– Não seja idiota, você o matou! – Yusuji parou de correr, abaixou a cabeça e olhou de baixa para Kensuke, deixando seus olhos sombreados.

– Eu não matei o Matt seu idiota! – Kensuke também parou de correr, foi aqui que gritou e acalmou a voz em seguida. – Foi outra pessoa!

– Quem foi? – Yusuji ficou desconfiado, pois estava muito mal contado, embora ele não tenha prestado atenção na história.

– Fui eu mesma... Enganei o ruivinho e matei o loirinho! – Uragiriko apareceu gargalhando.

– Você... Enganou-me? – Kensuke olhou pra ela com um ódio mortal.

– Eu te fiz meu escravo caçador de escravos, matei seu irmão porque quis te deixar mais frio e nunca te contei até agora. Sim eu te enganei! – Ela começou a rir sem parar, zombando de Kensuke.

– Kensuke... Você tem algum sonho? – Yusuji olhou para o ruivo, falou com muita raiva no tom.

– Meu sonho? É o sonho do Matt, mostrar para todos que o mal é subjetivo, provar que o mundo é um bom lugar pra se viver! – Kensuke ergueu o braço, mostrando sua tatuagem no antebraço, escrito “mal”.

– Entendo... Qual vai ser sua função na tripulação? – Yusuji sorriu de canto.

– Eu sempre estudei para ser o melhor navegador de todos, vou mapear o mundo! – Kensuke sorriu, mas depois voltou o foco e ficou confuso. – Que tripulação?

– Ora, a minha... Você é idiota? – Yusuji gargalhou.

– Tenha foco aqui... Queria me matar, e agora me convida pra entrar no seu bando pirata? – Kensuke falou irritado.

– Que gracinha... Mas Kosuo vai matar vocês! – A mulher traidora falou bocejando.

– Quem é esse? – Yusuji perguntou bem calmo.

– Meu chefe! Ele é mais forte que vocês dois juntos.

– Yusuji, não quero que toque nela! – Kensuke bateu os punhos, fazendo faíscas, devido ao kairoseki.

– Vai defender ela? – Yusuji voltou a ficar com raiva, olhando para Kensuke como se estivesse agressivo.

– Pelo contrario, o único que vai machuca-la sou eu... Por vingança, ao Matt! – Kensuke cerrou o punho esquerdo, onde fica sua tatuagem, correu na direção dela, acertou um soco, mas ela colocou seu machado na frente do punho dele, bloqueando o ataque.

– Riariariariaria – A mulher gargalhou, insinuando que o ruivo era fraco. – Nunca ira me vencer, idiota!

– Gen-suke! – Yusuji berrou, apontou a katana para a mulher e cuspiu algumas palavras. – Se meu nakama estiver machucado, eu...

Kensuke suspirou, revirou os olhos e começou a retrucar o pirata.

– É Kensuke seu idiota! – Ele ficou estressado. – Vá reto pela sua direita, vai encontrar o Tatsuo, ele é como um rei.

– Rei... Interessante! Mesmo assim sou mais forte que ele, porque vou ser o rei dos piratas! – Yusuji começou a correr, mas não sem antes ouvir as palavras que Kensuke disse por ultimo.

– Não morra capitão! – Ele disse, verdadeiramente preocupado, chegou até a ouvir a risada de Yusuji e confundi-la com de seu irmão.

– Que maricas! – A mulher zombou.

Uragiriko tentou dar um chute em Kensuke e ele conseguiu desviar, mirou um soco no rosto dela, mas a mesma colocou o machado na frente do rosto, assim que o punho do ruivo se chocou contra a arma de ferro, voaram faíscas de fogo, que pegaram no resto de bebida alcoólica que estava derramada no chão.

O lugar, que parecia já ter sido um saguão, ficou em chamas rapidamente. O fogo que pegou na bebida se espalhou por todo o lugar, por panos, cortinas e madeiras. Deixou o lugar uma boa previa do inferno.

– Uragiriko só vai haver um vencedor! – Kensuke começou a bater os punhos, deixando uma aparência elétrica.

