POV Sirius:

Estava acabando de acordar, quando ouço o telefone recebendo uma mensagem, e é o celular do James.

Venha até na casa da Evans. Precisamos conversar.

Mandei uma mensagem falando que estava indo, e assim que vesti uma roupa descente, peguei um carro emprestado do pai da Marlene e fui.

POV Marlene:

Ok, hoje é a festa. Sem pânico, sua mãe não vai te fazer usar aquela coisa horrenda que se chama espartilho. Já estava anoitecendo, ou seja, estava atrasada.

– Pronta, Lene? – Meu pai pergunta batendo na porta do meu quarto.

– Sim, pai. – Eu respondo colocando meu brinco e saindo em seguida, depois de pegar minha bolsa, claro.

Eu estava linda... Isso ninguém podia negar. Minha mãe, bem... Minha mãe só usa roupas escuras, parecendo que está de luto com alguma coisa...

Eu cheguei na sala, onde estava agora, eu, meu pai e minha mãe, mas estranhei uma coisa.

– Cadê o Sirius? – Eu perguntei para eles.

– Ele teve um imprevisto na casa dos Potter, mas ele vai nos encontrar na festa. – Meu pai disse, e... Eu não sei o que aconteceu lá, mas uma alguma coisa apertou meu coração. Será que ele está precisando de ajuda?

– Mas ele está bem? – Eu perguntei mais apavorada.

– Filha, pra que essa preocupação toda? – Minha mãe perguntou. – Você e ele...

– Não! Não temos nada! – Eu a cortei antes que dissesse alguma bobagem. Sirius e eu... Nunca tivemos nada. Mas eu sinto sim uma coisa por ele, só espero que isso passe logo.

Sendo assim, fomos a festa, com a maior cautela, é claro.

Chegando lá, encontrei Remo e Dorcas chegando também.

– Oi, Lene. – Dorcas veio me abraçar. – Aconteceu alguma coisa? – Ela percebeu que eu estava séria demais.

– Remo, o que aconteceu com o Sirius?

– Eu não sei. Fiquei sem noticias dos dois o dia todo. – Ele deu de ombros. – Aconteceu alguma coisa?

– É isso que estou querendo saber. – Eu disse preocupada.

– Já disse para minha filha ficar tranquila. James mandou uma mensagem para o Sirius hoje de manha e saiu com um carro que eu lhe emprestei. – Quando meu pai falou isso, Remo ficou mais branco que tudo.

– Remo, você está bem? – Dorcas perguntou preocupada, mas não saia nada da boca dele.

– Gente... Temos um problema. – Ele disse.

– O que aconteceu? – Eu perguntei já prevendo que coisa boa não vinha.

– Quando aquele Death Eater atacou a Lily esses dias pra trás, no meio de briga ele perdeu o telefone dele, só que ele me falou isso ontem de madrugada, e tenho quase certeza que o Sirius não tá sabendo disso. – Ele disse preocupado e eu quase desmaiei.

– E agora? O que vamos fazer? – Eu perguntei.

– Temos que esperar o James chegar.

– Vou ligar pra Lily. – Eu avisei pegando meu celular. – Alô, Lilian?

– Oi, Lene. Aconteceu alguma coisa. Estamos indo pra festa agora...

– Aconteceu. Sirius foi pego por Death Eaters. – Eu despejei tudo pra ela, que ficou uns minutos em silêncio. Depois a ouvi conversando com James.

– Lene, estamos indo o mais rápido possível. – Ela desligou o telefone e eu comecei a rezar.

Depois de uns cinco minutos eles chegaram, James estava mais preocupado que eu.

– O que aconteceu? – Ele perguntou.

– Os Death Eaters ligaram para ele do seu celular e ele achou que era você o chamando para ir na casa da Lilian. Foi uma emboscada. – Remo disse mais sério que o normal.

– E agora? – Lily perguntou pra mim. Até numa situação dessas ela continua brava com o James.

– E-Eu não sei. – Eu virei para meus pais, e eles pareceram pensativos demais pra mim. – Mãe... Pai? – Eu perguntei para os dois, que me encararam.

– Lene... Acho que já sabíamos para onde realmente Sirius estava indo. – Minha mãe falou.

