Avatar: A Lenda de Zara - Livro 3: Fogo escrita por Evangeline


Capítulo 18
Cap 17: Chegando à Ilha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/463629/chapter/18

Quando chegaram no templo do ar do sul, Zara encarou as montanhas íngremes e totalmente verticais, chegando a ficar com certa dor no pescoço.

– Já tem ideia de como vamos subir? – Perguntou Zara enquanto desembarcavam na estreita costa da ilha.

O templo de Ar do Sul era um território apenas alcançado por dobradores de ar e por animais voadores. Por um instante Zara pensou em Vivi, que poderia leva-los.

– O Avatar aqui é você. – Disse Avalon passando direto para desembarcar mais rápido e montar acampamento junto com os outros homens. E aí ele volta ao normal... Pensou a menina.

Zara ignorou o rapaz e o seguiu, em seguida isolando-se e dobrando terra para fazer sua própria tenda. Ali dentro, com a cabana de pedra completamente fechada, Zara começou a se concentrar. Fazia muito tempo que não se conectava com o mundo espiritual, e ainda tinha a sensação de que precisava falar com Vaatu.

Zara sentia uma sensação estranha por estar tão perto do Polo Sul. Sentou-se confortavelmente para meditar e resolveu aventurar-se pelo mundo espiritual.

Era tudo iluminado e lindo, com muito verde, muitas flores e pequenos animais silvestres. Não demorou para que Zara enxergasse, ao longe, uma criatura grande se mexer. Ela seguiu a tal criatura, mas sempre que estava prestes a conseguir vê-la, o animal desaparecia na curva da montanha.

Mal percebera o tempo passar tão rápido, e a paisagem mudar tão bruscamente. Zara então se via num campo de morte em meio a tanta vida. Era uma estrada muito bem delimitada, onde o chão era negro e não havia sequer sinais de vida ali. A estrada seguia até mais próxima da montanha, onde uma pequena cachoeira pingava, sem mais vida ou vontade de deixar-se cair.

Zara franziu o cenho ao olhar para a tal cena, de modo que esquecera completamente o animal que estava seguindo, e se aproximou da cachoeira. Quanto mais perto chegava, mais ela via. A trilha de morte subia pela montanha e desaparecia graças às nuvens, mas abaixo das pedras negras da cachoeira havia uma imensidão de escuridão, que despertou a curiosidade da menina.

Ela sentia que tinha algo ali.

Logo percebeu que a escuridão tratava-se de uma caverna. Zara ficou com do de entrar. Embora fizesse muito tempo, lembrava-se claramente das palavras de La ao dizer que nem tudo no mundo espiritual era vida e beleza. Os espíritos ruins estavam sempre a espreita, apenas esperando para atacar. E eles gostavam da escuridão.

Foi por causa da daquela lembrança que ela recuou. E foi por causa das pequenas luzes que via lá dentro que ela voltou a avançar para dentro da caverna. Era úmida, mas quente.

Percebia-se claramente que o rastro de morte não entrara ali, afinal algumas ervas teimavam em crescer pelos cantos. Quando chegou na clareira da caverna, deparou-se com um imenso buraco no chão, sem fim, de onde saíam belos bizões, que subiam por um outro buraco no teto, um buraco sem fim.

Foi olhando aquela cena que ela afinal entendera. Os bizões subiam para o Templo.

Não demorou para que ela voltasse para onde estava seu corpo para poder voltar ao mundo físico.

Enquanto a jovem Avatar estava no mundo espiritual, Avalon bateu na pedra de sua cabana cerca de cinco vezes, perguntando-a se tinha fome sede ou se precisava de algo, mas ela simplesmente não respondia. Achando que a garota estava com raiva dele, o rapaz a deixou em paz.

Já começava a anoitecer quando ela finalmente saiu de sua pequena fortaleza de pedra. Estava com uma expressão cansada, mas não fisicamente.

– Desculpe a demora. – Pediu se aproximando de Avalon, que estava sentado sozinho perto da fogueira feita. – Onde estão os... – Ela ia dizer, quando a palavra lhe fugiu a mente. – Você sabe, os caras que ficam te obedecendo. – Falou um pouco irritada por esquecer a palavra, fazendo Avalon soltar uma risada baixa, sem encará-la.

– Eu mandei que ficassem no navio. – Explicou. – Está tudo bem? – Perguntou depois de alguns segundos.

– Por que não estaria? – Ela replicou, sem entender.

– Você passou horas sem dar sinal de vida lá dentro. – Disse Avalon, surpreendendo a garota.

– Ah, eu estava... Bem, descobrindo como chegar lá em cima. – Ela falou, sem ao mesmo entender bem o que dizia.

Avalon a encarou por algum tempo, não convencido.

– Ah, é mesmo? Porque você não me parece conseguir achar nem o navio com essa cara de exausta. – Ele disse com o olhar congelando-a.

Para um dobrador de fogo, ele é frio demais. Pensou a garota.

