Avatar: A Lenda de Zara - Livro 3: Fogo escrita por Evangeline


Capítulo 40
Cap 39: Grakar




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– Li Bei Fong, acompanhada por Zara, o Avatar, e seus assistentes pessoais. - Apresentou-se a dobradora de metal para os seguranças do portão de Ba Sing Se. O homem encarou-a com certa hesitação.

– Sabe quantos Avatares e Lis tentam entrar aqui por dia? - Perguntou o guarda, sarcástico.

– Chame seus superiores, seu inútil. - Ordenou a mulher encarando-o.

– Isso é desacato à autoridade, minha senho...

– A autoridade aqui sou eu. - Ela falou num tom ainda mais alto e firme, fazendo o soldado recuar um passo. - Agora faça como eu disse, e chame. o seu. superior. - Falou muito claramente. O tom autoritário em sua voz impressionava até mesmo Avalon, que já havia conhecido muitos comandantes.

Não demorou para que estivessem mais uma vez dentro de uma das salas de segurança do enorme muro, onde Li foi recebida com tamanha festa e veneração que até Zara quase esqueceu que o Avatar estava ali.

– Nos levem até Dofu. - Ordenou ao Comantande daquela companhia, que parecia honrado em lhe obedecer. Em poucos segundos foram levados à uma carruagem que se movia rapidamente pela cidade. Gumo e Zara trocavam olhares extasiados e animados, que tanto incomodava Avalon.

Ele queria ser tratado como namorado, mas se via como um expectador de toda aquela história. Aquele incômodo parecia crescer, embora ele tentasse ignorar.

– Li! - Exclamou um homem alto, de barba charmosa e olhos verdes esmeraldinos. Ele tinha vestes da alta sociedade, que era exatamente onde eles estavam, no terceiro anel, o último antes do palácio. Ele tinha a voz amigável e receptiva, parecia ser uma boa pessoa, ou um ótimo político, na opinião de Zara.

– Dofu, eu deixei algumas coisas com você. - Ela disse, sendo bastante direta, muito austera. - Quero acreditar, para o bem de todos nós, que você ainda está com elas. - Ameaçou fazendo-o rir sem graça.

– Você sendo charmosa como sempre... - Sussurrou sem jeito. - Claro que estão comigo. Mas deixe que eu ofereça aposentos e comida para você e seus companheiros, que seriam... - Deixou vago, esperando uma apresentação decente.

– Meus companheiros. - Ela completou, deixando claro que queria manter seus assuntos pessoais como estavam. Virou-se para os outros três, que pareciam decepcionados com a aparente recusa de Li, e voltou-se para Dofu. - Mas sim, aceitamos sua oferta. - Falou, e quase ouviu um suspiro aliviado conjunto vindo dos três.

A casa de Dofu era uma espécie de mansão solitária. Conforme Zara observava a casa, depois de comer e beber, além de tomar banho, mais ela criava empatia por Dofu. Ele parecia um estudioso interessado, e ela descobriu que era médico, e por alguma razão, completamente sozinho.

A hora do almoço se aproximava, e apesar da inquietação de Li, todos concordaram em fazer uma pequena sesta depois de comer. Zara, apesar do sono, sentia que tinha outro compromisso. Sabia que tinha.

Entrou um um dos vinte quartos da mansão, o designado para ela, e sentou-se na cama pronta para meditar. Lembrou-se da conexão natural que tivera com Aang ao falar com Li na cozinha da casa de Tenzin. Queria poder manter ativa aquela conexão, manter aberta aquela passagem.

Fechou os olhos com calma e concentrou-se. Seu corpo estava equilibrado, satisfeito. Sentia-se preparada. A respiração ritmada e os pensamentos em ordem, Zara começou a meditar sobre os últimos acontecimentos. Após sentir-se satisfeita, parou de pensar, concentrando-se em sua respiração. Pensar em silencio, esvaziar a mente e o corpo.

Não poderia dizer quanto tempo se passou, mas quase instintivamente Zara se viu então no mundo espiritual.

A casa de Dofu era uma incrível biblioteca, mas uma biblioteca vazia. Zara caminhou por entre as estantes majestosas, mas nelas haviam pouquíssimos livros, finos e em sua maioria novos. A expressão confusa da garota era permanente em seu rosto enquanto caminhava.

Aos poucos começou a perceber detalhes, sentia que precisava interpretar aquele lugar. Dofu era médico, mas não havia ali livro algum de medicina. As estantes eram feitas de metal maciço, iam do chão de pedra até o teto de pedra. Zara começou a procurar por uma porta, uma presença, ou qualquer outra coisa além de estantes semi-vazias e livros finos e novos.

Foi quando viu, passando numa encruzilhada entre as estantes, uma cobra passando sorrateira e calmamente.Era um pouco maior que as serpentes comuns, e Zara estagnou até a cobra passar quase completamente, mas quando faltava apenas a ponta da cauda, a cobra voltou-se para a garota.

– Vossssê deve ssser o novo Avatar. - Disse a voz sibilante da serpente. Ela era marrom escuro, com olhos brancos como os de Sozen.

– E você é... - Zara aproximou-se hesitante da cobra.

– Meu nome é Grakar. - Falou a serpente.

– E como sabe que eu sou o Avatar? - Perguntou a garota.

– Eu conhesssso essssa aura em qualquer lugar. - Sibilou se aproximando de Zara, e rastejando em circulos ao redor dela, como se a analizasse.

– Por que? - Perguntou mais uma vez.

– Fasss perguntasss demaisss. - Disse Grakar. - Pergunte à sssua Sssozen. - Aconselhou, pendendo a cabeça para o lado, para onde Zara virou e viu Sozen ao seu lado, majestosamente superior àquela cobra.

O Tigre-Leão virou-se para Zara abaixou a cabeça, mostrando-lhe o símbolo da nação do fogo que ali ficava, desde que era em pequena. Zara observou Grakar encontrando no cenrto de seu comprimento um símbolo parecido com o do Reino da Terra, num tom claro de verde.

Grakar soltou uma espécie de risada macabra e virou-se, enrolada em seu próprio corpo, mostrando melhor aquele símbolo para o Avatar.

– Vamosss lá, Avatar. Vosssê sssempre sssoube o que era isssso... - Encorajou a serpente. Zara inclinou a cabeça e tentou reconhecer o símbolo. Embora lhe lembrasse muito do brasão do Reino da Terra, não era exatamente igual. Ao invés de enrolar-se em linhas retas para dentro, este símbolo era quase um quadrado com uma perna puxada para a direita e para baixo.

Sozen inclinou-se até tocar-lhe a testa, e logo Zara preparou-se para voltar ao mundo físico. Mas não foi para lá que Sozen a levou. Estava num lugar completamente preto, e flutuava como que embaixo d'água.

– É uma honra. - Ouviu uma voz masculina, muito grave e aterrorizante lhe falar, vinda de todos os lados.


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