The One escrita por Nat Martins


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Gente esse capítulo tem muita ação, mas principalmente o esclarecimento dos fatos. E o que América está realmente representando em Iléa. Espero que gostem.



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Acordei surpreendentemente cedo hoje, a tempo do café da manhã. Algo em mim tinha sido renovado, e eu não sei porque, mas eu decidi descer para o café.

Na hora de me arrumar Lucy, Anne e Mary me explicaram que aquele plano de usar um vestido sensual continuaria. Eu não sei o que estava por trás disso, no que isso poderia me ajudar.

Quando me vesti fiquei pasma novamente. Como posso me descrever... Era como se não houvesse vestido. Aquela fina camada acetinada azul bebê que cobria do meu busto até o início das minhas coxas fosse minha própria pele. Era justo de fazer perder o fôlego.

Quando cheguei para o café, apenas Elise estava presente. Sentei-me ao seu lado.

– Bom dia Elise! – falei sorrindo.

– Bom dia América! – ela respondeu. – Está de muito bom humor hoje! Como não estar, não é mesmo!?

– Como assim “como não estar “? – indaguei-a, pois não sabia a oque ela se referia.

– Ué, você não está feliz porque as pessoas querem que você seja a principal?

– Do que você... – estava terminado de pronunciar minhas palavras céticas quando Celeste entra no Salão bufando.

– AHÁ! Veio para o café da manhã hoje não é mesmo sua piranha?! Mas que golpe baixo América Singer! Por baixo dessa cara inocente... – ela continuava a me ofender e eu não sabia o que fazer. Estava completamente desconcertada porque nem mesmo sabia o que estava acontecendo.

– Para com isso! A única piranha aqui é.... – eu terminava de falar quando Kriss adentrou no salão, seguida de Silvia, interrompendo nossa discussão.

– POR FAVOR PAREM COM ISSO A-GO-RA! – Kriss gritou surpreendendo a todos.

– Celeste, um momento! Ninguém contou para ela sobre a mudança nos papéis! Acalme-se, isso não é mais da sua conta! – Silvia repreendeu Celeste, que no mesmo momento andava bufando pela sala, de um lado para o outro, completamente irada.

– Mas o que está acontecendo? – perguntei.

– É que ontem à noite foram exibidas todas as gravações feitas dos ensaios na rede aberta de Iléa...- ela falava vacilando, como se as palavras fossem me ferir. – Não sabemos o que foi... se foi o vestido... você e Leonard juntos formando um belo casal... técnico é claro - ela acrescentou. – Enfim, a população se rebelou por você não ser a atriz principal!

– MAS O QUÊ? Eu não quero ser a principal! – me revoltei.

– Não é uma opção América, foi muito séria a revolta da população, inclusive teve a participação de alguns rebeldes...

– Mas por que? Eu realmente não entendo. Por que é tão importante que eu seja a principal de peça?!

–Não há comprovações, apenas especulações... e o rei pediu para que... – Silvia falava quando foi interrompida pela entrada da família real.

Todas nós ocupamos nossos assentos. Silvia fez uma reverencia e saiu da sala. Eu estava atônita. Os meus pensamentos não paravam. Por que uma personagem principal é tão influente a ponto de causar uma revolta? Meu Deus o que teria causado isso? Eu não entendia. O que foi que eu fiz?

Acabei acordando de meus devaneios momentâneo quando me lembrei que Maxon estava ali. Não reparei se ele me olhou em algum momento, mas eu tenho certeza que ele estava me evitando.

Engoli minha comida, estava sem apetite. O café terminou e todos se dispersaram. Todas as selecionadas caminharam ao Salão das Mulheres. Silvia já estava lá nos esperando junto à Leonard, que estava sentado em um canto revirando seu roteiro.

Ele me lançou um olhar preocupado. Imagino que estava com uma cara tão confusa que apesar dele estar preocupado ele não conseguiu evitar um sorriso.

– América, aqui estão suas novas falas, você terá hoje para decorá-las e amanhã, antes da apresentação, teremos algum tempo para mostrar a você as marcações de palco. – Silvia disse entregando-me um roteiro significativamente maior que o antigo, e acrescentou. – Celeste, para você vale o mesmo.

Ela se levantou ferozmente e tomou o roteiro como se fosse queimá-lo. Eu estava muito perplexa para tirar qualquer conclusão da situação, totalmente inexpressível. Sentei-me ao lado de Leonard e ficamos lá, decorando, decorando, decorando, até finalmente estar convencida de que aquilo estava fixado em minha cabeça.

– O que está acontecendo? – perguntei quando finalmente tive coragem.

– Você os incentivou América. – ele disse.

– A fazer o quê!? Se revoltarem para que eu me torne a protagonista de uma peça!?

– Você deve enxergar mais do que isso, veja toda a situação, desde que você entrou na seleção. O que você fez? – ele perguntou querendo atingir algum ponto.

– Bom... eu sempre fui verdadeira.... – hesitei, pensado que talvez não devesse lhe contar a verdade. Nunca quis ganhar, apesar de em alguns momentos ter mudado de ideia.

– E na sua última apresentação?

