- Carol?

            Ela se sobressaltou ao ouvir Peter chamando-a, a voz rouca, havia acabado de acordar e parecia confuso (?).

            - Sim?

            - Onde está o Lu...igi, o Luigi. Eu acordei e vi que não estávamos mais abraç... Quer dizer, eu acordei e vi que ele não estava mais na cama. Você sabe pra onde ele foi?

            - Foi dar uma volta.

            - Mas o dia nem nasceu direito ainda.

            - Tu sabes como ele é. Eu disse isso a ele, mas mesmo assim ele quis ir.

            - Ele poderia ter me acordado, eu faria companhia a ele.

            - Ele disse que queria ficar sozinho.

            - Bom, então ao menos que tivesse me avisado que iria sair.

            - Ele ME avisou, afinal a irmã dele sou EU.

            - É, tu tens razão, eu não sou nada dele, vou voltar pra cama.

            - Peter...

            Ela não conseguiu terminar a frase ele já havia ido para o quarto.

            - Que estranho, ele pareceu ficar... Ficar... Magoado? Mas por quê?

            Carol ficou divagando sobre o porquê da reação de Peter e sobre a ‘missão’ do seu irmão...

            - Será que ele conseguiu?

            As horas foram passando, e passando, e passando, mas Luigi não voltava, Carol começou a ficar impaciente.

            - Carol, ele falou aonde ia? Eu não sei ao certo o tamanho da ilha, será que ele se perdeu?

            - Talvez...

            - Tu estás me escondendo alguma coisa?

            -É claro que não. Porque eu faria isso? Estás me chamando de mentirosa? – Ela estava nervosa.

            - Calma, eu vou ver se alguém o viu. Se ele foi só dar uma volta já deveria ter voltado.

            - Tudo bem. Eu vou ficar aqui, esperando por ele.

            - Não saia daqui.

            Peter perguntou para muitos habitantes da ilha, ele realmente estava preocupado com o Luigi. Ninguém havia visto ele naquele dia, Peter já estava entrando em desespero.

            - Mas senhora Lepper, tem certeza? A senhora não o viu hoje?

            - Já lhe disse que não. Eu falei para ele tomar cuidado, à noite por aqui é meio traiçoeira.

            - Como assim?

            - Alguns pescadores sumiram há alguns anos atrás, eles precisavam aumentar a quantidade da pescada, então começaram a pescar a noite. Fizeram isso durante três noites, na quarta apenas um voltou, mas estava louca e sujo de sangue. Alguns acham que ele matou os outros, mas a maioria, e eu acredito nessa maioria, diz que ele viu o que aconteceu aos outros e foi algo tão terrível que ele enlouqueceu.

            - Mas o Luigi saiu de manhã.

            - Você disse que ele saiu quando você ainda dormia.

            - Sim.

            - E nós dormimos durante a noite, certo?

            - Certo.

            - Então, se você estava dormindo quando ele saiu, para VOCÊ ainda era noite.

            - Faz sentido.

            - Eu continuaria procurando se fosse você.

            - Eu vou fazer isso.

            - Peter...

            - Sim?

            - Procure-o e não o perca, ele lhe faz muito bem, desde que chegou a essa ilha, a cada dia, você fica mais feliz.

            - Pode deixar.

            Ele continuou perguntando aos habitantes, mas nem sinal de Luigi, até que...

            - Um rapaz magro, de cabelos pretos?

            - Provavelmente. Eu tenho uma foto dele, mas é bem antiga.

            Peter mostrou uma foto ao homem, nela estavam: Peter e Luigi, o mais novo sentado no colo do mais velho. Ele vestia uma camiseta azul marinho e uma calça jeans bem escura e rasgada, era bem novo, mas era uma versão menor do Luigi adulto.

            - É, acho que esse mesmo.

            - Onde você o viu?

            - Ele pegou um barco e foi praquela ilha lá, eu gosto de ficar olhando o mar de manhãzinha, achei estranho alguém acordado àquela hora, então fiquei observando, pra ver o que ele iria fazer.

            - Espera, tu disseste que ele foi praquela ilha? Tu tens certeza?

            - Sim. Eu vi.

            - Muito obrigado pela ajuda.

            Peter ficou atordoado com aquela informação. Caminhou para a casa, avisaria a Carl onde o irmão dela estava e juntos decidiriam o que fazer.

            - O que diabos ele foi fazer naquela ilha idio... CAROL! Foi ela, eu sei que foi.

            Peter estava a poucos passos da casa e já começou a gritar.

            - CAROLINE. CAROLINE. EU SEI QUE FOI VOCE. EU SEI QUE A CULPA FOI SUA.

            - Peter, calma.

            - POR QUÊ?

            - Porque se estressar em demasia pode dar caxumba, ela pode descer e você ficar estéril para o resto da vida.

            - NÃO COMECE COM AS SUAS PIADINHAS. EU PERGUNTEI O PORQUÊ DE VOCE MANDAR O SEU IRMÃO DE VOLTA AQUELA ILHA.

            - Peter, tu poderias por favor, se não for muito incomodo, parar de gritar?

            - Tudo bem, mas é bom tu começar a explicar essa historia.

            - Bem, vocês me obrigaram a vir pra essa ilha, e eu não tive tempo de me despedir do meu Aliakyn, então eu pedi para o Lu ir até lá hoje e deixar uma carta pra ele explicando o motivo de eu ter ido embora.

            - TU FIZESTE O QUE?

            - Tu disseste que ia parar de gritar.

            - Caroline, tu tem noção do que tu fizeste? O Lu não voltou ainda. Pode ter acontecido algo SERIO com ele.

            - Eu não tinha pensado nisso.

            - É obvio que não, tu só pensaste no que lhe convinha, isso é muito egoísmo.

            - Me desculpe. - Ela começou a chorar.

            - Nós vamos atrás dele. Vamos trazê-lo de volta pra casa, aí você peça desculpas para ele.

            Eles pegaram um barco emprestado e foram atrás de Luigi.