Ver a Alma escrita por Kah Almeida


Capítulo 6
A fuga e a captura




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Alguém bateu na porta.


            - Aliakyn? Carol? Eu posso entrar?


            Era Luigi, ele parecia bem embaraçado, será que ele havia escutado alguma coisa?


            Aliakyn colocou Carol sentada na cama, arrumou o cabelo dela e o dele próprio, mas teve dificuldades em arrumar um modo de esconder o ‘entusiasmo’ do seu corpo com os beijos em Carol.


            - Já sei.


            Ela deitou-se na cama se cobriu e fez sinal para que ele fizesse o mesmo.


            - Pode entrar, Lu!


            Luigi abriu devagar a porta, e entrou no quarto com olhos assustados, como se fosse ver algo muito ruim acontecendo ali dentro.


            - Que foi? Lu? Tu estás bem?


            - Claro, só achei que vocês...


            - Que nós? Que nós o que?


            - Nada, porque vocês estão deitados? Juntos!?


            - Eu estou doente, maninho. Aliakyn quis me confortar. Só isso.


            - Só espero que ele não queira te confortar demais! Bom, eu só queria saber se você estava bem, mas vejo que sim.


            Luigi deu uma piscadela para a irmã e saiu do quarto.


 


            - Eu tenho que ir.


            Já era noite, pelo jeito bem tarde da noite. Aliakyn havia ficado o dia inteiro ali, ele precisava ir embora se Byron descobrisse onde ele estava, que ele estava com Carol, as conseqüências seriam desastrosas. Ela simplesmente deu a resposta que seu coração gritava:


            - Não.


            - É serio. É arriscado eu continuar aqui.


            - Porque?


            - Você ouviu alguma coisa do que eu disse, hoje mais cedo?


            - Eu despertei na hora que você disse que ia embora. Não escutei nada além disso. O que você falou?


            - Amanhã, amanhã eu te conto tudo, mas agora eu preciso ir.


            Carol o viu levantar da cama e ficou olhando-o, era obvio  o que ela estava pensando.


            - Eu vou voltar. Já tentei ficar longe de você uma vez, e não deu certo, eu quase perdi você pra sempre. Não quero correr esse risco de novo.


            - Mas...


            - Confia em mim, por favor, meu amor. Eu vou voltar.


            - Isso foi golpe baixo.


            Aliakyn olhou para ela com uma cara de quem não tinha entendido, então ela explicou.


            - Eu não resisto quando você diz que eu sou o SEU amor.


            - Eu achei que você fosse ficar brava.


            Dessa vez foi a vez dela ficar com cara de quem não entendeu.


            - Tu odeias quando o Peter te chama de ‘minha alguma coisa’.


            - Sim.


            - E porque comigo é diferente?


            - Amanhã eu te explico.


            Ele deu um sorriso divertido, deu-lhe um beijo na testa e saiu.


            - Então até amanhã.


 


            Aliakyn foi o mais rápido que conseguia pra casa, mas mesmo assim quando chegou Byron estava na entrada de sua porta.


            - Resolveu dar voltinhas até mais tarde? E porque toda essa pressa para chegar em casa?


            - O que tu estás fazendo aqui? Não me lembro de tê-lo convidado pra jantar.


            - Sem gracinhas, Aliakyn. Tu já estás em uma situação bem difícil, sem elas.


            Ele deu um sorriso assustador e uivou, não demorou cinco segundos e mais três lobos apareceram.


            - O que você está pretendendo?


            - Ora, meu caro Aliakyn, tu gostas tanto de passear. Nós resolver levar você pra dar uma volta.


            Antes que Aliakyn tivesse tempo de fugir, os quatro lobos pularam nele, imobilizando-o. Algo bateu em sua cabeça e ele perdeu os sentidos.


 


            - Bom dia bela adormecida. Pensei que não fosse nos dar a honra da sua companhia.


            - Onde eu estou?


            - Que modos são esses? Eu lhe dei educação cumprimente os rapazes, eles foram tão atenciosos com você ontem à noite. Viram eu falei que ele era do tipo que se faz de difícil.


