Doce Despertar de Um Vampiro escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 4
Capítulo 4




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James: MALDIÇÃO! –Socou forte a porta, mataria o subordinado que comunicou o fracasso de seu plano se este não tivesse deixado à sala de imediato. –Isso não acaba assim! Ela não vai me escapar! –Falou entre os dentes substituindo a expressão raivosa com um sorriso.

 

...

 

Anoitece, Edward desperta. Logo mais banha-se para vestir-se com esmero. Roupas negras e finas cobriam seu corpo, sua característica era usar um crucifixo cravejado com rubis preso à gravata. Vai até o aposento da jovem Swan, a encontra deitada adormecida. Pela primeira vez a viu com uma expressão de tranqüilidade.

 

Edward: Um anjo abrigado na casa do demônio... Que irônico! –Riu de seu comentário. De certo Bella era um anjo, mas não tinha certeza se era demônio ou não. Lembrou-se de como era e do que se tornou no dia em que quis assistir a uma apresentação de uma cantora no bordel.

 

Flash back.

 

Ao saciar sua sede com belas donzelas, Conde Cullen se dirigiu até o bordel de sua amante Denali. A única que conseguia dar prazer a ele. Espantou-se ao ver o cartaz de uma cantora que cantaria no estabelecimento.

 

Edward: Sangue novo, Tânia? –Disse para Tânia que estava atrás da cortina vendo Bella se posicionar no palco.

 

Tânia: Sim. Isabella Marie Swan será cantora.

 

Edward: Um bordel com uma cantora? Isso não é ambiente para esta criança a não ser que ela não seja tão pura quanto imagino que seja.

 

Tânia: Mas ela é. E ela não é para seu bico! –Tânia puxou Edward beijando-o vorazmente, saiu quando um serviçal a chamou para uma pendência. Edward permaneceu ali, na penumbra, ouvindo com encanto a voz do anjo que era observado por todos da platéia, a maioria vampiros. Podia ver os olhares lascivos dos mesmos. Como um cordeiro diante de lobos sem perceber o perigo que a cercava. E sem perceber passou a freqüentar mais o estabelecimento. Dizia que era para ver Tânia, mas esta sabia que o motivo era outro. Volta e meia Edward ia para o local, assistia a apresentação de Bella e em alguns momentos saia sem mesmo trocar uma palavra com Tânia e esta sabia o que se passava.

 

Tânia: Acho que a cantora degelou seu coração, Cullen. –Falou ao vê-lo em um camarote com o olhar fixo em Bella.

 

Fim do flash back.

 

Saiu com cuidado, queria apenas sair do local não tendo a certeza se veria Tânia ou não. O local onde foi não foi o que Tânia estaria. Um ponto qualquer naquela imensa cidade, um ponto boêmio onde se refugiava em cima de um prédio antigo, porém belo.

 

Edward: O que estou fazendo aqui? –Perguntou-se esboçando um meio sorriso, ia para aquele lugar apenas quando precisava tomar uma grande decisão, mas que decisão seria essa? Ele não sabia... Ou talvez não quisesse saber. E o rosto angelical, e a voz angelical que embalou seu sono permaneciam em sua mente. Ele sabia que sentia algo, algo que sua falta de humanidade não se permitia sentir, algo que sentiu quando ouviu a voz pela primeira vez.

 

Edward: Pare com estes pensamentos, desgraçado! Não permito que a ame! –Praguejou seu coração, ele a amava e algum tempo e agora próximo a ela não podia negar o que sentia. Voltou rapidamente, não queria se ausentar temendo, embora não admitisse, que Bella corresse perigo. Um temor passou pela sua cabeça ao ver o quarto vazio, quarto este em que Bella repousava.

 

Edward: MALDIÇÃO! –Saiu em disparada para fora de seu palacete, parou quando chegou ao grande portão, lá estava Bella olhando fixamente para o céu, esta sentada no telhado do palacete. Crispou os olhos, aproximou-se sorrateiramente da moça pronto para assustá-la como forma de fazê-la pagar, Bella abriu os lábios e começou a cantar. Certamente fora a cena mais bela vista pelo vampiro, como ver um anjo louvando ao senhor.

 

Edward: Divina... –Sussurrou. Bella notou sua presença embora não tenha ouvido o que o conde havia dito. 

