POV Jack

Foi muito rápido, nos pegou de surpresa. Antes que eu pudesse reagir, três dos cavalinhos do Breu vieram pra cima da gente e nos envolveu por completo. Fiquei cego por algum tempo. Quando minha visão voltou, estávamos no caídos e Breu triunfante no céu.

Breu, o maldito cara cinza estava olhando para nós com uma expressão estranha de pena. Ele e seus cavalos se formaram em uma carruagem negra. Dali, saíram laços de areia negra a todas as casas perto. E de cada laço saiam pesadelos em diversas formas, como Sandman fazia para levar sonhos às crianças, só que pesadelos às... crianças.

Naquele momento, eu estava brigando comigo mesmo para não acreditar que o guardião dos sonhos tinha sido desintegrado diante de nós. Seria possível? Os sonhos acabarem?

O que você vai fazer Frost? – a voz de Breu ecoou em minha mente, despertando em mim uma força empurrada pela culpa.

– Ele não vai se safar dessa... mas não vai mesmo! – voei em direção à carruagem de Breu; mas como era muito óbvio que já esperava por mim, ele me recebeu antes mesmo que eu o atacasse.

– Tsc tsc tsc, ah Frost! Você chegou muito tarde.

Uma onda (literalmente) de areia negra se formou em sua frente, com um estalo, a onda caiu em cima de mim.

Bati minhas mãos fortemente. A onda congelou-se por completa. Bati o cajado contra ela e despedaçou-se em fagulhas de gelo em cima de Breu.

Ele foi pego de surpresa, e caiu.

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POV Rapunzel (enquanto isso)

A cena foi de chocar. Sandman desaparecera em meio às sombras. Eu não queria acreditar nisso!

Enquanto Jack bravamente enfrentava Breu, um vulto surgiu atrás de mim. Antes que eu me desse conta, uma voz soou claramente em meus ouvidos:

– Olá querida

Era Gothel. A velha bruxa que me sequestrara ainda bebê. Ela direcionou uma adaga contra meu pescoço.

– Gothel

– Sentiu saudades querida? Acho que não... agora que arrumou um namorado acho que esqueceu-se de sua velha mãezinha – ela soltou uma risada de deboche

– A quem quer enganar Gothel? – falei sem temor – Você não vai me matar. Você não pode me matar.

– O que te faz ter tanta certeza que não? Eu não preciso de você necessariamente viva. – ela agarrou meu pulso e o pressionou; nele fagulhas negras citilaram em minhas veias me dando um breve choque. Mordi meus lábios para não demonstrar dor.

– Se é só o meu cabelo que você quer, por que não me matou antes? Por que me manteve viva?

– Ficou esperta de repente coisa lerda? Palminhas pra você!

– Responda bruxa maldita! Por que não me matou? Eu não sei o que tem em mim, mas eu sei que você precisa de mim, querendo ou não!

– Escute bem filhinha – ela pressionou mais forte o meu pulso contra as minhas costas; meus dois pulsos sentiram uma pressão sufocante – A única coisa que quero de você está na sua cabeça, você não está valendo muito no jogo para falar assim comigo – ela deslizou a adaga contra o meu pescoço e me empurrou no chão

Um arranhão surgiu no meu pescoço, próximo da minha artéria. Gothel riu ruidosamente. Eu achei que a tortura já tivesse terminado, mas para minha grande desgraça, eu estava de costas atirada a ela. Então, antes que eu pudesse reagir, ela cortou parte da ponta do meu cabelo.

Em um momento propício, seu parceiro tinha sido surpreendido por Jack. Eu não sabia se eles tinham um plano B, mas Gothel se adiantou e deu as costas para mim ‘dar cobertura a Breu’. Porém, eu me levantei e impulsivamente comecei a cantar uma canção que veio em minha mente:

Brilha linda flor, teu poder venceu, traga nela já o que em mim doeu.

As mechas de cabelo que estava na mão de Gothel, se tornaram tão negras quanto o céu à noite. Seu rosto estava quase que idêntico a uma caveira. As mãos da bruxa ficaram ainda mais enrugadas do que já estavam. Suas veias ficaram roxas e um respingo de sangue deslizou da manga de suas vestes vermelhas.

Ela olhou para si mesma e berrou apavorada. No momento que ela olhou para mim, tive vontade de gritar. Ela estava quase com a aparência de um cadáver – provavelmente você também ficaria com medo. Eu achei que ela iria me comer viva!

Gothel se esqueceu de mim, cobriu-se com o capuz de seu manto, o bateu contra o chão e o manto se desfez em corvos pretos fatais que voaram para todos os cantos. Assim que ela desapareceu, Jack apareceu ao meu lado perplexo. Eu o abracei fortemente sem nem pensar.

– Você não vai acreditar no que eu fiz! – falamos juntos na mesmo tom de temor

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