Saí e segui um corredor intenso, parecia que não havia fim. Ao lado havia três portas. Ao lado estava escrito: O que os olhos não vêem o coração não sente.

O que aquilo queria dizer? Comecei a observar as portas, e notei que cada uma havia uma imagem, porém era quase indescritível o que havia em cada uma. Mesmo assim deduzi que aquilo simbolizava doenças, não tinha certeza.

Uma delas parecia a peste negra, a outra, deduzi que era a Síndrome de Marfan, em seguida uma que devia ser problema de coração, e outra um problema nos olhos.

Tentei utilizar as duas ultimas imagens para abrir uma quinta porta. Eu não sabia onde esta estava, mas sentia no fundo que estava no local.

Não achava exatamente que o problema era a porta, e sim as duas imagens. A peste negra não podia ser. Só restou a Síndrome de Marfan, se bem, me lembro de que ela atingia tanto músculos, esqueletos, olhos, coração e vasos sanguíneos. Senti uma ponta de esperança me dominar, e peguei a imagem, colocando-a na runa, seu devido lugar.

Ouvi uma porta se abrir, em algum lugar ao fundo.

Voltei até o fundo, havia uma porta, e um elevador. O elevador estava quebrado, ou melhor, não havia elevador, só o buraco deste. A minha saída era a porta.

Notei uma sombra aproximar-se. Era ele. O monstro acordou raivoso, com a tesoura ainda em sua nuca. Ele retirou, deixando o machucado profundo à mostra, e tentou me cortar com esta. Desviei, por sorte. Ele bloqueou a porta. Se eu voltasse ele apenas me perseguiria, e eu ficaria sem saída. Tudo que eu podia fazer era me jogar no buraco do elevador e esperar ter a sorte de não morrer. Foi exatamente isto que fiz.

Desmaiei, acordando minutos depois. Olhei para cima, eu havia caído. Estava presa.

Comecei a olhar em volta, vários esqueletos. Apenas isto, exceto por uma rachadura na parede. Tinha sido coberta por tijolos recentemente. Se eu achasse uma pá no meio dos esqueletos, poderia sair.

Procurei, não achei nada além de um pedaço afiado (bem pequeno) de metal. Era o que podia usar.

Dentro de três dias finalmente terminei de retirar os tijolos, se tivesse uma pá teria sido em algumas horas. Ao menos abri caminho.

Estava com fome, a última vez que comi foi a cinco dias, meu corpo estava ao limite.

Estava tonta e cambaleando, ainda mais depois de tanto trabalho para retirar os tijolos da parede.

Cheguei a uma sala que parecia a cozinha. Olhei na geladeira, tinha pedaços de carne congelados.

Para me segurar de que não estava envenenado, coloquei a mão em uma rachadura, a procura de ratos. A casa era velha, só naquele buraco havia três. Peguei um, quase aos vômitos. Abri a carne e tirei um pedaço, dei um pedaço para o rato, que segundos depois caiu morto. Que sorte de ter me certificado antes.

Fiz isto com outros alimentos e com os outros ratos. A única coisa segura que não se mostrou envenenada, foi alguns pedaços de vegetais, velhos. Tive que comer, estava nojento de tão antigos, mas satisfez minha fome.

Descansei e saí de lá. Logo a minha frente estava o monstro, me esperando. Com a tesoura ele deu um rápido golpe em meu pescoço. Eu teria morrido, se aquele espectro(fantasma) não tivesse entrado na minha frente.

O mais assustador, o fantasma... Se parecia... Com minha mãe... Não, eu tinha certeza... Era ela!