A noite caiu novamente. Estava muito frio, a tomava cuidado com a criança, por mais que eu tentasse ser positiva, ela estava morta...

Eu entrei em um dos quartos, o oriental, pois se algo aparecesse, tinha muitos lugares para esconder.

Eu tentei ficar acordada em alerta, porém logo caí no sono.

Acordei com o garoto me balançando:

–Ei, acorde, tem algo se aproximando! - Eu quase gritei de susto - Espere, não grite, ela irá nós ver!

Eu e ele nós escondemos, cada um em um lugar, pois o espaço era estreito. Espero que ele não me ache...

Eu estava dentro do armário, e estava ouvindo passos se aproximarem.

De repente algo abriu a porta onde estava, senti uma dor de cabeça e minha vista foi ficando preta, enquanto era arrastada pela mansão.

Acordei em uma sala. Vi Tomas na outra sala afiando a faca. Tinha que sair de lá rápido.

Enquanto tentava arrebentar o material duro, que imaginava ser um cinto ou algo assim, pensei na criança... Onde ela estava?

Era duro demais, mas ainda podia ser arrancada. Continuei tentando, que por fim o pedaço de cinto cedeu.

Logo em seguida desmanchei meus pés. Tomas havia saído. Me pergunto para quê e quando ele iria voltar.

Tentei abrir a porta, estava trancada, não havia outra saída além da tubulação, que era muito alta. Arrastei a cadeira onde eu estava presa minutos antes, para tentar subir e abri-la. Era muito pesada, mas por fim consegui.

Desparafusei os pregos da tubulação com uma chave de fenda que encontrei embaixo na cadeira. Subi e consegui entrar lá dentro.

Não dava para continuar, fazia muito barulho e logo descobririam onde eu estava, desci na primeira cômoda que havia. Era... Uma prisão?

Me perguntava onde estava... Eu saí da mansão? Ou será que era apenas uma passagem subterrânea.

–Merda... - Deixei escapar ao cair e cortar de leve meu braço.

O lugar estava cheio de celas, com esqueletos. Gabriel apareceu ao meu lado, me assustando. Parecia que o mais assustado era ele.

–Este... Este lugar... Ele... - Gabriel estava chocado demais para completar a frase. - Sinto uma memória perdida aqui.

–Memória? - Indaguei.

–Sim, esta mansão é diferente, é ligada ao submundo. Se você encontrar algo extremamente importante para uma pessoa, você consegue ver alguma memória ligada ao objeto.

–Isto não é meio fantasioso? - Perguntei.

–Você está em uma mansão assombrada, com uma criatura te perseguindo e está acompanhada por um fantasma, nada é mais fantasioso que isto.

Fiquei calada, mesmo ele sendo uma criança deu uma resposta humilhante...

Segui em frente, era apenas em linha reta, que levava a um corredor sem saída. Havia uma passagem que eu não tinha visto.

Resolvi checar dentro das celas.