Desconstruindo Mycroft escrita por Sparkles


Capítulo 12
Colégio, quarto, colégio, quarto...


Notas iniciais do capítulo

Oi! Antes de vocês lerem, eu queria dizer que eu estou apaixonada por todos os reviews do capítulo passado, sem exceção. Vocês são ótimos!
Agora vamos ao capítulo, hihi.



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Segunda. Troquei de dupla na aula de Biologia para poder conversar com Greg melhor. Já tinha meu discurso em mente, mas eu não sabia como iniciar aquela conversa sem mencionar o fato de que o segui até o restaurante.

Tinha imaginado três possíveis inícios para a nossa conversa.

Primeiro: Sincero.

“Mycroft, oi!”

“Greg, eu passei o dia de ontem espionando o seu encontro e é por isso que eu sei quem é a sua namorada. A propósito, termine com ela.”

“Você tem toda a razão!”

Segundo: Meninas Malvadas.

“Mycroft, oi!”

“Eu não gosto de fazer fofoca, mas a Susan me disse que o Tony disse pra ela que a Ellen disse pra ele quem é a sua namorada. A propósito, termine com ela.”

“Você tem toda razão!”

Terceiro: Vidente.

“Mycroft, oi!”

“Hoje de manhã eu fiz o seu mapa astral e descobri quem é a sua namorada. A propósito, termine com ela.”

“Você tem toda razão!”

Ou seja, nada muito promissor. Greg já tinha me dado oi e vi que eu estava demorando a responder, então eu acho que fiquei nervoso e saiu apenas o “termine com ela”.

“O que você disse?”

“N-nada, eu só estava pensando alto. Mas então...” tossi “como foi o encontro?”

“Ah, maravilhoso!” disse ele, abrindo um largo sorriso.

“Você não vai me contar quem é a tal garota?”

“E abrir mão desses seus ataques de ciúmes? Jamais.” Ele brincou.

Fiquei irado. Não toquei no assunto pelo resto do dia, mas enquanto voltávamos para casa, Greg comentou.

“Eu ouvi o que você disse.” Ele falou, cautelosamente. “Termine com ela.”

“Por mais que eu odeie interferir na vida dos outros...” comecei.

“O que é uma grande mentira.” Sherlock disse baixinho.

“Eu preciso dizer que não acredito que você gosta de alguém que te socou no nariz e afrouxou os parafusos da sua bicicleta” falei revoltado “onde está sua honra, Gregory?”

“Afrouxou os parafusos da minha bicicleta, o quê?”

“É, o Sherlock me contou, mas você prestou atenção no que eu acabei de dizer?”

“Você está muito enganado. Ela fez isso porque era tímida demais para falar comigo. Foi só uma maneira de chamar atenção. Inclusive, pediu desculpas depois do que fez, disse que não era pra ter me machucado tanto.”

“Mas quem te levou a enfermaria fui eu!” gritei, de repente, e todos na rua me olharam. Ninguém disse nada por um tempo.

Greg encarou o chão e depois voltou-se para mim.

“Responda sinceramente, como você soube quem é ela?”

“Eu tenho meus contatos, mas Greg...” tentei desconversar.

“Eu disse sinceramente!” ele estava com raiva.

“Tudo bem, é isso mesmo que você está pensando, eu segui você.” Respondi e ele apertou os olhos como quem já soubesse da resposta. “Mas Greg, eu não entendo como você pode gostar de alguém que te trata mal!”

“Ah claro, porque você sempre me tratou muito bem, não?” Dito isso, foi andando mais rápido na nossa frente.

Respirei fundo, segurei a mão de meu irmão e continuamos a caminhada.

Em casa, passei a tarde memorizando informações sobre História Geral para a prova que eu teria no dia seguinte. Também peguei exercícios de Física para fazer. Tudo o que eu queria era encher minha mente de conteúdo e esquecer o que não importava.

Fiquei nessa mesma rotina por duas ou três semanas. Colégio, quarto, colégio, quarto. Sherlock batia na porta de vez em quando, perguntando se eu queria brincar de detetive ou ficar zombando das pessoas na rua, mas eu não estava com ânimo para nada daquilo.

De vez em quando eu via Greg e a garota lanchando. Também éramos obrigados a conviver civilizadamente durante as aulas, mas só. E na hora da saída, eu esperava ele ir primeiro para não sermos obrigados a andar juntos. Sherlock dizia que isso tudo não passava de bobagem de adulto, enquanto a avaliadora me dizia que isso tudo não passava de bobagem de criança.

Era uma tarde de quinta-feira, quando ouvi batidas na porta que não eram de Sherlock.

“Mike, você viu seu irmãozinho?”

“Não, mãe. Ele deve estar debaixo do sofá ou algo assim.”

“Eu já procurei pela casa toda!”

Abri a porta. Minha mãe, sempre uma mulher tão forte, estava quase aos prantos. Era algo sério.

Virei a casa de cabeça para baixo. Olhei em todos os esconderijos e lugares em que Sherlock cabia, mas nada. Minha mãe perguntou para a vizinha ao lado, mas ela não se lembrava de ter visto um menininho saindo sozinho. Restava só ligar para hospitais e polícia. Quando movi meu braço em direção ao telefone, ele tocou. Era Greg.

“Olha só, eu tô meio ocupado no momento. Não é uma boa hora pra fazer as pazes” falei em um tom meio alterado.

“Não tenho a intenção de fazer as pazes. Mas caso você queira saber, seu irmão está aqui na Scotland Yard.”

“Ahn? O que ele tá fazendo ai e ainda mais com você?”

“Meu pai trabalha na polícia, lembra? Eu passo algum tempo aqui às vezes. Mas como você ia saber disso, né? Você não presta atenção no que eu falo.”

“Como eu disse, péssima hora para essa conversa. Encontro vocês aí.”

Desliguei me sentindo irritado e aliviado. Ótimo, meu irmão está vivo e ótimo, ele vai ganhar um longo castigo. Esperei minha mãe se arrumar e saímos.


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Notas finais do capítulo

Por favor, deixem seus reviews fabulosos que me trazem ânimo nesse rio 40 graus, ugh. Vou tentar não demorar a postar o próximo. Beijos e até! o/



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