– O quê?! E vocês o deixaram ir?! – Eu comecei a me desesperar.

– Não tínhamos certeza! Aliás, ninguém tinha! Nem mesmo ele! – Meu pai disse, e eu decidi não ficarmos brigando agora, afinal, eu tinha coisas mais importantes para tratar.

– E agora? – Lilian perguntou de novo.

– Com certeza vai ter Death Eaters escondidos aqui tentando pegar a Marlene, já que ela não está mais com o Sirius.

– Só que eu sei me defender, ok? – Eu perguntei já ficando irritada.

– Eu sei. Mas não deles, eles tem arma de fogo, e você só tem uma taça de champanhe na mão e olhe lá! – Ele respondeu e eu decidi ficar quieta. - Eu posso ir atrás dele.

– Você vai, e eu fico com elas. – James falou e Remo já expulsou o motorista que os trouxe aqui e já deu partida no carro.

POV Remo:

Estou rezando mentalmente para os Death Eaters ainda estarem no mesmo esconderijo. Eles tinham outro além daquele do meu bairro. Era um no bairro vizinho.

Encontrei o prédio, e... Silenciosamente entrei pelas portas dos fundos.

Quando entrei, um cheiro forte de alguma coisa morta estava pairando no ar. Andei mais um pouco e pude ver a razão desse cheiro horrível. Uma pessoa morta.

Depois de quase vomitar com o cheiro, eu desci uma longa escada até chegar ao porão. Mas ao invés de ter um mero porão, tinha um gigante... Galpão. E eu ouvia gritos de lá. Os gritos do Sirius, eu tenho certeza.

Não desci todas as escadas, e parei em lugar em que eles não me viam, mas eu via eles claramente.

Era o Sirius, amarrado em uma cadeira com uns dez homens em volta dele rindo desdenhosos enquanto ele se contorcia de dor.

– O que vocês querem?! - Ele gritou.

– Sua namorada, Black. - Um dos caras falou.

– Eu não tenho namorada! - Ele gritava.

– Marlene Mckinnon não te lembra nada, nem ninguém? - Um dos caras falou levantando o rosto dele a força e em seguida disferiu um soco. - Entrega ela, e te soltamos.

– NUNCA! - Ele gritou e levou um soco na barriga, no qual ele gritou de dor.

– Então nosso segredinho vai morrer com você. - Um cara apareceu do nada e eu comecei a me lembrar dele. - Sirius Orion Black, filho de... De quem mesmo? - Ele riu com desdém. - Você já foi um Death Eater, você já me serviu. - Ele levantou o rosto do Sirius, mas não consegui ver o rosto do dito cujo em questão. Só sei que Sirius conseguiu ver e arregalou os olhos.

– Você.

– Você pode ter até conseguido afastar sua querida Marlene dos meus homens, mas não de mim. Não de Tom Riddle. - Ele levantou o rosto e eu arfei, mas depois tapei minha boca. - Diz um ditado... Se você quer que alguma coisa seja bem feita, faça você mesmo. Agora, se me der licença, eu tenho uma festa para ir. - Ele ajeitou o paletó e veio em direção a escada, mas depois parou. - E, Pettigrew, limpe aquele homem do corredor. - Ele voltou a subir, e eu sai de lá.

Quando cheguei no carro, eu comecei a pensar em tudo o que tinha ouvido. Pedro está vivo... Depois de todo esse tempo, ele está vivo!

Dei partida no carro e andei para bem longe dali. Quando estava a uma distância razoavelmente boa, liguei para o celular da Evans.

– Remo? - Ela perguntou afobada.

– Lilian, pode passar o telefone pro James? - Eu perguntei tentando manter a calma.

– Passo. Mas, tá tudo bem? E o Sirius? - Ela começou a fazer perguntas.

– Eu estou bem. Sei onde está o Sirius. Preciso falar com James, agora! - Eu estava começando a perder a paciência.

– Remo? - Dessa vez foi James que me chamou.

– James! Eu já entrei no prédio, e o Sirius tá em apuros, tem umas dez pessoas cercando ele, não vou conseguir passar por lá sozinho. E o Riddle e o Pettigrew estão indo pra essa festa. Fica de olho nas meninas e avisa pra elas. Eu tô indo. - Desliguei o telefone e acelerei o carro.