            Todos que estavam sentados a mesa riram sonoramente. Aliakyn estava todo dolorido, e sua cabeça ainda doía muito.


            - Onde eu estou? Há quanto tempo eu estou aqui?


            - Não precisa me olhar como se fosse voar no meu pescoço, eu vou te explicar tudo. Mas primeiro sente-se, coma alguma coisa, sinta-se em casa.


            Ele queria dizer que não, e bater em Byron até que conseguisse a verdade, mas o seu estomago estava mesmo reclamando, ele necessitava de alimento. Sentou-se e começou a comer, tomando o cuidado de comer apenas o que os lobos já haviam começado a comer, afinal, Byron ainda era o inimigo, não era digno de confiança. Quando terminou de comer, Byron fez sinal para que os outros lobos saíssem.


            - Muito bem, agora somos só nós dois.


            - Tu não tens medo? Tu sabes que eu sou mais forte que tu.


            - Sei sim. Mas os rapazes estão bloqueando a saída, e você está debilitado demais. Mal consegue se manter em pé, não representa um perigo muito grande.


            - Ok, ok...Agora a verdade, porque eu estou? E há quanto tempo?


            - Achei que você fosse chegar a conclusão da resposta pra primeira pergunta sozinho.


            Aliakyn olhou pra ele com um olhar confuso. Byron limitou-se a dizer:


            - A humana? Como é mesmo o nome dela?


            - Não te interessa.


            - É aí que você se engana. Não interessa a você. Era você quem não deveria saber o nome dela.


            - Eu sei.


            - Pois então, eu te trouxe para cá para te proteger, para te proteger de você mesmo. Pode demorar um pouco, mas ela vai esquecer você.


            - Como você pode ter certeza disso?


            - Porque os humanos são assim, eles esquecem, me diga uma coisa, sinceramente, você disse o seu nome a ela?


            - O que isso importa agora?


            - Você sabe...


            - SIM, eu disse.


            - SEU IMBECIL! Tu sabes sobre a lenda e mesmo assim fez essa besteira.


            - Eu sei, eu sei de tudo isso. Mas sinceramente, não me importo. Eu sei que os humanos esquecem, que eles não amam eternamente como nós, que pra eles as coisas são bem menos intensas, sei que eu dizer o meu nome a ela acarretou em conseqüências. Eu sei de tudo isso, você não precisa me lembrar, mas eu a amo e estou disposto a correr os riscos.


            - Mas eu não estou. Você está aqui a dois dias, ela já deve ter te esquecido.


            - Eu disse a ela, eu prometi a ela, que eu não...


            - Você por acaso disse a ela que não iria fugir, disse que a veria no dia seguinte? Que pena.


            Fez uma cara de tristeza, muito falsa.


            - Me deixe ir embora. Por favor.


            - Não. RAPAZES, está na hora do soninho do nosso querido convidado.


            Os lobos fizeram Aliakyn beber algo, e em poucos segundos ele já estava imerso em sonhos.


 


            - Como assim, Peter? Nós estamos nessa ilha há anos, e nunca houve um modo de nós comunicarmos com o mundo exterior.


            - É, mas o Luigi viu uma ilha próxima daqui a alguns meses, não quis falar nada para não criar falsas esperanças, então a cada dia que ele nadava tentava ir um pouco mais longe. Ontem ele conseguiu alcançar a ilha, E ELA É HABITADA. Não é grande coisa, mas ao menos são outros seres humanos. Vamos nos mudar para lá, eles foram bem amigáveis. E devemos tudo isso ao nosso querido Luigi.


            Luigi sentiu seu rosto ficar muito vermelho ao ouvir Peter dizer aquele ‘nosso’, ficou completamente extasiado quando o outro foi até ele e lhe deu um beijo estralado na bochecha.


            - Peter...


            Infelizmente o chamamento pareceu um gemido, então Luigi ficou feliz por ninguém tê-lo escutado.


            - Eu não vou a lugar nenhum, meu lugar é aqui, com o Aliakyn.


            - Seu lugar é com a sua família.


