O marinheiro estava muito furioso, seu rosto estava vermelho de raiva, seus braços estavam com tanta vontade de socar, que estavam quentes, por consequência, acabou queimando um pouco as crianças.

– Ao, morde ele e sai correndo em busca de ajuda... – Ko sussurrou.

O garoto de azul não hesitou, na mesma hora cravou seus dentes de leite no braço quente do marinheiro.

– Pirralho... – Riko gritou, jogou o garoto no chão, deu um chute na região do queixo, o garoto acabou sendo jogado em uma árvore que tinha por ali. – Depois a gente se resolve...

Ele continuou andando, enquanto as outras crianças estavam desesperadas. Ao estava ali inconsciente, eles iriam ser executados... Era um desastre total.

E tudo piorou quando Riko chegou à pequena base da marinha, realmente era muito pequena.

– O que faz aqui essa hora, e com esses pirralhos? – Um homem grande, musculoso, vestia um uniforme comum de marinheiro, um boné comum e em seu braço direito tinha uma braçadeira, nela estava escrito “General”.

– Senhor, senhor... Desculpe, sei que era para eu estar criando confusões com aqueles cozinheiros idiotas como ordenou, mas...

O grande marinheiro se levantou, deu um soco em sua mesa, fazendo-a se quebrar no meio, logo em seguida ela virou migalha. Yowai foi andando por cima das madeiras em pedaços no chão, se aproximou de Riko, ameaçou dar um soco nele.

– Não, Capitão Yowai-sama... – O marinheiro gritou desesperado.

– Se você sabe que esta hora, é a hora de importunar os cozinheiros... Porque não está importunando a mim? – O general falou com raiva.

– Acontece que essas crianças querem se tornar piratas, Muchimaru estava alimento elas de graça! – Riko estava com tanto medo, que mal conseguia falar.

– Muchimaru está dando comida de graça? Mas aquele cozinheiro de merda não tem dinheiro para pagar tributos, mas pode alimentar pirralhos? – Yowai bufou com muita raiva, cerrou o punho, deu um soco tão forte na parede ao seu lado que ela foi abaixo.

– E tem mais senhor... Dois piratas atracaram na ilha, um deles me bateu e chamou o senhor para a briga... – O marinheiro gaguejava enquanto se tremia todo.

– Bateu em você? Chamou-me para lutar? – O general começou a gargalhar, voltou a passar por cima dos pedaços de madeira no chão, sentou-se em sua cadeira e voltou a falar com um tom zombeteiro. – Você vai agora lá, recuperar sua dignidade e honrar o nome de seu superior! Deixe esses pirralhos aspirantes a piratas aqui, vou dar um jeitinho neles.

Riko sorriu, não foi o bastante para disfarçar seu medo, jogou as crianças no chão a frente de Yowai logo foi correndo de volta para o restaurante de Muchimaru.

Enquanto isso no restaurante...

– Não podemos ir atrás de um marinheiro na sede da marinha, é como um boi entrar por conta própria no abatedouro! – Kensuke falou bem sério enquanto segurava Yusuji pela roupa.

O moreno tentava andar, mas como estava sendo segurado, nem conseguia sair do lugar.

– Fique calmo ai seu pirata encrenqueiro... O cabelo enferrujado está certo, ir naquela base agora, não é o que você quer! Além do mais, ele vai vir aqui para saber quem é o idiota que quer uma briga. – Muchimaru falou bem calmo.

– Viu só Yusuji... Quem você está chamando de cabelo enferrujado, maldito? – Kensuke soltou Yusuji, jogando o mesmo no chão sem querer. Cerrou os punhos e olhou para o cozinheiro bem irritado.

– Estou falando de você... – Muchimaru sorriu, pegou seu isqueiro no bolso da calça preta e acendeu um de seus cigarros, depois começou a rir como se algo engraçado estivesse acontecendo, respirou fundo, tentou parar de gargalhar enquanto assoprava a fumaça do cigarro.

– Do que está rindo, topetinho? – O ruivo falou irritado.

– É que eu tive uma ideia, se você comece a sabi sabi no mi (fruta da ferrugem) iria ter um poder que encaixa perfeitamente em você... E não fale do topete, ele atrai as gatas! – O cozinheiro passou a mão em seu topete, fazendo uma pose descolada.