– Concordo plenamente, Kensuke. Que vença a melhor, eu, porque sou a única aqui! – A mulher levantou o machado por cima da cabeça, até encosta-se a suas costas.

Os punhos de Kensuke já estavam bem elétricos, então ele correu na direção da mulher com punho para trás, se preparando para um grande golpe.

Uragiriko também correu, segurou o machado com bastante força, também já preparada para partir o ruivo ao meio.

Enquanto isso...

– Kosuo... Você é o maior culpado! – O grito de Yusuji ecoava por todo corredor, os marinheiros ouviram, foram correndo na direção do moreno com sabres na mão, tentavam golpear o garoto, mas ele era muito ágil, desviava, defendia, bloqueava... Tudo isso muito rápido.

– Ei, se continuar cortando meus homens, terei que buscar mais... É cansativo! – Um homem alto, gordo, careca, usando uma roupa de rei medieval chegou segurando um marinheiro derrotado pela gola do uniforme e o jogando na parede.

– Você é o Kosuo? O tal rei? – Yusuji cortou o ultimo marinheiro que havia lhe atacado e partiu pra cima de kosuo.

O homem gordo desviou dos golpes de espada que Yusuji fez com muita facilidade, deu um soco no rosto dele, o jogando longe.

– Sim, é você. – Yusuji se levantou sorrindo de onde tinha caído, começou a correr para cima do careca tentando corta-lo com a katana.

Kosuo outra vez desviou de todos os golpes de Yusuji, tentou dar outro soco, mas dessa vez Yusuji desviou. Kosuo sorriu porque já estava esperando isso, então deu um chute na canela de Yusuji, mas o mesmo deu um pulo, conseguindo desviar e na mesma hora acertar a katana de raspão no rosto de Kosuo.

A katana, além de cortar o meio a bochecha do homem, ainda fez queimaduras de primeiro grau em metade do seu rosto. Yusuji ficou impressionado pela força de sua espada. Kosuo por seu lado ficou com ódio, jurou na mesma hora matar Yusuji e quebrar a katana.

– Matar-me? Quebra-la? Você está muito confiante para alguém que vai perder feio! – Yusuji segurou a katana na forma de combate, colocou em frente ao rosto, começou a gira-la e a correr na direção de Kosuo.

– Perder? Quem vai me vencer...? – Kosuo correu na direção de Yusuji com o punho fechado na altura de seu rosto, preparado para dar um soco a qualquer minuto.

Yusuji deu um grito tão alto que fez toda a estrutura tremer, os marinheiros que estavam derrotados, até mesmo os escravos que estavam naquele lugar puderam ouvir. E de certo modo para eles foi tranquilizador, ainda mais depois de ouvir as sábias palavras de Heir:

– Esse é não é o grito de um pirata. É a voz do salvador de vocês!

– Há essa hora ele deve estar lutando com o Kensuke... – O ex-açougueiro olhou para o chão, para ele tudo parecia melancólico, depressivo e triste.

– Se engana... Eu posso ouvir a voz de Kensuke, ele está lutando com raiva! – Heir fechou os olhos, se concentrou no ar e pode ouvir tudo ao redor. – Mas não é contra o “D.”!

– O quê? Como assim? – Os escravos falaram em coro.

– Podem acreditar a luta aqui já não é contra o ruivinho... O inimigo do “D.” agora é o líder dessa ilha! – Heir abriu o olho com calma, sorriu, cerrou o punho, quebrou a ultima cela, mandou os escravos irem embora para a cidade e não voltarem.

– Você não vai vim? – Osoroshī ficou ali, enquanto os outros escravos corriam sem parar.

– Eu vou para o lado oposto, se eu ficar na cidade... Posso me apegar a ela! – O homem sorriu, se virou e começou a andar.

– Então se apegue... Proteja esse lugar!

– Eu... Eu não posso proteger nada. Vá embora! – Heir foi correndo, quebrou a parede do fundo da sala e sumiu no horizonte.

O ex-açougueiro ficou meio hesitante em ir embora. Por isso, ele não foi!