            - Meu lugar é com o meu amor, onde o meu coração quiser ficar, e a razão do meu afeto é ele. Eu quero e vou ficar aqui.


            - É mesmo?- Peter estava mais irônico do que nunca ao dizer isto.- E onde a razão do seu afeto está agora? Faz dias que não o vejo.


            - Ele está...


            - Fugindo?


            - NÃO! Ele me prometeu nunca mais me abandonar. E eu acredito nele. Não vou ir embora e abandoná-lo.


            - As nossas malas estão prontas e o barco está nos esperando, você vai ir, por bem ou por mal, você escolhe.


            - EU NÃO VOU IR! Vê se entende isso, seu imbecil.


            Peter foi até ela, pegou-a no colo, e levou-a até o barco, amarrando os seus pés e braços. O barqueiro ficou olhando confuso pra ele.


            - Ela tem dificuldades em encarar mudanças.


            - Luigi, me ajuda.


            - Desculpa, mas eu não posso.


            Ela entendeu o porquê que ele não podia, se sentiu muito mal por nunca ter percebido isso antes, estava estampado na cara do irmão e no modo como ele ficava mesmo com o menor gesto de afeto demonstrado por Peter.


           


            - Sejam bem vindos.


            Quem disse isso foi uma senhora gorda e de aparência feliz assim que o barco encostou-se a terra.


            - Nós já arrumamos aposentos para vocês, é uma casa, pequena, mas bem confortável. Eu os levo até lá.


            - Peter, você pode me deixar caminhar agora.


            - Não, ainda não. Vai que você roube o barco e volte praquela ilha? Não posso correr esse risco.


            Os três seguiram a senhora gorda, que logo se apresentou como senhora Lepper. A casa era realmente pequena, mas tinha dois quartos, ou seja, já era um bom começo.


            - Eu divido o quarto com você Carol.


            - DE JEITO NENHUM. Tu e o Luigi dormem em um quarto e eu e outro.


            - Queridos, talvez vocês queiram saber, que essas casas foram construídas para casais, então todas as camas são de casal. -informou a Srª Lepper.


            Luigi deu um sorriso meio malicioso e meio envergonhado diante dessa informação.


            - Eu não vou deixar você dormir na mesma cama que a minha irmãzinha e eu não durmo com ela há anos, não quero regredir.


            - Tudo bem, nós dividimos a cama pelos próximos dias e depois vemos o que fazemos.


 


            - Lu...Lu... –Carol sussurrava o apelido do irmão, queria que ele viesse até ela, mas não podia correr o risco de acordar Peter, justo agora que ele parara de vigiá-la o tempo todo. Fazia uma semana que eles estavam morando naquele lugar.


            - Carol?


            - Lu... Vem cá.


            Ele tirou o braço de Peter que estava em sua cintura, saiu da cama, pegou um casaco e o tênis e saiu do quarto, indo ao encontro da irmã.


            - O que você quer? Ta tarde, sabia?


            - Eu preciso de um favor seu.


            - Um favor? A essa hora da madrugada? Porque será que eu acho que isso não vai prestar.


            - Eu quero que você vá até a ilha.


            - Para...


            - Aliakyn, ele não sabe que eu estou aqui. Deve estar achando que eu o abandonei.


            - Ele teria vindo procurá-la, ele sumiu por dias, antes de nós sairmos de lá. E se ele não quiser te ver?


            - Por isso eu escrevi uma carta, você não precisará nem vê-lo, é só encontrar um jeito de a carta chegar até ele.


            - Isso não vai dar certo.


            - Se você não quiser ir, eu vou, mas não garanto que volto.


            - Tá bom, eu vou, eu deixo a carta na nossa casa, se ele quiser vê-la ele vai ir até lá.


           


            Luigi pegou um barco e foi até a ilha, entrou na sua antiga casa e, depois de um pequeno momento de nostalgia, deixou a carta em cima da antiga cama da Carol. Ele já estava saindo quando...


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Notas finais do capítulo

Ainda não era o momento para o Aliakyn e a Carol chegarem as' vias de fato'...sahushauhsaushahs
Reviews??????



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