10 Coisas que eu odeio em você escrita por Enailive Prodyje


Capítulo 3
Acordando


Notas iniciais do capítulo

- Existe quem vive a dor, e existe quem escolhe escondê-la.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/463610/chapter/3

Em plena luz do dia, me perco parada no tempo, apenas sentindo a brisa, ouvindo o barulho lá fora, a vida seguindo de um lado para o outro, as pessoas não param e nem devem parar. São 10:30 da manhã, faz tempo que não acordava tarde assim, pensei em levantar, fazer um café e sair pra passear, fazer uns exercícios, e pensar, coisa que voltou a ser constante em mim, pensei em planejar um dia perfeito, ir ao cinema, ou á um bar, qualquer lugar com alguns colegas, mas por algum motivo não desejei sair da cama. Ficar ali me pareceu seguro, pareceu tranquilo e perturbador, olhei mas uma vez para o relógio que marcava 10:32, incrível como quando queremos que o dia voe ele simplesmente caminha.
Decido levantar, afinal não ia ficar o dia todo na cama, fui ao banheiro, bem devagar sem pressa, tudo estava bem, tranquilo.. Lavei o rosto, escovei os dentes, fui a cozinha preparei um café, e fui reconectar o telefone. Nada, nenhuma mensagem deixada na secretária eletrônica, e como isso era bom, na verdade perfeito. Nenhum vestígio daquela ligação, nada que me trouxesse lembranças, simplesmente resolvi acreditar que havia sido um sonho, ou um pesadelo para ser mas precisa.
O dia foi seguindo assim, talvez em negação, mas naquele momento aquilo era de certo modo um conforto. Sentada, em pé, caminhando.. Esse foi meu dia, Li um livro, assisti á um filme, dei risada sozinha, e percebi que as horas correram de novo, parecia que as coisas voltariam ao normal. 17:30 o telefone toca.. Simplesmente estico o braço e atendo com cautela e simplicidade.
— Alô ? - Digo ..

— Oiii, até que enfim.. - Era Mônica, minha colega mas próxima, até posso considerar amiga.

— Oi Mônica, desculpa .. Houve um probleminha com o telefone, mas tudo resolvido, o que houve? - Disse, simplesmente disse.

Ah, entendo. Não, não houve nada, até parece que preciso de um motivo para te ligar. Mas confesso que liguei para saber o que vai fazer nesse recesso milagroso, e se tem planos para hoje. - Respondeu com um tom natural, e espontâneo.

— Ainda estou decidindo, e não, não tenho planos para hoje. - tentei responder com o mesmo entusiasmo.

— Hm! Somos duas, Que bom.. E o que vamos fazer hoje ? A Larissa me disse que vai ter uma festa no apê do Ricardo da economia, tá todo mundo convidado, vai a galera toda da faculdade, essa não podemos perder..! Relembrar os velhos laços. - Mônica parecia tão entusiasmada com essa festa, não me parecia ruim, pelo contrário, ver pessoas antigas me faz bem, sou um pouco apegada ao passado de certa form:a, isso talvez explique muita coisa, mas poderia ser uma boa, afinal, é melhor do que ficar aqui em casa, em negação, pelo menos estaria em negação com um numero maior de conhecidos ao meu redor, não estaria só.

— Hm! Legal, gostei. Vamos sim, seu entusiasmo me convenceu. Então.. que horas? qual o estilo da festa? com que roupa você vai? . Com que roupa eu vou!! - Disse, parecendo fútil, mas um truque derivado da minha constante negação.

— Perfeito. 19:30, Vestido preto, sapato alto, make arrasando.. passo ai 19:00 hrs.. Deixa que o resto eu me viro. Tchau - Disse rapidamente e decidida, e logo desligou. Ela tem essa mania de desligar do nada.

Fui em direção ao banheiro, liguei o chuveiro e mas uma vez me vi refletindo sobre as gotas que molhavam meu rosto, enquanto pensava no que irei fazer nessa festa, e em como irei fazer. Terminei o banho e me dirigi ao quarto, abrindo o guarda roupa e lembrando como eu nunca gostei de ficar horas provando roupas para escolher uma, então resolvi seguir o conselho de Mônica, vestido preto.. Mas claro que não irei de salto, até parece detesto salto.

Já era quase 19:30 e nada da Mônica chegar, ja estava pronta e impaciente sentada no sofá espiando a janela, para ver algum sinal dela, quando o relógio marca 19:35 ela chega (ja era hora não aguento mas esperar) . Nem esperei ela bater, abri a porta antes, fazendo Mônica tomar um baita susto, nós rimos, eu reclamei pelo atraso, e nos dirigimos pelas ruas de São Paulo em direção ao apê do Ricardo.

Chegando lá, estacionamos o carro, e entramos. Mônica não bateu antes de entrar e eu claro acompanhei seus passos. Já na sala de estar pude notar um numero vasto de pessoas, todas do tempo da faculdade. Dei um leve sorriso ao ver como mudaram, por alguns instantes me perdi rindo em silencio das caras gordas, que antes eram magras e bem metidas.

Mônica, estava toda animada, andando de um lado para outro cumprimentando todos, eu por outro lado, a seguia em silencio observando o meio e dando leves sorrisos para aqueles que dirigiam a palavra a mim. Ricardo se aproxima com algumas bebidas, e um sorriso encantador e sexy ao mesmo tempo.

— Olá moças, quanto tempo - Disse enquanto abraçava-nos e dando um beijo no rosto entregava os copos.

Oii Ricardo, seu maluco, o que andou fazendo esse tempo todo? você continua um gato - Disse Mônica cheia de insinuações - Oi, - que droga não consegui dizer mas nada ..

— Luce? Você esta muito mudada, tudo bem? - Disse, indo em minha direção e estendendo os braços para um abraço. - estou bem e você? Também esta muito diferente - Disse, retribuindo o abraço. - Vem - Ricardo nos puxou para o meio, onde estava a maioria dos dançantes. A festa continuou nesse ritmo, não me senti muito a vontade no começo, mas logo me juntei a Mônica que estava dançando loucamente no meio da multidão. Peguei um drink, não bebo mas nesse momento era o que eu precisava, com apenas um drink já estava animada e caindo de tanto rir. Ricardo ficava o tempo todo do meu lado, e me trazendo mas bebidas, talvez esteja querendo me tirar a consciência, mas nem isso me fez regredir, naquele instante eu só queria dançar a noite inteira e esquecer tudo.

 

As horas corriam rápido de mais, mal pude perceber quantos copos virei de uma só vez, estava em completo êxtase, enquanto Mônica estava se agarrando com Ricardo no fim do corredor. A musica alta.. meu corpo exercendo movimentos estranhos, não conseguia mas ver nada fixo, vários borrões e imagens aleatórias passando em minha cabeça. Eu sabia que não deveria beber, ñ costumo fazer isso, mas hoje .. hoje eu precisava .. 
     A pista ficava cade menor, ou pelo menos era como eu via, me perdi no meio da multidão dançante, por alguns instantes pude vê-lo, com aquela mesma roupa que havia visto, e ele estava me olhando com uma cara de reprovação como ele sempre fazia quando estava bravo por algo que eu havia feito .. mas não poderia ser ele e se fosse eu não deveria me importar, fechei os olhos e desejei esquecer novamente que ele ainda tinha efeito sobre mim.. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- É como não saber o que se espera, mas por alguma razão se espera .



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "10 Coisas que eu odeio em você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.