Enigmas escrita por Catarina Pereira


Capítulo 9
Capítulo 8 - Desaparecido


Notas iniciais do capítulo

Boa pessoal! Tudo bom com vocês??
Eu tinha programado para publicar mais cedo, mas parece que não funcionou.. Caso apareça um capítulo 8 extra, está atrasado! AIUHAUIH
Enfim, espero que curtam o capítulo dessa semana!



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Várias salas interligadas, com sofás, mesas de centro, mesas de jogos, vasos de ornamentação, aparadores bem adornados, acompanhados de espelhos e tapetes luxuosos. Ao final de uma das salas era possível ver uma grandíssima varanda, na qual havia uma piscina, parte coberta e parte não, e em seu redor espreguiçadeiras brancas. Um armário estava próximo à porta de vidro. A varanda era segura por parapeitos e vidros, através dos quais uma visão da Madri noturna podia ser observada.

A porta da sala oposta oferecia um ambiente bem iluminado, que era definido por uma placa que dizia ‘biblioteca’. Eliana passou pela porta, e o interior era impressionante. Grandes estantes foram colocadas ao fundo do salão especificadas por gênero literário. À frente das estantes, muitas mesas com iluminação individual ofereciam o ambiente propício para quem desejava fazer uma boa leitura ou, como era seu caso, trabalhar.

Vasculhou o lugar com os olhos, encontrando uma mesa que lhe parecera a melhor para ser escolhida. Juntando suas coisas em um canto, Eliana sentou-se e ligou a luminária e o computador portátil. Talvez aquele fosse o momento oportuno para responde aquele e-mail que ficara o dia todo na mente da jornalista. Leu novamente o texto escrito por Mr. Flowers e soltou um longo suspiro antes de posicionar as mãos para começar a digitar, quando ouviu uma voz que pareceu familiar.

– Problemas?

Eliana seguiu a direção de onde vinha a voz com o olhar e notou rapaz com quem havia trombado duas vezes. Ela não pretendia conversar com ninguém nessa noite, mas talvez uma troca educada de palavras não faria mal.

– Alguns... Nada que não possa ser resolvido.

– Bem, pelo menos estamos ambos imóveis – Luca brincou, acrescentando – Assim nenhum de nós precisa ter a preocupação de poder atropelar ninguém.

Eliana riu do comentário.

– Desculpe-me, eu não tinha notado que a mesa estava ocupada. Vou deixá-lo tranquilo, há muitas mesas vazias por aqui.

– Sou Luca. – Ele disse rapidamente, sorrindo e estendendo a mão, antes de que Eliana pudesse levantar-se para trocar de mesa. – Não precisa se levantar, temos espaço para os dois aqui. De maneira alguma me atrapalharia.

Eliana respondeu ao sorriso e agradeceu, voltando a atenção ao e-mail. Luca recolheu o braço e, após alguns minutos, quando ela parou de digitar por um momento, disse:

– Para quem se mostra ser tão distraída, até que consegue manter uma atenção quando o assunto é trabalho. Está em Madri a trabalho.

Eliana direcionou o olhar semicerrado a Luca.

– E como poderia saber se estou trabalhando?

– Não é muito difícil adivinhar. Primeiro chegou com roupas formais pela tarde, provavelmente mais atenta a seus assuntos profissionais que ao caminho que fazia. Agora, a essa hora da noite, saiu de seu quarto para vir a uma biblioteca, com um computador portátil e algumas anotações. – Ele observou que a moça continuava com uma expressão desconfiada, então agregou à explicação um último detalhe. - Isso é a cara do trabalho.

Assentindo, ela respondeu:

– Talvez muitas outras atividades se encaixariam na sua descrição. – Percebendo que ele ainda a olhava, desafiando-a a confessar que realmente estava trabalhando, então assentiu. – De acordo com a sua descrição você também está trabalhando. Estou certa?

– Posso dizer que sim. – abaixando um pouco a cabeça para os papéis, completou – É um pouco complicado...

Ambos permaneceram em silêncio por alguns minutos, o que pareceu a Eliana um pouco desconfortável. Desviando o olhar novamente do e-mail, ela passou a observar os traços de Luca, o cabelo alourado e a barba por fazer. Ela tentou desviar o olhar quando ele notou que ela o olhava, mas acabou emendando um assunto sobre alguns locais que ela ainda tinha dificuldade de chegar. Luca explicou pacientemente onde ficaram os estabelecimentos, sendo interrompido por um toque de celular.

– É o meu... Com licença.

Luca saiu da sala, buscando alguma privacidade, mas Eliana podia escutar o que ele dizia do lado de fora da biblioteca.

– Como assim? – ele dizia, em tom alarmado, fazendo algumas pausas para esperar a resposta do outro lado da linha. – Não pode ser... Ele disse que a situação não, era perigosa. – Mais uma pausa longa. – Tudo bem. Não se preocupe, tente acalmá-la, eu não demoro a chegar.

Luca entrou pela porta novamente e juntou seus papéis, desculpando-se com Eliana por ter que deixa-la sozinha, pois teria que responder a um imprevisto.

– Não se preocupe. Espero que se resolva. – Eliana estendeu a mão a Luca – A propósito, sou Eliana.

– Nos vemos, Eliana. – Ele se despediu beijando o dorso da mão dela.

***

Tensão. Essa palavra podia descrever bem o estado dos Hopp nessa noite. Quando Luca recebeu a ligação vinda de sua casa, achava que pudesse só mais um alarme falso, mas era muito mais que isso; por telefone as coisas eram bem distintas da situação real.

