As Sete Coisas escrita por maguita


Capítulo 11
Parte II - Amor: V - Andar de mãos dadas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente bonita, finalmente o capítulo novo está na área!
Eu realmente queria postar na semana passada, mas recebi uma visita surpresa daquele velho amigo que nenhum de nós gosta de ver - o bloqueio criativo.
Já tinha tentado escrever esse capítulo umas três vezes, até que finalmente consegui um resultado que me agradou, e espero que agrade a vocês também :3

Quero dedicar esse capítulo ao Dimitri Dalf! Muito obrigada pela recomendação, tu me fez gritar e bater palmas e ficar muito feliz!! *-* Espero que goste do capítulo!

Boa leitura, povo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/463727/chapter/11


Parte II - Amor

V
Andar de mãos dadas





Das várias coisas que Tiago e Lílian faziam, desde estudar juntos na sala comunal até passeios em Hogsmeade, havia algo que a garota gostava um pouco mais. Não que ela não ficasse feliz de passar quanto tempo pudesse fazendo o que fosse com o moreno, mas uma das atividades favoritas de Lílian era andar de mãos dadas com Tiago.

Ela já perdera a conta de quantas vezes os dois simplesmente ficavam em silêncio e andavam pela propriedade do castelo, pelo povoado ou só sentavam à sombra de uma árvore, segurando a mão um do outro e trocando olhares e sorrisos de vez em quando. Aquilo lhe passava uma paz, um calor tão agradável que Lílian pegou-se desejando mais de uma vez que os dois pudessem ficar daquele jeito para sempre.

Naquela manhã de quinta-feira, no período livre após o café-da-manhã, Tiago e Lílian caminharam de mãos dadas à beira do lago congelado, admirando as árvores cobertas de neve e ouvindo o ruído de suas botas afundando no chão branco. O garoto chutou um pouco de neve, atingindo a ruiva nas pernas e fazendo-a rir.

“Você acha que teremos filhos?”, perguntou Tiago, de repente. Lílian levou alguns segundos para processar a pergunta, e lançou um olhar confuso ao namorado. “Depois que casarmos, quero dizer.”

“Não tinha pensado nisso”, Lílian franziu o cenho por um momento, e Tiago assentiu. “Espere aí, você está me pedindo em casamento?”

“Esse não é o pedido oficial, não se anime”, Tiago sorriu divertido, e puxou Lílian mais para perto, abraçando-a. “Mas eu não tenho a mínima intenção de deixar você escapar, agora que é minha namorada.”

Lílian riu baixinho e entrelaçou os dedos nos de Tiago. Então afastou-se o suficiente para encará-lo, sem desmanchar o abraço. “Quantos filhos você quer ter?”

O garoto fez uma expressão pensativa, e logo sorriu. “Sete!”

“Eu não vou carregar um time de quadribol na minha barriga, Tiago Potter!”

“Não precisa ser sete de uma vez, Lílian, calma”, ele riu, e a garota chutou neve em seus joelhos, rindo junto. “Certo, eu estava brincando, imagine se fossem sete crianças iguais a mim.”

“Eu não mereço isso, Tiago, não faça isso comigo”, Lílian sacudiu a cabeça, tentando não pensar em como seria tomar conta de sete Tiagos em miniatura, se eles tivessem a personalidade do pai. “Não, acho que dois filhos está bom, não acha?”

“Um menino e uma menina, seria divertido não é?”, Tiago sorriu, movendo-se lentamente abraçado à ruiva, dançando com ela na neve ao som de uma melodia imaginária. “Ou dois meninos. Ou duas meninas.”

“Pensei em dois, porque sei como é bom ter uma irmã”, comentou Lílian, e Tiago torceu o nariz em desagrado ao pensar na cunhada. “Túnia foi uma boa irmã, até minha carta de Hogwarts chegar, Tiago.”

O garoto deu de ombros, porque achava muito difícil que Petúnia algum dia tivesse sido verdadeiramente agradável. Talvez quando fora um bebê, porque recém-nascidos são todos iguais e fofinhos. Mas, na mente dele, o bom tempo de Petúnia Evans teria acabado no momento que ela começara a falar.

