Pov’s Rapunzel

Tentarei narrar sem muito melo-melo ok? Jack, de um jeito meio que espontâneo, era agora meu namorado. Depois que ele me beijou eu acho que estava em transe porque deu um branco e me esqueci de qual a razão de ter que voltar para o castelo.

– Fique viva até eu voltar ok? – ele me levou até janela do meu quarto

– Oras seu besta! – rimos

– Se não tiver impedimentos do Norte e do Canguru, venho aqui à noite.

– Você e essa implicação com o Coelhão

– Ele que implica comigo!

– Claro, é ele que implica...

– Ok, talvez eu tenha implicado com ele algumas vezes

– Só Algumas vezes?

– Ah! Não me culpe por ele ser tão chato! - ele revirou os olhos – Eu adoraria ficar mais com você, mas se eu não for agora é capaz que o Norte venha aqui e me leve pra lá amarrado! – ele me beijou e foi saindo dizendo por fim “Fique viva”.

– Ai esse Frost... meu namorado... meu o que?? – perguntei pra mim mesma, agora refletindo que Jack Frost era o namorado

Me joguei na cama e fiquei pensando em tudo que acontecera hoje e ontem. Os pesadelos manipulados, a trama, o sonho, os guardiões, Jack... ah, Jack Frost. Ele beijou na mesma noite que Breu me atacou. Eu nem imaginava que ele me beijaria de novo. E de novo... eu ainda não acreditava. Quando ele me beijou de novo, tudo de ruim que aconteceu sumiu. Assim como tudo que me rondava. Uma incrível sensação de que nada de ruim pode acontecer mais. Se você pudesse me ver agora talvez me achasse uma perfeita bobona, pois estava sorrindo enquanto lembrava nele. Isso é tão estranho! Digo, eu jamais senti algo assim. Eu nem sei, será que ele gosta de mim? Já sentiu isso na vida?

– Rapunzel. Querida, já acordou? – a batida constante na porta e a suave voz da mamãe me fez sair do transe.

Pulei da cama e tudo voltou à tona. “Meus pais! Eles estavam dormindo! Que horas são? Que dia é hoje?” – pensei buscando no mais profundo de mim respostas

– Mamãe! – abri a porta e a vi com a mesma expressão gentil

– Você também acordou agora querida?

– Er... sim, vocês também?

– Sim, acredita que hoje todos nós passamos da hora? Por sorte, não temos nenhum compromisso importante hoje! Tome um banho e desça para tomar café – eu a abracei forte, foi um grande alívio saber que ela estava viva

Tomei um belo de um banho, troquei de roupa e desci alegremente encontrar-me com os meus pais.

– Bom dia papai! – o abracei

– Bom dia princesa! Dormiu bem?

– Dormi, tive uma noite muito tranquila (e como!)

– Eu também! Não dormia tão bem há anos! Aliás minhas queridas – agora, meu pai disse se dirigindo a minha mãe também – Tenho que compartilhar o sonho que tive hoje. Foi fantástico! E foi um sonhos completo e com sentido! Geralmente eu tinha pesadelos sobre a Rapunzel ser morta e vendida como escrava... oh! Graças aos céus foram só pesadelos!

– Como foi seu sonho papai?

– Eu estava navegando no Oceano Atlântico em uma expedição junto com o meu amigo, o Cônsul Bernad. De repente, nós sem qualquer intenção, descobrimos uma ilha completamente deserta e desabitada na qual era rica em tesouros e pedras preciosas! E mais, também sonhei que na ilha era cercada por uma água que quem a bebia jamais sentiria sede novamente!

– Oh! Fascinante!

– Seria formidável se fosse real não seria León? – mamãe disse

– Seria, e como seria!

