Rachel estava sentada na beira da piscina com Tina, assistindo Quinn brincar na água com Mercedes e Mike. O olhar deslumbrado da morena chamou a atenção de Tina, que achou por bem provocá-la.

– Essa loira mexeu mesmo com você, hein? – cutucou.

– O que?

– Rachel – ralhou, erguendo a sobrancelha.

– Ok. – rendeu-se – Nunca imaginei conhecer alguém como ela. A gente conversa sobre tudo, ela me faz rir...

– Precisa de um babador, Berry? – Tina riu, achando fofo o sorriso bobo da amiga.

– Sem graça – a morena bateu com o cotovelo nas costelas da oriental, rindo – Ela é especial, Tina. – continuou, com ar sonhador – E me faz sentir especial também. A Quinn... Ela não tem medo de mim.

– Medo de você? Por quê? – perguntou confusa.

– Você sabe – respondeu, olhando para o próprio colo, sem jeito – Ela me aceita exatamente como eu sou. Me acha interessante.

– E você é, Rach. Por dentro e por fora. Sempre foi. Desde quando posso me lembrar, você é a pessoa mais incrível que eu já tive o prazer de conhecer. – a menina falou sincera – E se a Quinn te faz se sentir dessa forma, você tem minha benção – brincou.

– Obrigada, T. – agradeceu – Preciso te pedir um favor.

–x-

Durante o almoço, a conversa correu agradável. Quinn adorou os pais de Tina, que também eram médicos.

Rachel, Mercedes e Kurt apenas ouviam, mas no fundo não compreendiam nada do que estavam dizendo.

– Rach, alguma novidade sobre as audições que tem feito? – a mãe de Tina questionou.

– Ainda não, tia. Ficaram de me dar um call back amanhã. – respondeu, animada.

– Temos certeza de que vai conseguir, Rach – Leroy a apoiou.

– Crianças, vocês vão comer a sobremesa aqui ou lá fora? – Jô entrou na sala de jantar perguntando.

– Você não perde a mania de acharmos que ainda somos crianças, né Jô? – Tina brincou, levantando para dar um abraço na governanta.

– Vocês sempre vão ser minhas crianças, Tina. – a governanta respondeu amável – E a sobremesa?

– Lá fora, por favor, Jô – Rachel pediu, já levantando da mesa, levando Quinn com ela – Vamos crianças, os adultos devem querer conversar sobre assuntos inapropriados para a nossa idade – brincou.

O comentário surtiu efeito, fazendo com que todos na sala rissem. Rachel foi seguida pelos amigos até a varanda. O sol estava quente, então preferiram sentar à sombra para conversarem um pouco. Quinn sentou na grama, puxando Rachel para sentar entre suas pernas.

– Se não for pedir muito, será que podem não falar sobre medicina durante a sobremesa? – Kurt pediu – Quase tive indigestão durante o almoço.

– Quer dizer que o senhor Hummel tem estomago sensível? – Quinn divertiu-se.

– Sem graça – Kurt mostrou a língua – Só não entendo nada do que vocês dizem.

– Tudo bem, Kurt. Sobre o que quer conversar? – Mike perguntou.

– Eu sei – Tina interrompeu – Q, estou combinando com a Marls uma noite do pijama lá em casa. Sexta que vem. Você vai, certo?

– Eu não sei... – olhou de relance para Rachel.

– Claro que ela vai – Rachel respondeu por ela – Tenho certeza de que vai ser incrível.

– Ok – concordou, um pouco desanimada – Você também vai?

– Não vou poder – respondeu, sem realmente olhar para a loira – Tenho um trabalho em grupo para fazer. Mas você deve ir.

A loira apenas concordou com a cabeça, carrancuda. Todos se entreolharam compreensivos.

– Então está bem. Nós combinamos tudo durante a semana. – Tina comentou animada.

–x-

No final da tarde, Quinn pediu licença a todos e subiu para seu quarto. Precisava terminar um trabalho para o dia seguinte, e o dia a deixou ainda mais perdida. Cada segundo com Rachel pareciam impossíveis de ser descritos. Os olhares, os toques, a pele suave em contato com a sua.

Fazendo um rápido retrospecto de sua vida até ali, tinha medo de que logo tudo aquilo acabasse. Tudo de bom que tivera lhe foi tirado em algum momento. E nada, até então, tinha sido tão bom quanto ter Rachel ao seu lado.

A garota ligou o notebook e o som e tentou se distrair um pouco, enquanto trabalhava em seu estudo de caso.

Rachel estava em seu quarto impaciente, andando de um lado para o outro, sendo observada por Mercedes.

– Rachel, para. Você vai abrir um buraco no chão daqui a pouco. – pediu.

– Eu não entendo. O dia foi incrível, ela me parecia feliz. Por que quis ficar sozinha? – a voz da pequena diva estava um tom mais aguda.

– Rach, ela só precisava fazer um trabalho, se acalma mulher.

– A Quinn não é de deixar nada para ultima hora. Parecia mais uma desculpa para se afastar de mim e...

Mercedes levantou e segurou a pequena pelos braços. Aquele ir e vir a estava deixando zonza, e a amiga não estava fazendo sentido algum.