 

Bella parou, olhou para os olhos semicerrados do Cullen que a fitava, levantou-se bruscamente com o susto, acabou por escorregar do telhado.

 

Bella: AHHHHHHHHH! –A jovem cai, seus movimentos são rápidos aos olhos de uma pessoa comum, mas para o conde Cullen os movimentos eram lentos. Antes de sentir seu corpo se chocar contra o chão sentiu-se capturada por braços fortes, sentiu as vestes acetinadas do jovem e ao abrir os olhos vislumbra o jovem vampiro de um jeito que já havia visto, um rosto demoníaco de uma criatura, a mesma que atacou os dois homens que tentaram machuca-la. Os olhos rubros e caninos. Ficaram ali se olhando. Ela deveria estar horrorizada com o contato com aquela criatura, mas o que estava sentindo era diferente. Ao invés de medo, ela sentia um fascínio incomum.

 

Edward: Quer morrer, humana? Ficar assim exposta à noite? –Acordou de seu devaneio olhando agora um pouco furiosa para Edward, o viu se afastar e voltar a sua forma humana. Ainda manteve os olhos assustados com tudo aquilo, tudo era muito surreal para ela. –Venha. –Falou Edward. Bella o seguiu.

 

...

 

Amanhecera. Bella cometeu o erro de dormir com a janela aberta e agora se sentia com um principio de resfriado. Sentia-se mal, zonza e arfava um pouco. Deveria ir até o local onde era servido o café, não conseguiu. Preferiu permanecer no quarto até por que não queria que Edward a visse doente, não queria mostrar-se fraca.

 

Bella: Talvez ele decida sair assim poderei passear livremente pela casa. –Sorriu. Claro que isso não aconteceria. Ele era um vampiro e só saia à noite, talvez estivesse dormindo agora. Depois de banhar-se e vestir uma roupa limpa a jovem saiu do quarto, preparou o café comendo mesmo sem ter vontade. Arrumou uma bandeja para Edward, quem sabe ele não comesse comida humana? Já o viu se alimentar com alimentos comuns. Tentou subir as escadas, a vista escureceu. Caiu deixando a bandeja cair no chão e suja-lo. Colocou a mão na testa, estava febril.

 

Bella: Não dormirei mais com a janela aberta. Fiquei exposta ao frio e é isso que ganhei. –Sorriu. Sorriu para esconder uma dor a muito conhecida, a dor de não ter ninguém para cuidar de sua saúde. Bella perdeu precocemente o pai, teve de cuidar da mãe doente indo trabalhar como cantora no bordel de Tânia. Depois da morte da mãe estava só, embora a Denali se prontificasse a ajudá-la. Fazia tempo que não sentia aquela dor de estar só. Sentou na escadaria levando a mão à testa, a febre parecia aumentar. Tratou de limpar a sujeira que havia feito, voltou ao quarto.

 

Edward logo estava de pé, já era meio dia. A casa como sempre com as cortinas cobrindo as janelas só assim poderia andar livremente pelo seu palacete. Estranhou o silencio exacerbado, mas seguiu para a cozinha preparando o almoço para a humana visto que não precisava necessariamente comer alimento humano. Arrumou a mesa para duas pessoas, comeria se fosse preciso só para fazer companhia à moça, mas ela não desceu como imaginava. Foi até lá para averiguar o que ocorria.

 

Edward: Senhorita Swan é melhor descer para comer, depois não diga a Tânia quando encontrá-la que a tratei como uma prisioneira! –Falou do lado de fora do quarto, ninguém se manifestou. Bateu a porta uma, duas, três vezes e nada. Preocupou-se. Adentrou o quarto, ela estava deitada.

 

Edward: Ora está tão cansada que não consegue me responder? –Aproximou-se. A garota arfava, os olhos comprimidos e um suor frio cobrindo seu corpo. Sentou-se a olhando, ela estava doente, ele via isso mesmo sem fazer questionamentos à mesma. Tocou sua face, estava febril.

 

Edward: Humana fraca, você vai me dar dor de cabeça em tão pouco tempo em que está aqui? –Procurou cobri-la melhor e saiu do quarto. Não poderia sair do palacete e comprar remédios, ainda era dia. Fez algo para que Bella comece, algo nutritivo. Voltou ao quarto. Colocou na cabeceira da cama a bandeja com comida.

 

Edward: Hei humana, acorde! –Sacudiu levemente a moça, esta abriu um pouco os olhos.

