O Diário de Julieta Dellamour escrita por Anna


Capítulo 1
Prólogo - O Início


Notas iniciais do capítulo

- Espero que gostem. Boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/461924/chapter/1

Prólogo — O Início

> Por Julieta Dellamour

Bem... Eu... Ãhn... Não sei ao certo como começar a escrever em... Bem... Você. Porque sei que a palavra "você", aqui, neste caso, não é usado para uma pessoa, ou um ser vivo, e sim, um objeto sem vida, um diário - que poderia ser muito bem confundido com um caderninho de anotações se não fosse o pequeno cadeado na frente.

Entretanto, para mim, o que mais importa é o início; vulgo, a saudação. Algo que eu possa sempre usar até que já esteja mais acostumada com você, até que escrever já se torne algo comum em meu dia-a-dia.

Porque para mim o início é tão importante assim, mesmo que tudo não passe de uma simples saudação? Porque, simplesmente e obviamente, dar início e dar o começo em algo que brevemente antes não existia, que antes estava em branco. E, se o início não for bom, como é que será a continuação? E digo isso, porque nem quero ao menos pensar no final.

Para mim não tem aquela história de que talvez o início possa até ser ruim, mas, o final é bom e surpreendedor. Não, para mim deve ser tudo (T-U-D-O) dentro dos conformes. E, sim, sou uma pessoa extremamente — para não falar intensamente — perfeccionista. E sinceramente? Tenho orgulho disso.

Todavia, esse não é o caso, ao menos por agora.

O caso é: como devo chamá-lo devidamente? Não pensei em nada muito formal, até porque, acho que ficaria estranho. Se é uma coisa minha, tem que ter o meu "toque pessoal nele". E como em um celular, assim que você ganha, logo você começar a fuxicar e a mudar tudo conforme o seu estilo próprio, o seu gosto.

E como eu não sou uma pessoa de todo formal, ficaria muito estranho se toda vez que eu fosse começar a escrever eu colocasse: "Querido caderninho de veludo que fora designado como diário". Não dá! Simplesmente não dá! E também não dá para começar com: "Coe, diário, suave na nave?" Por mais que eu fale gírias, isso não segue totalmente o meu estilo.

O que eu vou fazer? Isso é mais difícil do que eu imaginava! Eu nem pensava que seria uma coisa difícil, achava que iria ficar desenhando e anotando coisas inúteis, imaginava que as palavras cairiam sobre mim como uma chuva. O que, obviamente, não está acontecendo.

Enfim...

Enquanto crescia, vivia ouvindo a tão conhecida frase: "Querido diário...", acho que todas do mundo inteiro que gastam o seu tempo para escrever algumas páginas nesse tão famoso caderninho, usam essa frase. E isso pode ser na ficção ou na vida real mesmo.

E por conta disso, a frase usada por várias — e várias, e várias, e inúmeras... — garotas — e garotos — mundo afora, e é exatamente por isso que eu não pretendo usá-la, já que um dos meus maiores objetivos na vida é não ser igual a ninguém e criar o meu próprio mundo e jeito de fazer as coisas.

Então me deixe pensar... Que tal: "Caderninho que minha mãe comprou para eu não irritá-la?" Não, isso é muito longo e seria muito exaustivo de ficar escrevendo, sem a menor sombra de dúvida. Não dá para usar isso de jeito nenhum, colega!

Colega. É isso! Como hoje estou sem um mísero pingo de criatividade, vou te chamar de colega mesmo.

Minha irmã mais velha uma vez me disse que diários são como amigos, como melhores amigos. E como eu te "conheci" apenas hoje, somos no mínimo dos mínimos, colegas, então, vou te chamar de colega. Está mais do que decidido!

Não entendi muito bem o que Selenne quis dizer exatamente com isso.

Qual é a graça de escrever se ninguém vai ler? Qual é a graça de eu separar um pouco do meu tempo — que por sinal, é muito, muito, muito corrido — e escrever páginas e páginas, se ninguém vai sentar a bunda preguiçosa alguns minutinhos em algum lugar e ler as minhas palavras?

Será que essa é a graça? Um dos meus objetivos é construir um mundinho próprio, e talvez, eu possa construí-lo através de você, colega. Escrever coisas sem que ninguém saiba, sem o conhecimento de ninguém. É, pode ser essa a graça.

E isso é um fato bem interessante, diria até mesmo bacana.

Então qual parte seria boa para dar início a alguma coisa? Certo, o começo. Por isso irei lhe contar a adorável história de como eu te ganhei, foi mais ou menos assim:

Era uma tarde, há alguns dias atrás, quando eu havia desistido de falar com Camille — que, por sinal é a minha melhor amiga de todos os tempos — e estava muito irritada por conta disso. Simplesmente odeio quando as pessoas não me atendem, parece que estão me evitando ou algo do tipo. Então fui me deitar, e, sem querer, talvez querendo um pouco, comecei a falar sozinha.

Acontece que falar sozinha é uma mania muito estranha que tenho desde que era criança, e eu a mantenho até nos dias atuais nem sei por que, talvez seja porque eu falo pelos cotovelos... E minha mãe viu! E para minha mãe qualquer gota d'agua é uma tempestade devastadora, então, ela achou melhor que eu transformasse todas essas inúmeras palavras que eu falo durante o dia todo, em letras, textos, e assim criasse um diário, como aquelas garotas apaixonadas e sonhadoras dos filmes americanos.

E você deve estar se perguntando que eu sou, hein, hein? E, ok, eu sei que você é um objeto totalmente desprovido de vida e tal... Mas... Dane-se isso é apenas uma maneira de falar.

Então agora vou falar sobre a pessoa mais linda e encantadora deste universo... EU! Por mais que às vezes possa parecer, eu não tenho sete aninhos de idade, e sim, dezessete. Chamo-me Julieta Dellamour (e sim, minha mãe escolheu esse nome por conta da obra de Shakespeare, Romeo e Julieta. E, não, eu não gosto de Romeo e Julieta e nem acho que ele é o livro da minha vida) e este é o meu diário.

E... É só isso por enquanto, até mais colega!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alguém? Sejam bonzinhos e deixem reviews.