Angel whitout wings escrita por Ká Agron


Capítulo 33
Capitulo 34


Notas iniciais do capítulo

Gente, como foi dificil escrever esse capítulo XO
Sério, escrevi e reescrevi algumas dezenas de vezes. E nunca ficava do jeito que eu queria.
Mas, enfim... Aqui estou eu de volta. Acredito que agora tenha ficado do jeito que eu queria.
Espero que vocês gostem.



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Um mês. O pequeno Ethan estava fazendo um mês e as visitas só tinham sido liberadas fazia um dia. A festa de boas-vindas acabou se transformando em uma festa de mêsversário.

Rachel estava organizando a comemoração a semanas, desde que o pequeno tivera alta do hospital. Tinha ficado um pouco decepcionada quando o pediatra as proibiu de receber visitas por um tempo, mas a saúde de seu pequeno milagre estaria sempre em primeiro lugar. Então, contentou-se em, por hora, enviar várias fotos por dia para os amigos. De cada pequeno detalhe, cada pequeno progresso do bebê.

Quinn ficara feliz por, finalmente, poder ir para casa com Ethan. Aproveitava cada momento, cada segundo, com ele. Amava poder cuidar do filho, vê-lo ganhar peso, progredir com as sessões diárias de fisioterapia respiratória. Sessões essas em que não saia de perto do bebê.

E chegara o dia em que seus amigos iriam poder, enfim, ver o pequeno herdeiro. Estava ansiosa, não sabia que roupinha vestir em Ethan, era tudo tão lindo, e o filho, apesar de estar crescendo, ainda era muito pequeno.

Enquanto Rachel terminava de preparar tudo para a chegada dos convidados, Quinn deu banho no bebê, vestiu-o com uma camisetinha e um mijão, o colocou de volta no berço e abriu o guarda-roupa. A noiva estava ainda mais descontrolada com as compras depois do nascimento do filho. Todo dia chegava em casa com uma sacola de uma loja diferente. Ethan, sem exageros, tinha mais roupas no armário do que ela e a morena juntas. Não podia negar, era uma coisa mais linda que a outra, o que tornava a escolha ainda mais difícil.

Depois de muito pensar, optou por uma camisa polo azul de manga comprida (que precisou dobrar), calça jeans preta e a mais recente extravagância de Rachel Berry: um sapatênis da Nike branco, que provavelmente Ethan só usaria naquela noite.

Quinn o vestiu, deixou-o novamente no berço, e abriu o próprio guarda-roupas. A tarefa de se arrumar foi muito mais fácil: colocou uma camiseta de manga comprida branca, a que a deixava mais à vontade quando precisasse amamentar Ethan, calça jeans e uma sapatilha. Arrumou os cabelos e estava pronta.

Kurt e Mercedes estavam encarregados de buscar todos na rodoviária, logo ela ainda tinha algum tempo antes que chegassem. Ethan tinha pegado no sono, a loira sentou-se na poltrona e ficou apenas velando seu sono.

Rachel já estava pronta e ajudava Jo com os últimos preparativos. Marley já tinha chegado e estava uma pilha de nervos. Fazia tanto tempo que não via Kitty pessoalmente que mal cabia em si de ansiedade. Andava de um lado para o outro, olhando para o relógio a todo momento. Quando ouviram o som dos carros parando, ela foi a primeira a correr.

Kitty não conteve o sorriso ao pousar seus olhos em Marley. A morena, por sua vez, sentia o corpo todo tremer, não sabia o que fazer com as mãos úmidas. Aproximou-se devagar de Kitty e a abraçou.

— Tudo bem, eu estou aqui baby – a loira sussurrou em seu ouvido – Estou aqui.

— Até que enfim! – Marley suspirou.

— Você está tremendo.

— Desculpe – pediu, sem graça.

— Tudo bem. É fofo.

Rachel saiu da casa também, ao encontro dos amigos. Assim que se aproximou, Beth pulou em seus braços. Puck sorriu, mas Rachel notou algo estranho em seu semblante.

— Que bom que chegaram. Estávamos ansiosas – sorriu – Quer conhecer seu irmãozinho, Beth?

— Eth... – a bebê gritou animada.

— Isso mesmo, meu amor. O Ethan. Vamos lá pessoal.

—x-

Rachel estava sentada observando a interação de Beth com Ethan. A menina não saia de perto do bebê, lhe fazendo carinho o tempo todo. Quinn segurava o filho no colo, e a menina estava ajoelhada ao seu lado, sorrindo.

— Bebê – repetia.

— Gostou do seu irmãozinho, filha? – Quinn perguntou.

— Bebê lindo – a pequena respondeu feliz.

