-Nessie eu juro que se você não levantar da cama agora você não vai para a escola hoje!

-Eu não quero ir para a escola mesmo! - eu sei que era o primeiro dia de aula, e eu amo primeiros dias, mas algo me dizia “Por favor Renesmee Carlie Cullen não levante dessa cama, não saia dessa casa, não vá para a escola!”

-Não me importa! Levante da sua cama agora! Não me faça tirar você daí!

Bem, melhor levantar do que ser tirada da cama a força. Levantei.

 O que eu ia vestir? Eu sei que não posso vestir qualquer coisa, afinal é o primeiro dia de aula, tenho que causar uma boa impressão para os alunos novos (porque os velhos eu já conheço), tia Rose que me disse sobre isso.

-NESSIE!

-Já vou pai! – acabei por escolher uma blusa verde de botões e um jeans escuro. Pronta, corri para a garagem, onde todos me esperavam.

-Edward, acho melhor você transformar essa garota em vampira de uma vez! Ela anda muito devagar – lancei um olhar de raiva para meu tio Emmett e entrei no carro.

Foi uma silenciosa ida até a escola, não estávamos atrasados, mas ninguém parecia feliz como se estivessem “na hora”.

Finalmente chegamos à escola.

Fui até a secretária checar meu horário e número do armário, depois não falei, não olhei, não conheci ninguém.

“Armário 775, senha 0452, é só pegar o material de história e química, aí eu vou para a aula e fica tudo bem” como se fosse fácil assim, fechando meu armário um garoto me fez derrubar meus livros.

-Me desculpe, não vi você – é claro que não.

-Tudo bem, não foi culpa sua.

-Aqui estão seus livros, a propósito meu nome é Drake, somos vizinhos de armário – nossa, que excitante.

-Me chamo Renesmee, mas me chame só de Nessie – como se algum dia eu fosse trocar outra palavra com você, Drake.

-O. K. Nessie te vejo mais tarde então, tchau.

-Tchau.

Livrando-me do inconveniente Drake, segui para minha aula de história, uma matéria que aprendi a desprezar. Minha família inteira se queixava de que a história não foi bem assim. Não sou eu que vou discordar, eles estavam lá, não eu.

Aula chata. Professora Chata. Alunos chatos. Essa oi minha aula de história

*Triiiiiim* finalmente, o sinal, aula de química, essa aula é menos chata que a de história.

 Direcionei-me para a sala, e todos os lugares vagos já tinham acabado, menos um, ao lado de Drake, o garoto do armário.

-Hey! Parece que somos uma dupla, não é?

-Sim, é o que parece.

O que foi que eu fiz para merecer isso? Eu quero ter uma dupla em química, claro, facilita a minha vida, mas um garoto hiperativo? Ele podia ser ao menos bonito não é?

Opa! Tomara que meu pai não escute isso e conte pro Jake, se não estou ferrada! Acho que ele está numa sala longe o suficiente para não escutar meus pensamentos.

Mas será que era sobre isso que Jake queria me falar ontem? Atração?

-Huum, Nessie não é? Podemos começar? – o que? Quem? Quando? Onde?

-Desculpe, não estava prestando atenção na aula, o que temos que fazer?

-Tudo bem, nós só temos que fazer a experiência que manda o livro.

-Ah, entendi, qual experiência é? – ele riu. Provavelmente porque eu passo mais tempo pensando do que fazendo.

-É a experiência oito. – Nossa, já? Eu realmente precisava prestar mais atenção na aula – nós temos que pegar o...

-O.K. Vamos começar a experiência. 

-Vamos.

            Iniciamos a experiência, não trocamos uma palavra durante todo o tempo, só as essenciais como “passe aquilo para mim?” ou “coloque 200ml”, até que o calado garoto ao meu lado falou algo.

            -Nessie, quantos anos você tem? – Não muitos na verdade, intelecto de muitos e corpo de alguns.

            -Quinze, porque? – Eu deveria dizer quinze, primeiro ano do médio, quinze anos, perfeito!

            -Nada não.

            -Ninguém pergunta a idade de outra pessoa sem querer saber algo! – isso não é mentira – e você? Quantos anos têm?

     -Dezesseis anos, bem, quinze, mas meu aniversário é daqui há duas semanas.

            -Legal – não muito – passa aquela mistura, por favor? – não adiantou eu pedir, o sinal tocou na hora, deixei tudo em cima da bancada e tentei ir até o armário sem Drake. Inútil.         

            -Huum, posso ir com você até o armário? - o que vou fazer? Recusar? Isso seria má educação.

            -Claro que pode.

            -Obrigada Nessie, muita gentileza a sua. – Nossa, ele é bem educado.

            -Ah! De nada. – Matemática, artes e educação física? Tudo bem, eu aguento.

            -Eu vou indo, tchau Nessie.

            -Tchau, até mais.

            -Até. – e o garoto hiperativo, Drake, se foi. Ele não parece ser tão chato agora que eu conheci ele melhor, é isso que eu chamo de nunca julgar um livro pela capa (mesmo que eu tenho julgado antes).

            -Nessie, vamos “almoçar”?

-Aham mãe, quer dizer, Bella. – fingir que a minha mãe não é a minha mãe com certeza não é uma coisa fácil, quer dizer, você chama sua mãe pelo nome?

-Então vamos.

Isso é, com a maior certeza do mundo, o que eu chamo de um almoço pacato. Ninguém comia menos eu, e falavam todos de coisas estranhas que eu não entendia. Almoço em família está ficando cada vez mais insuportável.

O bom era que eu tinha aula de artes ainda naquele dia, eu amava artes, eu podia me libertar nessa matéria. Falando em aulas, o sinal tocou de novo.

Matemática. Eu vou bem, mas acho uma matéria muito chata, ainda mais sabendo que eu tinha aula quatro vezes por semana.

O sinal tocou mais uma vez.

Artes, finalmente artes. Eu adorava a minha aula de artes, ela era em umas mesas fora dos prédios, bem bonitas, para um grupo de seis cada. Sentei em qualquer mesa,d as pessoas do meu grupo só conhecia uma velha amiga do ano passado e retrasado.

Seu nome era Diana, ela sabia mais sobre mim do que eu mesma. Ela era mais do que uma BFF pra mim, ela era minha caixinha de segredos, minha confidente. Nunca vou me esquecer dela no futuro, meu futuro.

 -Bem vindos ao primeiro colegial – obrigada professora que eu não sei o nome – hoje eu quero saber mais sobre vocês, quero que peguem qualquer material em cima das mesas e façam o que mais quiserem nas folhas de cartolina branca que vou entregar para vocês.

Eu não sei bem o que eu fiz, mas eu gostei, foi algo como várias pinceladas de tinta jogadas na cartolina. Ficou bem a minha cara.

E de repente, o sinal. De novo.

Aula de educação física. Roupas para esportes, fui me trocar. Um shorts meio curto meio longo, uma blusa qualquer simples e tênis. Toda essa troca por nada. Quando estava indo para a quadra, meu pai veio até mim pedindo para eu ir embora, ir com Jacob que estava me esperando em seu carro no estacionamento.

Eu obedeci. Alguns passos e já estaria lá, não é tão longe. Jacob realmente estava me esperando. Ele não estava em La Push? De qualquer maneira me direcionei até ele.

Durante aquela curta caminhada uma dúvida ainda pairava na minha cabeça; porque eu estava saindo mais cedo com Jacob em vez de fazer a aula de Educação Física?