Corona

Narração...

– Jack Frost

– Quem é esse?

– Oras, vai me dizer que não conhece o moleque travesso capaz de controlar o frio.

– Então quer dizer que a culpa de eu estar aqui é por causa de um mito infantil? – Gothel debochou

– Um mito Gothel? Um mito graças a mim! Eu tive que criar pesadelos com ele para que fosse um mito!

– Espera ai, voce criou esse mito?

– É, foi preciso. Foi a uns dezoito anos atrás, as pessoas ficavam assustadas por causa de neve, vento e frio em excesso aqui em Corona, afinal, é o lugar mais quente da Europa. Ele existe Gothel, mas agora não passa de uma piada acreditar nele.

– Se ele existe, então porque ele não pode ser visto? – ela perguntou entediada

– Porque ele é mais um bichinho do Homem da Lua. Eu sei que tinha alguma missão pra ele. Mas não podia deixar, eu corria o risco de ter alguém impedir meus medos de dominar o mundo. Ele e suas palhaçadas tiravam o medo de tudo... então... tive que criar o mito do terrível Jack Frost...

– ... que congela o nariz das crianças se elas aprontarem ou pronunciarem seus nomes. Criaram livros sobre esses mitos sabia?

– É, mas mesmo assim ele continuou me atrapalhando, vai ter volta Frost, me aguarde – ele repetiu as ultimas palavras com ódio

– Mas com fez isso?

– Pesadelos minha cara. Eu posso manipulá-los sabia?

– Que ótimo pra você! Mas corta historia que eu não sou obrigada – ela fez uma cara de tédio – Enfim, o que ele tem a ver com o fato de eu estar aqui?

– Minha cara, ele foi a torre onde você e sua amada Rapunzel moravam. E lá, ele a conheceu. E ai, do jeito que ele é intrometido

– Mas se ele se tornou um mito... como Rapunzel o via? Mitos só podem ser vistos se por quem... acredita neles...

– Exato minha cara. Ela sempre acreditou nos contos que você contava. E esse foi o seu pior erro, acreditou demais na sua própria confiança. Como eu costumo dizer... o seguro morreu de velho. Do mesmo modo que você vai acabar aqui se não for enforcada. – ele foi desaparecendo nas sombras

– Breu espere!

– Huuuuummmm espere? Agora quer que eu espere Gothel? Não queria que eu fosse embora?

– Breu, como ele...? Como ele fez isso? Me conte mais!

– Imagina que linda cena: ninguém te enxerga no mundo até que por acaso você encontra numa torre no meio de uma floresta, alguém que pode ver e interagir com você! Puxa vida que legal não? Imagina agora vocês dois saem pelo mundo afora, vendo mais do que devia, ops, será que a mamãe vai gostar? Aliás Gothel, que dia é hoje?

– 18 de abril mas o que tem a ver... aniversário da Rapunzel...? Não ela não...!

– Sim, ele a levou para ver as tal lanternas flutuantes

– Mesmo que ela visse as luzes nunca se lembraria de algo. Os guardas a viram?

– Exato minha querida.

– Maldito! Maldito! Espera ai... como ela sabia que eles eram os pais dela?

– Lógico que eles contaram tudo e, bem, é claro que ela acreditou, ela é idêntica a Rainha Eleonor.

– Maldição!

– Há agora sim você entende como eu me sinto. Quer sair daqui Gothel? Então precisamos nos unir contra aquele moleque.

– Como posso saber que devo confiar em você Breu?

– Bom, eu posso muito bem ir embora agora e deixa-la nas mãos do Rei Leon e da Rainha Eleonor que terão muita piedade de quem sequestrou a filhinha deles. Claro que terão!

– O que você ganharia com isso?

– Você é uma bruxa classe A e a segunda morganiana. Só você pode me tornar o Supremo Consul Patrono

– Ainda com essa ideia Breu? Quando vai desistir? O Homem da Lua é o Supremo Patrono e jamais será derrotado.

– Não minha cara. Ele não sabe o que o espera – Breu falou encarando a Lua

– E o que ganho com isso?

– Sua Rapunzel sem chance de escapar ou fugir outra vez. Para sempre – Breu lhe estendeu a mão em sinal de acordo

– Feito – Gothel respondeu depois de uma longa pausa de reflexão e apertou a mão dele

– Fez a melhor escolha

– É bom não ousar me trair ou passar a perna em mim novamente Breu – ela alterou seu tom de voz

– Nunca te passei a perna Gothel, você passou a temer a morte – ele respondeu lhe no mesmo tom temeroso – Coloque seu capuz

Ela o colocou; em segundos, eles foram da sombra do calabouço para o seu novo esconderijo.