Quinn só pode sorrir e babar por seus dois pequenos. Sentia-se a mulher mais realizada do mundo naquele momento.

— Hei vocês duas, está na hora do almoço – Leroy chamou da porta.

— Estamos indo, pai. – a morena levantou e pegou Beth. Quinn colocou Ethan no carrinho de bebê e as seguiu.

Jo tinha arrumando a mesa para o almoço no deck da piscina. Já estavam todos sentados, as aguardando. Novamente, Rachel notou o quão quieto Puck estava, e decidiu que conversaria com ele assim que terminassem de comer.

Kitty e Marley estavam no próprio mundinho delas. A morena mal piscava, prestando atenção a tudo o que a namorada dizia. Não cabia em si de tanta felicidade ao saber que faltava menos de um mês para que a loira se mudasse em definitivo para a mansão Berry.

— E então, quais as novidades? – Quinn perguntou, para ninguém em particular.

— Eu estou pensando em fazer faculdade. – Brittany foi a primeira a se pronunciar – Agora que a Kitty está bem encaminhada, acho que vou tentar entrar em algum curso de dança e no próximo semestre me candidatar a alguma faculdade.

— Você gosta de dançar, querida? – Hiram perguntou, interessado.

— É o que faço de melhor, modéstia à parte – sorriu – Desde pequena faço cursos de dança em Ohio. No colegial eu era cheerleader e também dançava nas apresentações no Glee Club.

— Que interessante.

— Ela é ótima, Hiram. – Santana disse orgulhosa – E não digo isso só porque ela é minha mulher.

— Verdade – Quinn completou – Ela é ótima.

— Então com certeza deve se dedicar a isso, Britt. – Hiram enfatizou – Já sabe em para qual universidade vai se candidatar?

— Ainda não. Estou pesquisando, me informando. E, bom, meus pais não economizaram muito para eu ir para a faculdade. Mas com o que eles têm e minhas economias, acho que dá para começar.

— Assim que se fala, querida. – Leroy falou – E você, Santana, não pensa em alguma graduação?

— Na verdade, nunca pensei nisso – a latina foi sincera – Mas vou com a Brittany para onde ela for. E, de lá, decido meu caminho.

— Bonito isso – o homem comentou – É bonito pensar em vocês como um casal, como um time. Mas, se aceita o conselho de um velho calejado da vida, não deixe a individualidade de vocês desaparecer. Acredite em mim, é pelo bem de vocês duas.

— Obrigada pelo conselho, Leroy – a latina sorriu pensativa.

— E você, Puck? – Leroy questionou, mas o rapaz não pareceu ouvir.

— Puck – Rachel chamou, tocando o braço do rapaz – Está tudo bem?

—Oi – piscou, olhando para todos na mesa, um pouco perdido – Desculpe, estou um pouco aéreo. Me perdoem.

O assunto morreu, e as pessoas ao redor da mesa passaram a conversar entre si, fazendo com que um certo burburinho se instalasse. Mas Rachel não parava de analisar Puck. Tinha algo o perturbando e ela precisava saber o que era.

—x-

Depois que todos terminaram de comer, Quinn chamou as amigas para conhecer melhor a casa dela e de Rachel. Kurt e Mercedes pediram licença e foram cada um para seu quarto, pois tinham pilhas de trabalhos atrasados para terminar. Kitty e Marley ficaram sentadas a beira da piscina, curtindo a companhia uma da outra. Rachel então aproveitou a deixa.

— Hei, Puck. Será que a gente pode conversar? – pediu.

— Claro. Preciso mesmo falar com você – o rapaz respondeu cabisbaixo.

Rachel o levou até a biblioteca e fechou a porta. Pediu para que ele sentasse na poltrona e foi até o carrinho de bebidas.

— Bebe alguma coisa? – ofereceu.

— Tem wisk?

— Com gelo ou sem?

— Sem, por favor.

Rachel preparou um drink para o rapaz e outro para ela. Entregou o copo dele e se sentou de frente para ele. Puck tomou um gole e respirou fundo.

— O que está acontecendo, Puck? Você está estranho desde a hora que chegou.

— Você notou.

— Não tinha como não notar – afirmou – Pode confiar em mim.

— Eu confio, acredite. Se não confiasse – respirou fundo novamente – Com certeza não pediria o que estou prestes a pedir.

— O que está acontecendo, Puck? – Rachel começava a se preocupar – É algo com a Beth?

— Não exatamente. Mas diz respeito a ela – o rapaz se arrumou na poltrona e bebeu um gole grande de wisk – Não achei que seria tão difícil de dizer em voz alta. Vim o caminho todo repetindo na minha cabeça o que precisava dizer. E agora...

