Desconstruindo Mycroft escrita por Sparkles


Capítulo 13
Bons Tempos


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Nha, espero que não. Eu fiquei feliz com esse capítulo, porque eu pude usar trechos que eu já tinha escrito há muito tempo. Vou parar de jogar conversa fora e vou deixar você ler de uma vez, porque é pra isso que você está aqui, né? hoho



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Chegamos a Scotland Yard. Sherlock, Greg e um policial nos aguardavam em um dos banquinhos da recepção. Minha mãe correu e abraçou meu irmão. Ele ficava todo corado com demonstrações de amor materno em público. Tratei logo de entender a situação.

“Eu estava assistindo TV e eles falavam sobre o caso daquele menino que morreu na piscina.”

“Qual caso?” indaguei. Estava desatualizado, tinha passado quase um mês sem contato com o mundo.

“Carl Powers” o policial respondeu “Já foi fechado. Ele sofreu um tipo de convulsão na água.”

“Sim, mas tem algo estranho. Todas as roupas dele estavam no armário, menos o tênis. Eu não entendo.” Sherlock cruzou os braços.

“Não acredito que você veio até aqui pra isso” levei a mão à testa “Minhas sinceras desculpas pelo meu irmão, policial. Ele se entedia muito fácil.”

“Sem problemas. Esse aqui também gostava de se meter nos assuntos da polícia quando era pequeno” ele respondeu, passando a mão pelos cabelos de Greg.

“Ah, então esse é seu pai?” Greg fez que sim com a cabeça, já meio enfezado pelo gesto. Fiquei sem saber o que dizer depois disso, então recorri ao clássico “Ele se parece com você.”

“É, eu tenho essa teoria chamada genética” Greg respondeu e rimos juntos, mas logo retomamos a cara séria, pois não estávamos nos falando.

“Bem, eu vou voltar pro trabalho. Foi um prazer conhecer o famoso Mycroft!” o pai de Greg estendeu a mão e me cumprimentou.

“Famoso, é?” comentei e Greg revirou os olhos.

No dia seguinte, me arrumei rápido pra educação física. Não, eu não estava animado, só queria chegar cedo para pegar a vaga de goleiro e ficar à toa o jogo inteiro. Tinha funcionado nas semanas anteriores. Esses meninos eram péssimos jogadores.

Quando deu o intervalo entre o primeiro e o segundo tempo, sentei no gramado. Greg se aproximou e sentou do meu lado. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele começou.

“Mycroft, eu queria pedir desculpas por ter dito que você me tratava mal. Eu entendo que você tem um gênio difícil e eu queria dizer que eu aceito isso.”

Fiquei sem saber o que dizer. Era eu quem devia um pedido de desculpas. Por que ele estava fazendo aquilo?

“Que raiva! Mas por que raios você tem que ser legal o tempo todo?”

“Porque eu sou assim, e você precisa aceitar isso.”

“Mas eu simplesmente não entendo. Sabe, eu não mereço que você se importe comigo e Greg... ela também não merece.”

“Não tem nada para se entender, tem mais a ver com sentir.”

Fiz uma expressão de dúvida e levantei-me, pois o jogo tinha voltado. Segurei-o pela mão e o ajudei a se levantar também.

“Se vamos voltar a ser amigos, eu quero que pare de bancar o Shakespeare pra cima de mim.” Ele riu.

“É, eu estou feliz por tudo ter voltado ao normal.” Falou e correu para o meio do campo.

Fomos conversando na volta pra casa. Sherlock não parecia prestar atenção. Estava entretido com um bloquinho e um giz de cera.

“Mycroft, você já gostou de alguém?” Greg aleatoriamente perguntou.

“Eu não tenho interesse em relações sem sentido...”

“Baseadas em necessidades hormonais, blá blá blá, eu sei” Disse, me interrompendo. “Mas não foi isso que eu perguntei. Você já gostou de alguém de verdade, a ponto de não conseguir tirar essa pessoa da cabeça?”

Engoli em seco. Só a menção de tal sentimento já me dava arrepios. Não, eu nunca me senti assim, e nem quero me sentir assim. Não há espaço para coisas desse tipo na minha mente.

“Mude de assunto, agora!”

“Ele vai entrar em pânico se você continuar” Sherlock falou, sem tirar a atenção do bloquinho “Você precisa ver nossos jantares de família.”

“Tudo bem, não vamos falar mais disso.” Greg riu “Mas eu me sinto assim, entende? E eu gostaria muito que você e a Megan fossem amigos.”

Ele estava claramente me obrigando a criar um conflito.

“Você sabe o que eu penso sobre amizades forçadas.”

“Ah, eu sou otimista demais, certo?”

Assenti com a cabeça.

Marcamos de ir tomar um sorvete mais tarde, para comemorar a volta dos bons tempos. Minha mãe me obrigou a levar Sherlock junto, para ele parar de rabiscar a parede da casa com “anotações relevantes sobre o caso em que eu estou trabalhando, Mycroft”. No fim, levar ele comigo acabou sendo uma coisa boa, porque Greg também não tinha ido sozinho.


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Notas finais do capítulo

Ainda bem que ele levou o Sherlock, ou o próximo capítulo ia ser uma história triste de seguração de vela. Acho que a palavra "seguração" não existe, mas enfim, kissus e até capítulo que vem! o/



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