Avatar: A Lenda de Zara - Livro 3: Fogo escrita por Evangeline


Capítulo 39
Cap 38: Li Bei Fong




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– Humf... - Resmungou a mulher, cruzando os braços fortes numa cena curiosa. Li parecia um membro da mais alta nobreza, porém suja e mal cuidada.

Zara encarou Tenzin hesitantemente antes de mostrar a Li o caminho para o quarto que estava dividindo com os garotos.

– Se quiser tomar um banho, trocar de roupas, fique à vontade. Não vamos demorar para chegar à Ba Sing Se. - Zara ofereceu, e viu a mulher assentir discretamente antes de entrar no quarto e trancar-se.

Com dobra de fogo, Zara reacendeu os lampiões e encarou os amigos. Gumo parecia aturdido, e Jinora desviava o olhar de seu pai. Tenzin estava numa espécie de choque.

– Como a encontrou? - Perguntou Tenzin encarando Zara. A garota endireitou a postura e o encarou de volta.

– Eu a senti embaixo de meus pés, Tenzin. - Explicou. - E eu preciso dela. - Completou.

– O que vamos fazer em Ba Sing Se? - Perguntou Gumo confuso.

– Ela disse que para me ensinar dobra de metal, teríamos que estar lá. - Informou Zara. Avalon a encarou pelo canto dos olhos, discretamente interessado no termo "dobra de metal". Gumo assentiu e Jinora caminhou até a garota, encarando-a por algum tempo.

– Zara. - Chamou Jinora. Ela estava tensa, estranha, quase rangia os dentes. Por alguma razão, Zara sentiu uma espécia de medo da garota. Assim que a voz de Jinora foi ouvida, Sozen apareceu vinda do corredor escuro, quase misturando-se com a escuridão. Ela se pôs atrás de Jinora.

O ambiente estava tenso, Zara e Jinora se encaravam, a primeira confusa e a segunda tensa.

– Algum problema? - Perguntou a Avatar.
Jinora segurou a sua mão e a levou para seu próprio quarto, sempre acompanhadas pelo majestoso Tigre-Leão.

– Você tinha razão, Zara. - Informou Jinora, transimitindo uma espécie de conhecimento que ela supostamente não tinha. Sozen piscava lentamente, assentindo ao que Jinora dizia.

– Sobre o quê? - Perguntou a garota, preocupada.

– Você precisa retornar ao passado, mas não Zara, e sim o Avatar. - Disse a garota. - Você precisa falar com Vaatu. - Disse. A simples pronúncia do nome fez Zara se arrepiar. Não imaginava que mais ninguém soubesse da existência de Vaatu, foi como um golpe de realidade.

– As pirâmides...

– Vão te guiar. - Interrompeu a menina. Ela parecia num estado de transe, com os olhos arregalados e o rosto inexpressivo. - Você não vai chegar à lugr algum enquanto não conhecer o passado como o passado conhece você. - A última frase da menina deu à Zara a impressão de que não era ela que estava falando, e logo os olhos de Jinora voltaram ao normal e a menina encarou Zara confusa.

– Algum problema, Zara? - Perguntou gentil como sempre. Zara franziu o cenho encarando Sozen por um segundo, antes de voltar a olhar para Jinora.

– Não... - Ia dizendo, até que Gumo entrou subitamente no quarto.

– Zara, acho que você precisa resolver isso. - Ele falou um tanto tenso, e logo a Avatar o seguiu em direção à cozinha.
Uma cena quase cômica se passava enquanto Li estava de roupão e Tenzin se negava a deixar Pema emprestar uma roupa à mulher.

– Vestiu trapos até agora, pode continuar. - Ele dizia.

– Pelo amor de Deus, Tenzin, deixe de infantilidade! - Exclamou Pema, puxando a muda de roupa da mão dele sem sucesso.

– É o mesmo de sempre, possessivo demais, não acha? - Provocou Li, deixando o homem com ainda mais raiva, estava até com o rosto vermelho.

– O que está insinuando? - Ele perguntou estufando o peito, fazendo a mulher rir sarcasticamente.

– Aposto que você sabe ler nas entrelinhas, garanhão. Sempre soube! - Ela provocou mais.

Zara se aproximou da cena, mas antes que pudesse interferir, se viu observando melhor as feições de Li. A mulher tinha o rosto forte e olhos verdes muito claros. Agora limpa, Li Bei Fong era uma mulher muito bonita, e sua forte imposição era admirável. Os lábios finos e delineados, os fios compridos e brevemente ondulados, a pele clara e a postura perfeita, a postura de uma dobradora de terra formidável.

