Angellus escrita por cecilya


Capítulo 2
Capitulo 1 - No Inferno


Notas iniciais do capítulo

Primeira Parte



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O Rei do inferno se encontrava sentando em seu trono, ao lado dele haviam outros dois tronos vazios e ele olhava em volta absorvido pelo tedio da imortalidade. Lucífer que outrora fora o mais querido dos anjos agora se encontrava desgostoso com sua própria existência, se arrancar fora seus olhos ou sua lingua lhe livrasse do tedio ele estaria fazendo agora, nem mesmo torturar as almas o trazia um sorriso sádico no rosto, essa era a decadência do que um dia foi um anjo.

– Tenho que encontrar algo interessante. – A criatura das sombras resmungou e levantou, caminhou até a beira do abismo e observou as almas gritando por misericórdia enquanto eram absorvidas pela lava incandescente. – E não é aqui que vou encontrar.

– Olá Majestade. – A mulher fez um comprimento seguido de um risinho.

– Oque quer Lilith? – Ele disse sem olhar para ela.

– Ora, um desses tronos é meu não é mesmo? Tenho direito de ficar aqui.

– Só tem esse direito porque eu o concedi. – Os olhos do anjo negro brilharam em rubro.

– Não precisa me ameaçar. – Ela riu sarcástica e depois reclamou de dor. – Essa humana está ficando mais forte, sempre tenta me expulsar do corpo dela.

– Ela é uma Nefilim por isso é forte, saia de dentro dela, talvez ela mate meu tedio.

Lilith atendeu a ordem a contra gosto e saiu da carcaça humana, voltando para sua forma original. De cabelos ruivos, olhos verdes e asas de morcego a primeira mulher de Adão era uma das criaturas mais belas do inferno e sem duvidas era mais cruel que o próprio Rei que a converteu na primeira pecadora, primeira bruxa e primeira humana a ser tão consumida pelas trevas que virou um demônio.

A garota Nefilim teve seu corpo abandonado, fraquejou quase caindo, mas se conteve mostrando seu orgulho, apesar de ter sido criada por demônios Luiza nunca teve sua alma corrompida, mesmo com toda a dor e todos os abusos que recebeu.

– Parece estar ficando mais forte Luiza. – O Rei andou na direção dela e percorreu seu corpo com os olhos. – Quem dera pudesse me dar filhos. – Suspirou. – Seria uma bela rainha, talvez a mais bela de todas.

Do outro lado Lilith remoía seu ódio pelos elogios não dirigidos a ela.

– Devo agradecer seus elogios Majestade, mas também devo confessar que me sinto agradecida de não poder gerar um filho seu. – A humana disse mantendo a compostura.

– Ah, então porque se sente agradecida menina? – O homem voltou ao seu trono ocultando um riso.

– Quem iria gostar de reinar um lugar assim? Aqui é feio e cruel e só vejo uma pessoa que combine com esse lugar e ela se chama Lilith. – A garota atacou com palavras.

– Ora Sua...

– Não ameace nossa convidada Lilith. – Lúcifer interrompeu a mulher. – E eu? Não sou cruel e feio como meu reino?

– Sem duvidas que você é cruel, mas não sinto em você toda a maldade que sinto nela. – Ela disse com sinceridade.

– Está tentando me agradar com suas palavras? – O demônio riu.

– Longe disso majestade, sei que maldade é considerada um elogio por aqui, mas talvez oque eu sinto seja apenas por nunca ter sido incomodada por você.

– Se eu te concedesse um desejo oque você pediria menina?

– Para ter de volta a vida que me foi roubada, viver com meus pais e minha irmã, ter aulas chatas de gramatica, planejar um futuro e ser livre. – Luiza fitou o chão.

– Se você fosse uma menina comportada sabe que poderia ir a terra, fazer faculdade e viver sua normalidade, mas você não é e nem nunca vai ser e vai continuar aqui sendo torturada pelas minhas criaturas feias e malvadas. – O demônio estava serio e não demonstrava nenhum sentimento.