– Sabe a Kairoseki kairoseki no mi, a fruta mais famosa do east blue... Você poderia comer ela! – Kensuke gargalhou.

– Essa fruta é tão inutil quando você. Passo! – O cozinheiro sorriu.

Eles estavam tão ocupados discutindo, que nem perceberam que o capitão tinha fugido. A essa hora ele já estava longe, mas foi obrigado a retornar, pois um certo marinheiro chamado Riko havia fugido dele e estava indo na direção de “seus companheiros”.

– Aí estão vocês, vou mata-los... Limpar minha dignidade e mostrar a honra do Capitão Yowai! – Riko gritou ao ver Kensuke e Muchimaru.

– Ei cadê o Yusuji? – Kensuke procurou pelo moreno, mas não o encontrou.

– Ele estava aqui agora a pouco... – Muchimaru assoprou a fumaça do cigarro e sorriu. – Sua culpa, porque foi soltar aquele animal hiperativo?

– Minha culpa? Se você não tivesse me distraído, ele não teria fugido! – Kensuke rangeu os dentes.

– Eu não distraio homens... – O cozinheiro esticou a mão, indicando “stop”.

– Tanto faz... Droga, esse cara parece um cachorro, se não vigia-lo ele foge! – Kensuke suspirou.

– Prestem atenção em mim. Idiotas! – Riko gritou bem bravo.

– O que foi seu pedaço de merda? Veio devolver meus amigos? – Muchimaru olhou para o marinheiro com uma expressão intimidadora.

– Seus amiguinhos aspirantes a piratas? O capitão Yowai vai “cuidar muito bem” deles!

Assim que Riko terminou de falar, Yusuji apareceu pulando de algum lugar atrás do marinheiro, parando somente em cima do mesmo.

– Que idiota... – Kensuke e Muchimaru falaram em coro.

– Pessoal, eu fui atrás do marinheiro estranho... Decidi rastrear ele, acabei voltando pra cá... Estou cansado... Não viram ele por ai? – Yusuji estava ofegante, nem percebeu que estava sentado em cima do próprio marinheiro.

– Eu estou... Eu estou aqui, sai de cima de mim! – Riko gritou estressado.

– Me desculpe... – Yusuji se levantou e se curvou para se desculpar.

Riko se levantou, limpou a poeira do corpo e falou:

– Tudo bem eu te desculpo, mas não faça de novo, tá bom?

– Prometo! – O moreno sorriu com vergonha pelo que fez.

– Vocês são idiotas? – Kensuke e Muchimaru gritaram em coro.

– Hã, o que foi? – Yusuji e Riko falaram confusos.

– Perdi as esperanças no mundo... – Muchimaru abaixou a cabeça.

– Eu não mereço isso cara! – Kensuke olhou para o céu.

– Seus amigos são meio estranhos... – Riko gargalhou.

– São engraçados... – Yusuji gargalhou, raciocinando em seguida.

– Espera... É você! – O moreno e o marinheiro falaram em coro, fazendo Muchimaru e Kensuke ficarem com enormes gotas em suas cabeças.

– Onde estão os meus amigos, Ko, Ao, Gei e Sawagi? – Yusuji passou de sorridente para irritado em segundos, olhou para Riko com uma cara de assassino louco e psicopata.

– Vocês todos não perdem por esperar... O capitão Yowai, vai por o plano em prática... Logo essa ilha vai abaixo! – Riko soltou uma gargalhada maligna.

– Não perguntei o que esse tal de “youkai” vai fazer ou vai deixar de fazer... Quero saber onde estão os meus amiguinhos... – Yusuji colocou a mão no ombro do marinheiro para intimida-lo.

– Destruir essa ilha? – Muchimaru cuspiu o cigarro no chão, seu tom de voz indicava que ele estava assustado.

O cozinheiro correu na direção de Riko, uma lagrima saiu de seu olho esquerdo, ele se lembrou um pouco de sua infância, em suas lembranças tinha um homem, esse homem loiro foi tudo o que ele viu antes de acertar uma voadora na cara de Riko. O marinheiro foi lançado para trás e só parou quando bateu na parede de uma casa.

– Quem esse general estúpido acha que é... Para ameaçar destruir minha ilha? – Completou.

– Nossa, que chute... – Yusuji olhou com os olhos brilhando.