Enigmas escrita por Catarina Pereira


Capítulo 10
Capítulo 9 - Entrevistas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!
Desculpem o atraso, ontem eu estava com sono, porque minhas aulas voltaram e já tive que levantar 6h da manhã, e além disso, tomei um antialérgico aqui e fiquei com ais sono ainda AhaIUhAIU enfim, novo capítulo para vocês!
Espero que gostem



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Os Hopp aguardavam notícias sobre a investigação quando tocou a campainha. Com todos descansados e visivelmente mais calmos, estavam preparados para conversar com o investigador. O homenzinho bigodudo entrou na sala sem fazer cerimônias e Luca percebeu que estava apenas interessado em cumprir o protocolo. Eram dez horas da manhã, assim como haviam combinado no dia anterior.

Martínez olhou solenemente para todos e discursou.

– Bem, eu tenho já informações do ministério da justiça. Minha equipe já conversou com os funcionários que possivelmente viram o Sr. Hopp no dia de ontem e estou ainda juntando as informações. Com certeza vocês poderão ajudar a agregar mais algumas. – Fazendo uma pausa para dar um passo à frente, o homem ainda perguntou. – Por acaso, vocês têm um cômodo da casa para que eu possa entrevistar cada um de vocês a sós?

Catarina se levantou.

– Temos a biblioteca e escritório, meu marido a usa nos finais de semana. É bem tranquila.

– Possui, então uma mesa onde eu possa apoiar meu bloco de notas?

– Sim. – Catarina nem parecia a mesma, com a calma de sua voz. Ela começou a andar antes de se voltar novamente ao investigador. – Venha por aqui.

Ambos percorreram um caminho por entre várias portas antes de entrarem na biblioteca da mansão. Realmente era o espaço que Gael Martínez buscava: tinha uma mesa ampla, algumas cadeiras e era à prova de som. Ele se sentou do lado da mesa no qual ficaria o Sr.Hopp e disse a Catarina que se sentasse, assim já começariam o trabalho aproveitando que ela já estava na sala.

– Sra. Hopp, eu imagino que esteja muito preocupada com seu marido. Gostaria de dizer que um processo de investigação pode demorar alguns dias até que tudo seja pensado e considerado. – Percebendo a impaciência de Catarina, ele acrescentou mais detalhes à explicação – Enquanto eu estou pensando nas causas e em como chegar ao que aconteceu, a polícia está trabalhando em uma busca. Eles sempre são mais práticos, não é verdade?

Apesar do homem mostrar simpatia, Catarina não queria nenhuma demonstração de compreensão. Queria sim que tudo acabasse o mais rápido possível. Levantou a cabeça quando a primeira pergunta lhe fora feita.

– Senhora, preciso que me diga... Quando foi a última vez que viu seu marido?

– Ontem mesmo vi meu marido. Almoçou em casa muito rápido e disse que teria que voltar logo para o trabalho. Nem quis fazer a sesta...

– Imagino que seja muito ocupado. – Catarina assentiu – Notou algo estranho nele, além de ter que voltar rápido ao trabalho?

– Não é estranho que ele volte rápido ao trabalho. Às vezes nem almoça conosco. – Sra. Hopp começou a mexer as mãos enquanto explicava a situação de seu marido. – Ele estava tranquilo como sempre. Contando piadas aos mais novos, debochando das preocupações que eu sempre tenho...

Martínez levantou as sobrancelhas frente ao detalhe contado por Catarina.

– A senhora se irrita com essas brincadeiras?

– Na verdade não, mas finjo que sim. Ele acha mais divertido ainda assim. – Com um sorriso de canto de boca, Cataria completou – Confesso que ele faz trocadilhos ótimos com relação às minhas responsabilidades.

– A senhora parece ser uma pessoa de muitas responsabilidades, de fato. Cm que se preocupa tanto?

– O senhor sabe, não é fácil manter a organização de uma casa. E menos fácil ainda é manter seus filhos se comportando nos eixos, como deve ser. Uma casa não se limpa sozinha, os filhos não se criam por si só.

Com um aceno de cabeça, Gael concordou e disse que já tinha terminado. Catarina se levantou e, enquanto se dirigia à porta, ouviu as instruções do investigador, que pedia que Laura fosse a próxima. Depois dela, Antonio, George e Patrícia.

Para Laura, a primeira pergunta foi a respeito de como ela via o pai. Ela não teve certeza de qual aspecto Gael realmente queria saber, mas respondeu que o pai era muito responsável e sempre incentivou que todos seus filhos também fossem. Ele perguntou se costumava ver muito o juiz e a resposta foi negativa. Laura tinha muitas responsabilidades nos estudos, passava tempo integral no colégio. Aos fins de períodos letivos, tinha atividades extracurriculares todos os dias da semana, exceto nos finais de semana, quando ela ficava em casa, mas o pai trabalhava na biblioteca nesse período. Perguntada ainda o que ela achava das responsabilidades do pai e da preocupação dele em atender a todas elas, ela foi sincera dizendo que gostaria que ele trabalhasse menos. Foi dispensada logo depois, sendo a ela pedido que seu irmão mais velho entrasse na sala.

