POV Rosa

–Então, é hora da verdade. Podem começar a contar.

Meu coração pareceu parar de bater. O que iríamos dizer para eles?

O problema maior, eu tenho certeza, nem seria o fato de eu e Alvo estarmos namorando escondidos, mas sim, o fato de termos namorados e estarmos traindo-os.

–Hora da verdade? – falou Harry. – O que estão nos escondendo?

–No dia da festa, encontramos esses dois aos beijos. Estavam escondidos em uma sala, mas sabemos que tem muito mais por trás disso. – falou minha mãe. Meu pai e meu tio nos encaravam com olhos que pareciam que iam saltar do rosto.

–Como é? – começou meu pai. – Do que você está falando? Que história é essa Rosa? Você e Alvo? Mas vocês são primos!!

O que eu temia aconteceu. Não me importava tanto que minha mãe soubesse, mas meu pai, apesar de sempre ter sido um herói para mim, jamais aceitaria isso. Não que ele não gostasse de Alvo, muito pelo contrário, mas ele era ciumento e Alvo era meu primo, mas a única coisa que eu não queria era descobrir sua reação quando soubesse de Alex e o que eu havia feito.

–Ok, pai, mãe, tios, vamos contar toda a verdade. – falei por fim.

–Sim, vamos contar, mas pedimos que nos deixem contar a história sem interrupções, afinal queremos defender nosso lado. – completou Alvo.

Então contamos tudo o que havia acontecido. Eles não nos interromperam nenhuma vez, apenas meu pai e Harry fizeram menção, mas foram contidos pelas esposas. Contamos desde o flagra de Alvo e Luana, minha briga com ele, meu envolvimento com Alex, às pazes, nosso primeiro beijo, o romance escondido até o acontecimento da festa.

Quando falamos de Alex e Luana, nossos pais pareciam prontos para dar um castigo e não adiantou de nada explicar. Enquanto contava, lágrimas marejaram meus olhos, pois percebi como eu estive errada esse tempo todo. Eu decepcionei meus pais. Não me arrependo de ter namorado com Alvo, mas me arrependo de ter traído meu namorado, afinal ele continuava o mesmo garoto que fora quando nos conhecemos. Agora, eu teria que encarar o repudio e a raiva em seus olhos.

–Bom, estou realmente decepcionada com você Rosa – falou minha mãe – por isso, você está proibida de encontrar-se com Alvo até terminar seu namoro com Alex. Depois disso, vamos pensar no que fazer e nem pensem em fugir, pois estamos de olho em vocês. Você vai terminar com Alex assim que o vir, quando chegar a Hogwarts. Nos quatro vamos jantar lá para celebrar o reinício das aulas. Enquanto isso, durante as férias, vocês só se encontrarão se um de nós estiver junto.

–Não queremos ser duros nem nada assim, mas acho que isso será o melhor. – Falou Gina. - Não vamos dizer que aprovamos nem que não aprovamos, mas pelo menos durante as férias não se encontrarão mais como um casal. E Alvo, você também terminará com Luana se quiser namorar Rosa algum dia.

–A decisão é de vocês. – meu pai tomou a palavra. Sua reação foi melhor do que eu imaginara. Ele assentiu o tempo todo concordando com o nosso castigo. Mas eu sabia que merecia. – Quanto mais adiarem, mais tempo ficarão separados.

–Além disso, são muito jovens, quem garante que o namoro de vocês durará? – falou Harry. – Não me interpretem mal porque existe amor entre amigos sim – disse lançando um olhar sugestivo para meus pais. – só estou querendo dizer, que se realmente se amarem, vamos permitir o namoro, mas antes precisarão provar, começando com a parte de terminarem o namoro para poderem ficar com a consciência mais leve.

Eu Alvo não proferimos uma palavra enquanto eles falavam. Percebi que Alvo estava tão arrependido quanto eu de não termos terminado com Alex e Luana antes. Mas aqui estávamos nós, sem sabermos quando nos veríamos de novo ou se poderíamos ter um futuro juntos um dia.

Nunca me senti tão mal, mas aceitei as condições de meus pais, pois afinal, ainda havia uma pequena chance de eles aprovarem.

Mas e se não aprovassem?

Eu não saberia viver sem Alvo. Meu coração era dele. Eu não conseguiria ser feliz com mais ninguém. Pensar nessa possibilidade me deu vontade de chorar.

Segui com meus pais de volta para casa. Fomos pela Rede de Flu e fui a primeira a chegar em casa. Meu irmão veio atrás de mim e minha mãe chegou logo em seguida. Já tinha me esquecido da presença de meu irmão.

Mesmo estando um pouco irritada com minha mãe a abracei. Eu sabia que ela sempre estaria ao meu lado, não importava o que acontecesse e eu a havia decepcionado tanto. Comecei a chorar.

–Desculpe mãe. Desculpe por ter escondido isso. Eu sei que errei, mas não me afaste de Alvo. Por favor.

Hugo olhava para mim com olhos arregalados. Tinha certeza que ele estava morrendo de curiosidade, se é que já não sabia da história. Mas não me importava.

–Rosa. Não chore. – falou com uma voz tranquilizadora e calma. - Eu desculpo você, mas continuo pensando do mesmo jeito.Não vou ir contra seu pai ou seus tios. Além disso, concordo com eles. Sinto muito se isso será difícil para você, mas será melhor assim, você verá.

Deu-me um beijo na testa. Meu pai chegou. Sua expressão não era irritada, e sim compreensiva. Não resisti e o abracei também pedindo desculpas pelo que havia feito. Ele me abraçou apertado dizendo que me desculpava.

Eu não merecia os pais que tinha.

Fui para meu quarto e joguei-me na cama. Chorei até adormecer.

Enquanto dormia, sonhei que estava caminhando pelos corredores de Hogwarts rumo ao jardim. Os corredores estavam desertos, como se todo mundo estivesse de férias.

Quando sai para os jardins, a única coisa que eu via eram duas pessoas sentadas na grama. Uma garota loira de cabelos longos e lisos usando vestes da Sonserina e um garoto de cabelos escuros com vestes da Grifinória. Algo me dizia que eu os conhecia, mas só depois de um tempo olhando-os, percebi que eram Luana e Alex.

Eles levantaram-se rindo, ela virou-se para ele e o beijou. Isso me surpreendeu. O que eles estavam fazendo? Eles se afastaram e pude escutar Alex dizendo:

–Então, nosso plano está pronto. Preparada?

–Com certeza. Eles vão nos pagar. – pude ouvi-la responder. Sorriram um para o outro e o sonho se desfez.

Acordei assustada perguntando-me o que aquilo significava.