** PDV Kel

– Você é ridículo sabia? Machista idiota! Tenho tanto direito quanto você! – Disse continuando a discussão.

– Tenho o direito de achar o que quiser – O David falou e saiu andando.

– Tem o direito de achar o que quiser porra nenhuma, e não me deixa falando sozinha imbecil. – Eu disse indo atrás dele...

Quem esse cara acha que é? Ninguém, mas absolutamente NINGUÉM, me da as costas no meio de uma discussão e acha que vai ficar por isso mesmo.

Comecei a seguir o David costurando entre as pessoas na pista de dança, acho que ele nem se quer notou que eu estava indo atrás dele e eu iria aproveitar isso a meu favor.

Não sabia direito em que direção ele estava indo, talvez estivesse indo embora. Só sei que surgiu uma parede na minha esquerda e eu tive a melhor idéia da noite. Sem pensar duas vezes apressei meu passo chegando bem perto do David.

Quando eu estava perto o suficiente usei toda a minha força e o empurrei com tudo na direção da parede, ele é bem mais alto e forte que eu, mas o fator surpresa fez com que ele se chocasse contra a parede rapidamente.

Quando ele finalmente se recuperou do susto e se deu conta do que tinha acabado de acontecer me olhou furioso.

– VOCÊ TÁ MALUCA GAROTA? - Ele gritou avançando na minha direção.

Por um momento eu achei que ele fosse me bater ou algo do tipo, mas eu continuei com a minha melhor cara de “Pode vir, não tenho medo” e não recuei de jeito nenhum.

– NÃO, EU NÃO TO MALUCA. EU SOU MALUCA MESMO! – Gritei de volta.

– Qual o seu problema em? – Ele disse depois de um longo suspiro.

– O meu problema é você achar que pode falar qualquer merda pra mim e depois sair andando. NINGUÉM me deixa falando sozinha. Ta entendendo? – Cruzei os braços.

– Não acredito nisso... Você me seguiu até aqui e me empurrou contra uma parede desse jeito só porque eu te deixei falando sozinha? – Ele disse irritado.

– Pode acreditar... – Dei de ombros.

– Você precisa se tratar! – Ele bufou.

– E você precisa aprender a ser educado! – Rebati.

– Ah claro... Porque empurrar as pessoas é uma atitude muito educada da sua parte. – Ele riu irônico.

– Eu não teria te empurrado se você não tivesse me deixado falando sozinha. Uma atitude leva a outra. – Revirei os olhos.

– Ta bom, eu te deixei falando sozinha e você me empurrou. Estamos quites! Será que dá pra eu ir embora agora? - Ele bufou.

– Claro que não... Eu não terminei de falar. Qual é, você praticamente falou que eu sou uma piranha só porque peguei vários caras. Você acha que é certinho só porque passou a noite toda com uma garota só? Como era o nome dela mesmo? Sil alguma coisa... – Dei de ombros.

– Summer... – Ele corrigiu.

– Tanto faz o nome dela. Isso não vem ao caso. O negócio é que você pode ficar com uma garota qualquer que você nunca viu na vida e eu não? Sabe o quanto ridículo é isso? – Falei e ele começou a rir.

– Você estava com ciúmes da Summer ontem não estava? Por isso ficou daquele jeito e saiu pegando todos os caras que via pela frente. – Ele disse assim que parou de rir.

– Como? Eu? Ciúmes? Dela com você? Mais é muita viagem mesmo viu... Se toca David... – Disse irritada.

– Admite Raquel... Você ta caidinha por mim. – Ele deu um passo pra frente ficando bem perto de mim e eu ri.

– Nunca! – Disse tentando me afastar mas ele foi mais rápido e me segurou pelo braço.

Em um movimento rápido ele me virou, soltei o meu braço e fui caminhando para trás, PÉSSIMA IDÉIA. Acabei batendo as costas na parede (que inútil, eu esqueci que essa droga estava aqui).

– Ah você está muito caidinha por mim... – Ele disse colocando os braços na parede em volta de mim.

Ótimo Raquel, você está encurralada, se vira agora...

– Só acho que seria o contrário. Mas não fica assim não, muitos caras não resistem ao meu poder de sedução. Um dia você supera... – Disse séria e ele riu.

– É talvez seja isso mesmo... – Ele me encarou.

– Você é tão ridícu... -

Não tive nem tempo de terminar a frase, ele simplesmente me beijou. Não sabia o que fazer, primeiro tentei bater contra o seu peito tentando me livrar dele mas isso só fez com que ele me agarrasse com mais força.

Eu sabia que não podia vencê-lo na força bruta, então teria que ser inteligente...

Finalmente deixei ele me beijar e até que não foi nada ruim, era um beijo agressivo no começo, mas foi ficando mais calmo e ele foi finalmente me soltando aos poucos. A hora perfeita...