O homenzinho perguntou a que Antonio se dedicava, ele respondeu que estudara direito, assim como o pai. Perguntado se essa opção seria escolhida com ou sem a influência do pai, Antonio dissera que provavelmente sim, mas não tinha como ter certeza da resposta, pois nunca tivera outra influência que não fora o pai ou os amigos do pai. Perguntado ainda se o trabalho que fazia lhe era agradável, Antonio se ofendeu, achando que a pergunta não era conveniente nem adequada ao propósito, fazendo com que Gael mudasse de assunto. Sua última pergunta foi se ocorrera alguma coisa estranha na última vez que vira o pai. Antonio respondeu que não e foi dispensado. Deveria chamar o irmão mais novo.

George estava desconfiado do investigador, mas de mesma maneira respondeu às perguntas do homem. A primeira foi se tinha a agenda apertada durante os dias letivos. George respondeu que sim, sempre soube que tinha que estudar muito caso quisesse ser um bom advogado. Ele perguntou com interesse então se tinha escolhido cursar advocacia. George disse que não, ele estava estudando direito por convenção. Todos na família eram advogados. Gael perguntou se o pai fora influente no destino dos filhos e ele disse que sempre em sua infância ouvira Luis dizer a ele que quando ele fosse grande com certeza seria um bom advogado como o pai porque sabia argumentar bem. A última pergunta a George foi se ele achava que o pai era um bom advogado. George respondeu que sim, só assim o escolheriam como juiz. A próxima a ser chamada seria Patrícia.

Patrícia entrou nervosamente na biblioteca, esperando permissão para sentar. Gael perguntou se ela achava que o pai tinha sido sequestrado ao que ela respondeu ser possível, mas não via como, pelas condições físicas da sala. Martinez perguntou ainda se ela achava o trabalho do pai perigoso. Ela disse que quando se julga alguém sempre se corre um risco. Perguntada se o juiz já tinha julgado alguém erroneamente, ela disse que podia ser que sim, já que a carreira do pai era longa. Ele perguntou por último se o pai era muito ciumento com as filhas meninas, se julgava que os homens não deveriam chegar perto delas. Ela disse que os poucos tempos que passou realmente junto ao pai, ele demonstrou que não gostava muito que elas namorassem, mas que nunca foi contra seu noivado. Ele parabenizou a mulher pelo casamento que estaria por acontecer e pediu que chamasse o último Hopp que faltava.

Luca entrou na sala e se sentou em frente ao investigador, esperando que ele fizesse alguma pergunta. Após alguns minutos, os quais o homenzinho passou escrevendo em seu bloco. De repente, ainda sem tirar os olhos e a caneta do bloquinho, perguntou:

– Na última vez que o senhor viu seu pai, conversaram?

– Sim, trocamos algumas palavras. Era uma data especial, não pudemos conversar de fato.

– E notou algo estranho?

– Bem, ele me contou que tinha recebido algumas ameaças, mas que não eram preocupantes, pois isso já tinha acontecido antes. Em todo caso, minha mãe se preocupou e obrigou ele a contratar seguranças.

– Entendo... O senhor não mora com a sua família, não é mesmo?

– Eu trabalho em outra cidade, não posso morar aqui.

– E quando vem se hospeda aqui?

Luca pensou em quais eram as pretensões dessa pergunta. Não soube decifrar, mas respondeu.

– Antes sim, mas dessa vez não. Eu quis ficar em um lugar mais silencioso, preciso me focar no meu trabalho.

– Eu não sei se acredito que todos estiveram de acordo com essa decisão. – Gael mostrou um sorrisinho a Luca.

– Não, não concordaram de fato. Minha mãe queria que eu ficasse e acharam melhor que eu repensasse. Mas se não fosse isso, nenhum dos meus irmãos estaria contra.

– Então precisa de espaço para trabalhar. – Esperou Luca assentir. – Está ótimo, pode se retirar, eu farei mais algumas anotações pertinentes.

Alguns minutos depois, Luca estava reunido com todos aguardando o regresso do investigador, quando ele apareceu.

– Senhores, eu precisarei juntar essas informações às outras que já tenho. Ligo quando precisar voltar para conversar com os outros empregados da casa. Até mais.

Ele se retirou com o bloquinho fechado em sua mão e com a caneta pendurada no bolso da camisa. Os Hopp permaneceram em silencio mesmo depois do ocorrido. Nenhum deles quis comentar o que lhes fora perguntado e muito menos o que responderam. O almoço foi servido dez minutos depois.


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Notas finais do capítulo

Comentem :D

Obrigada por ler.
Beijos, Cat.
@catpereira_



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