Raio de sol escrita por Lia
Notas iniciais do capítulo
heey gente. Espero que gostem dessa fic... Eu tive a idéia lendo Peter pan, então ficará um pouco mais pra fantasia. Espero que seja do gosto de vocês.
Annabeth fechou os olhos e espiou pela janela. A neve caia aos montes lá fora. Aos 13 anos, ela nunca havia saído de casa. Sua ama, Nancy, dizia toda vez que a garota tocava no assunto:
- O senhor Chase tem medo pela senhorita.
- Por quê? - Perguntava a garota, sentando-se na beirada da cama, e abraçando o travesseiro.
- Sua mãe. – A empregada suspirava. – Foi levada pelos piratas. E nunca mais foi vista.
Annabeth olhava lá para o chão e suspirava. Seus olhos se enchiam de lágrimas. Ela queria conhecer o mundo lá fora. Queria conhecer as coisas pelas quais estava sendo privada de conhecer.
E ela iria conhecer tudo aquilo.
***
Tudo começou naquela noite de inverno. Naquele dia Annabeth levantou-se e tomou seu café matinal. Depois escovou os longos cabelos loiros, e vestiu suas roupas de ficar em casa. A seguir teve quatro de suas aulas do dia e almoçou. Depois de um breve descanso de meia hora retomou os estudos até às 6 horas e jantou. Após estes acontecimentos foi mandada para a cama.
Annie dormia a alto sono quando despertou. Seu olho direito abriu-se preguiçosamente. Um barulho de água atingiu-lhe os ouvidos, o quê contribuiu para que ela desperta-se completamente.
Quando se sentou na cama, assustou-se com o quê viu: Um garoto olhava atentamente para um dos livros de história apoiado sobre a escrivaninha.
O motivo do susto é bem simples. Como nunca havia saído de casa, nunca havia convivido com outras crianças. Os únicos garotos que tinha permissão de ver eram os filhos das empregadas. A maioria de 18 a vinte anos. Frederick Chase dizia que não era necessário conviver com outras pessoas da idade dela. Quanto aos meninos, ela logo teria um marido.
Annabeth acendeu o abajur. Quando ergueu os olhos novamente, o mesmo garoto ainda estava de olho no livro.
- Quem se atreve... ? – Disparou confusa para o vazio.
O menino voltou á atenção para ela. Quando o viu, o estômago de Annie se revirou. Tinha olhos verdes intensos. A pele era clara e bronzeada, como se ele vivesse na praia. Annie nunca havia visto uma praia ao vivo, mas já vira gravuras sobre elas.
Os cabelos eram negros. Tinha um sorriso brincalhão.
- Quem... Quem... Quem é você? – Annie perguntou, encolhendo-se entre as cobertas.
- Por que eu diria? Você nem me falou quem é você ainda... – Ele disse, derrubando acidentalmente um vaso de plástico no chão. – Ops.
- Annabeth Chase. – Respondeu prontamente a loira.
Como um vulto o garoto pulou no ar. Annabeth foi obrigada a fechar os olhos, pois uma rajada de água foi lançada no ar, e penetrou em seus olhos. Quando os abriu novamente, o moreno estava agachado á sua frente encarando-a com simplicidade.
- Perseu. Jackson. – Um sorriso malicioso brincava nos lábios do garoto, agora com nome. Ele tinha os dedos da mão direita em volta do queixo de Annie. Depois cochichou: - Percy, caso preferir.
A garota empurrou o peito de Percy para trás e jogou as cobertas para o chão.
-O quê faz aqui? – Perguntou crispando os lábios
- Gosto de te ver ler aqueles livros. Na aula de... Como chama aquilo mesmo? Libratura?
- Literatura – Annie corrigiu rindo.
- Certa senhorita sabidinha. Você é razoavelmente inteligente. – Annabeth riu novamente. – Adoro quando você lê aquele livro... Daquele garoto... Que tem a tia que faz torta de maçã.
- Tom Sawyer. – Annie sorriu. –É o meu favorito. E está falando da tia Polly.
- Creio que seja esse mesmo. É muito irado. Também gosto de ver aquele seu professor de geonomia falando dos mundos.
-Astrologia – a “sabidinha” corrigiu. – E acho que você quer dizer dos países, ou terras.
Percy riu.
- Esses nomes são realmente complicados. Ou não. Mas me... Esclareça uma dúvida: Por que estuda o mundo se não pode conhecê-lo?
Annie crispou os lábios.
- Talvez por que... Acho que seu estudar... Posso ver o quê nunca vou conhecer.
Os ombros da garota ficaram tensos e Percy com certeza notou isso. Uma ideia correu pela mente dele como um peixe veloz.
-Que tal se eu te levar pra conhecer essas coisas todas que você estuda? Podemos até ser um Tom Sawyer duplo! O quê acha? Vai ser demais! – Ele estava tão eufórico que por um minuto Annie ficou sem fala. A proposta era tentadora. Ver a neve pele primeira vez? As ruas? As lojas? Quem sabe até o mar!
- Claro! – Annabeth bateu palmas de contentamento. O rosto dela exalava uma aura de ingenuidade jamais vista pelo garoto. Por um minuto, Percy ficou admirando a alegria da garota. Os cabelos loiros caiam cacheados até a altura da cintura, dando-lhe uma inocência quase angelical. Os olhos eram cinza e firmes, como se ela processasse as informações mais rápido que o melhor computador. Os lábios eram tão rosados e a pele tão branca, que ela se destacava em meio a toda a extravagância e elegância daquele quarto. Por fim ele concluiu: A sabidinha era muito bonita.
