversar. – America se levantou, encarando a filha.

A rainha abriu a boca para negar, contudo apenas crispou os lábios em desagrado e se retirou, fazendo menção para a mãe acompanha-la. Seguiam em direção à uma sala de reuniões, porém America possuía outra coisa em mente e pediu que a mais nova a acompanhasse. Confusa em relação aos sentimentos para com a mãe, ela a seguiu.

Valentina não conseguia se concentrar no caminho que faziam, apenas percebeu que nunca havia ido àquele lado do palácio quando saíram na cobertura dele.

– Não é uma das áreas mais seguras... – America começou com um sorriso nostálgico no rosto, fechando os olhos contra o vento. – Mas é uma das mais privadas.

– Veio aqui para me contar do seu namoradinho de adolescência? – Valentina murmurou, não conseguindo aproveitar nenhuma sensação daquele lugar.

– Seu pai foi meu namoradinho e adolescência. – America se virou séria. – Ele terminou comigo para que eu me inscrevesse n’A Seleção. Eu não queria isto. – Fez um sinal com a cabeça para o seu redor. – Ele me pediu. Ele sabia que seria o melhor para minha família. Só que eu me apaixonei. E... Eu o deixei escapar. Eu pedia tempo porque eu não conseguia aceitar que todos os meus planos com Aspen eram apenas sonhos. Eu entrei neste palácio com uma vida inteira planejada então precisei abrir mão dela para algo totalmente incerto e inimaginável. – Suspirou. – Quando eu percebi que era isso que eu queria, era tarde demais.

– Não trate meu pai como um prêmio de consolação. – Cerrou os dentes, com lágrimas nos olhos.

– E como acha que ele me tratava? – America berrou, também com os olhos úmidos. Soltou a respiração e algumas lágrimas, retomou com a voz mais calma. – Ele também não me amava mais. As cartas que ele deixou para nós. – Engoliu em seco, lembrando-se também do ato que o pai fizera quando pressentiu a morte vindo. – Ele deixou uma para Lucy também. Uma das minhas criadas enquanto eu estava aqui. Dizendo que... Apesar de tudo, o coração dele sempre fora dela. – Voltou a encarar Valentina. – Eles têm uma filha. – Riu sem humor. – E ele sabia. Ele a manteve por todos esses anos. Eu posso ter pecado, Valentina, mas seu pai também não foi nenhum santo. – Sem obter resposta alguma, America se aproximou da filha e acariciou seu rosto. – Apesar de tudo, Aspen me fez a mulher mais feliz do mundo. Porque ele me deu vocês. Você, Lorenzo e Sierra são os verdadeiros amores da minha vida.

Valentina se deixou cair nos braços da mãe, entregando-se às lágrimas. Não precisava daquela bengala estúpida, tinha em quem se apoiar. Deixou-se acariciar pela mais velha, sem se lembrar de quando havia se deixado tão vulnerável assim.

Sem se lembrar de quando havia se deixado ser amada assim.


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Notas finais do capítulo

Agora, sim o The End está really chegando.
Espero que gostem ;)



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