— Puck, respira. Se acalma – pediu – Independente do que tenha para me dizer, apenas diga.

— Está bem. É o seguinte... Faz mais ou menos um mês que a Shelby começou a se sentir muito mal. Tonturas, desmaios, enjoos terríveis. De início a gente achou que, talvez, ela pudesse estar grávida. Mas os sintomas só pioraram, ela começou a emagrecer. Quase não tem comido desde então.

— O que ela tem, Puck?

— Este é o problema. Os médicos não sabem – o desespero era visível nos olhos do rapaz – Já fizeram milhares de exames, a viraram do avesso. Mas não conseguiram chegar a nenhuma conclusão.

— E o que eles pretendem fazer?

— O médico dela quer que ela vá para a clínica de um amigo dele – ele respirou fundo – Na Suíça. Diz que lá eles têm equipamentos mais avançados e que podem encontrar a raiz do problema.

— Mas vocês não podem levar a Beth para fora do país...

— Eu sei – a interrompeu – Por isso precisava tanto falar com você. A Shelby e eu conversamos muito sobre isso e... Achamos que seria melhor para todo mundo, inclusive para a Beth... Que ela ficasse com a Quinn.

— O que você está me dizendo? – Rachel estava um pouco confusa.

— Que a Shelby quer devolver a guarda da Beth para a Quinn. – Puck a fitou – Nosso advogado deixou todos os papéis prontos e só falta a Quinn assinar.

— Por que não falou nada antes? – a morena se agitou – Nós teríamos nos preparado melhor para recebe-la e...

— Eu sei. Me desculpe, Rachel. Sei o quanto vocês devem ter trabalho com o Ethan, ainda tão pequeno. Mas, nós não sabemos o que fazer... E a Beth precisa de um lugar estável... E com certeza vai ser uma loucura nossa ida para outro país, e...

— Se acalma, Puck – Rachel pediu – Nós podemos ficar com ela, podemos dar um jeito – ponderou – Tenho certeza que a Quinn vai amar a ideia de ter os dois filhos por perto. Mas, e quando vocês voltarem? Só quero que você tenha em mente que, quando voltarem, não vou deixar que a Quinn sofra novamente quando quiserem levar a Beth embora.

— Quanto a isso não se preocupe, Rachel. Não é nossa intenção afastar a Quinn novamente da nossa filha – afirmou – Quando tomamos essa decisão, foi consciente de que asa coisas serão diferentes.

— Vocês têm mesmo certeza disso, Puck?

— Temos sim – o rapaz disse resignado – Não tem volta. E... para ser bem honesto com você, pensar no futuro tem me deixado em pânico.

— Por que?

— O médico foi muito claro com a gente, Rachel. O estado de saúde da Shelby está piorando mais a cada dia e... Se não descobrirmos logo o que ela tem... – Puck não aguentou a pressão, desabou na poltrona e chorou.

— Puck – Rachel foi até ele, o abraçando – Você precisa ser positivo, meu amigo. Vai dar tudo certo, vai ver.

Rachel não sabia o que dizer para acalmar o rapaz. Ele estava tão desesperado que lhe cortava o coração.

— Você contou para mais alguém?

— Para a Santana – respondeu entre soluços – Precisava contar para alguém, estava quase explodindo. E achei que, talvez, você fosse precisar de ajuda para falar com a Quinn.

— Tem razão – sorriu – Quando vocês viajam?

— Amanhã de tarde – respondeu – Assim que chagarmos lá, vamos direto para a clínica. Vão estar nos esperando.

— Está bem. Quando você tem que ir?

— Na verdade, já devia estar a caminho de Lima.

— Não vai se despedir?

— Acho que não consigo – respondeu, triste – Dê um beijo nelas por mim.

— Só se me prometer uma coisa – falou – Não deixe de nos dar notícias. O tempo todo. E, se precisar de alguma coisa, me garanta que não vai hesitar em pedir.

— Prometo – levantou e a abraçou – Os papéis da guarda estão na bolsa da Beth, junto com todos os documentos dela.

— Ok. – suspirou – Vamos lá. Te levo até a porta.

Os dois seguiram juntos, em silêncio, até a porta da frente da mansão. Rachel notou que, depois da conversa, o amigo parecia um pouco mais aliviado. Se despediram, e a morena o fez prometer novamente que manteria contato.

Rachel ficou observando o rapaz se afastar, até que ele saísse de seu campo de visão. Respirou fundo. A conversa com Quinn seria bem difícil.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Aguardo coments... Sugestões são sempre bem vindas. :)
E, mais uma vez, gostaria de convidar a todos para conhecer meu projeto: ocafelifetime.wordpress.com
Até a próxima...
Bjin,
Ká Agron