Ver a Alma escrita por Kah Almeida
Notas iniciais do capítulo
Desculpem pela demora...
- Quem é você?
- Onde está a minha educação? Prazer, meu nome é Byron.
- O que tu queres comigo?
- Agora tu que estás sendo mal educado, tu deverias dizer que é um prazer me conhecer, tentar encontrar interesses em comum comigo. Seus pais não lhe deram educação? – Byron perguntou, com um sorriso maldoso no rosto.
- Em situações normais, eu faria isso, mas como no momento eu estou amarrado e com muita dor de cabeça, já que os seus capangas me bateram, eu acho que esse caso é uma exceção as regras de etiqueta.
- Muito bem observado. Nisso tu és bem parecido com a tua irmã, ela também é muito observadora, até demais eu diria.
- De onde tu conheces a minha irmã?
- Temos o mesmo circulo social. Chega de perguntas por hoje. Eu estou com fome. Tu também?
- Não. – Só que o estomago resolveu desmenti-lo e roncou bem na hora, fazendo um barulho estrondoso.
- Seu organismo não diz o mesmo. Venha, vamos comer. Rapazes, desamarrem o garoto.
Os outros lobos fizeram o ordenado sem questionar. Levaram Luigi até a mesa e o sentaram em uma cadeira.
- Eu poderia ter feito isso.
- Os meus rapazes são muito solícitos, aqueles a quem eles querem agradar é claro. Parece que eles gostaram de ti.
- Claro, gostaram tanto que até me bateram.
- Oras meu caro, foi uma surra educativa.
- Se rir não doesse tanto, eu estaria as gargalhadas agora. O que você quer dizer com isso?
- Tu nem desconfias qual seja o motivo de ti estar aqui?
- Não.
- Sua irmã.
- Não entendi.
- Sua irmã e o romancezinho dela com o Aliakyn.
- O que eles têm a ver comigo?
- Simples, tu és a coisa mais importante da vida dela. Então, para te ter de volta ela vai ter que abrir mão dele.
- Hahaha. Tu és um cara bem engraçado, sabia?
- Byron, sem querer atrapalhar, mas já atrapalhando. Nós temos que comer logo, a comida está esfriando.
- Bem lembrado. Sirva-se, Luigi.
- Como tu sabes meu nome? E eu não vou comer, vocês já me bateram, podem muito bem ter envenenado a comida.
Ele recebeu um tapa na cabeça.
- Ai. Porque você fez isso?
- A comida é sagrada, nos nunca íamos fazer isso.
O guri que disse isso pegou um pedaço de peixe e o mordeu, entregando logo depois para Luigi.
- Muito bem, Solfieri. Agora, comam.
Todos começaram a comer, inclusive Luigi. Por incrível que pareça, a refeição foi agradável, Luigi até riu com os lobos, descobriu o nome deles. O que parecia ser o mais velho era o Johann, o moreno de olhos verdes era o Bertram, o mais bonito deles, e quem deu um tapa em Luigi, era Solfieri, Claudius era o mais novo e também o mais alto e o tímido era o Hermann. Todos eram muito bonitos, eram chamados de lobos por terem a força de um e por poderem se transformar em lobos, eles pareciam ‘normais’ na maior parte do tempo, tirando quando Solfieri amassou uma colher porque Luigi disse que ele era muito bonito.
- Essa colher era nova. PQP. Se tu ficou nervoso por causa do elogio espera chegar à noite e leva ele pra um quarto. Não fica destruindo a louça da casa.
- Bertram! Já lhe disse para guardar os seus comentários só para ti.
- Desculpa, mas é a verdade.
Byron riu, e logo depois todos os outros começaram a rir também, Solfieri ficou extremamente vermelho por causa dos comentários a respeito dele, mas nem por isso perdeu o bom humor.
- Luigi, está na hora.
- De que?
- Meu caro, pode não parecer, mas isso é um cativeiro. Prendam-no novamente rapazes.
A noite caiu...
- Onde ele está? Nós já procuramos por todos os lados.
- Não sei, mas continue procurando.
- Carol, já te informaram que é noite?
- O meu irmão está perdido por aí, não me interessa que um cometa esteja caindo na Terra. Vamos continuar procurando por ele.
Houve um barulho no meio das árvores. E logo apareceu Aliakyn.
- Procurando por ele quem?
- Aliakyn...
Carol se jogou nos braços dele, mas ele nem se mexeu.
- Eu senti tanto a sua falta.
- É mesmo? – Ele era completamente frio.
- Desculpa.
Ela estava chorando.
- Pelo que?
- Eu tive que ir embora. Mas agora...eu...eu não...foi idiotice...é tudo minha culpa...
- Se tu quisesses não teria ido. E já se passou um bom tempo, eu te procurei todos os dias, esperei por você todos os dias. Tentei me convencer que nada tinha acontecido, que tu não tinhas me abandonado.
- Eu pedi...pedi pro Lu...eu pedi pra ele que...que viesse aqui...viesse até aqui pra te avisar...que...que eu fui embora...e tentar...tentar te explicar os motivos...agora ele está perdido...e a culpa é toda minha...