– Eu não entendi bem, sei precisamos encontrar uma caverna. – Ela falou, ignorando o comentário anterior do rapaz.

– Ótimo, garanto que não vai demorar para acharmos uma caverna. – Avalon disse sarcasticamente. Zara o encarou, chateada.

– Tem uma ideia melhor, mal humorado?- Perguntou irritada, fazendo-o ficar calar-se. Zara suspirou profundamente, cansada. – Não é um caverna comum. Ela é baixa, talvez mais baixa que o nível do mar, e tem um arco na entrada. – Disse olhando para o fogo da fogueira, tentando lembrar de mais detalhes da caverna que vira no mundo espiritual.

– E como vamos chegar lá em cima através de uma caverna. – Perguntou Avalon, tentando não parecer muito mal humorado.

– Não sei. – Disse Zara, olhando para ele com um sorriso amigável, e o deixando boquiaberto.

– E como sabe que vai nos levar lá pra cima?- Ele perguntou, entendendo menos ainda.

– O Avatar aqui sou eu. – Ela disse, repetindo as palavras usadas por ele quando chegaram àquela ilha.

– Ótimo. – Ele aceitou, um pouco irritado por ter seu argumento reciclado para ser usado contra ele. – Quando vamos procurar a tal caverna? – Perguntou, e não demorou para que Zara bocejasse.

– Assim que eu descansar. – Ela falou, com os olhos quase se fechando por causa das pálpebras pesadas. – Se importa? – Perguntou.

– Não. – Ele respondeu, sem olhá-la. Graças ao hábito de não olhar para a garota enquanto ela falava, ele não sabia que o “Se importa” era sobre ela deitar-se no colo dele. Depois que ele respondeu, a menina se deitou imediatamente, dormindo em cerca de alguns segundos.

Avalon franziu o cenho, ainda surpreso por ela se deitar tão rápido em seu colo, mas logo se acostumou com o pequeno peso em suas pernas.

Ficou olhando para o rosto adormecido da jovem garota em seu colo, mal podia acreditar que ela carregava tanta responsabilidade consigo.

– Folhas da parreira... – Ele tentava tomar coragem para cantarolar baixinho. – Caindo devagar... – Cantou, tirando uma mecha rebelde do cabelo de Zara que estava na frente de seu rosto, e passando-a para trás. – Como conchas frágeis a flutuar. – Cantarolou, criando coragem para mexer no cabelo da garota, logo começando a brincar com os fios. – Pequeno soldadinho... para casa a marchar... corajoso soldadinho... – Cantava, mas não conseguiu cantar o último verso.

Avalon lembrava das histórias que Iroh contava sobre seu filho, Mako. Foi graças a lembrança do amor que via nos olhos do Tio Avô, que Avalon decidiu que quando tivesse um filho, lhe daria o nome de Mako.

Quando o sol da manhã encostou a pele das bochechas de Zara, e menina acordou com o calor agradável que sentia. Constatou que ainda estava no colo de Avalon, tinha até uma mão dele em sua cabeça, e ao se levantar, encontrou o rapaz adormecido no chão.

Ela lhe sorriu um pouco melancólica, mas logo se levantou, olhando para a fogueira apagada. Agora Zara estava descansada. O lugar estava bem diferente do dia anterior. Devia ser muito cedo, pois a neblina ainda era densa, e só agora começava a se dispersar. Ela sentiu um arrepio estranho, antes de se abaixar perto de Avalon e balança-lo pelos ombros.

– Avalon. Vamos. – Sussurrou, sem querer chamar a atenção dos homens no navio. - Avalon? – Ela chamou mais uma vez, em seguida suspirando. Ela o balançou mais um pouco até que o rapaz acordasse.

– Hmm. – Resmungou.

– Vamos procurar a caverna. – Ela disse olhando Avalon se sentar com dificuldade. Ele havia ganhando uma bela dor nas costas por dormir ali no chão.

– Claro... Vamos... – Falou o rapaz bocejando e ficando de pé com dificuldade. – Para que lado fica? – Perguntou fazendo Zara ter vontade de rir um pouco e olhar ao redor.

– Eu não sei. Por isso que se chama “procurar”. – Disse segurando o riso e fazendo Avalon encará-la mal humorado. Não demorou para que o humor do rapaz melhorasse um pouco e ambos começassem a vasculhar a ilha.

Mas tudo era igual. Oceano de um lado, montanha do outro e neblina espalhada próxima ao chão. Havia lugares onde eles sequer conseguiam enxergar os próprios pés, de tanta neblina.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mil perdões por too esse tempo sem postar! Mas eu estou tão desanimada com essa história. ): Só postei para ver se ainda tem alguém lendo, e se não tiver ninguém mesmo eu vou deletá-la. Talvez eu reposte tudo numa fic só pra ficar mais fácil, não sei.
Mas e pretendo terminar o Livro 3 e ainda fazer o 4, ele está inteirinho na minha mente.
Se aida tiver alguém lendo, posso continuar normalmente. :)