Annabeth ficou extremamente ofendida quando Percy lhe pediu que colocasse uma venda.

– Luke diz que ninguém pode além de nós pode saber onde fica a entrada. Desculpe, senhorita. – O garoto confidenciou-lhe com um sorriso.

Eles haviam descido da corrente de água ambulante (Não necessariamente isso) e parado em meio á uma floresta. Percy tinha um lenço nas mãos, e estava posicionado atrás de Annabeth.

– Está bem – A garota mordeu o lábio. – Mas quero que saiba que estou profundamente ofendida com isso. – Resmungou cruzando os braços.

Percy pediu que a loira fechasse os belos olhos cinza (“Eles parecem estrelas. Estrelas antes de anoitecer me perturbam” –Percy confidenciou-lhe) Prendeu o lenço em volta da cabeça dela e segurou a mão da garota com firmeza.

–Espere aqui – Ele disse, causando certo arrepio na loira, pois falou ao pé do ouvido – Katie deve estar fazendo a faxina matinal.

Annie esperava ouvir um rangido de dobradiças se abrindo. Mais o barulho foi muito mais suave. Um tico- tico começou a cantar. Cheiro de maças frescas brotando nos galhos de macieira. E cereal- muito cereal.

Percy a puxou pelo pulso para frente. Quando a venda foi removida, os olhos de Annabeth brilharam.

Eles estavam dentro da superfície oca de uma árvore. Havia três garotos, os três loiros, sentados em uma espécie de sofá feita de casca de árvore.

E então ela viu a garota.

Parecia uma ninfa, dos livros que Annie lia. Usava uma coroa de flores no meio dos cabelos castanhos claros. Usava um vestido curto, que parecia ter sido feito de folhas de macieira; Os sapatos pareciam galhos se enrolando até a altura da metade dos joelhos. Ela parecia estar cantando uma canção. A voz era melodiosa, como a primeira manhã de primavera depois de um rigoroso inverno. Por um minuto, Annabeth achou que um dos louros estava prestando atenção demais na garota. E então, a loira notou que, conforme ela cantava, animais e pequenos insetos vinham e organizavam a pequena ’’casa’’. Quando ela cessou, um filhote de onça parou aos seus pés e ronronou. A garota sorriu e o ninou, como se fosse um pequeno filhote de gato.

– Olá – Ela sorriu para Annabeth. – Eu sou Katie. Katie Gardner.

Annabeth adiantou-se a estender-lhe a mão.

– Prazer. Eu sou Annabeth Chase – Annie lhe ofereceu um de seus melhores sorrisos.- Como... Como você... – Ela indicou o felino e fez um gesto abrangente.

– Eu sou filha de Deméter – A castanha sorriu. – A deusa da agricultura. Então tenho certo poder sobre todo tipo de plantas e alguns pequenos animais. Menos o bob aqui. – Ela fez um carinho na cabeça do filhote.

– E ela canta muito mal. – Um dos loiros falou. – Prazer, loira. Eu sou Travis Stoll. E aquele é meu irmão, Connor, o bobão. – Ele apontou para o garoto muito parecido com ele, ao seu lado.

O último garoto sentado se levantou e se dirigiu a Percy com seriedade.

– Você não saiu daqui pra procurar patricinhas – Disse com tom grave, mais levemente divertido. - Onde está a Thalia?

Percy suspirou.

– Com a Rachel – Disse sorrindo. – As duas já estão vindo pra cá.

– Muito bem- Luke sorriu. A expressão séria em seu rosto se dissolveu rapidamente. Ele estendeu a mão a Annabeth. – Eu sou Luke. Luke Castellan.

–Prazer. – Annabeth deu um leve sorrisinho. E se dirigiu a Katie: - Você parece a Branca de neve.

Travis deu uma leve cotovelada em Katie e começou a fazer piadinhas, fazendo todos rirem. Percy puxou Annie novamente pelo pulso e os dois se sentaram no sofá.

– Quem é Rachel? – Indagou ela.

– Uma fada... E minha meia irmã.

Annabeth arregalou os olhos. Fez uma pequena pergunta em silêncio:

“Você tem uma irmã-fada”?

–É complicado – Ele sussurrou.

Um barulho de ranger tomou conta do ar. Quando olhou, Annabeth viu quem tinha feito o barulho.

Thalia Grace havia chegado.

O primeiro a ir cumprimenta –lá foi Luke. Os dois pareciam se conhecer faz muito tempo e ter uma longa história juntos. Thalia era uma garota de cabelos lisos negros até a altura dos ombros. Seus olhos eram de um azul elétrico, mais azul que qualquer coisa. Usava roupas Punk. Seu pai sempre lhe dizia que pessoas que se vestiam daquele jeito eram “delinquentes”. Apesar disso, Thalia lhe parecia muito familiar. Muito mesmo.

– Você! – gritou Annie vitoriosa – É filha de Zeus Grace, aquele milionário americano.

Silêncio.

Luke olhou para Thalia, procurando uma reação. Ele tinha uma expressão de compaixão. Annie esperava que Thalia explodisse. Talvez por que a Grace tinha uma expressão- diabólica.

– Sim – Murmurou Thalia, melancolicamente. – E você é Annabeth. Vejo que não é mais aquela garotinha de sete anos que derrubou ponche na tia Afrodite – Lia sorriu.

Annabeth assentiu, vibrando de felicidade. As duas se abraçaram.

– Onde está Rachel? – perguntou Connor.

– Lá fora – Thalia trocava olhares envergonhados com Luke. Eles pareciam estar tendo uma conversa muito intensa em silêncio. – Mais acho que está tendo problemas com Clarisse. Chris a estava espionando.

Percy olhou para Annabeth e seus lábios compuseram a palavra Piratas.

– Eles são piratas... Malignos? E ... Filhos de Deméter como Katie?

Todos caíram na gargalhada.

– Annie... – Disse Luke ainda rindo. Ele não parecia ligar de ter chamado Annabeth de patricinha minutos atrás. – Somos todos filhos de deuses. Eu, Travis e Connor, além do Chris, somos filhos de Hermes. Thalia é de Zeus. Katie de Deméter e Percy...

– Poseidon – Completou Percy – Sorridente.

– Interessante... – Annie sorriu. – E eu... Sou filha de algum deus ou deusa?

Thalia e Percy trocaram olhares divertidos.

– Eu tenho um palpite – Percy disse.

– Atena. – Thalia murmurou, Passando o braço em volta do pescoço de Luke, muito naturalmente.