Ela quase não conseguia falar, chorava compulsivamente.
- Como assim ele está perdido?
- Nós estamos procurando a um bom tempo por ele, mas nem sinal. – Disse Peter.
- Eu tenho quase certeza que sei onde ele está, mas eu espero estar errado.
Peter e Carol seguiram Aliakyn, entraram na floresta, subiram a montanha, e andaram pela floresta mais um pouco. Quando o sol estava quase nascendo eles chegaram a uma cabana, Aliakyn pediu para que o s outros dois esperassem ali, no meio das arvores. A casa estava silenciosa e a porta estava aberta.
- Ele sabe...
Aliakyn entrou na casa e logo viu os cinco lobos dormindo, Luigi preso numa ‘gaiola’ e Byron sentado na poltrona lendo.
- Bom dia, Aliakyn. Tu demorou pra chegar.
- O que significa tudo isso? O que o Luigi está fazendo aqui?
- Ora meu caro, um de nós dois tem que ter juízo, um de nós tem que pensar nas diferenças entre as espécies.
- Solta ele.
- Não. Ele é fundamental para o meu plano.
- SOLTA ELE!
Com esse grito os lobos acordaram, e eles não gostaram nem um pouco, quatro deles se jogaram em cima de Aliakyn.
- Diga aos seus capangas pra me soltarem.
- Desculpe, mas eles não são meus capangas e, mesmo que fossem, eu não diria para eles te soltarem. Tu conheces as regras.
- Eles acordaram porque quiseram.
- A comida e o sono são sagrados. E tu desobedeceu essa regra e os acordou.
- ME SOLTEM! AIII
Hermann acertou a cabeça de Aliakyn. Carol ouviu o seu amado gritando de dor e resolveu, mais uma vez, desobedecê-lo e foi até a cabana. Ao entrar o encontrou caído no chão, percebeu logo que não teria chance de lutar contra seis lobos. Byron viu que ela havia percebeu a besteira que havia feito ao entrar na cabana.
- Desculpe, querida. Mas agora já é muito tarde para se arrepender.
- Nós estávamos esperando por ti, milady.
Claudius fez uma reverencia ao dizer isso.
- Claudius, Hermann e Solfieri, peguem o outro que está escondido lá fora. Bertram leve o guri pro quarto. E Johann leve o Aliakyn até o porão. Eu cuido da moça.
- Byron...
- O que foi, Solfieri?
- Será que eu posso trocar com o Bertram?
- Tu queres levar o guri para o quarto?
Todos os lobos olharam pra Solfieri e deram um sorriso malicioso, ele ficou muito vermelho, e não conseguiu responder, apenas balançou afirmativamente a cabeça.
- Se o Bertram não se importar.
- Bertram? Meu irmão, por favor.
- Tu resolveste apelar pros laços sanguíneos? Quer dizer que tu realmente quer muito isso.
- Quero. – Respondeu Claudius num sussurro.- Ele é um cara legal e eu sei que tu fica meio violento quando está entediado, não quero que ele se machuque.
- Vou fingir que acredito que esse é o único motivo. Mas já que tu és o meu irmão caçula, eu vou deixar. Claudius, Hermann, vamos atrás do outro.
Eles saíram da sala numa velocidade incrível. Solfieri pegou a gaiola de Luigi e a levou para um dos quartos, trancando a porta ao entrar. Johann pegou cordas e um arame e levou Aliakyn para o porão. Byron se aproximou de Carol segurando os braços dela.
- Me solta.
- Como tu és violenta.
- Tu só podes estar brincando, tu que prende o meu irmão, bate no Aliakyn e prende os meus braços, e EU que sou violenta?
- A culpa disso tudo é sua. Foi tu quem começou com essa guerra.
- Eu sabia que tu não era muito normal. Mas isso já é exagero.
- Foi por causa do seu romancezinho que tudo começou.
- O que tu queres dizer...
- Byron? Já pegamos o outro.
- Seus imbecis, eu falei pra não baterem nele.
- Mas nós não batemos.
- COMO NÃO? ELE ESTÁ DESACORDADO.
- Sim, mas isso foi de medo, nós chegamos nele e ele começou a gritar. Quando realmente PEGAMOS ele, ele desmaiou.
- PETER!
Carol olhou para o amigo pálido e desacordado, começou a se desesperar, chorava compulsivamente.
- Levem-na.
Claudius pegou-a no colo, apesar dos protestos e levou-a a um quarto. Jogou-a na cama e trancou a porta.
- Tenha uma boa noite, milady. Aproveite bem essa noite. Pense que todos o que tu amas estão vivos e dormindo embaixo do mesmo teto que tu. É uma noite única, não posso garantir que vai acontecer novamente.
Deu um sorriso maldoso, abrir a porta e saiu, deixando Carol jogava na cama, chorando e pensando que aqueles que ela tanto amava estavam correndo o risco de morrer.
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