– Não precisa dizer oque já sei. – Ela falou entre dentes enquanto chamas de raiva iam saindo de seu corpo e lambendo sua pele.

– Já disse para não usar o Espirito do Fogo, ele me pertence. – Lilith vociferou.

– Ele te odeia tanto quanto eu. – Pareciam duas vozes falando e o cabelo loiro da humana se transformou em chama viva e seus olhos antes azuis agora também pareciam queimar.

– Sem duvidas ela seria uma bela rainha, espero que a irmã dela também seja. – O Rei não se abalou com as chamas e parecia se divertir em observar.

– Creio que seja mais sensato tirar a espada elemental dela. – Lilith disse.

– Ela é a única que pode maneja-la e com a força que tem não causaria mal a você, não tenha medo ela só precisa matar alguns demônios fracos.

Lúcifer já estava prestes a mandar a Nefilim embora para que soltasse sua raiva nos demônios menores quando seu primogênito passou pelas colunas.

– Amaimon, a que devo sua presença aqui? Não estava ocupado no mundo dos vivos?

– Mumur criou um novo violino Pai e pensei que não seria ruim vir mostrar a ti, tem um som muito belo e...

– Dê para a humana. – Lúcifer interrompeu seu primogênito e deu a ordem. – Ela tocará.

– Teremos uma morte aqui então? – Amaimon riu com maldade.

– Quero saber o tanto de trevas que ela pode aguentar. – Com um olhar sádico Lúcifer terminou sua ordem. – Toque para mim Luiza.

A garota não relutou em pegar o violino, as chamas continuavam dançando em sua volta, ela colocou o instrumento em posição e passou o arco sobre as cordas, sombras emergiram no instrumento amaldiçoado, mas o som era mais belo do que o de qualquer violino na terra.

Aquele era um violino capaz de tocar a melodia da alma e a de Luiza era cheia de ódio, dor, magoa e desejo de vingança, mas sob tudo isso bem escondido estava um trilo de esperança e do sonho de escapar do domínio das trevas.

As chamas não deixaram que as sombras se apossassem do corpo da menina, além da bela musica uma batalha entre luz e escuridão também podia ser apreciada e os três demônios eram a única plateia.

Uma, duas, três cordas foram quebradas pelas chamas e a menina terminou sua melodia, se curvou e largou no chão as cinzas que sobraram do violino, então desceu as escadas do abismo com suas chamas dançantes a acompanhar.

– Ela é poderosa, não devíamos dar toda essa liberdade a alguém como ela. – Começou Amaimon.

– Esquece que ela descende do mesmo que eu, se um anjo pode ser corrompido um meio anjo também pode. – Lúcifer levantou de seu trono, fechou suas asas negras sobre o corpo e em escuridão desapareceu.

Lá em baixo Luiza já havia chegado, caminhava de pés descalços no caminho de pedra sobre a lava, nem chamas nem calor podiam a machucar enquanto abrigasse o espirito do fogo em seu corpo.

No caminho de fogo podia se ver as almas sendo torturadas e os carrascos se divertindo ao fazer isso.

– Hoje a diversão será diferente. – As chamas a ergueram acima dos demônios.

Os chicotes pararam e todos observaram aquela que devia ser a Rainha do Inferno.

– Os condenados também tem esse direito. – Ela riu.

Torres de lava se ergueram ao menor movimento de seus dedos, fogo parou de queimar as almas ao seu olhar e chicotes de fogo prenderam os carrascos, as almas torturadas partiram para cima deles e causaram a dor que também já sofreram, mas aquela era uma vingança maior para Luiza, não havia nada mais satisfatório que torturar aqueles que machucaram seu corpo e o tomaram a força, seus molestadores estavam sendo devidamente punidos.


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Notas finais do capítulo

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