Ver a Alma escrita por Kah Almeida


Capítulo 8
Confissões


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora...



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- Quem é você?


            - Onde está a minha educação? Prazer, meu nome é Byron.


            - O que tu queres comigo?


            - Agora tu que estás sendo mal educado, tu deverias dizer que é um prazer me conhecer, tentar encontrar interesses em comum comigo. Seus pais não lhe deram educação? – Byron perguntou, com um sorriso maldoso no rosto.


            - Em situações normais, eu faria isso, mas como no momento eu estou amarrado e com muita dor de cabeça, já que os seus capangas me bateram, eu acho que esse caso é uma exceção as regras de etiqueta.


            - Muito bem observado. Nisso tu és bem parecido com a tua irmã, ela também é muito observadora, até demais eu diria.


            - De onde tu conheces a minha irmã?


            - Temos o mesmo circulo social. Chega de perguntas por hoje. Eu estou com fome. Tu também?


            - Não. – Só que o estomago resolveu desmenti-lo e roncou bem na hora, fazendo um barulho estrondoso.


            - Seu organismo não diz o mesmo. Venha, vamos comer. Rapazes, desamarrem o garoto.


            Os outros lobos fizeram o ordenado sem questionar. Levaram Luigi até a mesa e o sentaram em uma cadeira.


            - Eu poderia ter feito isso.


            - Os meus rapazes são muito solícitos, aqueles a quem eles querem agradar é claro. Parece que eles gostaram de ti.


            - Claro, gostaram tanto que até me bateram.


- Oras meu caro, foi uma surra educativa.


- Se rir não doesse tanto, eu estaria as gargalhadas agora. O que você quer dizer com isso?


- Tu nem desconfias qual seja o motivo de ti estar aqui?


- Não.


- Sua irmã.


- Não entendi.


- Sua irmã e o romancezinho dela com o Aliakyn.


- O que eles têm a ver comigo?


- Simples, tu és a coisa mais importante da vida dela. Então, para te ter de volta ela vai ter que abrir mão dele.


- Hahaha. Tu és um cara bem engraçado, sabia?


- Byron, sem querer atrapalhar, mas já atrapalhando. Nós temos que comer logo, a comida está esfriando.


- Bem lembrado. Sirva-se, Luigi.


- Como tu sabes meu nome? E eu não vou comer, vocês já me bateram, podem muito bem ter envenenado a comida.


Ele recebeu um tapa na cabeça.


- Ai. Porque você fez isso?


- A comida é sagrada, nos nunca íamos fazer isso.


O guri que disse isso pegou um pedaço de peixe e o mordeu, entregando logo depois para Luigi.


- Muito bem, Solfieri. Agora, comam.


Todos começaram a comer, inclusive Luigi. Por incrível que pareça, a refeição foi agradável, Luigi até riu com os lobos, descobriu o nome deles. O que parecia ser o mais velho era o Johann, o moreno de olhos verdes era o Bertram, o mais bonito deles, e quem deu um tapa em Luigi, era Solfieri, Claudius era o mais novo e também o mais alto e o tímido era o Hermann. Todos eram muito bonitos, eram chamados de lobos por terem a força de um e por poderem se transformar em lobos, eles pareciam ‘normais’ na maior parte do tempo, tirando quando Solfieri amassou uma colher porque Luigi disse que ele era muito bonito.


- Essa colher era nova. PQP. Se tu ficou nervoso por causa do elogio espera chegar à noite e leva ele pra um quarto. Não fica destruindo a louça da casa.


- Bertram! Já lhe disse para guardar os seus comentários só para ti.


- Desculpa, mas é a verdade.


Byron riu, e logo depois todos os outros começaram a rir também, Solfieri ficou extremamente vermelho por causa dos comentários a respeito dele, mas nem por isso perdeu o bom humor.


- Luigi, está na hora.


- De que?


- Meu caro, pode não parecer, mas isso é um cativeiro. Prendam-no novamente rapazes.


A noite caiu...


 


- Onde ele está? Nós já procuramos por todos os lados.


- Não sei, mas continue procurando.


- Carol, já te informaram que é noite?


- O meu irmão está perdido por aí, não me interessa que um cometa esteja caindo na Terra. Vamos continuar procurando por ele.


Houve um barulho no meio das árvores. E logo apareceu Aliakyn.


- Procurando por ele quem?


- Aliakyn...


Carol se jogou nos braços dele, mas ele nem se mexeu.


- Eu senti tanto a sua falta.


- É mesmo? – Ele era completamente frio.


- Desculpa.


Ela estava chorando.


- Pelo que?


- Eu tive que ir embora. Mas agora...eu...eu não...foi idiotice...é tudo minha culpa...


- Se tu quisesses não teria ido. E já se passou um bom tempo, eu te procurei todos os dias, esperei por você todos os dias. Tentei me convencer que nada tinha acontecido, que tu não tinhas me abandonado.


 - Eu pedi...pedi pro Lu...eu pedi pra ele que...que viesse aqui...viesse até aqui pra te avisar...que...que eu fui embora...e tentar...tentar te explicar os motivos...agora ele está perdido...e a culpa é toda minha...