Ao perceber que estava sendo observada, Li corou com uma expressão irritada no rosto.

– O que está olhando? - Perguntou a dobradora de metal, impaciente.

Zara se aproximou da mulher e colocou a mão na cabeça de Li, bagunçando um pouco o cabelo dela. Enquanto o fazia, sua estatura aumentou, suas vestes se transformaram e sua fisionomia ficou, subitamente, mais alta que a de Li. Em poucos segundos, O Avatar Aang substituiu o corpo de Zara, e ele sorriu quase paternalmente para a mulher.

– Estava vendo como está grande, Li. - Falou com a voz intensa. - E cada dia mais bonita. - Concluiu. A voz de Aang quase tinha sido esquecida aos ouvidos de Tenzin e Li, mas ambos marejaram os olhos ao encarar o homem.

A Avatar fitou a janela por alguns segundos e tirou a mão da cabeça da mulher, dando às costas para a cena, que não se demorou para terminar. Cada passo que dava para longe deles, sua estatura diminuiu, suas roupas modificaram-se mais uma vez e logo Zara estava ali mais uma vez. Pema entregou a roupa para Li, enquanto ela e Tenzin acompanhavam Zara com os olhos.

Aang falara através de Zara, o Avatar é apenas um, e aos poucos Zara percebia que ela era Aang, Kuruk, Wan.

Tenzin ficou imediatamente hesitante sobre tudo ao seu redor. Depois de anos na vila, não conseguira achar a mulher que Zara encontrou em poucas horas. E quando Aang apareceu para todos, fisicamente, ele sequer olhou para o próprio filho. Não sabia como interpretar aquilo, e como guia espiritual que deveria ser, Tenzin nunca havia conseguido visitar o mundo espiritual. Num suspiro decepcionado, o homem voltou para seu quarto.

Na mesma noite o grupo viajou. Li parecia um membro da realeza vestida nas roupas do Reino da Terra com as placas de metal. Ela prendeu o cabelo num rabo de cavalo alto, e tinha suas correntes enroladas ao lado da cintura. Zara sentia-se tentada a pedir para ver a dobra de metal. A mulher estava internamente tensa, embora não quisesse demonstrar nenhuma espécie de fraqueza.
Sozen andava silenciosamente atras do grupo, e eles caminhavam pela vila. Precisavam se afastar o suficiente para porderem usar a dobra, e assim o fizeram. Ao pisar cerca de três quilômetros longe da vila, Zara moveu a terra abaixo deles para que viajassem cerca de 40 quilômetros por hora.

O bebê chorava, berrava, a dor emanava de seu corpo.
– Calma, pequena, eu vou trazer a próxima! - Exclamou a mulher.

As rugas da idade marcavam o rosto pálido da mulher. Os olhos negros, cansados e sem brilho algum que fitavam o bebê. Ela saiu do quarto escuro por alguns segundos, e logo retornou com uma menina de cerca de 9 anos, vestida com roupas típicas da Nação do Fogo.

O bebê chorava incessantemente, como se estivesse sendo assassinado a cada segundo.

A mulher empurrou a menina para dentro do quarto e fechou a porta, ficando do lado de fora. Aos poucos, a menina começou a tentar fazer o bebê parar de chorar. A voz da garotinha que tentava niná-lo aos poucos ficava assustada, aterrorizada. Quanto mais a menina gritava, menos o bebê chorava, até que ela parecia estar em estado de completo pavor, e o bebê já não parecia produzir som algum.

Do outro lado da porta, a senhora apenas encarava o chão à sua frente, quando o silencio se fez no quarto e poucos minutos depois o bebê recomeçou o seu choro.

Ela entrou no aposento e encontrou a criança nos braços da menina, já com o corpo acinzentado e sem vida. Tirou o bebê de lá e o colocou de volta no berço, e logo arrastou o corpo da menina para fora do quarto, então para a varanda, e só então para o mar.

Levantou os braços já quase sem forças, e empurrou e puxou até que o corpo fosse levado para outros oceanos distantes.

Virou-se de volta para o quarto, onde o bebê chorava interminavelmente.

– Calma, meu anjo, vou buscar mais um... - Suspirou cansada, num tom completamente maternal, e se retirou do quarto por alguns segundos, trazendo então de volta um homem mais velho e desacordado.


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