Deslizei minhas mãos até os seus ombros e de repente o empurrei com toda a minha força o pegando de surpresa. Então finalmente consegui me livrar dele dando um belo de um tapa na sua cara logo em seguida.

– QUAL É O PROBLEMA AGORA? – Ele gritou passando a mão onde eu tinha acertado.

– NUNCA... MAS NUNCA MESMO... Me interrompa no meio de uma frase. – Disse séria.

– Você é inacreditável! – Ele bufou irritado.

– Eu sei! – Fiz o meu melhor sorriso sínico.

– Maluca!

– Idiota!

– Teimosa!

– Metido!

– Marrentinha!

– Cafajeste!!

– Você gosta desse cafajeste aqui...

– Talvez eu goste...

Então eu fiz uma coisa que eu nunca pensei que faria. Puxei aquele idiota pela gola da camisa e nos beijamos, dessa vez um beijo de verdade. E tenho que confessar... O filho da mãe beija MUITO bem!

Acho que mais difícil do que admitir que você odeia uma pessoa, é admitir que na verdade esse ódio todo pode se transformar em uma vontade louca de agarrar a pessoa e não soltar nunca mais.

** PDV Dani

[...]

– Eu estou ficando preocupada com aqueles dois... – Falei.

– Eu estou ficando é Bêbada e não idiota. Para de se preocupar, eles estão ótimos. – A Lary falou dando de ombros.

– Daniele supera essa, eles sumiram por uma hora e meia, se não se mataram estão se pegando, se não estão SE pegando, estão pegando outras pessoas... – O Logan falou fazendo o Petter rir.

– Eu voto na opção “se pegando” olha quem está vindo ali... – O Petter apontou pra algum lugar atrás de mim.

Eu me virei e vi uma coisa que nunca imaginei presenciar, o David e a Raquel vindo na nossa direção bêbados, sorridentes e aos beijos. Calma aí que meu cérebro bugou produção... Não é que o Logan estava certo.

– Aê!!!! Casalzinhoo! Isso merece uma foto! – A Lary disse pegando a máquina.

Então o David virou a Kell e deu um baita beijo nela em quanto a Lary tirava a foto.

– Ficou maravilhosa! – A Lary disse rindo.

– Estou me sentindo meio de vela, e você Dani? – O Petter perguntou rindo.

– Eu sei como é... Mas tudo bem... Tenho meu noivo me esperando. – Dei de ombros.

– Digo o mesmo... Quer dizer... Só que noiva no meu caso. – Nós rimos.

– Gente acho que já ficamos muito tempo aqui, vamos dar uma volta? – A Kell perguntou depois que ela se desgrudou do David.

– BORA!! – Todos concordaram.

[...]

– Eu não vou tomar esse negócio. Vocês só podem estar ficando malucos – Eu insistia em discordar dessa loucura.

Passamos em frente ao Nacho Daddy e demos de cara com uma garçonete segurando uma bandeja com alguns copinhos de shot. Mas não era um shot de vodka comum e sim um shot com um pequeno escorpião dentro, sim cara um ESCORPIÃO! E esses malucos querem tomar... Preciso arrumar novos amigos...

– Qual é Dani... Vai ser legal – A Lary falou animada.

– Vamos querer seis... – O David falou dando o dinheiro pra garota.

– Legal? LEGAL? Não tem nada de legal nisso... – Apontei pro escorpião no fundo do copinho.

– Relaxa... A Moça falou que eles tiraram o ferrão! – O Logan tentou me acalmar.

– A NOSSA... Isso ajuda muito. – Revirei os olhos.

– Para de ser frouxa Daniele, pega essa porra agora! Vamos virar todos de uma vez – A Raquel falou e todos pegaram seus copos, inclusive eu.

– Eu não consigo... – Insisti.

– Consegue sim... Vamos! No Três! – O Petter falou e eu olhei pra ele com uma cara do tipo “Até tu??”.

– Um! – A Lary iniciou a contagem.

– Dois! – Foi a vez do Logan.

– TRÊS! – O David disse por fim.

Os caras viraram o copo de uma só vez sem nem pensar. A Kel também foi outra que nem pensou, já a Lary respirou fundo...

– Ai meu deus!!! – Ela gritou e virou o copinho.

Então restou eu...

– DANIELE, DANIELE, DANIELE!! – Eles começaram a gritar.

– EU ODEIO QUANDO VOCÊS FAZEM ISSO!!!!! – Gritei de volta e sem pensar duas vezes virei o copo na mesma hora em que a Kell tirava uma foto minha.

Não tenho como descrever como foi, eu senti o escorpião descendo garganta a baixo junto com a vodka, a sensação era um misto de desespero e adrenalina, mas no final fiquei orgulhosa por ter conseguido.

– UHUUUUUUUUL!!! – Todos comemoramos.

– Somos mesmo uns malucos! – Falei rindo...

– E você ainda tinha dúvidas? – A Lary perguntou.

– Jamais! - Nós rimos.