Ela quase não conseguia falar, chorava compulsivamente.


- Como assim ele está perdido?


- Nós estamos procurando a um bom tempo por ele, mas nem sinal. – Disse Peter.


- Eu tenho quase certeza que sei onde ele está, mas eu espero estar errado.


 


Peter e Carol seguiram Aliakyn, entraram na floresta, subiram a montanha, e andaram pela floresta mais um pouco. Quando o sol estava quase nascendo eles chegaram a uma cabana, Aliakyn pediu para que o s outros dois esperassem ali, no meio das arvores. A casa estava silenciosa e a porta estava aberta.


- Ele sabe...


Aliakyn entrou na casa e logo viu os cinco lobos dormindo, Luigi preso numa ‘gaiola’ e Byron sentado na poltrona lendo.


- Bom dia, Aliakyn. Tu demorou pra chegar.


- O que significa tudo isso? O que o Luigi está fazendo aqui?


- Ora meu caro, um de nós dois tem que ter juízo, um de nós tem que pensar nas diferenças entre as espécies.


- Solta ele.


- Não. Ele é fundamental para o meu plano.


- SOLTA ELE!


Com esse grito os lobos acordaram, e eles não gostaram nem um pouco, quatro deles se jogaram em cima de Aliakyn.


- Diga aos seus capangas pra me soltarem.


- Desculpe, mas eles não são meus capangas e, mesmo que fossem, eu não diria para eles te soltarem. Tu conheces as regras.


- Eles acordaram porque quiseram.


- A comida e o sono são sagrados. E tu desobedeceu essa regra e os acordou.


- ME SOLTEM! AIII


Hermann acertou a cabeça de Aliakyn. Carol ouviu o seu amado gritando de dor e resolveu, mais uma vez, desobedecê-lo e foi até a cabana. Ao entrar o encontrou caído no chão, percebeu logo que não teria chance de lutar contra seis lobos. Byron viu que ela havia percebeu a besteira que havia feito ao entrar na cabana.


- Desculpe, querida. Mas agora já é muito tarde para se arrepender.


- Nós estávamos esperando por ti, milady.


Claudius fez uma reverencia ao dizer isso.


- Claudius, Hermann e Solfieri, peguem o outro que está escondido lá fora. Bertram leve o guri pro quarto. E Johann leve o Aliakyn até o porão. Eu cuido da moça.


- Byron...


- O que foi, Solfieri?


- Será que eu posso trocar com o Bertram?


- Tu queres levar o guri para o quarto?


Todos os lobos olharam pra Solfieri e deram um sorriso malicioso, ele ficou muito vermelho, e não conseguiu responder, apenas balançou afirmativamente a cabeça.


- Se o Bertram não se importar.


- Bertram? Meu irmão, por favor.


- Tu resolveste apelar pros laços sanguíneos? Quer dizer que tu realmente quer muito isso.


- Quero. – Respondeu Claudius num sussurro.- Ele é um cara legal e eu sei que tu fica meio violento quando está entediado, não quero que ele se machuque.


- Vou fingir que acredito que esse é o único motivo. Mas já que tu és o meu irmão caçula, eu vou deixar. Claudius, Hermann, vamos atrás do outro.


Eles saíram da sala numa velocidade incrível. Solfieri pegou a gaiola de Luigi e a levou para um dos quartos, trancando a porta ao entrar. Johann pegou cordas e um arame e levou Aliakyn para o porão. Byron se aproximou de Carol segurando os braços dela.


- Me solta.


- Como tu és violenta.


- Tu só podes estar brincando, tu que prende o meu irmão, bate no Aliakyn e prende os meus braços, e EU que sou violenta?


- A culpa disso tudo é sua. Foi tu quem começou com essa guerra.


- Eu sabia que tu não era muito normal. Mas isso já é exagero.


- Foi por causa do seu romancezinho que tudo começou.


- O que tu queres dizer...


- Byron? Já pegamos o outro.


- Seus imbecis, eu falei pra não baterem nele.


- Mas nós não batemos.


- COMO NÃO? ELE ESTÁ DESACORDADO.


- Sim, mas isso foi de medo, nós chegamos nele e ele começou a gritar. Quando realmente PEGAMOS ele, ele desmaiou.


- PETER!


Carol olhou para o amigo pálido e desacordado, começou a se desesperar, chorava compulsivamente.


- Levem-na.


Claudius pegou-a no colo, apesar dos protestos e levou-a a um quarto. Jogou-a na cama e trancou a porta.


- Tenha uma boa noite, milady. Aproveite bem essa noite. Pense que todos o que tu amas estão vivos e dormindo embaixo do mesmo teto que tu. É uma noite única, não posso garantir que vai acontecer novamente.


Deu um sorriso maldoso, abrir a porta e saiu, deixando Carol jogava na cama, chorando e pensando que aqueles que ela tanto amava estavam correndo o risco de morrer.


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Notas finais do capítulo

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