Okay? Okay. escrita por AgathadeLima


Capítulo 13
A caixa do nada.


Notas iniciais do capítulo

desculpe a demora #provas. e eu tirei um mooonte de nota baixa ai o meu pai disse:"isso é por causa dessas fanfica!" eu morri. e se ele proibisse? mas n proibiu, e aqui estou eu. Como tem gente reclamando que meus capítulos estão pequenos, tá aqui um "grande". bjus no corrassaum *0*



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Pov. Hazel

Eu fui em direção ao parque. O sol estava alto, o céu azul claro, poucas pequenas brancas nuvens no ar, parecendo algodão doce. Crianças brincando para onde se olha e até onde a vista alcança. Famílias em meio a um piquenique sorrindo felizes e descontraídos e namorados passeando de mãos dadas.

O que não combinava com meus pensamentos.

~le conversa com consciência on

Sabe o que ele vai fazer? Vai fugir, se mudar, ir para qualquer lugar onde nunca mais tenha de olhar para sua cara!

Estamos falando de Augustus Waters, consciência. Ele vai ficar, vai registrar como filho dele.

Mas que vai ficar furioso, vai. Vocês se preveniram? NÃO!

Isso também foi irresponsabilidade dele, então ele não vai ficar com raiva de mim.

Acho que ele vai mandar você abortar.

De novo, estamos. Falando. De. Augustus. Waters. Lembra, o meu noivo?

Bem lembrado. Seu ex-noivo. Porque ele vai terminar com você e vai tirar o bebê para ele!

Eu acho, consciência, que você é surda. ESTAMOS FALANDO DE AUGUSTUS WATERS, ENTENDEU?

Pelo menos não diga que eu não avisei. Olha ele ali.

~le conversa com consciência off

Isso é verdade. Augustus está sentando em baixo de uma árvore, batucando ritmadamente e nervosamente na prótese enquanto olhava em volta tão rápido que talvez a sua cabeça fosse sair.

Ele está tão lindo...

–Hazel Grace! -Ele gritou assim que me viu, um sorriso preocupado surgindo no rosto. Fiquei de pé ao lado dele.

–Oi, Gus. -Respondi, séria.

Ele me olhou atentamente e me puxou, me fazendo sentar. Depois botou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, o que me fez sorrir.

–Você nunca fez isso. -Comentei, antes que notasse.

–Você não tinha cabelo longo.- Ele respondeu.

Fiquei séria de novo. E assim ficamos calados por longos minutos. Longos demais. O clima de tensão se formou. Gus resolveu quebrar o gelo.

–Então... nunca te vi tão séria desde que fingiu estar depressiva para fugir e fazer a cirurgia.

Fiquei de pé e andei alguns passos. Me virei para onde ele está e andei um pouco de novo. E assim fiz mais uma vez antes de sentar no chão no meio do caminho e botar a cabeça entre as pernas, as mãos no cabelo. Senti mãos no meu ombro. Olhei para cima, e lá estava o amor da minha vida, olhando para mim como quando eu ainda tinha câncer e estava na UTI.

–O que ouve? -Ele murmurou. -É tão sério assim?

–Augustus...

E eu ia contar. Eu juro que ia. Mas senti um enjoo forte e corri para o primeiro arbusto que consegui e comecei a vomitar desesperadamente. Como quando eu tinha câncer. Velhos tempos.

–Matando a saudade de estar doente, Hazel? Você não está... não está... -Disse Gus, acariciando minhas costas e pedindo a garrafa de água mineral de alguém. Me deu a garrafa e limpei o vômito da boca.

–Não. Augustus... vamos fazer assim, a gente vai lá para casa e eu te conto.

–Qual?

–A minha, Gus. Dã.

–Ah, bem. Okay.

Sorri fraca.

–Okay.

~15 minutos depois~

–Quer que eu prepare um sanduíche, Hazel Grace? -Perguntou Gus.

–Sim, obrigado.

Enquanto ele fazia o sanduíche ia falando, me distraindo do enjoo como no hospital.

–Ai a mãe do Issac falou: "Eu tenho certeza, Gus, que Issac ainda vai me dar trabalho com aquela namorada dele. Ele disse que está achando que quer noivar como você, e tudo mais, mas eu não acho bom agora. Me faça um favor, tire essa ideia da cabeça dele!" E eu fui até ele e disse: "Se imitão plagiador!".E ele ficou tipo "hãn?". E eu respondi: "Você quer casar como eu! Tire essa ideia da cabeça, que só vai deixar de ser plágio daqui a um ano!" e ele tipo "cara, é tempo demais." e eu "você é SEC, pare de se preocupar." e ele...

–Augustus! Você por aqui? Quer dizer que vai... -Disse minha mãe entrando na cozinha.

–Mãe, ele ainda não sabe. -Interrompi antes que ela dissesse.

–Sei de que? Aliás, não sei de que? -Perguntou Gus, desconfiado.

–Daqui a pouco, Gus, eu te conto.

–Filha... você não acha melhor contar logo? - Falou mamãe. Dava para sentir Gus olhando pelo canto de olho.