– Chega, Rachel. Você esta sendo irracional. E talvez ela só tenha ficado confusa por você insistir dela ir para a casa da Tina na véspera do aniversario dela.

– Oh, meu deus. Eu estraguei tudo...

– Não, Berry. Pelo contrário. Mas a Quinn não sabe disso. – explicou - Por que não vai até o quarto dela desejar boa noite? Tenho certeza que vai se sentir melhor – Mercedes sugeriu, tentando controlar a amiga.

Rachel apenas concordou. Como sempre fazia, saiu pela sacada e andou até o quarto da loira. A porta estava entreaberta, fazendo com que a morena ouvisse a musica que tocava.

All flowers in time bend towards the sun

I know you say that there's no-one for you

But here is one,

All flowers in time bend towards the sun

I know you say that there's no-one for you

But here is one, here is one... here is one

Quinn estava de costas para a porta, então não viu quando a morena entrou. A bem da verdade, ela quase não estava prestando atenção em nada.

Aah, ooh...

One that can never be known

Either all drunk with the world at her feet

Or sober with no place to go

Rachel aproveitou para prestar atenção na letra. Nunca tinha ouvido aquela musica, mas o significado de cada palavra fazia muito sentido para ela, apesar de não entender bem o porquê.

Aah, ooh...

We could go (......)

We can travel round

Fading farther from me

With your face in my window call

When will you weep for me

Sweet willow

It's ok to be angry

But not to hurt me

Your happiness, yes, yes, yes

Darling, darling,

Rachel observava os movimentos de Quinn. Ela parecia tensa, incomodada com algo. Sem pensar muito, caminhou até ela. Delicadamente apoiou as mãos nos ombros da garota, aplicando uma leve massagem.

All flowers in time bend towards the sun

I know you say that there's no-one for you

But here is one,

All flowers in time bend towards the sun

I know you say that there's no-one for you

But here is one, here is one... here is one

Quinn foi pega de surpresa, mas não se afastou. Apesar de um pouco chateada, sabia que no fundo era de Rachel que ela precisava. As mãos pequenas da garota tinham efeito calmante sobre ela.

– Você está bem? – Rachel sussurrou.

– Sim – respondeu no mesmo tom.

– Parece chateada. Fiz alguma coisa?

– Não – respondeu, virando-se – Desculpe se fiz você achar que sim. – sorriu – Pode ficar aqui comigo?

– Claro. – a morena suspirou tranquilizando-se – O que você quiser, Q.

A loira levantou, ficando muito perto de Rachel. A respiração delas se misturava. Quinn podia sentir o hálito quente da morena, enquanto ela a pegava pela nuca, colando suas bocas.

Era tudo do que precisavam. A descarga de adrenalina que sentiam era viciante. As mãos de Rachel em sua nunca, aprofundando o beijo, estavam deixando Quinn excitada.

Quinn deixou as mãos vagarem pelas costas da morena, provocando-lhe arrepios. Rachel desistiu de manter o controle, puxou os cabelos loiros para trás, obtendo acesso ao pescoço alvo da garota, alternado beijos e mordidas.

– Você me faz perder o controle, Quinn – falou rouca no ouvido da garota, para logo em seguida lhe morder a orelha.

Quinn sentiu o corpo todo arrepiar. Os beijos da morena ardiam em sua pele a deixando cada segundo mais entorpecida. Ela queria mais e não sabia por quanto tempo ainda poderia aguentar.

Rachel a levou até a cama, a jogando no colchão sem pudor nenhum. Quinn a encarou e o que viu em seus olhos foi o mais puro e sincero desejo. O modo como se viu refletida nos olhos da morena a fez sentir como se só ela existisse.

A morena mediu o corpo da garota, memorizando cada centímetro. Ela era perfeita. Rachel foi se aproximando devagar, encaixando seu corpo ao de Quinn. O encaixe perfeito. Por alguns segundos, apenas olharam uma nos olhos da outra. A única coisa que podiam ouvir eram seus corações batendo no mesmo ritmo.

Foi Quinn quem capturou os lábios de Rachel, de inicio delicadamente, mas conforme o desejo aumentava o beijo ficava mais quente. Suas línguas brigavam por domínio.

Rachel atreveu-se a passar a mão por baixo da blusa da loira, acariciando com certa força a barriga dela e subindo a mão lentamente. Quando sentiu o sutiã de Quinn sob seus dedos parou, querendo permissão para continuar. Quinn apenas arqueou o corpo, pedindo silenciosamente que Rachel abrisse e tirasse a peça. E a morena o fez com destreza.

Quinn apenas sorriu, esperando o que viria a seguir. Rachel voltou a beijá-la. Foi descendo os lábios pelo pescoço, depois pelo colo, parando mais uma vez. Ela observou os seios da garota: estavam arrepiados, pareciam implorar pela boca da morena.

Rachel soltou a respiração próxima ao seio de Quinn, o deixando ainda mais eriçado. Com toda a delicadeza, Rachel passou a ponta da língua por todo o seio direito da loira, enquanto massageava o outro, fazendo a garota gemer.

Quinn nunca ficara tão excitada em toda sua vida...

– QUINN!!