Annabeth abriu seu armário e pegou uma muda de suas roupas mais confortáveis e caminhou até seu banheiro particular e as vestiu. Não passava de uma camiseta de botão branca, uma calça jeans rasgada, um cinto mais grosso que o próprio braço da loira, e botas confortáveis.
Quando abriu o toalete, ela se parecia mais com uma pirata do quê com filha do homem mais rico da Inglaterra. Percy fitou-a, cético.
- Não se parece nem um pouco com uma filhinha de papai. –Admitiu, balançando a cabeça afirmativamente de um jeito quase bobo. A sabidinha podia jurar ter visto baba escorrer do canto do lábio do garoto. – Vamos?
A garota negou. Seus cabelos louros a estavam incomodando. Eram encaracolados e por isso a faziam suar. Aquilo a deixaria cansada facilmente.
Depois de refletir por alguns segundos, Annabeth passou a revirar a gaveta de sua escrivaninha. Percy revirou os olhos quando a garota ergueu um lápis 2b para o alto, vitoriosa.
- Pra quê isso? Vai escrever no diário?
Annie ignorou. Prendeu o cabelo em um coque e colocou o lápis entre os fios louros, segurando-os.
- Estou quase pronta. – Anunciou. Encheu uma velha mochila prateada de livros. Lembrou-se de colocar seu notebook.
Enquanto revisava seus pertences, a garota se lembrou de um detalhe indispensável.
-Como eu vou me defender? – Indagou.
Percy rolou os olhos.
- Toma. – Disse estendendo uma faca. Quando Annie a tomou nas mãos, achou ser de bronze.
Annabeth a jogou na bolsa e fechou o zíper. Deu um sorriso confiante (Que foi retirado sabe-se lá de onde) e anunciou:
- Estou pronta, senhor Jackson.
- Ok. E, por favor, não me chame de senhor Jackson, Raio de sol.
-Raio de sol? – A garota franziu as sobrancelhas.
- Deixe pra lá. – Percy rolou os olhos e pegou na mão da menina, puxando-a até a varanda.
***
Percy achou extremamente interessante o jeito que Annabeth olhava a vista.
- Você nunca veio até a varanda? – Indagou á ela, sentou-se na balaustrada de mármore.
Annie balançou negativamente a cabeça, fazendo os cachos louros dançarem pelo ar.
- Não. Meu pai acha que alguém pode jogar uma corda e subir até aqui.
Percy revirou os olhos. O senhor Chase deveria ser um idiota.
- Pronta senhorita Chase? – Ele perguntou apertando os dedos de Annabeth em sua mão.
Annabeth ajeitou a alça da mochila no ombro e assentiu.
- Como vamos descer? – perguntou.
-Espero que goste de água. – Percy sorriu, malicioso.
O quê aconteceu diante dos olhos de Annabeth foi algo incrível. Percy olhou para a pequena fonte, localizada no centro do jardim. O moreno baixou a mão e a ergueu novamente. Então um incrível cheiro de maresia tomou conta dela, embora não soubesse por quê. Ela nunca vira o mar.
Água irrompeu da grama, abaixo da varanda. Em minutos, já tinha virado um gêiser. Quando o líquido explodiu, alcançou a varanda, parando diante dos pés de Percy, que estava sentado no mármore, com os pés virados para o chão.
- Me concede a honra, senhorita Chase? – Percy estendeu a mão para Annie, convidando –a á ficar de pé na balaustrada. Hesitante, ela aceitou. Quando seus pés tocaram a superfície branca e gelada, seus lábios foram tomados por um sorriso.
Percy também ficou de pé ao seu lado. O moreno colocou os pés na água e soltou a mão da loira, fazendo sinal para que ela repetisse seu ato.
- Eu não vou me afogar? – Perguntou ela. Tinha medo de quê assim que subisse ali, escorregasse até bater de cara no chão.
- Bobagem – Percy sorriu. – Me dê sua mão.
Annabeth não ofereceu sua mão há ele. Simplesmente saltou para a água. Seus pés aterrissaram com firmeza, como se fosse sólido. A água era quente e reconfortante. Annie teve vontade de tirar os sapatos e mergulhar no líquido. Mas aí lembrou a si mesma que não sabia nadar.
- Bem... – Percy sorriu. – Vejo que você manja. Acho bom se segurar, por que temos de ir bem depressa. Thalia e Luke já devem estar se descabelando.
- Quem é? -Indagou a garota.
- Meus amigos. São pessoas muito legais quando as conhecemos. Acho que Thalia e você se darão bem. E Luke é um cara razoável, embora eu ache que só Thalia confia nele e que ele só confia na Lia. – Percy deu um sorrisinho zombeteiro. – Pronta Annie queijo?
- Pronto, Perseu. – Annie sorriu, confiante, agarrando a alça da mochila.
Percy ergueu as mãos no ar e bateu três palmas. A água obedeceu como se fosse um código. Avançou, cada vez mais rápido e mais alto. A loira teve a sensação de estar caindo, enquanto subia.
- Segure nos meus ombros. – Indicou Percy.
A garota obedeceu. Enquanto os dois seguiam pelo automóvel líquido, Annie teve a sensação de estar indo ter uma real aventura, como as dos livros que lia para compensar sua prisão.
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Gostaram? Por favor deixem reviews. Preciso saber a opinião de vocês. Caso alguém aí manje dos photoshop, poderia fazer uma capa decente pra mim? Estou implorando. Thanks.