Fazendo Lílian dar uma volta e retomando a dança descompassada dos dois, Tiago voltou a sorrir. A garota o encarou com curiosidade.

“E os nomes?”

“Se for menina...”, Lílian contraiu os lábios, pensativa. “Gosto de Elizabeth.”

“Mas esse nome parece de gente velha!”, Tiago riu.

“Podemos chamá-la por um apelido, ora.”

“Lizzie?”, o garoto sorriu. “É, fica legal. E se forem duas meninas?”

“Por que você não escolhe o outro nome?”, sugeriu a ruiva, divertindo-se com a situação.

Tiago pareceu pensar seriamente por um momento, então disse baixinho: “Lílian.”

“Não, esse é o meu nome, amor.”

Ele deu de ombros, sorrindo minimamente. “É o meu nome preferido.”

Lílian sentia que suas bochechas estavam esquentando, apesar do frio cortante que os cercava. Estava com Tiago há um bom tempo, e ele ainda conseguia fazê-la corar pelos motivos mais simples. Baixou um pouco os olhos, ouvindo-o rir baixinho e afundar o nariz em seus cabelos enquanto dançavam.

“E se for menino?”, perguntou após alguns segundos, ainda sem olhar a garota.

“Harry”, disse Lílian imediatamente. “Vai ser Harry.”

Tiago riu com gosto e encarou a namorada. “Sem direito de contestação?”

“Isso. E se forem dois?”

“Gosto de Charles”, disse Tiago. “O que acha?”

Lílian sorriu e o abraçou, roçando seus narizes. “São nomes lindos.”

“E serão crianças lindas.”

Tiago selou os lábios de Lílian rapidamente e puxou-a pela mão, correndo pela neve e deslizando um pouco sobre a superfície do lago, arrancando risos da ruiva até os dois caírem na neve fofa, rindo e tremendo um pouco por causa do frio. Suas mãos ainda estavam unidas e algo no peito de Lílian se aqueceu, embora ela não soubesse se era por causa da conversa sobre os futuros filhos ou porque adorava segurar a mão de Tiago.



Havia apenas uma, dentre todas as artes mágicas ensinadas em Hogwarts, para a qual Lílian não possuía muito talento. Este era um dos motivos de a garota admirar tanto Tiago quanto Sirius, embora tivesse jurado para si mesma que jamais diria isso a qualquer um dos dois – mudados ou não, eles ainda conseguiam ter um ego assustadoramente grande. Ainda se lembrava da sua primeira aula de vôo, no primeiro ano. Fora um completo desastre.

Lílian se lembrava de mal ter conseguido flutuar alguns centímetros acima da relva, e logo sua vassoura começara a tremer e a garota desabara no chão, embolando-se nas próprias roupas, vermelha até o último fio de cabelo. Por outro lado, tanto Tiago quanto Sirius receberam incontáveis elogios de Madame Hooch, porque voaram muito bem.

Desde então, os dois conseguiram entrar no time de quadribol e eram, sem dúvida alguma, os melhores voadores do castelo. Lílian gostaria de voar bem, imaginava que a sensação do vento agitando suas roupas e seus cabelos devia ser fantástica, mas cada vez que tentava montar numa vassoura, ganhava um machucado pior.

Durante toda a sua estadia em Hogwarts, Lílian nunca mais tivera que chegar perto de uma vassoura – e não sabia se ficava desapontada por não poder tentar, ou aliviada porque não passaria vergonha. Marlene e Dorcas haviam tentado ensiná-la algumas vezes, mas acabaram desistindo depois que as três foram parar no chão após Lílian perder o controle e acertar a vassoura na cabeça da morena.

Porém, de alguma maneira que a ruiva só podia imaginar, Tiago ficara sabendo que ela ainda não aprendera a voar como uma boa bruxa. E, na qualidade de capitão do time de quadribol da Grifinória, melhor voador da escola e namorado, ele não podia deixá-la continuar assim. Levou dias argumentando, até que finalmente conseguiu convencer Lílian e a levou até o campo de quadribol vazio.

“Ainda não acredito que estou fazendo isso”, resmungou Lílian, enquanto Tiago pegava vassouras para os dois na sala de Madame Hooch. “E como você conseguiu entrar aí?”

