Chegando no estacionamento da escola, sai do carro até a escola numa velocidade anormalmente rápida para um humano, meus pais me lançaram um olhar bravo do carro. Entendi que deveria ir mais devagar.

Entrei sorrindo pela porta da escola, tentando fazer com que ninguém notasse minha rapidez, assim me sentia radiante e todos notaram isso. Para todo lugar que eu olhava alguém me cumprimentava e eu sorria. Diane chegou perto de mim e disse que tínhamos que conversar, assenti, mas falei que ia pegar meu material no meu armário antes.

-Oi Nessie. - sim, era o Drake. - Tudo bem?

-Oi Drake – a presença e a hiperatividade dele não estavam me incomodando naquela hora. – Tudo e você?

-Também. – Diane fez sinal para eu me apressar. – E então...

-Desculpe, tenho que ir! – fechei o armário com força e segui.

-Oi Di, que foi?

-É o baile da escola – suspirou ela – Eu não tenho par, sabe, tem sido muito difícil desde que eu e Chris terminamos! E você tem par? Claro, né? O Jake! Acho que alunos de outras escolas são bem vindos.

Jake.

Lembra quando eu me sentia radiante? Agora eu me sentia um lixo. Eu queria muito chorar, mas era melhor não. Fingir que nada aconteceu era o melhor a fazer.

-Ah, sim, Jake. Espero que ele venha comigo, sabe como é, seria triste se meu namorado não pudesse ir comigo por causa da escola.

-É, você acabaria indo comigo, a Tiffany, o Chace, e todo mundo ou com os seus amigos que sempre vêm com você. Qual o nome deles mesmo? Edward, Bella, Alice..hum, e outros, não me lembro. – isso me fez rir. – Os garotos são muito bonitos, você nunca gostou de nenhum deles? Aquele, acho que é Emmett, é muito lindo!

Eu já falei isso antes? Diane é algo como a tataraneta de Jéssica e Mike Newton, ela, e todo resto da escola, acham que papai, mamãe, minhas tias e tios somos amigos que moram longe da escola, mas perto uns dos outros, por isso vamos juntos todo dia.

Essa era desculpa dos Cullens para voltar a viver em Forks. Eu fui criada longe de Forks quase a minah vida toda.

E é muito difícil, mas muito mesmo, não falar mãe, pai, tia ou tio para algum amigo quando me refiro a “meus amigos que moram perto de mim”.

-Não Di, isso é meio nojento, é como se você se apaixonasse por um irmão.

*Triiiin* [N/A: eu não conheço nenhuma onomatopéia melhor para indicar o som de um sinal de escola] o sinal tocou e era hora de ir para a aula de geografia, com a Diane.

-Esqueça, vamos para a aula?

-Claro.

A aula de geografia, também conhecida como aula da conversa, era uma das minhas favoritas. Mamãe, quer dizer, Bella, Alice e Diane estavam no mesmo horário que o meu. Eu podia conversar com todas.

Enquanto Di e eu conversávamos, Bella me mandava prestar atenção na aula, eu tentava ignorar.

-Ness, a Isabella está olhando para você, de novo. – Di tinha uma raiva da minha mãe, só porque eu sentava com ela no almoço e ficava mais com a Bella do que com ela. Mas o que ela queria que eu fizesse? Ela era minha mãe, e, eu querendo ou não eu tinha que sentar com ela. No final do dia, nós sabíamos que todos naquela escola iam morrer quando nós não íamos ter mudado nada.

-Ah, só ignora ela. Ela quer que a gente preste atenção na aula.

-Por quê? Ela não sabe como essa aula é chata? Com essa professora então...

-Sabe, é uma coisa de mã... – Droga! - amiga estudiosa.

-Mã? Nessie, você ia dizer mãe? – Droga de novo!

-É, sabe, ela age como uma mãe.

-Ah – ela me olhou estranho. – melhor prestarmos atenção na aula mesmo.

Eu prestei atenção na aula, e na de redação também, com o Emmett fazendo piada do meu lado.

“-O que a impressora disse pra outra?

-O que?

- Esse papel é meu ou é só impressão minha?”

Isso não é desgastante?

O pior é que, não sendo mais o primeiro dia de aula, eu tinha mais uma aula antes do almoço. Três aulas! E infelizmente, essa aula eu fazia com meu pai, droga!

Você deve estar se preocupando porque eu odeio tanto ter uma aula com meu pai, não é? Então, vamos ver:

*No inicio da aula:

“-Nessie, hoje a aula vai ser sobre isso e aquilo, você sabia? Pois deveria saber, já que a matéria vai cair na prova! Aliás, você fez a lição? Você devia ter feito, se você não fez você não vai poder mais ficar naquele computador já que o seu tempo para fazer a lição foi usado nele. Contudo, por que foram inventar o computador? Sabe, na minha época a vida era muito boa sem computador.”

“-Pai, você é pelo menos um milhão de anos mais velho que todo mundo, a sua época está na matéria da escola.”

*Durante a aula:

“-RENESMEE! Como você pode não ter feito a lição? Estou muito desapontado com você. De qualquer maneira, você está fazendo esse exercício errado, é para você fazer daquele jeito, não vê?”

“-Ed, (eu adoro chamar meu pai assim) e daí? Eles não nos mandam fazer para nós acertarmos de primeira. Quando você entrou na escola você acertava tudo? NÃO!”

