Seiga olhava pela janela de seu quarto, o sol já estava alto, porem Miko continuava a dormir, talvez fosse melhor assim, mas logo iriam ter que ir a uma reunião com a sacerdotisa budista Hijiri e a bishamonten Toramaru.

Queria saber como as coisas entre Futo e Tojiko se desenrolaram, apesar de achar que Futo jamais iria conseguir esquecer a fantasma, Futo viveu por tantos anos com aquele amor que era impossível para ela simplesmente esquecê-la.

Miko se mexeu dando sinais que despertaria, e foi o que aconteceu, seus olhos inchados por conta do choro da noite anterior.

– Ohayou. – Cumprimentou com seu gentil sorriso, e Miko esfregou os olhos.

– Ohayou. – Respondeu, felizmente não tinha mais vontade de chorar, apesar de ainda dor saber que não era Tojiko quem estava lhe cumprimentando.

– Miko chan, hoje temos aquela reunião com a Hijiri então é melhor esquecer seus assuntos particulares por agora. – Seiga pediu calmamente, mesmo que soubesse ser algo difícil.

– Sim, Seiga san tem razão. – A mulher loira deu duas tapinhas no rosto. – É o melhor que posso fazer no momento. – Soltou um longo suspiro em seguida.

– Você vai ficar bem Miko chan, eu sei disso. – Com isso Seiga se levantou e saiu do quarto, Miko ainda ficou deitada por mais alguns minutos.

Tojiko voltar para Futo era a coisa mais obvia que podia acontecer, já sabia que isso aconteceria, e já estava meio preparada para quando acontecesse, deu um leve sorriso, que as duas fossem felizes juntas, como sempre haviam sido.

Os olhos verdes claros abriram lentamente, pouca luz entrava no recinto devido as grossas cortinas, olhou para os lados, estava sobre uma cama e não em seu futon, ao seu lado estava Futo, e finalmente sua mente pareceu se lembrar da noite anterior.

– Futo. – Ditou, e tentou moveu sua mão esquerda, mas Futo a segurava firmemente entre as suas, respirou aliviada, sentia o calor da garota de cabelos prateados e apenas isso a deixava tranquila, Futo ainda estava viva.

Despois do ataque Remilia lançou um olhar de cima e apenas saiu dali, logo a demônio da biblioteca voltava para ajudar encontrando aquela cena, ela junto de outras empregadas ajudaram a carregar os feridos até a enfermaria da mansão, coisas que parecia até mesmo ser uma mentira levando em conta que era a mansão da demônio.

Lembrava se de ter cuidado da garota por todo o restante da madrugada, e agora estava ali, Futo não dava sinais que ia acordar tão cedo, pelo menos era o que achava, pois a garota havia lutado durante boa parte da noite.

– Esse olhar preocupado. – Tojiko olhou para frente, vendo a youkai ruiva deitada numa outra cama, estava toda enfaixada, assim com Futo é claro, mais tinha um sorriso radiante nos lábios, youkais eram incríveis.

– Pelo visto você se lembrou dos seus sentimentos. – Seu olhar foi atraído para uma garota de cabelos roxos que usava óculos, depois de olhar por vários minutos pareceu reconhecê-la como a garota da biblioteca.

– Eu sabia que isso ia acontecer. – Marisa dizia se sentando na cama.

– Hey Marisa, fiquei deitada! – Patchouli advertiu a bruxa loira.

– E pensar que quem protegeu a casa foi a Remilia Ojou sama. – Sakuya se lamentava, e Tojiko se perguntava do que aquelas garotas eram feitas, deveriam estar dormindo ainda.

– Onee sama é simplesmente incrível. – Flandre dizia feliz, e Tojiko mal havia notado vampira mais nova ali no cantinho do quarto próximo a Patchouli.

– Meiling, você já consegue trabalhar não é? – Patchouli dizia olhando para o livro em suas mãos. – Já que é uma Youkai e sua recuperação é muito mais rápida. – Concluiu e Meiling soltou um risinho.

– Realmente já posso ir trabalhar. – Dizia se sentando na cama. – Me sinto bem para o fazer, contanto que não apareça mais nenhuma frota de javalis. – Comentou desgostosa.

– Se aparecerem, mandamos a Remi e a Flan que elas acabam com eles num piscar de olhos. – Ouvir Patchouli dizer aquilo de certa forma dava certo medo.

– Você não vai Patche? – Flan perguntou com o dedo indicador nos lábios.

– Como posso dizer, ontem não fui muito útil. – Respondeu à Scarlet mais nova.

– Mas Patche é incrível quando não passa mal. – Aquilo parecia ter sido mais para desanimar a outra que para animá-la.

– Hai hai, obrigada. – Agradeceu por fim. – Marisa, acho que está na hora de você descansar num lugar mais apropriado. – Patchouli dizia se aproximando da cama em que Marisa estava.

– Mas você disse que não era para eu levantar. – Marisa ditou sem entender a outra, às vezes Patchouli era o ser mais confuso do mundo a seu ver, mas a amava mesmo assim.

Patchouli simplesmente ditou algumas palavras incompreensivas aos ouvidos de Tojiko. e Marisa começou a flutuar, até mesmo a bruxa loira ficou espantada com tal coisa, não que esperasse que a maga lhe carregasse, assim saíram do quarto, Koakuma indo logo atrás de si.