“Ora, Lílian, um Maroto nunca revela certos segredos”, ele riu, fechando a sala e encerrando a distância que os separava. Diante do olhar desconfiado que a ruiva lhe lançou, acabou suspirando em derrota. “Como capitão do time, eu tenho acesso a qualquer área do campo, ela me deu a chave caso eu precise entrar lá durante um treino.”

Lílian pareceu relaxar um pouco, mas foi só por um momento. Um ar sério raramente usado por Tiago fez com que a garota se retesasse um pouco. Tiago a levou até o meio do campo e entregou uma das vassouras, que Lílian segurou após hesitar por um segundo.

“Agora, não tenha medo, Lílian. As pessoas acham que não, mas isto realmente interfere. As vassouras sabem quando alguém quer voar de verdade ou não”, Tiago a ajudou a montar na vassoura, e esperou até ter certeza de que Lílian estava firme antes de continuar. “Vamos só repetir aquela aula de Madame Hooch, e ver quanto tempo você consegue ficar no ar.”

Lílian engoliu em seco e prestou atenção às orientações de Tiago, que não parecia ter pressa ou exigência naquele momento. Só queria ver a ruiva voar pelo menos uma vez. Ele contou até três e Lílian deu um impulso um tanto fraco, planando apenas por alguns segundos antes de seus pés baterem pesadamente na grama.

“Você consegue, Lílian.”

Ela precisou tentar mais três vezes, antes de finalmente conseguir planar sem se desequilibrar ou tremer. Tiago sorria orgulhoso, e teria batido palmas, mas ficou com medo de desconcentrar a garota. Lílian sorria empolgada, embora sua vassoura estivesse apenas flutuando, já era um avanço enorme.

“E agora, o que eu faço?”, perguntou, olhando para baixo e não encontrando Tiago.

“Agora você voa comigo.”

A voz veio de trás, sobressaltando Lílian por um momento, mas ela logo riu. Tiago fora pegar a própria vassoura e planava ao seu lado, sorrindo. Ele estendeu a mão, num convite silencioso que Lílian prontamente aceitou. Segurando o cabo da vassoura firmemente com a mão esquerda, agarrou a mão de Tiago com a direita e o garoto a puxou para darem uma volta no campo de quadribol.

Aquilo era muito melhor do que Lílian imaginara. Voar era realmente maravilhoso. Ver a grama ondeando abaixo deles como um tapete de veludo verde, as copas das árvores dançando harmoniosamente com o vento e o mesmo vento agitando suas roupas, cabelos e brincando em seu rosto, fazendo a garota abrir um sorriso de orelha a orelha. Tudo parecia ainda melhor, porque estava segurando a mão de Tiago.

Tiago entrelaçou seus dedos e levou Lílian para sobrevoar a orla da floresta. Ele não conseguia esconder o sorriso diante das exclamações admiradas e o brilho nos olhos dela. Aqueles olhos que ele tanto amava, e que estavam brilhando tanto por causa dele. Os dois voaram por mais alguns minutos, fazendo um tour pelas propriedades de Hogwarts – Lílian costumava pensar que o castelo não podia ficar mais encantador, até aquele dia; Hogwarts era infinitamente mais bonita quando se via do ar, contrastando com o sol quase poente -, até que decidiram que podiam voltar ao chão.

Depois que Tiago guardou as vassouras na sala de Madame Hooch, Lílian o abraçou e plantou um beijo estalado em sua bochecha, ainda sorridente.

“Obrigada, Tiago. Eu realmente queria fazer isso pelo menos uma vez.”

“Não agradeça, Lílian”, ele sorriu. “E se quiser, posso dar umas aulas particulares para você ser a melhor voadora de Hogwarts.”

Lílian apenas riu e segurou a mão de Tiago enquanto caminhavam de volta para o castelo, conversando e rindo, balançando as mãos juntas enquanto o sol se punha atrás deles.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso, pessoal :3 Ficou mais curtinho que o restante dos capítulos da Parte II, mas eu até que fiquei satisfeita com ele. Deixem suas opiniões, gosto de saber :3 Até o próximo! x



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Sete Coisas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.