Narração

– Parabéns Rapunzel! Como se sente tendo 6 anos?

– Velhinha

– Quem está ficando velhinha sou eu, aliás, está na hora de pentear o cabelo. Pegue a escova pra mim querida.

– Aqui mamãe.

– Muito bem, sente neste banquinho. E agora cante.

Brilha linda flor

Teu poder venceu

Traz de volta já

O que uma vez foi meu

Cura o que se feriu

Salva o que se perdeu

Traz de volta já

O que uma vez foi meu

Uma vez foi meu

– Olha só, você aprendeu a música direitinho! Agora para comemorar seu aniversário, o bolo!

– É de chocolate?

– Sim é de chocolate seu preferido.

– Oba!

– Espere deixe eu acender a velinha... pronto faça um pedido!

– Hum...

– Então o que você desejou?

– Não posso contar, se eu contar não se realiza.

– É tem razão mas espero que não tenha pedido um bolo de cenoura porque este ano não está bom pra cenoura.

– Não pedi isso.

– Bom mesmo mas agora mocinha, hora de dormir amanhã é oficialmente seu aniversário.

– Tudo bem boa noite mamãe.

– Boa noite minha flor dourada.

Depois que Gothel já tinha dormido Rapunzel levantou e foi na janela observar as luzes que novamente em seu aniversário apareceram. Ela ficou lá por horas até adormecer.

– Rapunzel! Rapunzel! Ah você está aqui! Na janela de novo vendo as luzes? ESSA NÃO... Calma Gothel, calma, o que isso tem de mais?

*

Dois anos depois...

– Mamãe por que eu não posso ir lá fora?

– O mundo lá fora é perigoso demais, cheio de pessoas cruéis e egoístas, quero você aqui onde está segura. Você entende meu anjo?

– Sim mamãe.

– Hora de dormir, não esqueça de escovar os dentes.

– Olha mamãe!

– O que querida?

– As luzes mamãe, as luzes!

– Ah as luzes! São apenas luzes Rapunzel! Vá dormir!

– Mamãe, elas não são lindas?

– Sim sim lindas, vá deitar Rapunzel!

– Mas mãe o que elas são?

– Minha querida, essas luzes são apenas estrelas.

– Mas elas só aparecem no meu aniversário?

– É só impressão sua querida!

– Mamãe...

– Chega! Vai dormir já! Está ficando tarde!

– Está bem mamãe.

*

Mais dois anos depois

– Feliz aniversário minha flor dourada!

– Oba! Presente!

– Bom como eu estou fora de casa mais tempo pensei que iria ficar muito sozinha então... feliz aniversário!

– Ah! Um sapo!

– Ora querida acalme-se, ele não é um sapo, é um camaleão. Ele é inofensivo acho que vocês vão ser grandes amigos!

– Bem até que ele é fofinho.

– Tome ele aqui, como vai ser o nome dele?

– Hum que tal Gilbert?

– Gilbert? Sério?

– É melhor outro.

– Betinho?

– Nome de passarinho!

– Verdinho?

– Não muito sem graça.

– E se déssemos um nome em homenagem ao mês que ele veio, ele é do mesmo que você Rapunzel, no mês da Páscoa, que tal Panco?

– Não.

– Pasquito? Pascal?

– Pascal? Gostei!

– Então ele será Pascal. - Gothel olhou rapidamente a janela, tenho que ir agora Rapunzel!

– Mas já de noite mãezinha

– Hoje só hoje tenho que ir a noite. Mas você não vai ficar sozinha tem o Pascal!

– É tenho sim.

– Boa noite querida! Dorme cedo hein!

– Tudo bem mamãe! Até amanhã!

Rapunzel foi dormir mais cedo naquele dia já que agora não tinha mais medo do escuro e nem de ficar sozinha, já que tem seu novo amigo Pascoal. Porém, como era seu aniversário de 10 anos, ela foi correndo na madrugada do dia 16 de abril para ver as luzes flutuantes novamente voando no céu a fora.

– Olha Pascoal, as luzes flutuantes, elas aparecem todo ano. Lindas não acha? Não acha muita coincidência elas aparecerem sempre no meu aniversário?

*

Anos depois

– Toque novamente Rapunzel, está horrível.

– Mamãe estou fazendo o melhor que posso.

– Minha querida violino é um instrumento que deve ser tocado com delicadeza. Tente de novo.

– Ok. E agora

– Pare, pare, chega. Rapunzel você não é grossa por que está tocando assim?

– Desculpe mamãe é que estou um pouquinho ansiosa para o meu aniversário.

– Oras e por que? E apenas mais um.

– Não é sempre que se faz 14 anos mãe e também alguém aí me prometeu algo sabe...

–Ah é claro, por isso. Se é assim vou dar seu presente agora mesmo.

– Agora?

– Sim agora. Aqui está, como prometi.

– Ah, um vestido...

– Por que está carinha? Não é o vestido que prometi?

– Sim mas a quanto tempo a senhora o fez?

– Desde mês passado. Não gostou?

– Gostei sim é lindo mas, como a senhora conseguiu tudo para faze-lo?

– Oras comprei o tecido e colhi as conchinhas. Não gostou?

– Gostei mas...

– Mas o que?

– Achei que iríamos colher as conchinhas juntas.

– Quantas vezes vou ter que falar que você não pode sair daqui?

– Eu sei é que...

– Não gostou do vestido?

– Gostei mamãe

– E cade o obrigado?

– Obrigada mamãe imagino o trabalho que deu para a senhora faze-lo.

–De nada querida, deu trabalho mas valeu a pena. Mas eu peço para nunca mais me chamar de senhora e sim de você. Está me achando como cara de velha Rapunzel?

– Não mamãe é claro que não!

– Então só me chame assim quando eu estiver bem velhinha cheia de rugas e pele mucha ok?

– Ok

– Hahahahaha falo como se isso fosse acontecer haha.

– E isso vai acontecer mamãe.

– Isso é o que você pensa queridinha.

E a cada ano Gothel continuou a alimentar a mentira de que era a mãe de Rapunzel e de que tudo que queria era proteger a sua filha dos riscos do mundão a fora por esta razão ela viveria na torre sem sequer sair para fora.

.

.

.

...