Foi pedido a ele que fosse urgentemente até a casa da família pois algo grave relacionado a seu pai tinha acontecido. Luca conhecia as ameaças que seu pai vinha sofrendo, mas como seu pai o tranquilizara na noite anterior dizendo que apensas eram ameaças vazia, não teria com o que se preocupar. Ao mesmo tempo, sabia dos medos que sua mãe tinha em relação a todo o problema.

Com os irmãos reunidos na sala de visitas, Luca ficou sabendo que seu pai tinha ordem estritas vinda de Catarina – nada que se possa ignorar – para que chegasse em casa após o trabalho até no máximo oito horas da noite. E era costumeiro que, exceto quando ele avisava que se atrasaria, ele chegasse na hora combinada. Essa noite, porém, nenhum aviso foi dado e a essa hora, uma e trinta e sete da manhã, ele ainda não tinha chegado em casa.

Luca tentou tranquilizar a todos, formando hipóteses boas do que pudera ter passado com o pai, mas ninguém, nem mesmo ele, estava convencido suficientemente. Além disso, outro problema era que sua mãe estava aos prantos, pensando em todas as alternativas ruins que pudessem passar ao patriarca Hopp e nada podia ser feito para que ela se acalmasse. Nada, até que o investigador convocado pela família chegou.

Gael Martínez costumava acompanhar o juiz a todos lados. Excepcionalmente nessa noite, Luis Hopp pedira a todos que o deixassem sozinho em sua sala, pois tinha muito trabalho e precisava se concentrar. Com respeito, todos se retiraram da sala do homem, postando-se do lado de fora. Os seguranças permaneceram junto à porta e ambos assessores e o investigador esperaram na sala da secretária, onde havia sofás onde os visitantes esperavam a permissão para entrar.

Passadas algumas horas, os seguranças notaram um silêncio contínuo dentro da sala, incomum ao trabalho do juiz, que usava muitos papeis e livros. Batendo na porta, os seguranças não esperaram permissão para entrar no gabinete, surpreendendo-se pela falta do juiz.

A situação não seria estranha se a sala possuísse outras portas além daquela guardada pelos seguranças e se não ficasse no vigésimo andar do palácio da justiça. Tendo a sala revistada mais de cinco vezes pelos seguranças, eles pediram que o investigador pudesse procurar quaisquer evidencias de como Luis pudesse ter saído da sala sem passar pela porta. À primeira, segunda e terceira vistas, nada de anormal. Porém, a situação toda era incrivelmente absurda e portanto era necessário que uma equipe maior estivesse ajudando.

Perguntado como fariam o trabalho desse momento em diante, o investigador não poupou palavras para explicar o planejamento.

– Primeiramente, – levantou o dedo indicador, torcendo o grande bigode que trazia – uma equipe de busca já foi acionada para encontrar Sr. Hopp o mais rápido possível. Acredito isso ser o mais importante. Mas não se preocupem, minha equipe está a postos buscando qualquer coisa que possa nos levar ao causador desse desaparecimento.

Interrompido por Catarina e pela grande comoção dos irmãos em acalma-la, Martínez esperou um momento antes de prosseguir.

– Parte da equipe também está interrogando os funcionários do prédio. E também acreditamos necessário o apoio de vocês – olhando em cada um dos presentes, continuou – precisamos interrogar a todos.

Martínez parecia saber que aquele comentário poderia ser mal interpretado pelos familiares do juiz e pediu silencio para que pudesse explicar as medidas tomadas.

– Precisamos, senhores, saber como foi a semana do Sr. Hopp enquanto esteve em casa. A parte do trabalho já estamos cuidando, mas aqui no pessoal muita coisa pode acontecer e precisamos nos prender a todos os detalhes possíveis. Preciso saber tudo o que vocês sabem, só assim posso encontrar uma resposta.

Convencidos que poderia ser o melhor caminho, de fato, os Hopp pediram ao investigador um tempo para refletirem e se encaminharam à biblioteca da mansão. Luca foi o primeiro a se pronunciar.

– Eu não sei se estou convencido de que papai sumiu assim. – suspirando, ele completou – vocês sabem que não tem nenhuma outra saída do gabinete, como pode ser que alguém tenha entrado?

– É estranho Luca, claro que é estranho. – respondeu Antonio. – Mas não vejo o porquê desse homem mentir. Está sendo muito bem pago para fazer seu trabalho.

– Vocês acham que sequestraram o papai? – Laura perguntou.

Patrícia respondeu depois de alguns segundos, olhando carinhosamente para a irmã mais nova.

– É possível, querida. Não se preocupe, vão encontrá-lo.

– E agora vão nos interrogar? – Perguntou George, apreensivo. – Nós não fizemos nada...

– Não é isso, George. Vão interrogar a todos nós para saber quais foram os passos do papai essa semana. É preciso, não tem nenhum problema. – Luca se voltou para a mãe, acrescentando mais alguns detalhes. – É possível que os empregados também sejam interrogados. Aliás, isso seria ideal. Eles podem ter visto ou escutado algo importante.

Catarina caiu no choro novamente. As irmãs de Luca levaram a mulher para o quarto, a fim de fazê-la tomar algum calmante para descansar um pouco, enquanto os três irmãos levaram a notícia até o investigador, que aguardava na sala de visitas, de que iriam colaborar com o que fosse necessário e que os empregados da casa também estariam disponíveis para as perguntas. Além disso, pediram a Martínez que voltasse às dez da manhã para fazer todo o procedimento, pois todos precisavam de um pouco de descanso. Tendo isso concordado, os irmãos foram para a cama.


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Notas finais do capítulo

Vish.. E isso porque o juiz nem estava preocupado com as ameaças!
Comentem pessoal, adoro reviews!
Obrigada por lerem e boa semana!

Cat.
@catpereira_



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