Por uma leve fração de instantes John paralisou, não no sentido médico da palavra, só ficou sem reação. A escutar aquele nome, era como se seu pior pesadelo viesse a tona.

Moriarty, o único homem que conseguiria separá-lo de Sherlock. A única pessoa que poderia acabar com a sua felicidade.

E agora eles conversariam sobre ele.

Silêncio

Parecia que uma mudez repentina tinha tomado conta da sala, mas por fim foi quebrada.

Watson soltou um suspiro alto, cambaleou para trás se livrando dos braços de Holmes e por fim sentou na sua poltrona. Baixou a cabeça, passou as mãos pelo cabelo curto estilo militar, olhou pros lados, fechou e abriu os olhos rapidamente, como quisesse acordar de um sonho ruim. Só depois de tudo isso conseguiu olhar para Sherlock de novo.

– Por favor só diga a verdade.

– Antes de tudo saiba que eu te amo John Watson.

– Sem mais delongas Holmes, a verdade por favor.

Sherlock engoliu em seco, e conseguiu disfarçar uma lágrima que percorria seu rosto. Receio. Receio não. Medo. Sherlock Holmes estava com medo. Com medo do abandono eminente, medo de John se sentir traído, afinal, Sherlock mentiu para ele. Mas o pior medo era de que John sentisse nojo do seu parceiro. Ah, aquilo Sherlock não poderia suportar.

– Eu menti, você não foi meu primeiro, eu tinha dormido com Moriarty antes. - Pronto, estava feito. Sherlock praticamente cuspiu as palavras. E em poucas frações de segundo seu corpo se livrou da culpa que carregava a muito tempo.

Nada, essa fora a resposta de John.

Aflição, fora isso que atingiu Sherlock.

Eles se entreolharam. Os olhos azuis caiam sobre o detetive. O mesmo queria decifrá-los, saber o que passava pela cabeça do soldado.

– John, por favor, fale algo. - Sherlock praticamente implorava. - Eu … Eu não aguento esse silêncio, é insuportável.

– Porque você resolveu me contar isso agora? - John não queria admitir, mas seus olhos estavam lagrimejados. Ele só queria que aquilo fosse um pesadelo e quando se acordasse estaria tudo bem entre ele e Sherlock.

Mas era real.

– John eu não tive escolha, Moriarty me ameaçou, se eu não contasse. Ele …

– Não. - O médico o interrompeu. - Eu não quero escutar mais. Quer dizer que você nunca iria me contar?

Eu não sei. Eu só queria que isso não tivesse acontecido. Foi um erro. - Sherlock não queria continuar, mas não tinha escolha. - Não, eu acho que nunca iria te contar. Eu não suportaria te perder.

– Um pouco tarde não é? - John tentava sorrir mais nada saia do seu rosto. - Seria tão mais fácil se você tivesse me dito antes. Tão mais fácil Sherlly.

– John, isso significa o que?

– Eu não sei. Eu só quero tomar um ar, ok? Não me espere acordado.

– Sherlock apenas assistiu John sair pela porta. E chorou.

***

Já se passava da uma da manhã, quando o detetive desistiu de esperar John e resolveu dormir

Sherlock estava sentado na cama, retirava sua camisa roxa, já se preparando para dormir, quando John também se sentou na cama já com suas vestes de dormir.

– Me desculpe - o moreno sussurrou.

John não falou nada, só ajudou o outro a tirar a camisa enquanto beijava toda a extensão do pescoço e acariciava o peitoral do mesmo, agora despido.

O detetive por sua vez virou o pescoço com um enorme sorriso moldado no rosto.

Aquilo foi como um incentivo para o médico que sorriu de volta e rapidamente jogou fora a blusa roxa.

Watson abraçou Holmes mais forte, enquanto o moreno acariciava seu braço.

– Eu que lhe peço desculpas Sherlly, eu fui um idiota ciumento. Eu devia entender que o que aconteceu e como aconteceu deve ter sido horrível para você. Mas em vez disso eu só pensei em mim.

Uma lágrima escorreu pelo rosto do mais alto. John a enxugou e voltou a variar entre beijos e mordidas na área da clavícula. Enquanto envolvia a cintura de Sherlock por trás.

Foi quando o detetive se virou e delicadamente fitou o loiro e repousou as mãos na bochecha do mesmo. Puxou-o para perto de si, cobrindo a boca de John com seus lábios. Assim Watson se deitou no colo de Holmes, que tinha colocado a mão embaixo da blusa do menor e agora passeava por toda a extensão do tronco do homem que tanto amava.

– Por favor John - Sherlock falou enquanto separa da boca do outro - Vamos esquecer essa parte do meu passado.

– Sim Sherlock . - John falou indo para o lado, agora estava deitado na cama, não demorou para o moreno cair com carinho por cima dele. - Eu prometo que vou parar de ser esse idiota. Agora eu sei mais do que nunca que você é meu, só meu. - John sorria maliciosamente. E Sherlock se perdia naquele rosto tão perfeito.

– Eu te amo John - Sherlly pronunciou o último nome com uma entonação que só ele consegue dar, e Watson não aguentou e caiu em risadas.

Os dois continuaram abraçados por um bom tempo. Aquela sensação era mágica e nenhum dos dois queria perdê-la.

John colocou o outro de lado e os beijos voltaram - Eu também te amo seu estúpido. E vou te amar para sempre, mesmo isso soando tão clichê. - Watson o puxou para mais perto, com cuidado para não machucar. E Sherlock aproveitou para deixar o médico agora só com uma cueca vermelha.

Sherlock subiu nele de novo e beijava todo aquele corpo que conhecia tão bem. Foi quando sua boca acabou na virilha de John. O moreno olhou para cima - Sim?

– Sim.

Nada mais fora dito, eles estavam bem agora. Tudo tinha voltado ao normal em Baker Street.