– Acho que também já vou indo. – Sakuya começava a se mover. – Meus ferimentos não foram tão graves assim, então, vamos Flan Ojou sama. – Chamou assim que conseguiu se por de pé, Flandre não viu alternativa a não ser ir atrás da Chefe Maid.

Tojiko olhou para o rosto adormecido de Futo, sua mão tocou delicadamente o rosto da outra, o toque com a pele de Futo, agora que já não havia nenhum desespero fez um pequeno choque percorrer seus dedos, mordeu o lábio inferior.

Como foi que se esquecerá do que sentia pela garota de olhos prateados, ou melhor, como era possível se esquecer? Aquele sentimento era tão grande que parecia que não lhe caberia no peito, um leve sorriso nasceu em seus lábios ao ver Futo se remexer em seu sono.

Tão linda, tão angelical, tão sua, mesmo que agora não tivesse essa certeza, mas em algum lugar em seu ser gritava que em momento algum Futo havia deixado de lhe pertencer, sempre fora sua, e de ninguém mais.

Se aproximou da outra selando seus lábios, só então se dando conta do quanto havia sentido falta daquele contado, notando o quanto ansiava por aquilo, mesmo que em seu inconsciente, amava aquela garota.

Futo se moveu dando sinais que despertaria, apesar de ser cedo para que ela o fizesse, mas logo os olhos prateados trataram de se abrir calmamente de inicio, mas logo se abriram com pressa quando a mente da eremita viu Tojiko ali.

– Tojiko? – Perguntou confusa com medo de ser uma alucinação, havia batido fortemente com a cabeça ontem, então poderia ser apenas uma peça de sua mente.

– Futo. – A garota ditou e com cuidado tocou o rosto da mais baixa novamente, por mais que tocasse na outra sentia que a saudade que sentia não ia desaparecer nunca.

– Tojiko? É você mesmo? Não estou imaginando coisas? – Perguntou tentado se sentar, mas sua cabeça girou e se viu obrigada a ficar deitada.

– Sou eu, não é nenhuma alucinação, sonho nem nada. – Tojiko respondeu e aproximou seu rosto do rosto da outra, Futo encarava com certo receio os olhos verdes de Tojiko, foi quando o espaço que as separavam foi cruzado e seus lábios se tocaram.

Não era sonho, não era alucinação sentia o frio dos lábios de Tojiko sobre os seus, sentia cada corrente elétrica que percorria seu corpo por conta da alegria que sentia, tentou se mover para poder tocar sua amada Tojiko, mas não conseguiu, praguejou por ter lutado até se esgotar na noite anterior.

– Futo? – Tojiko estranhou o fato de Futo não ter lhe tocado durante o contato, viu os olhos sérios de Futo e acabou por pensar que talvez aquilo fosse um erro de sua parte.

– Mais uma vez. – Futo ditou com os olhos determinados. – Quero sentir seus lábios nos meus mais uma vez Tojiko. – O pedido fez um leve sorriso nascer nos lábios da garota de olhos verdes, e logo tratou de beijar Futo novamente.

Dessa vez a eremita entre abriu os lábios para aprofundar o beijo, coisa que Tojiko fez de bom grado, uma de suas mãos indo até a cintura de sua amante e subindo, Futo soltou um gemidinho de dor, o que resultou numa separação abrupta da fantasma.

– Suman. – Se desculpou, havia esquecido que Futo havia quebrado três costelas na noite anterior, mais o braço esquerdo, e deslocado mais alguns ossos. – Eu tive sorte de você não ter morrido ontem. – Comentou rindo um pouco, pelo menos agora podia rir a situação.

– Tojiko, e a Taishi sama? – Futo não resistiu e teve que perguntar, aquilo estava entalado na sua garganta já, além do mais estava preocupada com a mulher loira.

– Não devemos nos preocupar com ela agora, ela vai ficar bem. – Tojiko respondeu com um leve sorriso nos lábios, a pergunta de Futo só fez com que o amor que sentia crescesse, afinal Futo se preocupava com Miko, apesar de tudo.

– Eu te amo. – A garota de cabelos prateados disse por fim virando o rosto, envergonhada, ainda tinha receio de dizer aquilo, pois talvez Tojiko ainda não se lembrasse, mas acabou ganhando um beijo no rosto.

– Eu também te amo Mononobe no Futo. – Tojiko ditou ao pé do ouvido da outra, antes de arrastar os lábios sobre a pele da mandíbula, até chegar ao pescoço onde sugou o local.

Um arrepiou passou pelo corpo de Futo, sim Tojiko havia recuperado totalmente a memoria, o que incluía os sentimentos, e as memorias de maior afeto, como respostas aos beijos de Tojiko, Futo deixou um pequeno gemido escapar.

– Droga, se eu não estivesse tão quebrada para fazer essas coisas. – Retrucou arrancando um risinho de Tojiko.

– Futo, você não precisa me tocar, mas eu quero tocar você. – Disse por fim, estava repleta de saudades e queria amar sua pequena eremita, ditou olhando nos olhos prateados.

– S-seja gentil. - Futo ditou desviando o olhar mais uma vez, envergonhada, e Tojiko achava aquilo no mínimo adorável, então simplesmente mordeu uma das bochechas coradas da outra, sim seria gentil com a outra, mesmo que não lhe tivesse sido pedido.