Cheguei na festa e já entrei o mais rápido possível. Claro que disfarcei do que eu sabia, para ninguém perceber. A primeira pessoa que eu comecei a procurar foi Dorcas. Eu não suportaria a ideia de ver ela sendo pega.

A achei conversando com James e com as outras, mas todos pareciam muito sérios. Me aproximei e cumprimentei James o mais discreto possível.

– O que aconteceu? - Ele perguntou para mim.

– Estão com Sirius. Ele está vindo pra cá. - Eu disse e ele enrijeceu.

– Remo... - Eu ouço a voz doce de Dorcas me chamando. - Está tudo bem?

– Vão mata-lo. - Eu disse preocupado e Marlene quase desmaiou do meu lado.

– Ele não pode morrer... - Ela sibilou e percebi que estava com os olhos cheios d'agua.

– Estavam nos observando esse tempo todo. - Eu disse contendo minha raiva. - Agora eles nos conhecem mais do que já conheciam. Isso vai ser difícil.

– E agora? - Marlene perguntou.

– Tom Riddle quer fazer uma troca. Você por ele. Mas ele não pode matar o Sirius, senão iria envolver a policia no meio. - Eu disse pensativo.

– Então ele me quer. - Marlene perguntou e Lilian a olhou cética.

– Marlene! Nem pense em uma coisa dessas! - A ruiva disse.

– Gente... Temos companhia. - Dorcas falou apontando secretamente para um grupo do homens de chapéu entrando na festa, e no meio deles estava.

– Voldemort. - James disse preocupado.

– O que fazemos? – Dorcas perguntou e eu, por um impulso, peguei sua mão.

– Vamos dançar. – Eu a puxei até o salão de dança, e ela me olhou assustada.

– Pode dar certo. – James disse. – Lene, ache seu pai. Conte tudo o que está acontecendo e peça para ele dançar com você. Tem muita gente dançando, vai ficar difícil de nos reconhecer. Saímos daqui e vamos pegar o Sirius.

– Já disse que nunca dancei valsa na vida. – Dorcas falou ficando um pouco vermelha.

– Eu também não. – Eu ri sem graça.

POV Lilian:

Sim, eu ainda estou brava com o James. Sim eu gosto dele. Sim, eu estou pisando no pé dele de propósito... Na maioria das vezes. Não tenho culpa se a única pé de valsa aqui é a Lene.

– Quer parar de fazer graça? – James perguntou com raiva.

– Eu? – Sou totalmente inocente.

– Não... – Ele bufou e eu reprimi um riso. Ele fica fofinho quando tá com bravo.

– Ca-ham. – Alguém falou atrás de James, e eu consegui ver quem era. – Posso ter uma dança com sua linda acompanhante?

James se virou e os dois ficaram se encarando. James pareceu pensar um pouco.

– Claro.

O QUE?!

Sabe quem pediu para que eu dançasse com ele!?! Voldemort!!!

Isso mesmo! E o James deixou!

Será por causa dos pisoes no pé?

Voldemort segurou minha mão e um calafrio percorreu meu corpo. Era ele quem estava torturando um de meus amigos, e, se eu deixar, logo mais tarde ele me estupraria.

– Como é o seu nome? – Ele perguntou e... Apesar dele ser extremamente perigoso, ele tinha uma voz muito sexy.

– Lilian. E você?

– Tom. – E Jerry. - Ele é seu namorado?

– Quem? Ele? Ahn... – Se eu disser não, ele vai começar a me dar cantadas e mais cantadas, e por fim ele vai me sequestrar, se eu disser sim... – Sim. Ele é meu namorado.

– Ele é um rapaz de sorte. – Ele piscou pra mim com seus olhos escuros.

– Pois é... – James falou atrás de mim. – A valsa já acabou, será que a pode devolver? – Tom começou a pensar um pouco, mas depois me devolveu, e eu e James fomos para um lugar com menos gente.

– Por via das dúvidas, você é meu namorado, ok? – Eu disse e ele arregalou os olhos.

– Você disse que eu era seu namorado?

– Disse. – Não fique vermelha agora!

– Ok... Remo está lá na porta com a Dorcas e com a Lene, vamos resgatar o Sirius.