 

Bella: Conde...

 

Edward: Vocês humanos ficam doentes com muita facilidade! Coma alguma coisa assim poderá melhorar.

 

Bella: Não quero comer, estou sem fome.

 

Edward: Olha você não é uma criança então não discuta comigo! Coma logo! –Bella se esforçou conseguindo sentar. Edward colocou a bandeja próxima a Bella e se afastou indo até a porta. Antes de sair ouviu um barulho, Bella tentava levantar-se. Correu acudindo-a antes que caísse no chão devido ao mal estar.

 

Edward: O que pensa que está fazendo?

 

Bella: O cheiro dessa comida está aumentando meu mal estar!

 

Edward: Acostume-se com o cheiro e coma. Não dê trabalho! –Fitou Bella furiosa com seu comentário.

 

Bella: Não estou em sua casa incomodando-a por querer, Conde Cullen! –Afastou-se bruscamente se dirigindo a porta. Edward se levantou apenas quando já conseguia ouvir os passos da jovem nas escadas.

 

Edward: Aonde pensa que vai? –Fala Edward vendo Bella se aproximar da porta.

 

Bella: ESTOU CANSADA DE ESTAR AQUI SENDO UM INCOMODO E AINDA POR CIMA CONTRA MINHA VONTADE! EU VOU EMBORA! –Tentou abrir a porta, a mão de Edward conseguiu fechá-la antes que abrisse. Bella se espantou com sua velocidade, estava no segundo andar e logo mais ali a seu lado.

 

Edward: Quer morrer? É isso o que acontecerá se sair! Agora volte para o quarto e coma!

 

Bella: NÃO MANDA EM MIM!

 

Edward: MAIS RESPEITO, HUMANA! FALE COMIGO USANDO MEU TITULO!

 

Bella: E SE EU... –Colocou a mão na testa. –Maldito mal estar! –Uma mão tateou o ar para se apoiar em algo, encontrou apenas o tórax de Edward, este a segurou enquanto caia lentamente.

 

Edward: Não falo para seu mal, precisa comer.

 

Bella: Por favor, não quero comer! –Falou tentando abrir os olhos. Edward bufou, era teimosa e odiava teimosia. A carregou até seu quarto, retirou a bandeja com comida deixando-a na cozinha. Voltou ao quarto. Bella não estava nada bem e ele não sabia como proceder, nunca esteve doente e nunca cuidou de alguém. Procurou gasalhá-la mais, ficou ali a observá-la enquanto Bella se recompunha lentamente. Demorou dez minutos para abrir os olhos.

 

Edward: Por que está doente?

 

Bella: Deixei a janela aberta durante o tempo em que dormi.

 

Edward: E pelo que vejo ficou resfriada. Patético! –Bella desta vez não se manifestou quando aos comentários ríspidos de Edward, parecia já está se acostumando. Enquanto Edward mantinha seus olhos no nada, Bella fitava a ele.

 

Bella: Vampiros não ficam doentes, não é?

 

Edward: Felizmente não.

 

Bella: Apesar do sofrimento eu não me queixo. Mesmo doente, sinto-me viva com isso. Não consigo me imaginar vivendo como você, durante toda a eternidade. Sentiria-me como um objeto desta forma.

 

Edward: Não sabe o que diz. É maravilhoso ser imortal. Talvez devesse experimentar. –Sorriu malicioso. Bella ficou aturdida. Viu o conde se aproximar e ficar com seus lábios próximos do pescoço jovial. Segurou o rosto do jovem com suas mãos, as respirações se mesclando devido a proximidade dos corpos.

 

Bella: Não quero ser como você. –O conde crispou os olhos, mas o olhar de Bella não permitiu que este sentisse raiva do comentário. O coração acelerou, Edward sentia-se como um cordeiro diante das garras do leão. Sentia-se tão vulnerável diante da humana, e odiava isso.

 

Edward: Pode ir embora. –Se afastou.

 

Bella: O que? –O olhou, incrédula.

 

Edward: Vá embora. Sua presença me irrita.

 

Bella: Mas...

 

Edward: Melhor ir agora pela manhã assim não correrá o risco de ser atacada pela manhã. –Saiu do quarto. Sentiu-se um nada para ele, a raiva tomou conta de si tornando-se um combustível para vestir apenas um chalé e sair do palacete. 

 


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