“-Mas e se chamarem você para ler a sua resposta em voz alta? Isso não avi ser embaraçoso para você?”

“-Pai, toda essa classe menos você errou o exercício.”

 *Em uma atividade em dupla:

“-Filha, nós somos uma dupla, e é por isso que eu não vou fazer tudo sozinho e deixar você sem aprender, mas isso está completamente errado. De acordo com os estudos do ano que vem...”

“-ANO.QUE.VEM. Eu não preciso saber, entendeu? Para mim está perfeito!”

“-Como eu dizia, de acordo com os estudo do ano que vem você deve fazer daquela maneira, não desta.”

“¬¬”

*No final da aula:

“-Nessie, você trabalhou muito bem hoje, mas o que você aprendeu nesta aula?”

“-Eeeeeh, eu não sei dizer.”

“*olhar de decepção* -Que pena Ness, seria muito melhor para você e a sua educação se você conseguisse sintetizar seus aprendizados diários.”

WTF?

Bem, finalmente, hora do almoço, mas antes, passar no armário. Drake não estava lá, já devia ter pegado o material. Mas Diane estava.

-Ness, quer almoçar na minha mesa hoje?

-Pode ser, eu vou ver se dá antes ai eu te falo.

-Renesmee, ver se dá? É a sua vida, eu sei que eles são super seus amigos, mas se você quiser almoçar com alguém diferente uma vez só não vai matar ninguém!

Eu suspirei –Eu vou ver.

Ela saiu andando decepcionada. Isso me deixava triste. Estudar com sua família é horrível.

-Di! Espera. –Ela parou e virou para mim. -Eu só vou avisar eles e eu te encontro lá, ok?

Um sorriso enorme se abriu no rosto angelical dela.

-Ok.

Eu fui pegar meu almoço e fui até a “mesa Cullen”. Eu não sentei e eles começaram a olhar para mim.

-Que foi? –Alice perguntou.

-Eu posso sentar com a Di hoje?

-Pode. –Todos menos meu pai falaram num coro.

-Não. –Meu pai, sempre o ser chato.

-Por quê?

-Pelo seu desempenho na aula hoje eu não diria que você pode ir.

-Querido, deixa ela ir! Ela quer ficar com os amigos.

-É, não vai fazer mal a ninguém Eduzinho. –Obrigada tio Emmett.

-Nada demais vai acontecer, ela não precisa sentar aqui. –Tia Rose, eu te amo.

Tio Jasper começou a olhar para meu pai, manipulação de emoções. Que feio! Mas tão perfeito.

-Tudo bem. –Meu pai cedeu por fim.

-Obrigada mesmo!

Andei feliz até a mesa da Diane. Olhei para ela com um sorriso desses “eu consegui” de filmes de adolescente.

Naquela mesa sentavam cinco pessoas normalmente. Chace e Tiffany, um casal meio alternativo na escola, Diane, bem, ela é ela, Chris, o ex-namorado da Diane que não exibia sensação alguma em nenhuma situação, e a Luiza, uma garota bem alegre e quase popular que parecia me odiar (isso explica o parentesco dela com a Lauren, da “época da minha mãe”). Só que hoje mais uma pessoa estava sentada naquela mesa, não, não estava falando de mim, estava falando de Drake. Talvez fosse uma chance de fazer uma nova amizade.

O almoço passou rápido, e até que foi divertido. Chace e Tiffany mal tocaram na comida e ficaram a maior parte do tempo se beijando ou rindo de alguma piada de alguém. Diane e Chris ficaram trocando olhares e conversando, assim como a Lauren, que também ficava dando em cima do Drake. Que nem ligava para ela. Ele interagia e as vezes encarava a “mesa Cullen” e eu. ESTRANHO.

Sinal novamente.

No resto do meu dia nada de mais aconteceu. Não tive aula com nenhum parente, só com amigos. Foi legal.

Fui liberada mais cedo da ultima aula e quando eu fui na armário, fiquei conversando com o Drake, que também foi liberado mais cedo.

Não falamos de nada com nada, mas eu ri muito. As piadas dele eram um milhão de vezes melhores que as do tio Emmett. Falando nele, o sinal. Estava na hora de ir embora. Despedi-me de Drake e andei até o volvo. Quase no meio do caminho minha mãe começa um diálogo.

-Nessie, nós temos que te dizer uma coisa.

-O que?

-Carlisle ligou, ele descobriu o que Drake é.

Poxa mãe! Eu estava super feliz na aula, eu esqueci dos meus problemas e que Drake era “algo”. Tanto que eu estava rindo das piadas dele minutos antes.

-O que ele é?

-Nada de mais, na verdade. –Ufa! –Ele é uma espécie de vampiro diferente da nossa, quase inofensível.

-Quase?

-Bem, ele é um vampiro. Carlisle nos mandou ficar vigiando ele na escola, não se sabe o que ele pode fazer e que atenção ele pode chamar, não queremos uma visita dos Volturi, queremos?

Fiz que não com a cabeça. Desde que nasci minha visão dos Volturi é horrível. Seres malvados, é como eu os chamo.

Pelo menos de uma coisa me deixou feliz, eu não precisaria me afastar dele. O que seria impossível na teoria. Ele me fazia bem! Ele me fazia esquecer da partida de Jake, não inteiramente, claro, meu Jake é inesquecível.