– Esta noite também tive um sonho maravilhoso

– Conte mamãe

– Foi assim: eu estava voando em cima de um cavalo voador! Digo, acho que em um pônei, era pequeno para ser um cavalo. Ele tinha asas maiores do que ele próprio e voava sem rumo ao redor do reino. No céu estávamos rodeados por nuvens que logo descobri que logo descobri que eram feitas de algodão doce! Eu sei o quão infantil isso soa mas...

– Infantil? Os mais belos sonhos são os infantis mamãe. E os sonhos de vocês dois foram divinos! Olhem pra vocês, estão sorrindo de um modo... mágico! – eles se entreolharam e riram

– Tem toda razão querida! Puxa vida, queria eu sonhar assim mais vezes! – nesse momento, a conversa morreu pois o café da manhã fora servido. Hoje tinha ovos, torrada, leite e sonhos (os doces).

– Mudando de assunto, Rapunzel quando o seu amigo, aquele Jack Frost, quando ele virá, é claro sem querer pressionar.

– Jack? – arregalei os olhos – Eu ainda não o vi

– Quem é esse?

– É o maravilhoso cavalheiro que nos guiou a encontrar nossa filha León.

– Oh, eu necessito conhecer este nobre rapaz!

– Acho que vocês não poderão vê-lo. Mesmo que eu o trague. – e ainda não tinha assimilado a ideia de trazê-lo para conhecer meus pais. E nem que a minha mãe realmente acredita nele.

– Mas porque não poderia?

– Ele é um guardião, ele só pode ser visto por quem acredita em sua existência – tentei dizer isso como a coisa mais natural do mundo

– Não estou entendendo

– León, ele é igual ao Coelho da Páscoa, nós não o vimos porque não acreditamos nele, não é mesmo Rapunzel?

– Exato – respondi surpresa por ele estar levando isso a sério

– Guardião é? Ele tem algum poder? Acho que ouvi esse nome em algum lugar...

– Ele é tipo guardião do frio. Pode conjurar a neve, o gelo, as nevascas, enfim, tudo a ver com o frio basicamente.

– Hum, então eu acredito. Peça a ele para vir e... – ele foi interrompido por um dos guardas que cochichou não-sei-o-que pra ele – Perdão amores da minha vida, preciso resolver alguns problemas. Eu as vejo no almoço, amo vocês – e se retirou

– Ainda é tão cedo.

– O Reino não espera. É o que ele sempre me diz. Bem, já que terminou de comer, me acompanha a uma visita a biblioteca?

– Será um prazer mamãe

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Pov’s Jack

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Sai do castelo e fui correndo (figuradamente falando) até o porto onde o portal do globo ainda estava aberto, e fui até a Oficina novamente.

– Voltou? – a primeira figura desagradável do dia perguntou: Coelhão

– Não, estou lá ainda. É que eu sou só o espírito do Jack e decidi dar uma voltinha por aqui.

– Hilário. Pensei que tinha morrido lá

– Decepcionado fofinho?

– Jack, você a acompanhou? – Norte perguntou antes do sermão “Olha o respeito rapaz!”, clássico do Coelhão

– Lógico, surpreso?

– Eu deixei o portal aberto! Qualquer um poderia passar por ele!

– PODERIA PASSAR, mas não passou ninguém certo?

– Com esse pensamento você não vai longe rapaz – Norte advertiu

– Bem, já que estamos todos aqui – Fada começou – Está na hora Norte.

– Breu, onde você está... – Norte apertou um botão no painel de comando em frente ao globo.

Nesse momento, um súbito silencio dominou toda a oficina. As luzes do globo piscaram devagar, e aos poucos iam ganhando mais brilho. E mais luzes se acendiam.

– Haha Breu! – Norte disse euforicamente

– Estão vendo isso? Foi mais fácil do que a última vez!

– Ei, não acham que foi fácil demais?

– Talvez sim... talvez ele não contasse com isso

– Norte, seja franco, o que acha que Breu está tramando agora?

– Eu não sei. – Norte respondeu pensativo - Seja lá o que for, temos que estar preparados para tudo.

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