O Sangue do Olimpo escrita por Belona


Capítulo 40
Frank


Notas iniciais do capítulo

E a história está chegando no fim...



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Frank viu sua respiração sair numa baforada. Seu coração palpitou e um ódio correu por seu corpo.

Gaia ostentava Hazel como um troféu, mole e indefesa em seus braços. Frank queria ir até lá e arrancar a cabeça dela como havia feito com a de Octavian, e provavelmente teria feito isso se Percy não o tivesse detido.

– Não. – Ele segurou Frank e eles deram dois passos para trás, por entre as árvores.

– Pensei que estivesse com seu pai. – Frank sussurrou sem tirar os olhos de Gaia e Hazel.

– Eu estava. Mas vim ajudar um amigo. – Ele cochichou de volta.

Frank segurava um pedaço de galho de árvore com tanta força que a madeira começava a se esfacelar.

– Acha que ela está morta? – Ele indagou.

Percy fez que não com a cabeça.

– Annabeth... Ainda está viva? – Frank perguntou, e Percy lhe lançou um olhar que o fez se arrepender. – Desculpe.

Fazia dois minutos que Gaia estava lá, de pé, segurando Hazel.

– Tropas! – Gaia convocou. – Aqui!

Todos os monstros fizeram uma cara de confusão, mas obedeceram. Nenhum deus ou semideus os impediu de se reunirem no gramado, uma massa com mais ou menos dois mil inimigos, bem na frente de Gaia, ao seu comando. Em comparação com a quantidade que havia chego, aquele era um número bem menor. Porém... Para onde quer que se olhasse havia corpos de heróis caídos.

– Perdi muita coisa? – Era Piper. Ela vinha cambaleando por entre as árvores, segurando a cabeça de alguma coisa. Estava bastante machucada, mas estava sorrindo. Seu sorriso murchou quando viu a cena que se desenrolava dentro do acampamento. – Frank... Eu... Sinto muito.

– Ela não está morta. – Percy disse. – O que é isso?

Piper jogou a cabeça para ele, que a pegou no ar e a encarou. Por sorte, a cabeça usava óculos escuros.

– Tia Eme... – Ele sorriu.

– O quê? – Frank não entendeu.

– É a cabeça da Medusa – Piper explicou. – É uma grande ideia. Se eu conseguir usá-la...

– Estamos esperando pelo melhor momento. – Percy admitiu.

Gaia estava fazendo um discurso sobre como ela levara tempo para acordar, de como fora difícil e blá blá blá. Então, ela fez uma pausa dramática e olhou para as árvores, mirando Percy, Piper e Frank com seus olhos verdes, cor da clorofila. Eles ficaram tão surpresos que recuaram um passo.

– Vou usar a Medusa. – Piper sussurrou. – Posso?

– Não. – Frank disse. – Eu sinto... Que não.

Piper iria discutir, mas acabou assentindo.

Gaia sorriu.

– Meus heróis... Não passam de peões em meu tabuleiro... Chegou a hora da jogada final... Vocês não acham?

Ninguém respondeu.

– Mas... Se vocês pararem para pensar... – Ela virou-se para seus monstros. – Até que eles são bem resistentes.

Todo mundo tinha os olhos fixos nela.

– Quem sabe um dia... Quando os semideuses quiserem tomar o Olimpo... Seja mais fácil. – Ela sorriu. – Talvez... Vocês devessem pensar duas vezes antes de subjugá-los... E deveriam saber... Que não é tão simples matá-los... Matar seus amigos e sair impune.

Os semideuses e os deuses estavam tão confusos quanto os monstros.

– Porque, meus amigos... Uma batalha precisa de equilíbrio, não acham? – Gaia começou a tremular. O ar ao seu redor estalou, e ela começou a mudar. Seus cabelos ficaram mais curtos e mais escuros. Ela ficou mais baixa. Sua pele ficou mais clara e seus olhos, castanhos. Ao mesmo tempo, Hazel, que estava em seus braços, ficou mais alta, os cabelos, mais compridos, e o vestido verde surgiu. Todos se deram conta de que Hazel havia feito magia e invertido os papéis. Agora, ela voltara ao normal, e estavam estupefatos.

Hazel, que segurava Gaia, ergueu-a acima da cabeça com uma incrível força. Ela mirou Frank e jogou o corpo da deusa pelos ares, atingindo Frank no peito.

O garoto segurou Gaia entre os braços, seu corpo era leve e a pele, um pouco áspera. Ele estava embasbacado, mas compreendeu.

Hazel fitou Piper nos olhos e disse:

– Agora.

Piper correu até onde Hazel estava, segurando a cabeça da Medusa. Os inimigos fizeram menção se se mexer.

– Não! – Piper gritou. – Fiquem onde estão e olhem para mim!

Eles obedeceram. O charme na voz dela era muito forte.

Piper se colocou na frente de Hazel e ergueu a cabeça da górgona. Por sorte, não havia nenhum semideus nem deus que pudesse fitar os olhos da Medusa. Piper ergueu os óculos do bicho.

Milhares de monstros foram transformados em pedra quase que instantaneamente. Foi como efeito dominó. Um por um, todos foram ficando imobilizados.

– Poseidon! – Era a voz de Zeus.

Poseidon, que estivera observando aquilo por todo o tempo, olhou para Percy e assentiu.

Não havia tempo a perder.

Percy correu até Hazel e Piper, ficando atrás delas, e ergueu os braços.

Atrás de todo mundo, o mar respondeu.

Como um cobertor, a água foi trazida para a terra. Milhares e milhares e milhares de litros de água salgada se agitaram e cobriram todas as estátuas recém-feitas. Os respingos da massa líquida encharcaram quem estava por perto.

Todos os monstros foram engolidos por aquela imensa e assustadora onda. O barulho era terrível, como se o mar estivesse se dividindo. Percy permanecia concentrado, fazendo seu título de ‘filho de Poseidon” valer a pena.

Atrás dele, vinha uma empousa vestida de líder de torcida. Fora a única que conseguira escapar, provavelmente viera da floresta. Ela corria, determinada a decepar sua cabeça. Ela estava confiante, porém Annabeth entrou em seu caminho e fincou a espada em seu peito. Ninguém percebeu.

Então, o mar retrocedeu, como a maré quando a aurora desponta. A água voltou para o oceano, levando todas as estátuas para lá.

Aconteceu tão rápido que ninguém soltou nem um “a”. Todos ainda fitavam o imenso vazio, onde estivera o maior exército que eles já viram.

– Como... Como sabemos que eles realmente morreram? – Piper perguntou.

– Eu posso sentir. – Hades mancou até lá, analisando o chão. – Eu posso sentir. Monstros, gigantes... Todos retornaram ao Tártaro.

– Então... Acabou. – Nico disse.

– Não. – Era Frank. Ele tinha Gaia nos braços. – Ainda não acabou.


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