– Bom, eu tornei tudo um caos, porque eu... – não sabia se deveria continuar a fala sobre o diário. – Mas ninguém sabe disso, ninguém viu!

– América, os boatos existem! – ele me fitou – Você acha que os trabalhadores do castelo se mantem indiferentes sobre tudo o que tá acontecendo aqui dentro? Está acontecendo o que todo mundo quer! É o que as suas criadas querem! Você me entende América?

– Mas o que a peça tem a ver?

– É um meio de você continuar aqui dentro! – ele exclamou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Você é a exceção!

Eu estava tentando colocar tudo na minha cabeça quando Silvia se aproximou.

– Leonard, Celeste precisa de ajuda com uma fala. Pode ajuda-la?

Ele se levantou com seu jeito cavalheiresco e se despediu, beijando minha mão. Olhei-o bem nos olhos. Ele estava com a mesma expressão de sempre. Eu, considerando o momento, devia estar com uma cara assustada, pois ele se abaixou e sussurrou em meu ouvido:

–Não se preocupe, vai ficar tudo bem.

–------- “ --------- “ -------

Quando cheguei ao meu quarto, minhas criadas estavam me esperando. Leonard dissera que elas também eram à favor do que estava acontecendo. Foram elas que fizeram isso. O vestido chamativo, Leonard ao meu lado. Era uma truque. Elas fizeram as pessoas me notarem, mas o pior de tudo, fizeram sem ao menos me informar.

Entrei em silêncio, como meio de protesto, mas logo Lucy não se conteve.

– A senhorita esta brava conosco. – Ela disse triste.

– Sim, completamente desapontada. – Falei. – Fizeram questão de não me contar.

– A senhorita nunca concordaria.... – o que no caso, realmente era verdade.

–Eu nunca concordaria, mas eu realmente pensei que fossemos amigas!

– Perdoe-nos. – Anne suplicou, enquanto Lucy e Mary me olhavam ansiosas por uma resposta.

– Por favor, me deixem pensar! –falei. Elas assentiram e saíram tristes do quarto, sem pestanejar.

–------- “ --------- “ -------

Fiquei deitada por uma hora pensando. Pelo que entendi, existiam boatos sobre o que eu havia feito na seleção, e eles se espalharam rápido suficiente para fazer as pessoas me apoiarem. Mais do que me apoiarem, se revoltarem! E tudo isso apenas por uma ideia incerta, criada por uma pessoa indecisa.

Aquilo me sufocava. Talvez eu estivesse errada. Eles só usaram a confusão que eu criei como um motivo. Para impulsionar as revoltas dos rebeldes. O que você fez América Singer?

Tomei um ansiolítico para relaxar e tentar dormir. Nada de sono. Tomei mais um. Continuava atormentada pelos meus pensamentos. Mais um. AH, finalmente consegui relaxar e dormir.

–------- “ --------- “ --------

Era domingo à tarde. Era um dia maravilhoso. Quente, demasiadamente quente. O suor escorria por todo meu corpo. Eu corria. Pela cozinha, pela sala, saindo de casa, pelo jardim! A casa da arvore estava ali.

May estava se escondendo de mim. Brincávamos de esconde-esconde.

Uma corrida. Eu estava na sala. Ela na casa da arvore, e eu sabia disso. O calor estava aumentando. Está quente. Anormalmente quente. Caramba, vou derreter de calor. Vou derreter de calor! Uma bola de fogo está se aproximando. May!

Eu corro, mas a sala parece interminável. Caio no chão. Uma bomba estoura. A casa está pegando fogo! A CASA ESTÁ PEGANDO FOGO!

–May! MAY!

Finalmente o jardim! Ela está ali na casa da árvore! Tá muito quente, eu vou morrer, ela vai morrer, todos vamos morrer! Tem naves cinzas no céu. VAMOS MORRER!

– MAY! MAY!

Desabo. Lá está ela. O fogo me consome é o fim.

A “carne” de May está lá, nos braços do “corpo carne” de Aspen. Aspen? SIM! Aquele Aspen que eu encontrava na casa da árvore que não existe mais. NÃO EXISTE! O Fogo arde. E como arde... Minhas lágrimas me tornam mais sensível. Penetram em minha pele como uma espécie de penitência....

– NÃO DÁ! AHHH...

–------- “ --------- “ --------

–...Ahhhh.... – grito, me sentando na cama em um só golpe.

Era um pesadelo. Só um pesadelo. Sentada na cama, alguém está sentado do meu lado falando. Era Maxon.

–América... América... está me ouvindo!? – ele fala preocupado. Eu olho nos olhos dele, assustados. – Vou chamar um médico.

–Não! – falo arfando. – Fica aqui! - O meu “eu inconsciente” fala demais.

–Vou ficar aqui. De manhã, se você melhorar conversaremos. – ele puxa a poltrona, e a coloca do lado da cama.

Ele se senta e pega minha mão. Isso é errado. Erradíssimo. Mas eu apenas cedo, e logo retomo meu sono.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Maxon está preste a ter a maior discussão do mundo com América Singer? não percam o prox. capítulo

PS: IMAGINEM O LEONARD COMO O LEONARDO DICAPRIO, IGUAL DA FOTO DO MEU PERFIL,!!
BRIGADAAA



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