–Não mãe. Daqui a pouco, prometo. -Tranquilizei.-Enfim, o que ele disse?

–Quem? -Questionou Gus.

–Issac.

–Ah,ele aceitou de boas.

Ergui uma sobrancelha.

Gus suspirou.

–Tá bom, ele ainda insistiu mundos para eu deixar mas não rolou e agora não vai ter mais casamento do Issac por um ano. Eu acho.

–Ele vai te burlar.

–Vai tentar. Ele é cego, o pobrezinho. Não vai conseguir ver onde eu estou, e eu vou acabar barrando ele todas as vezes.

Ri juntamente com Gus. E a risada dele é tudo...

Melhor aproveitar enquanto ele ainda ri. Não vai ver ele rindo por um bom tempo... o resto da sua vida.

Pelo menos eu tenho tempo pra viver, respondi para a vozinha irritante na minha cabeça.

Minha consciência ficou calada.Peguei o sanduíche pronto e fui para a área da piscina, seguida por Gus.

–Gus eu... eu tenho de te contar. -Parei para comer um pedaço do sanduíche. Uma delícia.

–Sobre...? -Incentivou.

–Sobre o dia do noivado. -E eu senti uma vontade, uma necessidade tão grande de chorar.

Eu vou logo dizendo que eu não sou de chorar desde que fui diagnosticada. Não. Sou. Mas, no entanto, parecia que eu era de novo uma menininha de 10 anos com medo do que vinha com o escuro. Porque não é o escuro que dá medo. É o que vem nele. E eu estava no escuro agora. Com o que vem nele.

Mas eu não podia chorar, não na frente dele. E mesmo sabendo que ele sabia que eu estava tentando não chorar, trinquei os dentes, olhei para cima, e disse a mim mesma, olhando para o céu:

"Se ele vê você chorando, vai magoá-lo, e você não vai ser nada mais que Uma Tristeza na vida dele. Você não deve se transformar em uma mera tristeza, então não vai chorar."

Engoli o seco, mesmo que minha garganta não queira, olhei para ele e sorri.

–Augustus eu... -Mas mesmo com todo o esforço, uma lágrima teimosa escorreu.

Há mais uma coisa que eu tenho de explicar para você sobre mim: eu não sou de chorar. Mas quando a primeira lágrima cai, todas as outras surgem, e já não consigo controlar.

Meu sorriso sumiu. Se desmanchou comigo enquanto lágrimas e mais lágrimas se libertavam dos meus olhos e escorriam por meu rosto, meu queixo e pingavam na minha blusa, encharcando-a.

Eu não conseguia olhar para Gus. Abaixei a cabeça e botei minhas mãos no cabelo, como no parque. Os soluços eram inaudíveis, mas meu corpo tremia toda vez que aconteciam. Augustus não sabia o que estava acontecendo, mas sentou no chão e me puxou para o colo dele, como se eu fosse uma criancinha com medo.

Acariciou meu cabelo, tirou minhas mãos da minha cabeça e instintivamente eu o abracei, manchando também sua camisa com meu choro desesperado.

Eu não sei se era porque eu sabia que realmente fora irresponsável em não me prevenir, ou qualquer outra coisa do tipo, mas senti que eu não merecia aquilo. Eu beijei Augustus uma última vez antes de contar, e me pareceu quase uma despedida. Me soltei dele e me sentei ainda no chão, com uma certa distância dele.

–Augustus Waters. - comecei, ainda chorando, a voz entrecortada e manhosa, como se eu estivesse gripada. - Eu estou grávida.

Isso só me rendeu outra leva de lágrimas sem fim. Eu não sei se suportaria olharia olhar Gus, mas olhei.

Se eu perguntar a vocês qual seria a pior reação e eu sei que vocês me diriam a mesma coisa: seria ele ficar furioso, fazer o que a consciência disse que ele faria.

É. Mentira.

A pior reação é justo a que ele teve.

É a reação do nada.

Uma vez ouvi falar que as pessoas tem a mente organizada em duas caixas. A primeira é a caixa do pensamento, do entendimento, de quase tudo, e dentro dessa caixa tudo é organizado em diferentes gavetas. Essa caixa usamos para quase todos os momentos. A outra caixa é a caixa do nada. É quando ficamos paralisados, com a cabeça completamente vazia. Quando a caixa do nada está aberta, nada acontece com a pessoa por um tempo. Só o vazio.

E Augustus estava com a caixa do nada aberta. Exatamente como eu fiquei nas duas primeiras horas depois que eu descobri que estava com câncer. Os olhos arregalados, fixados em mim, num azul mais profundo e escuro. O vento agora forte desajeitava seus cabelos acaju mas ele não pareceu notar. Ele nem piscava.

E essa é a pior reação porque você não sabe. A dúvida é pior do que a certeza ruim. A dúvida te consome por dentro. Como agora.

Até que Augustus piscou. Franziu a testa. Se levantou. Virou d costas para mim e botou as mãos na cabeça.

E foi ai que eu soube que a minha consciência está certa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!